Obrigado, Perdão Ajuda-me

Obrigado, Perdão Ajuda-me
As minhas capacidades estão fortemente diminuídas com lapsos de memória e confusão mental. Esta é certamente a vontade do Senhor a Quem eu tudo ofereço. A vós que me leiam rogo orações por todos e por tudo o que eu amo. Bem-haja!

quinta-feira, 27 de setembro de 2012

Amar a Cristo ...

Senhor Jesus, cremos em um só Deus, no Pai, em Ti e no Espírito Santo, que de Vós procede e sois a Santíssima Trindade. Este nosso crer sai-nos do fundo da alma num simples ato de Fé, que também é de muito amor, e graças a Vós torna-se numa superior forma de manifestar a nossa humildade através de um ato de inteligência humana.

Bem sabes querido Jesus, que ao evocarmos a inteligência humana, não padecemos de nenhuma forma de arrogância intelectual, pois trata-se de uma evidência resultante da realidade que nos rodeia. Ela foi-nos oferecida por Vós e a ela todos temos acesso, aqueles que a rejeitam ainda não se aperceberam da beleza da Fé e por eles rogamos-Te, que no Ano da Fé sejamos capazes de a fazer chegar a todos que dela andam arredados.

Ouvi-nos Santíssima Trindade!

JPR

30 setembro 21h30 - Temporada de Música do Auditório da Senhora da Boa Nova, no Estoril


Introitus Ensemble Vocal - música medieval from Ânimo Leve on Vimeo.

É com enorme prazer que comunicamos que este ano o Ensemble Vocal Introitus está em estreita colaboração com o Auditório da Senhora da Boa Nova, no Estoril, onde irá participar intensivamente nos ciclos da Temporada 2012/2013: "Música no Tempo Litúrgico" e "Concertos Marianos".

A apresentação oficial dos Ciclos da Temporada de Música será efectuada no concerto inaugural no próximo dia 30 de Setembro, às 21:30 com a Orquestra Barroca Divino Sospiro. Expoente máximo da música barroca em Portugal, a orquestra Divino Sospiro é um projecto luso-italiano que colabora com os Centros Culturais mais prestigiados do país, nomeadamente o Centro Cultural de Belém e a Fundação Calouste Gulbenkian e que integra este ano a Temporada de Música do Auditório da Senhora da Boa Nova.


Para mais informação contactar:
Mafalda Guimarães: mafalda.guimaraes@cpestoril.pt / Tlm: 912468399
Mafalda Perestrelo: mafalda.perestrelo@cpestoril.pt / Tlm: 912485464

Bilhetes à venda:
Rede Blueticket - www.blueticket.pt
Bilheteira do Auditório Sra. Boa Nova (nos dias dos espectáculos).
Reservas: auditoriosboanova@cpestoril.pt ou através do telemóvel 912485464

Com os melhores cumprimentos

Manuel Líbano Monteiro
Tel.+351 964 093 359 / + 351 918 941 704

Fórum do Movimento dos Focolares, ideias para ultrapassar a crise económica (vídeos em espanhol e inglês)

29 setembro 15h00 - apresentação (gratuita) do Programa de Orientação Familiar

Imitação de Cristo, 3, 15, 3 - Como se deve haver e falar cada um em seus desejos

Fazei que eu morra a tudo que é do mundo, e que deseje ser desprezado e esquecido neste século, por vosso amor.

Daí-me que descanse em vós acima de todos os bens desejáveis, e repouse em vós o meu coração. Vós sois a verdadeira paz do coração e seu único descanso; fora de vós tudo é inquietação e desassossego. Nesta paz verdadeira, que sois vós, sumo e eterno bem, quero dormir e descansar. Amém.

