Obrigado, Perdão Ajuda-me

Obrigado, Perdão Ajuda-me
As minhas capacidades estão fortemente diminuídas com lapsos de memória e confusão mental. Esta é certamente a vontade do Senhor a Quem eu tudo ofereço. A vós que me leiam rogo orações por todos e por tudo o que eu amo. Bem-haja!

segunda-feira, 1 de setembro de 2014

Mario Joseph, Imã muçulmano convertido (vídeo em inglês com apoio de legendas nesta língua)

A Palavra de Deus é Jesus

“Não se anuncia o Evangelho para convencer com palavras sábias, mas com humildade, porque a força da Palavra de Deus é o próprio Jesus, e somente quem estiver com o coração aberto pode acolhê-lo”.

(...) "a Palavra de Deus é Jesus, o próprio Jesus” (...) "Por isso é tão importante ler, durante o dia, um trecho do Evangelho”.

“Para quê, para aprender? Não! Para encontrar Jesus, porque ele está em Sua Palavra. Cada vez que lemos o Evangelho, encontramos Jesus. E como receber esta Palavra? Como se recebe Jesus, isto é, com o coração aberto, humilde, com o espírito das Bem-aventuranças, porque Jesus veio assim, em humildade; veio em pobreza, veio com a unção do Espírito Santo”.

“Nós também, se quisermos ouvir e receber a Palavra de Deus, devemos rezar ao Espírito Santo e pedir a unção do coração, que é a unção das Bem-aventuranças”.

Papa Francisco - excertos homilia Casa de Santa Marta 01.09.2014

Para além da fé e da esperança

Ninguém acredita no que não espera, nem espera por aquilo em que não acredita. Cremos porque queremos e queremos porque cremos.

A fé é mais do que acreditar em Deus e a esperança muito mais do que esperar sentado que os sonhos se concretizem. Fé e esperança implicam mudanças na vida, exigem que nos levantemos do conforto e corramos rumo a algo maior do que aquilo que conseguimos compreender.

Acreditar não é uma atitude passiva de esperar que o mundo se alinhe para nos satisfazer, mas sim uma vontade ativa de criar o que se espera. De erguer com as próprias mãos aquilo em que se tem fé.

O Homem tende naturalmente para os bens futuros, incertos, mas cuja ocorrência depende, na maior parte dos casos de uma disposição determinada e de uma série de ações concretas. A expectativa é a base do esforço que luta pelo bem.

Esperamos porque acreditamos ou acreditamos porque esperamos? Não tem sentido. Esperança e fé são indissociáveis. Não existem como realidades distintas. Contêm elementos irracionais, mas ninguém acredita no que não espera, nem espera por aquilo em que não acredita. Cremos porque queremos e queremos porque cremos.

O Amor promete e garante uma vida que há de ser vivida, mas também que, ao longo do percurso até lá, cada passo seja apreciado mas sofrido... o sofrimento faz parte da prova do Amor. Até que ponto se acredita? Se espera? Se segue adiante sem chão por debaixo dos pés? Dói. Muito. Mas valerá mais que todas e cada uma das penas.

Eis a essência da eternidade: a inesgotabilidade do Amor. Há sempre (mais) Amor, ao ponto do tempo ser vencido e ultrapassado.

A vida valiosa existe para além do visível. Talvez por isso a esperança seja desesperante e a fé angustiante, afinal o Amor precisa de ser cego às coisas que passam... Porque o Amor é vida, no seu sentido último... aquela força que luta contra o que existe, para dar mais cor e luz ao mundo, que faz a semente brotar da terra, a árvore crescer, o animal procurar sempre forma de sobreviver, essa mesma força que leva o homem a sonhar ser tão grande quanto infinito é aquilo que espera e em que acredita. O que ama.

O Amor estende-se ao futuro. Por isso é esperança. Não há Amor sem amanhã. Nem amanhã sem Amor. Esperar é próprio do Amor. Sempre. Para além do desespero. Apesar da maior de todas as dores, o Amor confia, espera e acredita. O Amor é Amor, e só nele tudo fará sentido.

Fé e esperança implicam a existência de razões para além daquelas que a humana inteligência consegue abarcar. Afinal, a verdade pode repousar naquilo que hoje parece não fazer sentido algum. Eis a maior das belezas: uma luz, que ainda escondida, há de iluminar a mais tremenda das escuridões.

A humildade é a chave que abre os sonhos ao mundo, na medida em que só uma consciência que compreenda que não há nada que dependa só da vontade de quem espera pode lançar-se no desígnio de fazer na terra um céu.

É na fragilidade do momento presente, face à felicidade que se entrevê num futuro incerto e vertiginosamente livre, que o homem estabelece o claro sentido da sua fé, da sua esperança: Ajoelhando-se diante dos sonhos e amando com todo o seu ser, apesar dos pesadelos.

Talvez esperança e fé sejam apenas formas mais concretas do Amor andar neste mundo.

Sem Amor a existência é um buraco negro, vazia de luz, contraditória e privada do essencial: a eternidade.

