Obrigado, Perdão Ajuda-me

Obrigado, Perdão Ajuda-me
As minhas capacidades estão fortemente diminuídas com lapsos de memória e confusão mental. Esta é certamente a vontade do Senhor a Quem eu tudo ofereço. A vós que me leiam rogo orações por todos e por tudo o que eu amo. Bem-haja!

quarta-feira, 29 de janeiro de 2020

Para servir, servir

Tu também tens uma vocação profissional, que te "espicaça". Sim, esse "aguilhão" é o anzol de pescar homens. Retifica, portanto, a intenção, e não deixes de adquirir todo o prestígio profissional possível, em serviço de Deus e das almas. O Senhor conta também com isso. (Sulco, 491)

Assim, como lema para o vosso trabalho, posso indicar-vos este: para servir, servir. Porque para fazer as coisas, é necessário, em primeiro lugar, saber concluí-las. Não acredito na rectidão da intenção de quem não se esforça por conseguir a competência necessária para cumprir bem os trabalhos de que está encarregado. Não basta querer fazer o bem; é preciso saber fazê-lo. E, se queremos realmente, esse desejo traduzir-se-á no empenho por utilizar os meios adequados para fazer as coisas bem acabadas, com perfeição humana.

Além disso, esse serviço humano, essa capacidade a que poderíamos chamar técnica, saber realizar o nosso ofício, deve ter uma característica que foi fundamental no trabalho de S. José e que devia ser fundamental em todo o cristão: o espírito de serviço, o desejo de trabalhar para contribuir para o bem dos outros homens. O trabalho de S. José não foi um trabalho que visasse a auto-afirmação, embora a dedicação de uma vida laboriosa tenha forjado nele uma personalidade madura, bem delineada. O Santo Patriarca trabalhava com a consciência de cumprir a vontade de Deus, pensando no bem dos seus, Jesus e Maria, e tendo presente o bem de todos os habitantes da pequena Nazaré. (Cristo que passa, 50–51)

São Josemaría Escrivá

Deixar-se surpreender por um bom Pai

Nenhum de nós está aqui por acaso; Deus colocou-nos na terra para participar em algo grande, para colaborar com Ele na história da humanidade. Ninguém Lhe é indiferente. Para todos Deus tem uma missão

Quando contemplo os céus, obra das tuas mãos, a lua e as estrelas que lá colocaste, que é o homem para que te lembres dele, o filho do homem para dele te ocupares? (Sl 8,4-5). Estas palavras do salmista descrevem o grande espanto que nasce no coração quando a pessoa contempla a imensidão do universo e, ao mesmo tempo, descobre que, apesar da sua pequenez, é incondicionalmente amado por Deus como é, por si mesmo.

No entanto, às vezes podemos pensar que esta experiência de plenitude é admirável, bela, mas no fundo não acontece. Pensamos, e São Josemaria prevenia quanto a isso, que Deus está lá longe, onde brilham as estrelas, mas não está perto de nós que andamos submersos na voragem da vida, cheia de ocupações, projetos, coisas para fazer. De vez em quando vem a dúvida: tudo isto afinal para quê? Para que serve fazer isto ou aquilo? Para onde quero ir? O que é que eu procuro realmente? São alertas que aparecem na alma, que quer mais, e que com a ajuda do Espírito Santo nos abrem a grandes horizontes.

A juventude é um momento particularmente oportuno para fazer estas perguntas, pois esta etapa abre um leque amplo de possibilidades, grandes desafios e decisões que vão definir o rumo da existência. Nela está latente o desejo de aproveitar bem o tempo e de acertar no projeto pessoal de vida. É preciso, portanto, ter espaços e tempos de reflexão, de amadurecimento, de releitura do que foi vivido até ao momento, para redescobrir o presente – aquilo que cada um é – e projetar o futuro.

Nenhum de nós está aqui por acaso; Deus colocou-nos na terra para participar em algo grande, para colaborar com Ele na história da humanidade. Ninguém Lhe é indiferente. Para todos Deus tem uma missão.

Mas isso pode meter um pouco de medo, porque exige sair do imediato e da zona de conforto. Na mensagem de preparação da Jornada Mundial da Juventude destes dias no Panamá, o Papa Francisco dizia aos jovens: “Convido-vos, todos, a olhar dentro de vós próprios e a «dar um nome» aos vossos medos (…) Perguntai-vos: hoje, na situação concreta que estou a viver, o que é que me angustia, o que é que mais temo? Porque é que não tenho a coragem de abraçar as decisões importantes que deveria tomar?” E depois dava ânimo: “o medo nunca deve ter a última palavra, mas ser ocasião para realizar um ato de fé em Deus… e também na vida. Isto significa acreditar na bondade fundamental da existência que Deus nos deu, confiar que Ele conduz a um fim bom mesmo através de circunstâncias e vicissitudes muitas vezes misteriosas para nós”.