Luta contra essa frouxidão

És tíbio se fazes preguiçosamente e de má vontade as coisas que se referem ao Senhor; se procuras com cálculo ou "manha" o modo de diminuir os teus deveres; se não pensas senão em ti e na tua comodidade; se as tuas conversas são ociosas e vãs; se não aborreces o pecado venial; se ages por motivos humanos. (Caminho, 331)

Luta contra essa frouxidão que te faz preguiçoso e desleixado na tua vida espiritual. – Olha que pode ser o princípio da tibieza..., e, na frase da Escritura, os tíbios, Deus os vomitará. (Caminho, 325)
Que pouco Amor de Deus tens quando cedes sem luta porque não é pecado grave! (Caminho, 328)

Como hás-de sair tu desse estado de tibieza, de lamentável languidez, se não empregas os meios? Lutas muito pouco e, quando te esforças, faze-lo como que zangado e com falta de gosto, quase com o desejo de que os teus fracos esforços não produzam efeito, para te justificares: para não te exigires e para que não te exijam mais. (Sulco, 146)
São Josemaría Escrivá

Ator mexicano recebe prémio pró-vida e pede orações pelo respeito à dignidade das mulheres

Ao receber o “Prémio Defesa da Dignidade Humana 2012" que outorga a Associação italiana Ciência e Vida, o ator e cantor pró-vida Eduardo Verástegui, animou a rezar pela conversão dos homens que não entendem a dignidade da mulher.

Devido a outros compromissos, o ator recebeu o prémio através de uma vídeo conferencia desde Los Angeles no passado dia 15 de setembro. Depois da projeção do seu último filme “O circo da borboleta” em Pontremoli (Itália), explicou que a mulher é o pilar e coluna mais importante da família, portanto da sociedade, e não pode continuar sendo utilizada pelos media como um objeto.


Além disso o ator, recordou sua história pessoal de conversão, pediu perdão a todas as mulheres que foram feridas na sua dignidade pelos homens, e pediu orações para que o homem “redescubra o verdadeiro amor pela mulher e volte a ser um cavalheiro”.

Ao concluir esta edição, em entrevista com o grupo ACI, o Presidente da Associação Ciência e Vida, Cristian Ricci, assinalou que para Verástegui, “acima de tudo, é necessário confrontar os problemas fundamentais, quer dizer, a dignidade da Vida humana, sua defesa, a família natural, para que todo o resto de problemas encontrem solução”.

Com a organização de prémios como este, Ricci indicou que “busca-se delinear o talento da feminilidade na aliança da mulher com a vida” e o último filme de Verástegui, uma história de superação ambientada na crise económica americana, “serve como paralelismo com o momento de crise de ética atual, onde os valores fundamentais da vida são a solução para resolver também os problemas económicos”.

Além da intervenção de Verástegui, durante o evento, compartilharam-se histórias como a de Lucrezia Povia Tresoldi, que conjuntamente com Lucia Bellaspiga e Pino Ciciola, recebeu o Prémio Literário Mulher é Vida 2012, pelo livro “E adesso vado al Max” (E agora vou ao Max!), que mostra a luta de uma mãe por ajudar seu filho depois que um acidente de automóvel o deixasse em estado de inconsciência persistente por dez anos.

Max Tresoldi, o protagonista do livro, recebeu outro prémio pelo seu testemunho, uma escultura em cerâmica do artista Gianni Celano Giannici, que representa uma mão, “essa mesma mão que depois de 10 anos de estado vegetativo se moveu para fazer o sinal da cruz”. 

(Fonte: ‘ACI Digital com adaptação de JPR)

«Felizes vós, os pobres, [...] Felizes vós, os que agora chorais»

Santo Ambrósio (c. 340-397), bispo de Milão, doutor da Igreja 
Sobre o Evangelho de São Lucas, V, 53-55


«Felizes vós, os pobres». Nem todos os pobres são felizes, pois a pobreza é uma coisa neutra: pode haver pobres bons e maus. [...] Bem-aventurado o pobre que invoca o Senhor e Ele o atende (Sl 33,7): pobre em erros, pobre em vícios, o pobre no qual o príncipe deste mundo nada encontrou (Jo 14,30), o pobre que imita aquele Pobre que, sendo rico, Se tornou pobre por nós (2Co 8,9). É por isso que Mateus dá a explicação completa: «Felizes os pobres de espírito», pois o pobre de espírito não se ufana, não se engrandece no seu pensamento humano. Esta é, então, a primeira beatitude.

[«Felizes os mansos» escreve Mateus em seguida.] Tendo-me libertado de todos os pecados [...], estando satisfeito com a minha simplicidade, isento de mal, resta-me moderar o meu carácter. De que me serve não possuir bens materiais, se não for manso e tranquilo? Porque seguir o caminho certo é, evidentemente, seguir Aquele que diz: «Aprendei de Mim, que sou manso e humilde de coração» (Mt 11,29). [...]

