Obrigado, Perdão Ajuda-me

Obrigado, Perdão Ajuda-me
As minhas capacidades estão fortemente diminuídas com lapsos de memória e confusão mental. Esta é certamente a vontade do Senhor a Quem eu tudo ofereço. A vós que me leiam rogo orações por todos e por tudo o que eu amo. Bem-haja!

terça-feira, 14 de julho de 2020

Que bonito ser jogral de Deus!

Em certa altura, alguém me disse: – Padre, mas se eu me encontro cansado e frio; se, quando rezo ou cumpro outra norma de piedade, me parece que estou a fazer teatro... A esse amigo e a ti, se te encontrares na mesma situação, respondo: – Teatro? Grande coisa, meu filho! Faz teatro! O Senhor é o teu espectador!: o Pai, o Filho, o Espírito Santo; a Santíssima Trindade estará a contemplar-nos, naqueles momentos em que "fazemos teatro". Actuar assim diante de Deus, por amor, para lhe agradar, quando se vive a contragosto, que bonito! Ser jogral de Deus! Que maravilhoso é esse recital realizado por Amor, com sacrifício, sem nenhuma satisfação pessoal, para dar gosto a Nosso Senhor! Isso sim que é viver de Amor. (Forja, 485)

Lê-se na Escritura: Iudens in orbe terrarum, que Ele brinca em toda a superfície da terra. Mas Deus não nos abandona, porque imediatamente acrescenta: deliciæ meæ esse cum filiis hominum, a minha delícia é estar com os filhos dos homens. O Senhor brinca connosco. E quando nos parecer que estamos a representar uma comédia, por nos sentirmos gelados e apáticos, quando estivermos aborrecidos e sem vontade de fazer nada, quando nos custar cumprir o nosso dever e alcançar as metas espirituais que nos tínhamos proposto, é altura de pensar que Deus brinca connosco e espera então que saibamos representar a nossa comédia com galhardia.

Não me importo de vos contar que, em algumas ocasiões, o Senhor me concedeu muitas graças, mas que geralmente vou a contrapelo. Prossigo o meu plano de vida, não porque me agrade, mas porque devo fazê-lo por Amor. Mas, Padre, pode-se representar uma comédia diante de Deus? Não será uma hipocrisia? Não te inquietes, pois chegou para ti o momento de entrares numa comédia humana que tem um espectador divino. Persevera, pois o Pai, o Filho e o Espírito Santo assistem a essa tua comédia. Faz tudo por amor de Deus, para lhe agradar, mesmo que te custe.

Que bonito é ser jogral de Deus! Como é belo representar essa comédia por Amor, com sacrifício, sem nenhuma satisfação pessoal, para agradar ao nosso Pai Deus, que brinca connosco! Põe-te diante do Senhor e diz-lhe confiadamente: não me apetece nada fazer isto, mas oferecê-lo-ei por Ti. E ocupa-te a sério desse trabalho, ainda que penses que é uma comédia. Abençoada comédia! (Amigos de Deus, 152)

São Josemaría Escrivá

A santidade tem truque

Algumas pessoas pensam que a santidade não tem truque, que é inteiro mérito de um super-homem, ou de uma super-mulher. Aparentemente, ser santo implicaria aguentar a dor, como um faquir, controlar o medo como um domador de leões, vencer o cansaço como um atleta da maratona e, talvez, somar a estas proezas a eloquência dos políticos. Tudo isto sem truque.

A Igreja tem uma perspectiva diferente da santidade, a tal ponto que só canoniza alguém quando a intervenção de Deus é manifesta, através de um milagre. A pessoa pode ter realizado com mérito um milhão de proezas, mas isso não chega. Se foi tudo mérito seu, não chega, a santidade genuína tem de ser mérito de Deus. Bento XVI dizia que «o papel do santo é deixar Deus actuar».

Mural de D. Oscar Romero a ser canonizado pelo Papa Francisco a 14 de outubro deste ano
É esta a conclusão que se tira das recentes notícias de beatificações e canonizações. Em todas elas aparece, como elemento decisivo, um milagre ocorrido depois de a pessoa morrer, isto é, quando já nada dependia dela. Escrutinada minuciosamente a biografia, o processo fica pendente enquanto não ficar clara a marca de Deus naquela vida. Como tem sido declarado várias vezes pela Santa Sé, a canonização não exige que a pessoa não tenha cometido erros e pecados, mas que tenha deixado Deus actuar na sua vida. A própria inquirição biográfica tem esse objectivo.

O Papa diz que todos poderíamos ser santos e deveríamos ser santos. Há poucos dias, por exemplo, mandou publicar os decretos relativos às virtudes heróicas de Carlo Acutis, Alexia González-Barros, que morreram tão novos que não tiveram oportunidade de realizar feitos notáveis. Carlo morreu com 15 anos, Alexia com 14. Não interessa a notoriedade.

Carte de D. Álvaro del Portillo, bispo e prelado
do Opus Dei agradecendo-lhe as felicitações re-
cebidas por ocasião do 50º aniversário da Obra
Entre os que vão ser canonizados depois do Verão, conta-se o Arcebispo Óscar Romero, de S. Salvador, assassinado enquanto celebrava a Missa num hospital. Passados poucos anos, o Papa João Paulo II nomeou Arcebispo de S. Salvador um padre do Opus Dei que tinha sido o confessor e director espiritual de D. Óscar Romero – sabe-se isso porque o próprio D. Óscar o disse e escreveu. A nomeação deste sucessor acabou por ser importante no arranque do processo de canonização de D. Óscar Romero, porque naquela época alguns confundiam a justiça cristã com a revolução comunista. Com todo o trabalho de reconstrução biográfica, hoje é fácil de reconhecer a simplicidade e virtude daquele homem de Deus, apaixonado da Eucaristia e dos sacramentos, fidelíssimo à doutrina da Igreja, incansável no esforço de ajudar todos e chegar a todos.

