Obrigado, Perdão Ajuda-me

Obrigado, Perdão Ajuda-me
As minhas capacidades estão fortemente diminuídas com lapsos de memória e confusão mental. Esta é certamente a vontade do Senhor a Quem eu tudo ofereço. A vós que me leiam rogo orações por todos e por tudo o que eu amo. Bem-haja!

quinta-feira, 25 de março de 2021

A Anunciação do Senhor

Como nos encanta o episódio da Anunciação! Maria (quantas vezes o meditámos!) está recolhida em oração...; põe os seus cinco sentidos e todas as suas potências em diálogo com Deus... Na oração conhece a Vontade divina; e com a oração torna-a vida da sua vida. Não te esqueças do exemplo da Virgem! (Sulco 481)

Não esqueças, meu amigo, que somos crianças. A Senhora do doce nome, Maria, está recolhida em oração.

Tu és, naquela casa, o que quiseres ser: um amigo, um criado, um curioso, um vizinho... – Eu, por agora, não me atrevo a ser nada. Escondo-me atrás de ti e, pasmado, contemplo a cena:
O Arcanjo comunica a sua mensagem... – Quomodo fiet istud, quoniam virum non cognosco? – Como se fará isso, se não conheço varão? (Lc 1, 34).

A voz da nossa Mãe traz à minha memória, por contraste, todas as impurezas dos homens..., as minhas também.

E como odeio, então, essas baixas misérias da terra!... Que propósitos!

Fiat mihi secundum verbum tuum.

– Faça-se em mim segundo a tua palavra (Lc I, 38). Ao encanto destas palavras virginais, o Verbo se fez carne.

Vai terminar a primeira dezena... Ainda tenho tempo para dizer ao meu Deus, antes de qualquer mortal: Jesus, amo-Te (Santo Rosário. Iº mistério gozoso)

S. Josemaría Escrivá

Anunciação do Senhor

Deus que, no decorrer dos séculos, tinha encarregado os profetas de transmitir aos homens a Sua palavra, ao chegar a plenitude dos tempos, determina enviar-lhes o Seu próprio Filho, o Seu Verbo, a Palavra feita Carne. Contudo, o Pai das misericórdias quis que a Incarnação fosse precedida da aceitação por parte daquela que Ele predestinara para Mãe, para que, «assim como uma mulher contribuiu para a morte, também outra mulher contribuísse para a vida « (Lumen Gentium, 56). No momento da Anunciação, através do Anjo Gabriel, Deus expõe a Maria os Seus desígnios. E Maria, livre, consciente e generosamente, aceita a vontade do Senhor a seu respeito, realizando-se assim o mistério da Incarnação do Verbo. Nesse momento, com efeito, a segunda Pessoa da Santíssima Trindade começa a Sua existência humana. O filho de Deus faz-Se Filho do Homem. O Deus Altíssimo torna-Se o «Deus connosco». Ao celebrar este mistério, precisamente nove meses antes do Natal, a Solenidade da Anunciação orienta-nos já para o Nascimento de Cristo. No entanto, a Incarnação está intimamente unida à Redenção. Por isso, as Leituras (especialmente a segunda) introduzem-nos já no Mistério da Páscoa. Essencialmente festa do Senhor, a Anunciação não pode deixar de ser, ao mesmo tempo, ao mesmo tempo, uma festa perfeitamente mariana. Na verdade, foi pelo sim de Maria que a Incarnação se realização, a nova Aliança se estabeleceu e a Redenção do mundo pecador ficou assegurada.

(Fonte: Evangelho Quotidiano)

domingo, 21 de março de 2021

Trânsito de S. Bento

A comemoração da morte de S. Bento é celebrada em muitas localidades onde este santo é particularmente venerado.

S. Bento terá anunciado a sua morte iminente, embora nada o fizesse prever. Mandou abrir a sua própria cova, junto à campa da irmã, Escolástica, morta poucos dias antes. Pouco depois, foi atacado de violenta febre, pediu a comunhão e exalou o último suspiro.