Dito isto, lembrai-vos de que sois pecadores: chorai os vossos pecados. Chorai os vossos erros. E é razoável que a terceira beatitude seja para aqueles que choram os seus pecados, pois é a Trindade que perdoa os pecados. Purificai-vos, pois, com as vossas lágrimas e lavai-vos com o vosso choro. Se chorardes por vós mesmos, ninguém terá de chorar por vós. [...] Todos temos os nossos mortos para chorar; morremos quando pecamos. [...] Que o pecador chore por si mesmo e se arrependa, a fim de se tornar justo, pois «o que advoga a sua causa parece ter razão» (Pr 18,17).

(Fonte: Evangelho Quotidiano)

Bispo norte-americano deixa "10 ideias para viver o Ano da Fé" (agradecimento ‘É o Carteiro’)

Breve nota ‘Spe Deus’: a vivência destas 10 ideias poderá parecer a alguns difíceis ou demasiado exigentes, mas quem as conseguir concretizar, esperemos que muitos, sentir-se-á espiritualmente compensado e reforçado. Façamos pois um esforço por as seguirmos por amor a Jesus Cristo Nosso Senhor. Obrigado!
  
Para assinalar o 50º aniversário do Concílio Vaticano II e o 20º aniversário do Catecismo da Igreja Católica, o Papa Bento XVI anunciou um Ano da Fé, com começo a 11 de Outubro de 2012 e fim a 24 de Novembro de 2013. O objectivo é fortalecer a fé dos católicos e atrair o mundo à fé através do seu exemplo.

O bispo David Ricken, de Gren Bay, Wisconsin, presidente da Comissão para a Evangelização e Catequese da Conferência Episcopal dos EUA, apresenta "10 ideias para viver o Ano da Fé". 
  
Baseadas nas orientações da Congregação para a Doutrina da Fé, algumas dessas sugestões são já deveres dos católicos; outras podem ser vividas em qualquer altura, especialmente durante o Ano da Fé.

1. Ir à Missa 
O Ano da Fé pretende promover o encontro com Jesus.
  
Isso acontece mais imediatamente na Eucaristia. Ir à missa com frequência consolida a fé pessoal através das Escrituras, do Credo, de outras orações, da música sagrada, da homilia, recebendo a Comunhão, e fazendo parte de uma comunidade de fé.

2. Ir à Confissão 
Tal como pela Missa, os católicos encontram força e aprofundam a fé pela participação no Sacramento da Penitência e Reconciliação

A Confissão alenta as pessoas a regressarem a Deus, a expressarem arrependimento por terem caído e a abrirem as suas vidas para o poder curativo da graça de Deus. 
  
Perdoa as faltas do passado e dá força para o futuro.

3. Conhecer as vidas dos santos 
Os santos são exemplos intemporais de como se vive uma vida cristã, e dão-nos uma grande esperança. 
  
Eles foram pecadores que persistiram em estar mais perto de Deus, e além disso apontaram caminhos por onde podemos servir a Deus: no ensino, no trabalho missionário, na caridade, na oração, ou simplesmente procurando agradar a Deus nas acções e decisões correntes da vida diária.

4. Ler a Bíblia diariamente 
A Escritura permite um acesso em primeira mão à Palavra de Deus e conta a história da salvação humana. 

Os católicos podem rezar as Escrituras (pela lectio divina ou por outros métodos) para ficar mais em sintonia com a Palavra de Deus.
  
Em qualquer caso, a Bíblia é uma necessidade para crescer no Ano da Fé.

5. Ler os documentos do Vaticano II 
O Concílio Vaticano II (1962-1965) marcou o início de uma grande renovação da Igreja.

Teve impacto na forma de celebrar a Missa, no papel dos leigos, na compreensão que a Igreja tem de si mesma e das suas relações com outros Cristãos e com não-Cristãos. 

Para continuar essa renovação, os católicos precisam de entender o que é que o Concílio ensinou e como é que isso beneficia a vida dos crentes.

6. Estudar o Catecismo
Publicado exactamente 30 anos depois do começo do Concílio, o Catecismo da Igreja Católica abrange as crenças, os ensinamentos morais, a oração e os sacramentos da Igreja Católica num só volume. 
  