Detrás das grandes questões, Deus quer abrir-nos um panorama de grandeza e beleza, que talvez esteja escondido aos nossos olhos. É necessário confiar n’Ele e dar um passo para ir ao seu encontro, e superar o medo de pensar que, dessa maneira, vamos perder muitas coisas boas na vida. A sua capacidade de nos surpreender é muito maior do que qualquer uma das nossas expectativas.

“As propostas de Deus para nós, como a que fez a Maria, não são para matar sonhos, mas para acender desejos; para fazer com que a nossa vida dê fruto, faça abrir muitos sorrisos e alegre muitos corações”, afirmou também o Papa na video-mensagem sobre a Jornada Mundial da Juventude, considerando o exemplo da Virgem Maria, que com seu generoso “sim” a Deus, mudou para sempre o curso da história.

Fernando Ocáriz, Prelado do Opus Dei in Obervador 29/01/2019 seleção foto do blogue

Surrealismo

Pintura surrealista de Vladimir Kush
Muitos meios de comunicação social têm dificuldade em perceber a Igreja, porque parece que ela não fala do dia-a-dia real. Faz lembrar aqueles artistas dos anos 20 que rejeitavam a chamada «ditadura da razão» e lhe contrapunham o sonho, a falta de lógica. A inconsistência dos surrealistas dos anos 20 gerava momentos de humor e, realmente, nada daquilo era para ser levado a sério ainda que, frequentemente, fosse muito divertido.

Relógio a derreter - Salvador Dalí
Hoje em dia, muitos jornalistas estão convencidos de que a Igreja também vive numa nuvem de sonhos, irrealista, «acima da realidade», como proclamavam os surrealistas com o seu humor muito especial. O discurso da Igreja tem alguma coisa a ver com os problemas do mundo em que vivemos?

No meio de tantas convulsões, o Papa Francisco está focado no sacramento da Confissão!

Das primeiras vezes, as pessoas estranharam. Com a insistência, muitos estão perplexos. Neste momento, os jornalistas já não sabem se devem dar a notícia ou se é a brincar.

Na Carta Apostólica com que encerrou o Ano da Misericórdia, o Papa Francisco estabelece que «o sacramento da Reconciliação precisa de voltar a ter o seu lugar central na vida cristã». Em cada parágrafo, aparece uma referência a este «caminho que somos chamados a percorrer». «A misericórdia constitui a própria existência da Igreja. Tudo se revela na misericórdia; tudo se compendia no amor misericordioso do Pai». «O perdão é o sinal mais visível do amor do Pai, que Jesus quis revelar em toda a sua vida». «Nada que um pecador arrependido coloque diante da misericórdia de Deus pode ficar sem o abraço do seu perdão». «Agora, concluído este Jubileu, é tempo de olhar para diante e compreender como se pode continuar, com fidelidade, alegria e entusiasmo, a experimentar a riqueza da misericórdia divina». «Não limitemos a força renovadora da misericórdia; não entristeçamos o Espírito». «Mantenhamos o coração aberto à confiança de ser amados por Deus. O seu amor sempre nos precede, acompanha e permanece connosco, não obstante o nosso pecado». «O sacramento da Reconciliação é o momento em que sentimos o abraço do Pai, que vem ao nosso encontro para nos restituir a graça de voltarmos a ser seus filhos».

«Recebi muitos testemunhos de alegria pelo renovado encontro com o Senhor no sacramento da Confissão. Não percamos a oportunidade de viver a fé, inclusive como experiência da reconciliação. “Reconciliai-vos com Deus”: é o convite que ainda hoje dirige o Apóstolo a cada crente».