O contrário da felicidade é o medo. Caminhar rumo à incerteza do amanhã implica um abandono confiante que, contra todo o desespero, ama o que não conhece e para ele caminha por entre infernos. Uma vontade simples e infinita de ser feliz. A fé. A esperança. O Amor.

José Luís Nunes Martins in 'i' online 
http://www.ionline.pt/opiniao/alem-da-fe-da-esperanca

«Priest holes» (esconderijos de padres)

Chegou a altura de o povo britânico conhecer a sua história, é o que agora pensam os historiadores do Reino Unido. Não basta ler o que há escrito? J. J. Scarnbrick, Christopher Haig, Eamon Duffy, Diarmaid MacCulloch e outros académicos dizem que a história foi distorcida, ao serviço de uma mensagem, e é preciso recuperar as fontes. Tudo muda. Os novos livros fazem lembrar as obras antigas monumentais do Lingard, do Milner, ou a síntese do Cobbett, geralmente desprezadas como «propaganda católica».

O impacto deste novo olhar sobre os últimos quinhentos anos de história é imenso, porque, em certo sentido, é a própria identidade deste Povo que está em causa. Além disso, o movimento «revisionista» não é uma moda extravagante, é a unanimidade dos principais especialistas. Dizia-me um professor da universidade que a história do Reino Unido já não volta atrás, depois do revisionismo. Começa a aparecer um «pós-revisionismo», mas nada que ponha em causa aquela ruptura com a história habitual.

Ao mesmo tempo, é interessante notar que os revisionistas são revisionistas por razões científicas. Em geral, não alteraram as suas convicções religiosas. Alguns já eram católicos ou converteram-se ao catolicismo, mas a maioria continua a achar que o catolicismo é uma religião de pobres e italianos. O surpreendente – reconhecem os historiadores – é que esses marginais tenham realizado coisas tão extraordinárias, apesar de séculos de perseguição. Tiveram um papel determinante na educação e ainda hoje são maioria nas áreas da enfermagem e do apoio social, além de que produziram figuras de primeiro plano no âmbito da cultura.

A nova visão da história tem facetas inesperadas e até divertidas do ponto de vista turístico, como os «priest holes». A maioria já desapareceu, mas ainda se conservam muitas centenas, que se podem visitar. Estes buracos são cavidades no interior das paredes, ou poços por baixo do soalho, para esconder os padres que iam, de casa em casa, celebrar a Missa. A polícia vigiava (numas épocas mais do que noutras) e o jogo era a sério. Os disfarces e os sistemas para alimentar os padres dentro do buraco eram variados e imaginativos. Um passo em falso significava morte. Porque, desde o tempo de Henrique VIII, houve o cuidado de considerar que o catolicismo não era uma religião mas uma traição à pátria. Assim, evitava-se reconhecer a perseguição religiosa e as penas eram mais pesadas e sem apelo.

Li relatos de católicos ingleses que viajavam ao estrangeiro e ficavam escandalizados pela pressa com que se celebrava a Missa, mesmo em Roma. Imagino que estivessem habituados a Missas pouco frequentes, às escondidas, celebradas por um padre saído do «priest hole», alimentado através da gaveta da cómoda.

Ser padre, naquela época, era complicado. Os rapazes ingleses tinham de fugir do país para ir estudar para um seminário, em Roma, em França, em Espanha, na Bélgica. Até em Lisboa havia um seminário, na Travessa dos Inglesinhos, que funcionou até 1973. Para as famílias não serem perseguidas, os estudantes mudavam de nome, mal desembarcavam no continente. Em Roma, S. Filipe de Neri ajoelhava na rua, quando passava em frente do colégio dos ingleses e honrava-os como se tivessem sido mártires. Terminada a formação no seminário e ordenados, os padres regressavam clandestinamente à sua ilha e, de casa, em casa, dedicavam-se a atender os católicos. Às vezes, a coisa acabava mal. Mas, enquanto durava, era bom.

Os católicos ingleses nunca sabiam quando podiam voltar a confessar-se e assistir à Missa, de modo que queriam saborear esses momentos. No Continente, a Missa era tão rápida! Nem dava tempo para a pessoa se concentrar. Pelo menos, é o que os ingleses achavam.

José Maria C. S. André

«Correio dos Açores», «Verdadeiro Olhar», 31-VIII-2014

Esperança


Sem dúvida que a esperança é um estado de alma, não um simples movimento interior de expectativa.

E o que é - aquilo que eu chamo - um estado de alma?

Trata-se de uma disposição permanente e duradoura que se vive independentemente dos acontecimentos exteriores.

Por outras palavras, o que acontece é observado criticamente tal como é e não o que, eventualmente possa parecer que é.

Por isso a esperança não assenta nem na concretização de algo que se deseja ou espera, nem no alheamento dessa realidade. A esperança leva a encarar os acontecimentos como fases num caminho para um fim desejado.

Também por isso, talvez, se costuma dizer que a esperança é a última a morrer.

Esperar é viver com perspectiva de futuro com os olhos postos no presente não ignorando ou tentando escamotear o que possa pensar-se que vai contra essa disposição.

Quem possui a virtude da esperança tem muito mais possibilidades de ser feliz que aquele que a não tenha.