É um recurso para crescer na compreensão da fé.

7. Ser voluntário na paróquia 
O Ano da Fé não pode ser só estudo e reflexão. 
  
A base sólida  das Escrituras, do Concílio e do Catecismo deve ser traduzida para a acção. 

A paróquia é um bom lugar para começar, e os talentos de cada um ajudam a construir a comunidade. 
  
As pessoas serão bem vindas para tarefas de acolhimento, música litúrgica, leitores, catequistas e outros serviços na vida da paróquia.

8. Ajudar quem precisa 
O Vaticano convida os católicos a dar esmola e tempo para ajudar os pobres durante o Ano da Fé. 
  
Isto significa encontrar pessoalmente Cristo nos pobres, marginalizados e nos mais vulneráveis. 

Ajudar os outros põe os católicos olhos nos olhos diante de Cristo e é exemplo para o mundo.

9. Convidar um amigo para a Missa 

O Ano da Fé pode ser global na finalidade, focando na renovação da fé e na evangelização de toda a Igreja, mas a verdadeira mudança acontece ao nível local. 

Um convite pessoal pode fazer a diferença para alguém que se afastou da fé ou que se sente excluído da Igreja. 
  
Todos nós conhecemos pessoas assim, por isso todos nós podemos fazer um convite amável.

10. Viver as bem-aventuranças na vida diária 
As bem-aventuranças (Mateus 5, 3-12) são um óptimo modelo para a vida cristã. 

A sua sabedoria pode ajudar todos a ser mais humildes, pacientes, justos, transparentes, amáveis, inclinados ao perdão e livres. 

É precisamente o exemplo de fé vivida necessário para atrair pessoas para a Igreja durante este ano.

A sombra da injustiça

Portugal costuma ser um país pacato sem grandes conflitos e iniquidades. Mas na novela da vida nacional existe um tema em crescente recorrência: a justiça. Esta magna virtude, normalmente pacífica, interpela-nos cada vez mais a vários níveis e formas diversas.

A primeira interpelação é institucional. A decadência do sector da Justiça é hoje incontornável e central na crise social. Começou com a lenta perda de confiança popular no sistema. Preferindo a forma ao conteúdo, respeitando mais os procedimentos que a justiça, os tribunais ficaram tão morosos que a população desistiu deles. Não vale a pena recorrer à Justiça. Mas como viver em sociedade sem esse serviço básico? Se tal não bastasse, sucessivos processos mediáticos vêm cobrindo de ridículo o sector, com suspeitas, prescrições, intrigas, polémicas. É espantoso como uma instituição composta por pessoas inteligentes, mesmo superiormente inteligentes, comete autodestruição pública de forma tão sistemática.

Pior é a manifestação social da injustiça. Portugal sempre teve tendência para o corporativismo, instalação de interesses, captura dos poderes públicos. Basta um período mais longo de estabilidade e segurança para se sentirem forças poderosas distorcendo as regras. Este surto mais recente tem sido particularmente virulento. Há décadas que os ministérios estão dominados pelos grupos que deviam regular. Isto criou a situação perversa do aparelho de Estado, criado para o bem comum, constituir hoje um dos grandes geradores de desigualdade em Portugal.

Começa logo pelo sistema fiscal, enorme máquina iníqua que carrega mais sobre trabalhadores e pobres. À medida que o peso tributário incha, a disparidade agrava-se, atingindo já níveis preocupantes. Mas a própria política de justiça social é geradora de injustiça. Este resultado paradoxal vem de o Estado moderno assegurar um conjunto vasto, profundo e diversificado de direitos, garantias, regalias e serviços. Se isto é feito, com eficácia e dedicação, mas apenas numa parte, mesmo maioritária, da população, são os próprios mecanismos sociais que criam exclusão, desigualdade, injustiça.

Esta é a razão porque, por exemplo, os partidos de esquerda, que continuam a insistir nesses direitos de papel, acabam servindo o contrário do que afirmam. Enchem a boca com ideais de justiça social e apoio aos desfavorecidos, mas de facto defendem a classe média. As suas propostas dirigem-se não aos verdadeiros pobres, imigrantes, precários, excluídos, mas a sindicatos, funcionários, professores, médicos, etc., que são os seus reais eleitores.