Nesse mesmo dia, dois monges, em lugares separados, tiveram a mesma visão: uma escada adornada que levava da terra ao céu e um homem de aspeto venerável que lhes dizia ter sido por ali que Bento teria subido.

sábado, 20 de março de 2021

O sonho de Deus


Muitas famílias sofrem, quando deveriam ser forças irradiantes de felicidade. Esta distância 
entre a realidade e o plano de Deus é um drama tremendo, que mobilizou especialmente a Igreja nas últimas décadas. Foi assim com Paulo VI, mais intensamente com João Paulo II e Bento XVI e é agora um tema central do magistério do Papa Francisco.


O horizonte de partida é um sonho de enorme beleza, mais precisamente, um sonho de Deus.


A família faz parte de um plano divino. É evidente que o Criador tinha mil modos diferentes de criar a humanidade, mas —desde o princípio— sonhou, cheio de bênçãos paternais e de expectativa, que a genealogia de cada ser humano se fundasse no amor indissolúvel do pai e da mãe.


Constituir uma família é tomar consciência deste entusiasmo de Deus e deixar-se entusiasmar por ele. A fé é acreditar na alegria, confiar no sonho de Deus. Fiar-se de Deus é estar seguro de que, mesmo perante as dificuldades da vida, Ele aponta o caminho certo da felicidade. O demónio sussurra que seríamos mais felizes «à nossa maneira»; a preguiça, o cansaço e todos os vícios gritam que lhes temos de obedecer, mas quem tem fé não desiste de acreditar no sonho de Deus.


Há um versículo surpreendente no Evangelho de S. Lucas, quando Jesus ressuscitou: ao princípio, os Apóstolos «não podiam acreditar por causa da alegria» (Lc 24, 41). É bom demais, o sonho de Deus. Muitos pensam igualmente que o plano de Deus para a sua família é maravilhoso, mas não é real. Por isso, a mensagem da Igreja neste tempo é repetir às famílias a grande notícia: o sonho de Deus é mesmo verdade!


Há dias, um casal amigo contou-me a conversa que tiveram com um padre, pouco antes de casarem. Prometer amar-se toda a vida não seria afirmar algo sem ter a certeza de cumprir?


Parecia-lhes honesto prometer um esforço muito grande, mas garantir o resultado... O bom padre sossegou-os: a força do Sacramento servia para isso, Deus não falha. Os noivos compreenderam que ele tinha razão. O conselho encheu-os de alegria e —diziam-me eles— tem-nos ajudado a viver um casamento muito feliz, que dura há 21 anos.


No dia 19 de Março, solenidade de S. José, neste ano dedicado a S. José, o Papa lançou um ano dedicado à família. Explicou em vídeo-conferência que pretende que as famílias recuperem a beleza do plano de Deus, que é uma palavra exigente, «que liberta as relações humanas das escravidões que frequentemente desfiguram as famílias e as tornam instáveis».


As famílias vivem numa «ditadura das emoções, da exaltação do provisório que desencoraja os compromissos para toda a vida, vivem no predomínio do individualismo, no medo do futuro».


O Papa pretende que as famílias descubram o desígnio de Deus, cheio de ternura e beleza, e entendam que as exigências de fidelidade não são uma imposição doutrinal «caída do céu, que não encarna com toda a força no dia-a-dia, arriscando-se a ficar uma bela teoria, talvez vivida apenas por obrigação moral». A palavra exigente de Deus, que liberta as relações humanas das ditaduras emocionais, é uma bênção de alegria e fecundidade, o caminho certo para ser intensamente feliz.


O primeiro passo é compreender que a fidelidade é um dom, um presente maravilhoso que Deus sonhou para nós. A mensagem de Francisco às famílias centra-se nisto: «A Igreja está convosco, o Senhor está próximo de vós, queremos ajudar-vos a guardar o dom que recebestes (...). O casamento, como projecto de Deus, fruto da sua graça, é um chamamento a viver com totalidade, fidelidade e gratuitidade». Este é o caminho para que mesmo as vidas trabalhadas «se abram à plenitude da alegria e da realização humana e se tornem fermento de fraternidade e de amor na sociedade».


É que «esta fidelidade —declarou Francisco numa outra mensagem, neste mesmo dia— é o segredo da alegria».



O Apóstolo S. João escreveu uma frase que o Papa Bento XVI classificou, no primeiro 
parágrafo da sua Encíclica programática («Deus caritas est»), como síntese da vida cristã:


«Nós conhecemos e acreditámos no amor que Deus nos tem» (I Jo 4, 16).


