Carta a Diogneto (c. 200)
§§ 11-12
O Pai enviou o Verbo, a Sua Palavra, para O manifestar ao mundo. Ele foi desprezado pelos Seus próximos mas, através da pregação dos apóstolos, as nações pagãs creram n'Ele. Ele já era desde o início (cf Jo 1,1), mas manifestou-Se na novidade e os Seus discípulos reconheceram n'Ele a ancestralidade. Ele renasce todos os dias no coração dos santos; e é proclamado Filho num eterno hoje (cf Sl 2,7).
Por Ele a Igreja enriquece-se com uma graça que desabrocha e cresce nos santos: ela confere-lhes a inteligência espiritual, desvela-lhes os mistérios sagrados e fá-los compreender os sinais dos tempos. A Igreja alegra-se por causa dos crentes; e oferece-se a todos os que a procuram respeitando os compromissos da fé e os marcos colocados pelos nossos Pais. A partir de agora, o temor da Lei inspira cânticos de louvor, a graça anunciada pelos profetas é reconhecida, a fé no Evangelho reafirma-se, a tradição dos apóstolos permanece intacta e a graça da Igreja fá-la dançar de alegria.
Se não bloqueares essa graça, conhecerás os segredos que o Verbo revela por quem Ele quiser e quando Lhe aprouver. [...] Aproximai-vos, portanto, e escutai com atenção; então sabereis tudo o que Deus confia àqueles que O amam verdadeiramente. Eles tornam-se num jardim de delícias; neles crescerá uma árvore fecunda, de seiva vigorosa, e serão cumulados com os mais ricos frutos. Esse é o verdadeiro terreno onde foi plantada a árvore do conhecimento e a árvore da vida (cf Gn 2,9). [...] Por isso, que o teu coração se faça inteiramente conhecimento e que o Verbo da verdade Se torne a tua vida. Se essa árvore crescer em ti e se desejares ardentemente o seu fruto, recolherás sempre os melhores dons de Deus.