Pior de tudo é a acção governamental, que depende directamente dos votos das corporações instaladas. Dominando a cobertura mediática e influência política, essas forças garantem direitos intocáveis. Para sobreviver nas sondagens e nas eleições, os ministros sabem que não podem confrontar os sectores e grupos profissionais que, mesmo favorecidos, são os primeiros a protestar à menor inconveniência. Não admira que os cortes caiam sempre sobre os silenciosos. O povo paga e cala.

Tudo isto sobreviveria disfarçado com crescimento económico. Mas no meio da recessão e emergência financeira, a injustiça explode em pleno dia. Os últimos meses manifestaram uma desigualdade social que Portugal há muito não sofria. Basta notar que no ano passado, em que o produto nacional caiu 2,7% e o desemprego subiu acima dos 10%, os salários reais aumentaram uns incríveis 5,2%, segundo o relatório do Banco de Portugal (quadro A.6.2., p. 214). Esta subida, a maior desde 1980, explica-se pelo ano eleitoral combinado com deflação. Além de brutal perda de competitividade, isto mostra como a crise foi excelente para os que mantiveram empregos seguros, enquanto desabava sobre desempregados, falidos, precários, mas também empresários e investidores.

Portugal costuma ser um país pacato, mas agora as injustiças estão a crescer. Como em épocas antigas, isso ameaça conflitos sérios que deixarão cicatrizes profundas. A justiça é cega mas tem a espada na mão.

João César das Neves

(Fonte: DN online)

Transformar os « corações de pedra » em « corações de carne » (Ez 36, 26)

O desenvolvimento tem necessidade de cristãos com os braços levantados para Deus em atitude de oração, cristãos movidos pela consciência de que o amor cheio de verdade — caritas in veritate –, do qual procede o desenvolvimento autêntico, não o produzimos nós, mas é-nos dado. Por isso, inclusive nos momentos mais difíceis e complexos, além de reagir conscientemente devemos sobretudo referir-nos ao seu amor. O desenvolvimento implica atenção à vida espiritual, uma séria consideração das experiências de confiança em Deus, de fraternidade espiritual em Cristo, de entrega à providência e à misericórdia divina, de amor e de perdão, de renúncia a si mesmo, de acolhimento do próximo, de justiça e de paz. Tudo isto é indispensável para transformar os « corações de pedra » em « corações de carne » (Ez 36, 26), para tornar « divina » e consequentemente mais digna do homem a vida sobre a terra. Tudo isto é do homem, porque o homem é sujeito da própria existência; e ao mesmo tempo é de Deus, porque Deus está no princípio e no fim de tudo aquilo que tem valor e redime: « quer o mundo, quer a vida, quer a morte, quer o presente, quer o futuro, tudo é vosso; mas vós sois de Cristo, e Cristo é de Deus » (1 Cor 3, 22-23). A ânsia do cristão é que toda a família humana possa invocar a Deus como o « Pai nosso ». Juntamente com o Filho unigénito, possam todos os homens aprender a rezar ao Pai e a pedir-Lhe, com as palavras que o próprio Jesus nos ensinou, para O saber santificar vivendo segundo a sua vontade, e depois ter o pão necessário para cada dia, a compreensão e a generosidade com quem nos ofendeu, não ser postos à prova além das suas forças e ver-se livres do mal (cf. Mt 6, 9-13).

No final do Ano Paulino, apraz-me formular os seguintes votos com palavras do Apóstolo tiradas da sua Carta aos Romanos: « Que a vossa caridade seja sincera, aborrecendo o mal e aderindo ao bem. Amai-vos uns aos outros com amor fraternal, adiantando-vos em honrar uns aos outros» (12, 9-10). Que a Virgem Maria, proclamada por Paulo VI Mater Ecclesiæ e honrada pelo povo cristão como Speculum Iustitiæ e Regina Pacis, nos proteja e obtenha, com a sua intercessão celeste, a força, a esperança e a alegria necessárias para continuarmos a dedicar-nos com generosidade ao compromisso de realizar o « desenvolvimento integral do homem todo e de todos os homens » [159].

Dado em Roma, junto de São Pedro, no dia 29 de Junho — Solenidade dos Santos Apóstolos Pedro e Paulo — do ano de 2009, quinto do meu Pontificado.