O programa de Francisco é levar-nos a dizer: conhecemos o sonho maravilhoso de Deus para nós e acreditámos nEle.


José Maria C.S. André

sexta-feira, 19 de março de 2021

Ide a José e encontrareis Jesus

Ama muito S. José, quer-lhe com toda a tua alma, porque é a pessoa que, com Jesus, mais amou Santa Maria e quem mais conviveu com Deus: quem mais o amou, depois da Nossa Mãe. Merece o teu carinho e convém-te dar-te com ele, porque é Mestre de vida interior e pode muito ante Nosso Senhor e ante a Mãe de Deus. (São Josemaría Escrivá - Forja, 554)
 
José foi, no aspeto humano, mestre de Jesus; conviveu com Ele diariamente, com carinho delicado, e cuidou dele com abnegação alegre. Não será esta uma boa razão para considerarmos este varão justo, este Santo Patriarca, no qual culmina a Fé da Antiga Aliança, Mestre de vida interior? A vida interior não é outra coisa senão o convívio assíduo e intimo com Cristo, para nos identificarmos com Ele. E José saberá dizer-nos muitas coisas sobre Jesus. Por isso, não deixeis nunca de conviver com ele; ite ad Joseph, como diz a tradição cristã com uma frase tomada do Antigo Testamento.

Mestre da vida interior, trabalhador empenhado no seu trabalho, servidor fiel de Deus em relação contínua com Jesus: este é José. Ite ad Joseph. Com S. José o cristão aprende o que é ser Deus e estar plenamente entre os homens, santificando o mundo. Ide a José e encontrareis Jesus. Ide a José e encontrareis Maria, que encheu sempre de paz a amável oficina de Nazaré. (São Josemaría Escrivá - Cristo que passa, 56)

A Igreja inteira reconhece S. José como seu protetor e padroeiro. Ao longo dos séculos tem-se falado dele, sublinhando diversos aspetos da sua vida, sempre fiel à missão que Deus lhe confiara. Por isso, desde há muitos anos, me agrada invocá-lo com um título carinhoso: Nosso Pai e Senhor.

S. José é realmente Pai e Senhor, protegendo e acompanhando no seu caminho terreno aqueles que o veneram, como protegeu e acompanhou Jesus enquanto crescia e se fazia homem. (São Josemaría Escrivá - Cristo que passa, 39) 

São José

Hoje, comemoramos o grande patrono da Igreja Universal, São José. Ninguém ignora que São José é o esposo de Nossa Senhora e pai adotivo de Jesus. A Bíblia não fala muito dele. No entanto, o amor cristão faz de cada palavra do Evangelho de São Mateus um ensinamento novo para a vida. Eis alguns factos que sempre recordamos: A ordem dada a São José, de receber Maria como esposa. É o fim do Antigo Testamento e o começo do Novo. Ele é o patriarca, o grande pai. A fuga para o Egipto e a volta lembram a história de todo o povo de Israel - o Êxodo. Portanto, São José é o amigo do povo, dos pobres, dos pequeninos, dos perseguidos e dos sofredores. Da Bíblia, recebeu ele o título maior que ela costuma dar a alguém: Justo. São José era um homem "justo". Tanto a Idade Média quanto os tempos modernos lembraram muito São José como modelo para o lar e, também, para o operário. A simplicidade e a fidelidade fizeram de São José o protetor escolhido para Maria e para o próprio Jesus, bem como para todos nós.

(Fonte: Evangelho Quotidiano)

São Josemaría Escrivá nesta data em 1963 sobre a Festa de S. José

Festa de São José. “São José é realmente Pai e Senhor, protegendo e acompanhando no seu caminho terreno aqueles que o veneram, como protegeu e acompanhou Jesus enquanto crescia e se fazia homem. Ganhando intimidade com ele descobre-se que o Santo Patriarca é, além disso, Mestre da vida interior, porque nos ensina a conhecer Jesus, a conviver com Ele, a tomar consciência de que fazemos parte da família de Deus. E S. José dá-nos essas lições sendo, como foi, um homem corrente, um pai de família, um trabalhador que ganhava a vida com o esforço das suas mãos”, diz na homilia que hoje prega.

sábado, 13 de março de 2021

The Social Dilemma


Recentemente, assisti a um documentário feito pela Netflix que recomendo vivamente: The Social Dilemma.