No entanto, depois de todo este trabalho, para se chegar à canonização, o Papa quis que Deus interviesse com um milagre.

Imagem: ©elsavador.com
Em Agosto de 2015, Cecilia estava à espera do terceiro filho. De repente, sentiu dores intensas. O marido levou-a ao hospital e o caso precipitou-se. Tensão muito elevada, perda de visão... os médicos resolveram antecipar o parto, mas a saúde de Cecilia piorou. Diagnosticou-se-lhe a síndrome de Hellp, uma doença gravíssima e rara. A solução foi induzir o coma, à espera que o corpo reagisse, ao mesmo tempo que se faziam diálises para apoiar os rins, que tinham deixado de funcionar. O marido, Alejandro, fez o que costumavam fazer na família: rezava. Na verdade, embora fossem salvadorenhos, não tinham prestado atenção a D. Óscar Romero, talvez porque não o tenham conhecido pessoalmente, mas a devoção da avó de Alejandro decidiu a família a pedir a Deus que curasse a Cecilia por intercessão de D. Óscar. Poucos dias depois, os parâmetros vitais de Cecilia regularizaram-se, ela saiu do coma e teve alta do hospital. Desde então, nem a mãe nem o filho tiveram mais sinais da doença, que costuma ter consequências muito graves quer para a mãe quer para o filho.   

Percebeu-se que Deus mostrava à Igreja que queria que D. Óscar fosse canonizado, o que vai acontecer no final do Verão, juntamente com o Papa Paulo VI e outros santos.
José Maria C.S. André
14-VII-2018
Spe Deus

New Age

A reedição de religiões e cultos pré-cristãos, que hoje se procura fazer com frequência, tem muitas explicações. Se não existe a verdade comum, vigente precisamente porque é verdadeira, o cristianismo passa a ser somente algo importado de fora, um imperialismo espiritual que se deve sacudir com não menos força que o político. Se os sacramentos não proporcionam o contacto com o Deus vivo de todos os homens, então não são mais que rituais vazios que não nos dizem nada nem nos dão nada, e, quando muito, nos permitiriam perceber o mistério que reina em todas as religiões. [...]

Mas, sobretudo, se a "sóbria embriaguez" do mistério cristão não nos consegue embriagar de Deus, então é preciso recorrer à embriaguez real de êxtases forçados, cuja paixão nos arrebata e nos converte - ao menos por uns instantes - em "deuses", e nos permite perceber por alguns momentos o prazer do infinito e esquecer a miséria do finito.

(Cardeal Joseph Ratzinger in Conferência no encontro de presidentes de comissões episcopais da América Latina para a doutrina da fé, Guadalajara - México, nov. 1996)

Ler a Bíblia enriquecendo o espírito

Bento XVI sugeriu aos católicos na Audiência de 3 de agosto de 2011 que façam uma leitura continuada da Bíblia durante as férias, desde os livros mais pequenos, como os de Tobias, Ester ou Rute, às “obras-primas” como Job, Qohélet ou Cântico dos Cânticos.

Tenham à mão, durante o período estival ou nos momentos de pausa, a Santa Bíblia, para a apreciar de uma maneira nova, lendo de seguida alguns dos seus livros, os menos conhecidos e também aqueles mais notórios, como os Evangelhos.

Muitos cristãos deixaram de ler a Bíblia e têm dela um conhecimento muito limitado e superficial, faço votos que uma leitura continuada do texto sagrado para os cristãos possa tornar-se num enriquecimento cultural e nutriente do espírito, capaz de alimentar o conhecimento de Deus e o diálogo com Ele, a oração.

São Camilo de Lellis, presbítero, fundador, †1614

São Camilo de Léllis, nasceu em Bucchiánico de Chieti. O seu pai era marquês, homem de armas e dele herdou a coragem e a espada. Ficou muitas vezes internado no hospital de São Thiago em Roma, buscando tratamento para um tumor; pagava a diária do hospital trabalhando como servente, pois o vício do jogo fê-lo perder todo o dinheiro que tinha. Colocou-se então ao serviço dos capuchinhos e, nesse período, teve a graça da conversão e decidiu mudar de vida.

Ficou então como ajudante no hospital, servindo principalmente aos doentes mais repugnantes. Ausentava-se apenas nos domingos de folga, que passava ao lado de São Felipe Néri, pelo qual foi influenciado na determinação da obra que estava para empreender.

Foi no final do Ano Santo de 1575, quando os poucos hospitais romanos se mostravam insuficientes para atender todos os peregrinos necessitados de assistência que São Camilo de Léllis fundou a Congregação dos Ministros, ou seja, servidores dos enfermos que deveriam cuidar espiritualmente e corporalmente dos doentes. Passado dois anos, São Camilo foi ordenado sacerdote e continuou dirigindo os seus religiosos durante mais vinte anos. Aua dedicação aos doentes era tanta, que sempre repetia quando alguém queria tirá-lo do leito dos enfermos: "Estou ocupado com nosso Senhor Jesus Cristo."

São Camilo de Léllis morreu no dia 14 de Julho do ano 1614 e foi canonizado em 1746. Em 1886, foi declarado patrono dos enfermos e dos hospitais.

(Fonte: Evangelho Quotidiano)