BENEDICTUS PP. XVI

[159] Paulo VI, Carta enc. Populorum progressio (26 de Março de 1967), 42: AAS 59 (1967), 278.

Caritas in veritate [79] – Bento XVI

Ave Maria de Anton Bruckner - Dresdner Kreuzchor

Piazza Navona - Roma

«Quando era jovem estudante de Teologia, fui para um país e para uma cidade cosmopolita, democrática e uma das coisas que me impressionava eram os comícios de extrema-esquerda na praça Navona - o ex-libris da cidade de Roma. Era uma autêntica liturgia laica, uma liturgia laico-messiânica, isto é, promissora de um novo futuro, um futuro radiante. Havia cânticos de entrada, havia as leituras sagradas dos autores sagrados Lenine, Mao Tsé Tung, Marx; havia a homilia dos oradores, havia a oração dos fiéis (embora de forma laica, naturalmente) a recordar os países pobres e revolucionários do mundo. Havia o ofertório, que era o peditório para as causas revolucionárias e havia o cântico de despedida. Uma autêntica liturgia das ideologias laicas promissoras, como dizia a canção, dos “Amanhãs que Cantam”. O slogan que mais expressava esta esperança messiânica do mundo novo, era : " Onde chegar Lenine, aí há-de chegar Jerusalém” - a nova Jerusalém, o paraíso. Isto em 1970. Saí de Roma em 77 e estive depois 19 anos sem lá voltar.

Quando completei 25 anos de sacerdócio, ofereci a mim mesmo uma prenda e fui então às origens, celebrar as bodas de prata sacerdotais, pois tinha sido ordenado em Roma. E vi uma paisagem completamente diferente. Na praça Navona, encontrei uma nova liturgia, que poderemos chamar místico - esotérica , do tipo "new age". Encontrei lá os videntes, os cartomantes, os quiromantes, os homens e mulheres dos horóscopos e, com a liturgia, uma mesa, os livros sagrados desta nova religiosidade, uma vela ou mais que uma vela e enfim os novos gurus que davam consulta, direcção espiritual, confissão... Vi um que estava a confessar outro. Aproximei-me e vi que, de facto, um estava a confessar-se, a contar a sua vida toda.

Vi os cartomantes que lêem tudo através das cartas; os quiromantes que lêem através das linhas da mão e os geomantes que, através das ondas e das vibrações da Terra, dos edifícios, fazem parte de uma consciência cósmica e a partir daí se adivinha ou se lê o futuro».

(Excerto Conferência proferida nas Jornadas Nacionais de Catequistas, Fátima, 15-XI-2003 - Fonte: “Pastoral Catequética”, nº 1, Jan-Abril 2005 – D. António Marto, ao tempo Bispo de Viseu, hoje Bispo de Leiria-Fátima)

O SACRAMENTO DA PENITÊNCIA (2)

2 – O Sacramento da Penitência


O texto/imagem bíblica que talvez melhor expresse em todas as suas vertentes este sacramento, e a sua importantíssima necessidade para cada cristão, é sem dúvida a Parábola do Filho Pródigo, que podemos ler no Evangelho de São Lucas 15,11-32


Aquele filho tinha tudo, nada lhe faltava, mas mesmo assim decidiu romper a sua relação com o pai e afastar-se dele.
Mesmo assim, o pai com nada lhe faltou, e viu-o partir.
O rompimento dessa relação de amor com o pai, levou-o a uma vida desregrada, a uma vida dissoluta, no fundo a uma vida de pecado.
Essa vida dissoluta, conduziu-o inevitavelmente aos vícios, que retiram a liberdade ao homem, e como tal são causa de intranquilidade, de provações, de desespero.
É isso que o pecado faz no homem, quando o homem nele se deixa cair e viver, aprisionando-o, retirando-lhe a alegria de viver, provocando-lhe ao longo do tempo, mais dor do que prazer.
Mas o filho reflecte, faz um “exame de consciência” e percebe que a vida que leva está errada, não tem sentido, e que só a relação com o pai lhe dá paz, lhe dá mais vida.
Arrependido parte à procura do pai para lhe pedir perdão pelos seus actos.
Mas o pai não fica extático á espera do pedido de perdão do filho. O pai vai também ao encontro do seu filho.
Podemos ver aqui, sem grande esforço a figura do sacerdote, que vai ao encontro daquele que se aproxima do Sacramento da Penitência.
O filho arrependido, já nada exige, a não ser fazer a vontade de seu pai, o que constitui sem dúvida a imagem do propósito de emenda.
Mas o perdão do pai é de tal modo, que lhe abre os braços e volta-o a tratar como o filho querido que sempre foi.
E ao recebê-lo novamente como filho, a liberdade daquele filho é restabelecida, porque a relação de amor verdadeiro é sempre assente na liberdade de cada um.
O perdão de Deus é tão infinito, que pelo Sacramento da Penitência, a reconciliação, a relação com Deus, é de imediato restabelecida em toda a sua dimensão de eterno amor.
Era assim necessário que aquele filho procurasse o pai arrependido, mas era também necessário que o pai viesse ao encontro do filho, para o perdoar e acolher.