Este documentário não só reaviva o importante debate sobre os perigos do mau uso das redes sociais, mas também oferece uma abordagem bastante original do tema: manipular as pessoas que utilizam as redes sociais é o fim primário das mesmas.

Isto é dito, com outras palavras, por pessoas que criaram ou trabalharam nessas redes.

A intenção do realizador do documentário, Jeff Orlowski, é bastante clara: mostrar que a manipulação e a adição geradas pelas redes não é um efeito negativo secundário tolerado, mas algo intencional e procurado como modo de ganhar dinheiro.

O verdadeiro produto não é somente o nosso tempo de atenção, mas sim a pequena e quase imperceptível mudança no comportamento de cada um de nós.  

Este documentário é uma recordação de uma verdade sempre actual: como é fácil para nós, seres humanos, entregar a nossa liberdade em troca de um pouco de distração!

E como podem ser desastrosas as consequências a médio e longo prazo se prescindirmos da nossa liberdade em troca de um pouco de circo!

É verdade que é preciso estarmos atentos àqueles que podem ser mais vulneráveis a essa manipulação: as crianças e os menores de idade. Mas, seria ingénuo pensar que, no caso dos adultos, esse perigo não existe ou é irrelevante.

A propósito disto, estão muito bem tratados no documentário os fenómenos tão actuais e perigosos da polarização e da radicalização. E são fenómenos que afetam muitas pessoas adultas que se consideram “maduras” e “bem informadas”.


O documentário também aborda um tema de grande importância no mundo actual: as fake news!

Se queremos acabar com este abuso da liberdade que é propagar notícias falsas, temos de reconhecer que existe a verdade. A sociedade, desejosa de relativizar toda a informação, não consegue sobreviver a um relativismo total.

Pe. Rodrigo Lynce de Faria

segunda-feira, 8 de março de 2021

S. João de Deus, †1550

"É pelo fruto que se conhece a árvore." Mt 12,33b

O Santo de hoje é muito conhecido, sobretudo no mundo português. É São João de Deus, português, nascido em Montemor-o-Novo (1495) e falecido em Granada (Espanha, a 8 de Março de 1550).

De seu nome João Cidade conta-se que, tendo transportado aos ombros um menino andrajoso que com dificuldade se deslocava, este lhe mostrou uma granada ou romã, com uma representação da Santa Cruz e, referindo-se à cidade espanhola com esse nome, lhe disse: "Granada será a tua Cruz". A seguir desapareceu.

A primeira parte da vida deste santo foi marcada por aventuras, algumas até curiosas.

Abandonou a casa paterna aos oito anos. Fez-se soldado. Trabalhou em hospitais, como simples servente. Foi criado e comerciante. Manteve um pequeno negócio de livros. Ouvindo um sermão de São João d' Ávila sentiu-se tocado. Desfez-se de todos os seus bens. Reuniu esmolas e foi cuidar de doentes, especialmente dos loucos e dos incuráveis. Entre eles, como ele próprio conta, havia paralíticos, leprosos e até mudos. "Nas horas difíceis - dizia João de Deus - é Jesus Cristo quem provê tudo e dá de comer aos meus queridos doentes".

Mantinha ele mais de oitenta hospitais, que fundara só em Espanha. Por isso, tornou-se também o Fundador dos Irmãos dos Enfermos. E foi declarado patrono dos hospitais por Leão XIII.

(Fonte: Evangelho Quotidiano)

sexta-feira, 5 de março de 2021

Quatro dias de susto

Sexta-feira dia 5, o Papa saiu de Roma para uma viagem de pouco mais de três dias ao Iraque. João Paulo II quis ir lá, há 21 anos, mas o pedido foi rejeitado pelo Governo da época.


A agenda de Francisco inclui obviamente a capital, Bagdad, mas também numerosas outras cidades. Entre elas, cidades martirizadas como Mosul, Qaraqosh e Erbil, onde os cristãos sofreram muito. Nos últimos anos, milhares foram mortos e uma multidão imensa teve de fugir à pressa para salvar a vida, perseguida pelo chamado «Estado Islâmico». Neste momento, restam poucos, do milhão e meio de católicos que havia em 2003, quando Saddam Hussein foi deposto. A primeira intenção do Papa é encorajar os sobreviventes e dizer à igreja do Iraque, tão duramente provada, que não é secundária, que faz parte da Igreja universal.


