Obrigado, Perdão Ajuda-me

Obrigado, Perdão Ajuda-me
As minhas capacidades estão fortemente diminuídas com lapsos de memória e confusão mental. Esta é certamente a vontade do Senhor a Quem eu tudo ofereço. A vós que me leiam rogo orações por todos e por tudo o que eu amo. Bem-haja!

terça-feira, 21 de janeiro de 2020

Estás triste, meu filho?

Nunca desanimes, se és apóstolo. – Não há contradição que não possas superar. – Porque estás triste? (Caminho, 660)

A verdadeira virtude não é triste nem antipática, mas amavelmente alegre. (Caminho, 657)

Se as coisas correm bem, alegremo-nos, bendizendo a Deus que dá o incremento. – Correm mal? – Alegremo-nos, bendizendo a Deus que nos fez participar da sua doce Cruz. (Caminho, 658)

Para dar remédio à tua tristeza, pedes-me um conselho. – Vou dar-te uma receita que vem de boa mão – do apóstolo Tiago: – "Tristatur aliquis vestrum?" estás triste, meu filho? – "Oret!" Faz oração! – Experimenta e verás. (Caminho, 663)

Não estejas triste. – Tem uma visão mais... "nossa" – mais cristã – das coisas. (Caminho, 664)

"Laetetur cor quaerentium Dominum"– Alegre-se o coração dos que procuram o Senhor. – Luz, para investigares o motivo da tua tristeza. (Caminho, 666)

São Josemaría Escrivá

A mística do oxalá

Sempre que começa um novo ano, fazem-se propósitos e desejam-se as maiores felicidades aos familiares e amigos. Decerto, nada de mal há nesse costume social, que pode ser entendido de forma cristã, na medida em que um novo ano é sempre, um ano da graça do Senhor (Lc 4, 19).