A Igreja, sobretudo no Concílio de Trento, apresenta como fundamento principal da instituição do Sacramento da Penitência o texto bíblico do Evangelho de São João 20,22-23
«Em seguida, soprou sobre eles e disse-lhes: «Recebei o Espírito Santo. Àqueles a quem perdoardes os pecados, ficarão perdoados; àqueles a quem os retiverdes, ficarão retidos.»


O texto é tão claro, tão preciso, que parece, (e é sem dúvida), uma resposta àqueles que afirmam que o Sacramento da Penitência não é necessário, pois se “confessam” directamente a Deus.


Deus quis instituir este sacramento assim, servindo-se dos homens, porque Ele mesmo, na pessoa de Jesus Cristo, se quis encontrar com os homens, num contacto directo, através dos sinais e linguagens da condição humana, quis viver como nós e passar pelas mesmas condições que nós, excepto o pecado.


Como nos diz o Arcebispo Bruno Forte, numa Carta Pastoral à Igreja de Chieti-Vasto para o Advento de 2005, sobre O Sacramento da Penitência:
«Como Ele saiu de si mesmo por nosso amor e veio “tocar-nos” com a sua carne, assim nós somos chamados a sair de nós mesmos por seu amor e ir com humildade e fé ter com quem pode dar-nos o perdão em seu nome mediante a palavra e o gesto.
Somente a absolvição dos pecados, que o sacerdote nos dá no Sacramento, pode comunicar-nos a certeza interior de sermos verdadeiramente perdoados e acolhidos pelo Pai que está nos Céus, porque Cristo confiou ao ministério da Igreja o poder de ligar e desligar, de excluir e de admitir na comunidade da aliança. (cf Mt 18,17)»


Com efeito, como podemos nós aferir se determinado comportamento é pecado ou não, se verdadeiramente na nossa consciência temos dúvidas?
A nossa consciência é “moldável” perante tantas circunstâncias, que neste caso concreto da nossa relação com Deus, (ou do rompimento dessa relação da nossa parte), só com algo, ou alguém para além de nós, podemos aferir se aquilo que nos incomoda é realmente pecado, e sobretudo e também, podermos ouvir e perceber espiritualmente e fisicamente o perdão de Deus.
É curioso percebermos que, em tantas coisas da nossa vivência da Fé, pedimos sinais visíveis, palpáveis, e no entanto, em algo tão importante e imprescindível para a vivência dessa Fé, que é a nossa relação com Deus que dá sentido a essa Fé, queremos prescindir dos sinais visíveis e palpáveis que o próprio Deus nos concede.


Só na celebração do Sacramento da Penitência perante o sacerdote que nos ouve e connosco fala, o mesmo sacerdote nos pode ajudar a percebermos a dimensão total do nosso pecado, a necessidade do nosso arrependimento e nos conduzir, não só ao perdão de Deus, mas à consciência do perdão a nós mesmos e aos outros.
Muito mais ainda isto é verdade, se nos lembrarmos que a Igreja nos ensina que o sacerdote no Sacramento da Penitência é pessoa de Cristo, ou seja, nos estamos a confessar verdadeiramente a Jesus Cristo.


É importante percebermos que não é o sacerdote que nos concede o perdão dos nossos pecados, mas sim, pela autoridade de Cristo em que está investido, é o próprio Deus que nos perdoa.