Nesta carta e nas homílias do Santo Padre, vejam-se as da última semana, há um apelo muito forte aos padres para que dediquem horas ao confessionário: «Aos sacerdotes, renovo o convite para se prepararem com grande cuidado para o ministério da Confissão, que é uma verdadeira missão sacerdotal». «O sacramento da Reconciliação precisa de voltar a ter o seu lugar central na vida cristã; para isso requerem-se sacerdotes que ponham a sua vida ao serviço do “ministério da reconciliação”». «Agradeço-vos vivamente (...) e peço-vos para serdes acolhedores com todos, testemunhas da ternura paterna não obstante a gravidade do pecado, solícitos em ajudar a reflectir sobre o mal cometido, claros ao apresentar os princípios morais, disponíveis para acompanhar os fiéis no caminho penitencial (...), generosos na concessão do perdão de Deus». «Nós, confessores, temos experiência de muitas conversões que ocorrem diante dos nossos olhos. Sintamos, portanto, a responsabilidade de gestos e palavras que possam chegar ao fundo do coração do penitente».

Seria impossível enunciar todas as vezes em que o Papa pede aos católicos para se confessarem e aos padres para estarem disponíveis.

Que Deus continua a ser o mais importante parece tão fora da realidade que os próprios católicos se surpreendem. Não admira que muitos jornais não saibam informar sobre um discurso tão surrealista. Resta saber se os católicos também olham para o Papa como se fosse um surrealista.

José Maria C.S. André
29-I-2017
Spe Deus

Autoridade

“A autoridade divina não é uma força da natureza. É o poder do amor de Deus que cria o universo e, incarnando-se no Filho Unigénito, descendo na nossa humanidade, purifica e restabelece o mundo corrompido pelo pecado”.
(…)
“Muitas vezes, para o homem, autoridade significa posse, poder, domínio, sucesso. Para Deus, pelo contrário, autoridade significa serviço, humildade, amor; significa entrar na lógica de Jesus que se inclina a lavar os pés dos discípulos, que procura o verdadeiro bem do homem, que cura as feridas, que é capaz de um amor tão grande (ao ponto) de dar a vida, porque é o Amor”

(Bento XVI – Angelus de 29.01.2012)

São José Freinademetz †1908

Giuseppe (José) Freinademetz nasceu a 15 de Abril de 1852, em Oies, um povoado de cinco casas entre os Alpes dolomitas do norte da Itália. Baptizado no mesmo dia do nascimento, herdou da família uma fé simples, porém tenaz e uma grande capacidade de trabalho.

Quando ainda cursava seus estudos teológicos, começou a pensar seriamente nas "missões estrangeiras" como uma possibilidade para a sua vida. Ordenado sacerdote em 25 de Julho de 1875, foi destinado à comunidade de São Martino di Badia, bem perto de sua terra natal, onde logo conquistou o coração de seus conterrâneos. Entretanto, a inquietação missionária não o havia abandonado. Apenas dois anos depois de sua ordenação, pôs-se em contacto com padre Arnaldo Janssen, fundador da casa missionária que logo se converteria oficialmente na "Sociedade do Verbo Divino".

Em 2 de Março de 1879 recebeu a cruz missionária e partiu rumo à China, junto com outro missionário verbita, padre João Batista Anzer. Foram anos duros, marcados por viagens longas e difíceis, sujeitas a assaltos de bandoleiros, e por árduo trabalho para formar as primeiras comunidades cristãs. Assim que conseguia formar uma comunidade, chegava a ordem do bispo para deixar tudo e recomeçar em outro lugar.

Toda sua vida esteve marcada pelo esforço de fazer-se chinês entre os chineses, a ponto de escrever aos seus familiares: "Amo a China e aos chineses; entre eles quero morrer, entre eles quero ser sepultado".

Cada vez que o bispo tinha que viajar fora da China, Freinademetz devia assumir a administração da diocese. No final de 1907, enquanto administrava a diocese pela sexta vez, surgiu uma epidemia de tifo. José, como bom pastor, prestou assistência incansável aos enfermos, até que ele próprio contraiu a doença. Voltou imediatamente a Taikia, sede da diocese, onde morreu em 28 de Janeiro de 1908. Ali mesmo o sepultaram, sob a décima segunda estação da Via Sacra do cemitério e a sua tumba logo se transformou em um ponto de referência e peregrinação para os cristãos.

Freinademetz soube descobrir e amar profundamente a grandeza da cultura do povo ao qual havia sido enviado. Dedicou sua vida a anunciar o Evangelho, mensagem do amor de Deus à humanidade e a encarnar esse amor na comunhão das comunidades cristãs chinesas. Entusiasmou muitos chineses para que fossem missionários de seus compatriotas como catequistas, religiosos, religiosas e sacerdotes. Sua vida inteira foi expressão do que foi seu lema: "O idioma que todos entendem é o amor".

(Fonte: Evangelho Quotidiano)