O mesmo já não se pode dizer de certas práticas ligadas à passagem de ano: crer que a qualidade do novo tempo depende dos astros, do horóscopo, de umas quantas passas comidas à pressa, enquanto tocam as doze badaladas que assinalam a transição de ano é, certamente, uma absurda superstição. Também se incorre numa atitude irracional quando se espera que um novo ano seja melhor do que o anterior, só porque é outro. É curioso que essa convicção, que é tão comum em relação à passagem de ano, não o seja em relação à sucessão dos meses, das semanas ou dos dias. Ninguém espera que Fevereiro seja melhor do que Janeiro, nem Março melhor do que Fevereiro e, contudo, a mudança é a mesma que ocorre, todos os anos, entre o último dia de Dezembro e o primeiro de Janeiro. Então, porquê esta esperança de que o novo ano realize as expectativas que não esperamos dos meses que hão-de vir se, precisamente, o novo ano mais não é do que uma sucessão de meses?! Na realidade, a magia do ano novo reside na suposição de que, porque é diferente, a nossa vida também o será. Seria ilusório pensá-lo em relação a um dia apenas, uma só semana ou, até, um mês. Mas o ano, na sucessão de doze meses de aproximadamente trinta dias de vinte e quatro horas diárias, parece ser um tempo possível para que aconteça o que, a nível pessoal, familiar ou profissional, mais desejamos. Também essa suposição é, afinal, uma superstição. Pode ser até pior: uma alienação, que nos desculpa de não fazer o que devemos para que esses propósitos se realizem. Se acredito que é meu fado que alguma coisa aconteça, nada farei, porque o destino se encarregará de realizar o que, como dizem os fatalistas, tiver que ser! Esta atitude de fé no destino não é cristã, porque esquece que o ser humano está chamado a ser, com a graça de Deus mas também pela sua acção e palavra, autêntico protagonista da sua existência, da vida da Igreja e do mundo. Não somos meros espectadores do que acontece, em nós e nos outros, mas responsáveis pelo que somos e fazemos, como também pela família a que pertencemos, pela nossa comunidade eclesial e pelo nosso país. Não faltam cristãos que se refugiam no que alguém designou de forma curiosa: a mística do oxalá. Com esta curiosa expressão, aludia à atitude dos fiéis que se demitem das suas responsabilidades pessoais, familiares, sociais e eclesiais, por razão de um comodismo egoísta, disfarçado de destino. Oxalá fosse novo, dizem os velhos; oxalá fosse solteiro, dizem os casados; oxalá fosse padre, dizem os leigos; oxalá fosse saudável, dizem os doentes; oxalá fosse rico, dizem os pobres; oxalá tivesse trabalho, dizem os desempregados e reformados, etc. Com certeza que, nesta vida, nunca estamos numa situação ideal, porque há sempre algum aspecto susceptível de melhora. Mas, em vez de nos entretermos com inúteis queixumes sobre o que poderia ser a nossa vida e, pela certa, nunca será, devemos pensar o que é que podemos e devemos fazer, aqui e agora, para que a nossa vida seja mais autenticamente cristã, a nossa família seja mais feliz, a nossa empresa seja mais produtiva, a nossa paróquia mais acolhedora, a nossa acção social mais abrangente. Na verdade, neste novo ano de 2019, há uma apaixonante missão a cumprir pelos novos e pelos velhos, pelos solteiros e pelos casados, pelos padres e pelos leigos, pelos sãos e pelos doentes, pelos ricos e pelos pobres, pelos trabalhadores e pelos desempregados e reformados! Todos somos precisos para a missão, porque ninguém está dispensado de ser e fazer a Igreja que somos em Cristo Nosso Senhor. Oxalá este ano 2019 não seja apenas uma continuação de 2018, por muito bom que este tenha sido, como certamente foi. Este novo ano tem que ser melhor, não porque as circunstâncias são outras, ou porque a conjuntura é agora mais favorável, ou por qualquer outra razão exterior. Não são as coisas boas que fazem bons os anos, mas as boas pessoas: se cada um de nós melhorar um pouco na sua relação com Deus e com os outros, na sua família, no seu trabalho e na sua participação na estrutura eclesial, nós seremos melhores, melhor será a nossa família, melhor será o nosso ambiente de trabalho e a nossa comunidade cristã. Não teremos mudado o mundo, mas o mundo terá ficado um pouco melhor, à conta da nossa melhoria pessoal, familiar, profissional e eclesial. E, então sim, este novo ano será mesmo um ano novo!

Pe. Gonçalo Portocarrero de Almada in Voz da Verdade

Novos caminhos...

«No mundo grego, paideia é a palavra que melhor corresponde ao nosso conceito de cultura – educação, em seu sentido mais elevado, pois leva os homens a serem verdadeiramente humanos.

Os latinos exprimiram a mesma coisa com a palavra erudito; o homem é arrancado à ‘rudeza’, para ser formado como verdadeiro ser humano. Neste sentido, o Evangelho é por natureza paideia – cultura, contanto que, nesta educação da pessoa humana o Evangelho se una a todas as forças que se propõem modelar o ser humano como comunitário».

«…, é eloquente a narração de São Cipriano de Cartago (†258) deixou da sua conversão à fé cristã. Conta-nos ele que, antes da sua conversão e baptismo, não era capaz de imaginar como seria possível viver como cristão e suplantar os costumes do seu tempo.

Não deixa, a esse respeito, de fornecer uma descrição drástica de tais costumes, que faz lembrar as Sátiras de Juvenal, ao mesmo tempo que também nos leva a pensar no contexto em que os jovens de hoje têm de viver. Será possível ser cristão? Não será esta uma forma de vida ultrapassada? Quantos se desta maneira! – e, realmente, sob o ponto de vista puramente humano, até têm razão. Porém, conforme refere Cipriano, o impossível tornou-se possível pela graça de Deus e pelo Sacramento do novo nascimento, o qual, naturalmente, está concebido em função da situação concreta em que o mesmo se pode tornar eficaz, designadamente, no comum caminhar dos crentes, os quais, desse modo, aplanam um rumo de vida alternativo e manifestam-no como possível».