Aliás, a confissão dos pecados, no Sacramento da Penitência, não dá origem a um “julgamento”, nem o sacerdote é um “juiz” que vai aferir do “tamanho” dos nossos pecados, mas apenas nos vai colocar perante a realidade das nossas faltas e ajudar-nos a compreender como é necessário, para além do perdão de Deus que nos leva à reconciliação com Ele, o perdão a nós próprios, porque tantas vezes ao falharmos, nos julgamos com demasiada severidade, o que por sua vez, nos conduz a uma vergonha interior que nos retira a paz.


Leva-nos também a perceber a necessidade de pedirmos perdão a quem ofendemos, e a perdoarmos a quem nos ofendeu, para que em nós seja uma realidade o que rezamos no Pai Nosso: «Perdoai-nos as nossas ofensas, assim como nós perdoamos».


Joaquim Mexia Alves em http://queeaverdade.blogspot.com/2011/09/o-sacramento-da-penitencia-2.html

S. Josemaría Escrivá nesta data em 1931

Em Madrid, realiza o seu trabalho pastoral entre os doentes dos bairros da periferia. Na foto uma nota com um encargo que para este dia lhe pedem as Damas do Patronato dos Doentes. “Foram muitas horas gastas naquele trabalho, mas tenho pena de que não tenham sido mais. E nos hospitais, e nas casas onde havia doentes, se se pode chamar casas àqueles tugúrios… Era gente desamparada e doente; alguns com uma doença que então era incurável, a tuberculose”.

(Fonte: site de S. Josemaría Escrivá http://www.pt.josemariaescriva.info/)

S. Vicente de Paulo

Nascido em Pouy, Dax, França em 24 de Abril de 1581.


Em 1600 é nomeado capelão da Rainha Margarida de Valois; dois anos mais tarde, é pároco de Clichy e, no ano seguinte, perceptor na célebre família "De Gondi".


1617 é o ano determinante da vida de S. Vicente: decide consagrar a sua vida ao serviço dos Pobres.


Em 1625 funda a Congregação da Missão para evangelizar o povo do campo, mas também para a formação do Clero.


Em 1633, com Luisa Marillac, funda a Filhas da Caridade.


S. Vicente foi "um plasmador de consciências, um sedutor de almas, um anunciador e um profeta da Caridade de Cristo, um verdadeiro homem de Deus".


Morreu em 27 de Setembro de 1660, mas o seu espírito continua vivo nas suas obras.


(Fonte: Evangelho Quotidiano)

Deus torna-Se visível em Jesus, Seu Filho bem-amado

São Clemente de Roma, Papa de cerca de 90 a 100
Carta aos Coríntios; oração universal (a partir da trad. de col. Icthus, vol. 2, p. 68)

Que o Artesão do Universo
conserve intacto na terra
o número dos Seus eleitos,
pelo seu Filho bem-amado, Jesus Cristo.

Por Ele nos chamou das trevas à luz
da ignorância ao conhecimento da glória do Seu nome.
Em Ti pomos a nossa esperança,
princípio de toda a criação.

Abriste os olhos do nosso coração,
a fim de Te reconhecessem,
a Ti, o único Altíssimo nos céus,
Santo que repousa entre os santos.

Tu abates a insolência dos soberbos,
alteras os cálculos das nações,
elevas os humildes e derrubas os poderosos,
Tu nos enriqueces e nos empobreces,
tomas e dás a vida.

Único benfeitor dos espíritos
e Deus de toda a carne,
perscrutas as profundezas,
vigias as obras dos homens,
és socorro nos perigos,
Salvador dos desesperados,
Criador e Guardião de todo o espírito vivente. [...]

Nós Te pedimos, ó Todo-Poderoso,
sê nosso auxílio e nosso defensor.
Salva os oprimidos,
tem piedade dos pequenos,
levanta os que caíram.
Mostra-Te aos que estão em necessidade,
cura os enfermos,
reconduz os que do Teu povo se perderam,
dá alimento aos que têm fome,
a liberdade aos prisioneiros;
corrige os fracos,
consola os pusilânimes;
e que todos os povos reconheçam,
que só Tu és Deus,
que Jesus Cristo é Teu Filho,
que somos o Teu povo, as ovelhas do Teu redil.