Porquê? Porque o homem tende inevitavelmente para Deus que lhe incutiu uma ânsia de eternidade que é, como se compreende, a última felicidade.

Por isso a virtude da esperança é autêntico alimento já que se pode viver, perfeitamente, dela e, ao contrário, a sua ausência retira todo o sentido à vida.

(AMA, dissertação, 2010.05.19)

Exortação apostólica «Christifideles laici / Os fiéis leigos», §§ 13-14

São João Paulo II (1920-2005), papa 
«Ele ungiu-Me para anunciar a Boa-Nova»


Diz o Concílio Vaticano II: «Pela regeneração e pela unção do Espírito Santo, os baptizados são consagrados para serem uma morada espiritual». O Espírito Santo «unge» o baptizado, imprime-lhe a Sua marca indelével (cf 2Cor 1,21-22) e faz dele templo espiritual, isto é, enche-o com a santa presença de Deus, graças à união e à conformação com Jesus Cristo. Com esta «unção» espiritual, o cristão pode, por sua vez, repetir as palavras de Jesus: «O Espírito do Senhor está sobre Mim: por isso, Me ungiu». […]

«A missão de Cristo — Sacerdote, Profeta-Mestre, Rei — continua na Igreja. Todo o Povo de Deus participa nesta tríplice missão.» […] Os fiéis leigos participam no múnus sacerdotal pelo qual Jesus Se ofereceu a Si mesmo sobre a Cruz e continuamente Se oferece na celebração da Eucaristia. […] «Todos os seus trabalhos, orações e empreendimentos apostólicos, a vida conjugal e familiar, o trabalho de cada dia, o descanso do espírito e do corpo, se forem feitos no Espírito, e as próprias incomodidades da vida, […] se tornam em outros tantos sacrifícios espirituais, agradáveis a Deus por Jesus Cristo (cf 1Ped 2,5); sacrifícios estes que são piedosamente oferecidos ao Pai, juntamente com a oblação do corpo do Senhor, na celebração da Eucaristia.» […]

A participação no múnus profético de Cristo […] habilita e empenha os fiéis leigos a aceitar, na fé, o evangelho e a anunciá-lo com a palavra e com as obras. […] Vivem a realeza cristã, sobretudo no combate espiritual para vencerem dentro de si o reino do pecado (cf Rom 6,12) e depois, mediante o dom de si, para servirem […] o próprio Jesus presente em todos os seus irmãos, sobretudo nos mais pequeninos (cf Mt 25,40). Mas os fiéis leigos são chamados de forma particular a restituir à criação todo o seu valor originário. Ao ordenar as coisas criadas para o verdadeiro bem do homem, com uma acção animada pela vida da graça, os fiéis leigos participam no exercício do poder com que Jesus Ressuscitado atrai a Si todas as coisas e as submete, com Ele mesmo, ao Pai, de forma que Deus seja tudo em todos (cf 1Cor 15,28; Jo 12,32).

(Fonte: Evangelho Quotidiano)

O Evangelho do dia 1 de setembro de 2014

Foi a Nazaré, onde Se tinha criado, entrou na sinagoga, segundo o Seu costume, em dia de sábado, e levantou-Se para fazer a leitura. Foi-Lhe dado o livro do profeta Isaías. Quando desenrolou o livro, encontrou o lugar onde estava escrito: “O Espírito do Senhor repousou sobre Mim; pelo que Me ungiu para anunciar a boa nova aos pobres; Me enviou para anunciar a redenção aos cativos, e a recuperação da vista aos cegos, a pôr em liberdade os oprimidos, a pregar um ano de graça da parte do Senhor”. Tendo enrolado o livro, deu-o ao encarregado, e sentou-Se. Os olhos de todos os que se encontravam na sinagoga estavam fixos n'Ele. Começou a dizer-lhes: «Hoje cumpriu-se este passo da Escritura que acabais de ouvir». E todos davam testemunho em Seu favor, e admiravam-se das palavras de graça que saíam da Sua boca, e diziam: «Não é este o filho de José?». Então disse-lhes: «Sem dúvida que vós Me aplicareis este provérbio: “Médico, cura-te a ti mesmo”. Todas aquelas grandes coisas que ouvimos dizer que fizeste em Cafarnaum, fá-las também aqui na Tua terra». Depois acrescentou: «Em verdade vos digo que nenhum profeta é bem recebido na sua terra. Em verdade vos digo que muitas viúvas havia em Israel no tempo de Elias, quando foi fechado o céu durante três anos e seis meses e houve uma grande fome por toda a terra; e a nenhuma delas foi mandado Elias, senão a uma mulher viúva de Sarepta, do território de Sidónia. Muitos leprosos havia em Israel no tempo do profeta Eliseu; e nenhum deles foi curado, senão o sírio Naaman». Todos os que estavam na sinagoga, ouvindo isto, encheram-se de ira. Levantaram-se, lançaram-n'O fora da cidade, e conduziram-n'O até ao cume do monte sobre o qual estava edificada a cidade, para O precipitarem. Mas, passando no meio deles, retirou-Se.

Lc 4, 16-30