(Joseph Ratzinger - Intervenção numa reunião da Conferência Episcopal Italiana sob o tema “Novos caminhos da evangelização no terceiro milénio” em 10/XI/2002)

SÃO PÚBLIO (Santo de Malta)

Cura do Pai de S. Públio por S. Paulo
Nascimento:  c. 33 d.c. em Malta
Morte:       c. 125 d.c. em Atenas, Grécia
Festa litúrgica:    21 Janeiro

São Públio (em maltês San Publju) é considerado como o primeiro bispo de Malta. Ele era tido como o "homem principal da ilha" e a sua conversão fez de Malta a primeira nação cristã no ocidente e uma das primeiras do mundo.

Foi martirizado por volta de 125 d.C., durante a perseguição aos cristãos do imperador romano Adriano.

O seu pai terá hospedado e sido curado por São Paulo quando do seu naufrágio em Malta.

«Estando já salvos, soubemos então que a ilha se chamava Malta.

Os indígenas trataram-nos com muita humanidade, porque, acendendo uma fogueira, acolheram-nos a todos por causa da chuva que caía e por causa do frio.

Tendo Paulo ajuntado e posto sobre a fogueira um feixe de gravetos, uma víbora, fugindo por causa do calor, mordeu-lhe a mão.

Quando os indígenas viram o réptil pendente da mão de Paulo, diziam uns para os outros: Certamente este homem é homicida, pois embora salvo do mar, a Justiça não o deixou viver.

Porém ele, sacudindo o réptil no fogo, não sofreu mal algum; mas eles esperavam que ele viesse a inchar ou a cair morto de repente. Porém tendo esperado muito tempo e vendo que nada de anormal lhe sucedia, mudando de parecer, diziam que ele era um deus.

Na vizinhança daquele lugar havia algumas terras pertencentes ao homem principal da ilha, chamado Públio, o qual nos recebeu e hospedou com muita bondade por três dias.

Estando doente de cama com febre e disenteria o pai de Públio, Paulo foi visitá-lo e, tendo feito oração, impôs-lhe as mãos e o curou.» [i]


[i] Act. XXVII, 1-13

António Mexia Alves

O mundo, templo de oração

«É possível, mesmo no mercado ou durante um passeio solitário, fazer oração frequente e fervorosa; sentados na vossa loja, a tratar de compras e vendas, até mesmo a cozinhar»

(São João Crisóstomo, De Anna, sermo 4, 6)

Santa Inês - virgem e mártir †304

"Quem não carrega a sua cruz e não vem após mim, não pode ser meu discípulo" Lc 14,27

A Igreja venera hoje uma santa muito conhecida e amada: Santa Inês.

Ela é, sem dúvida, a mais famosa de todas as virgens e mártires dos primeiros tempos do cristianismo. Viveu por volta de 304-306. Sua lembrança e seu culto nunca foram interrompidos.

Na idade de treze anos, recebeu uma proposta de casamento por parte do filho do prefeito de Roma, apaixonado pela sua beleza. Inês pertencia à nobreza romana. Mas era, acima de tudo, cristã. E queria dar a Cristo todos os seus dons, juntamente com a vida.

Conta a história que, por vingança, ela foi condenada à fogueira. E o povo acrescenta que o fogo não tocou nem mesmo os seus longos e belos cabelos. Decidiram então os algozes decepar-lhe a cabeça. Só então ela morreu. Ou melhor, não morreu, mas passou definitivamente para a verdadeira Vida, com Cristo, no Reino do Pai.

O Papa São Dâmaso escreveu sobre Santa Inês, exaltando-lhe as virtudes e propondo-a como modelo para as jovens cristãs de todos tempos.

O Evangelho, bem o sabemos, leva os jovens a fazerem a sua grande opção. Tudo receberam de Deus! Tudo a Deus podem dar!

(Fonte: Evangelho Quotidiano)