Outro objectivo é contactar com os muçulmanos e para isso tem encontros ecuménicos e vai à cidade de Najaf falar com o Grande Ayatollah Ali al-Sistani. Espera-se que este encontro produza bons frutos, como aconteceu em 2019 com Ahmed al-Tayeb, o Grande Imã de al-Azhar (Cairo), que subscreveu com o Papa uma declaração histórica acerca da fraternidade humana.

Na região fala-se uma língua próxima da de Nosso Senhor e a cidade de Ur é a origem do povo judeu. Abraão vivia bem instalado na grande Ur dos caldeus quando Deus lhe pediu que se pusesse em marcha, que abandonasse o património e os direitos adquiridos, o apoio da família, as garantias de segurança pessoal e económica e se pusesse a caminho de forma absolutamente singular, como Deus lhe havia de indicar.



Não era só uma questão de coragem, a proposta de se lançar no vazio só fazia sentido na base de uma confiança inabalável em Quem o convidava. Porque Abraão não foi um conquistador, cobiçando mais terras, Abraão será sempre, até ao final dos seus dias, um forasteiro, um vagabundo do espaço aberto em que o deixam habitar. Aproximando-se o fim da vida, compra aos hititas uma sepultura, onde enterra a mulher, Sara, e onde, mais tarde, o enterraram a ele, e depois o filho e as mulheres do filho. Abraão também não é um nómada no sentido habitual. Ele vive sem um chão próprio porque o seu chão é Deus.


Toda a vida de Abraão é um diálogo intenso entre a generosidade de Deus e a generosidade de Abraão.


Sara era estéril e de idade muito avançada, de modo que a família parecia caminhar para a extinção. No entanto, Deus, em quem Abraão confiava, disse-lhe «olha para o Céu e vê se consegues contar as estrelas» e acrescentou: «assim será a tua descendência» (Gen 15, 5). De facto, nasceu Isaac.


Deus pede-lhe então que ofereça Isaac em sacrifício e, mais uma vez, Abraão, mesmo sem compreender o plano de Deus, confia. Sobe com Isaac ao monte Moriá (em Salém, actual Jerusalém) para imolar o filho e aí lhes aparece um Anjo segurando a mão de Abraão e garantindo-lhe, da parte de Deus, uma linhagem numerosa. Renova-se a promessa, cada vez mais ampla:


— «Juro por Mim mesmo —oráculo do Senhor—  (...) que na tua descendência serão abençoados todos os povos da terra, porque obedeceste à minha voz» (Gen 22, 16.18).


As sucessivas alianças de Deus com Abraão são a resposta cada vez mais magnânima de Deus à generosidade cada vez mais completa de Abraão. Olhando em perspectiva a vida deste homem, o próprio Deus reconhece que tem uma espécie de dívida de amor para com ele:


— «Eu sou o Senhor teu Deus, que te fez sair de Ur dos Caldeus» (Gen 15, 7).


Este Zigurate, na cidade de Ur dos caldeus, data do IIIº milénio antes de Cristo. Fazia parte de um complexo grandioso de templos e palácios desta enorme cidade.

É nesta Ur dos Caldeus que Francisco irá falar de Jesus Cristo, descendente de Isaac, descendente de Abraão.


As viagens de um Papa são sempre arriscadas, mas esta é mais que todas. A Igreja, de coração apertado, está a acompanhar Francisco e não vamos respirar fundo enquanto o avião não aterrar de novo no aeroporto de Roma. O Papa conta com as orações de todos (Bento XVI anunciou que ficou em casa a rezar por esta importantíssima viagem) e Francisco fez questão de pedir a Nossa Senhora que o acompanhe: como símbolo, leva consigo a imagem de Nossa Senhora do Loreto e, antes de partir, como sempre, foi à basílica de Santa Maria Maior, a mais importante basílica dedicada a Nossa Senhora, deixar o seu destino nas mãos de Maria.

José Maria C.S. André