Na tarde desta quinta-feira na Basílica de São Pedro Bento XVI presidiu a uma Missa no quarto aniversário da morte de João Paulo II.
Na celebração participou um grande numero de jovens sobretudo da Diocese de Roma, em preparação do Dia Mundial da Juventude do próximo Domingo.
Começando por recordar que há precisamente quatro anos, o seu “amado predecessor, o Servo de Deus João Paulo II, concluía a sua peregrinação terrena, após um longo período de grande sofrimento, Bento XVI declarou celebrar esta “Santa Eucaristia em sufrágio pela sua alma, ao mesmo tempo que damos graças ao Senhor por no-lo tê-lo dado à Igreja, por tantos anos, como zeloso e generoso Pastor”.
Comentando o Evangelho deste dia da Quaresma, do capítulo oitavo de São João, Bento XVI sublinhou que Jesus pouco antes se apresentara como “luz do mundo”, usando repetidamente a expressão “Eu sou”, que evocava em sentido forte o Nome de Deus revelado a Moisés. Aqui, “sem meios termos, declara a sua pré-existência (e, portanto, a sua superioridade) a respeito de Abraão, suscitando - compreensivelmente - a reacção escandalizada dos Judeus”.
“Mas Jesus não pode silenciar a sua identidade. Ele sabe que, ao fim, será o próprio Pai a assegurar-lhe razão, glorificando-o com a morte e a ressurreição, porque precisamente quando será elevado na cruz se revelará como o Filho unigénito de Deus”.
Meditando sobre esta página do Evangelho – observou ainda o Papa – uma pessoa é levada a considerar como é, na verdade, difícil, dar testemunho a Cristo. Foi neste contexto que Bento XVI evocou o testemunho do seu predecessor, João Paulo II, falecido há precisamente quatro anos:
“desde jovem ele se mostrou intrépido e arrojado defensor de Cristo: por Ele não hesitou em gastar todas as suas energias para difundir por toda a parte a sua luz; não aceitou descer a compromissos quando se tratava de proclamar e defender a sua Verdade; nunca se cansou de proclamar a todos e sempre, que só Jesus é o Salvador e o verdadeiro Libertador do homem, e do homem todo”.
Aludindo à primeira Leitura, sobre as promessas de Deus a Abraão, o Papa observou que, “também deste ponto de vista, aparece significativa a experiência espiritual” de João Paulo II: “olhando para a sua existência, vemos realizada a promessa de fecundidade feita por Deus a Abraão”. “Especialmente nos anos do seu pontificado, ele gerou para a fé muitos filhos e filhas”.
Neste contexto, Bento XVI passou a dirigir-se especialmente aos jovens de Roma, presentes em grande número nesta celebração, em vista da Jornada da Juventude, a nível diocesano, no próximo domingo.
“Quantas vocações ao sacerdócio e à vida consagrada, quantas jovens famílias decididas a viver o ideal evangélico e a tender para a santidade estão ligadas ao testemunho e pregação do meu venerado Predecessor! Quantos rapazes e raparigas se converteram, ou perseveraram no seu caminho cristão, graças à sua oração, ao seu encorajamento, ao seu apoio e ao seu exemplo!”
“É mesmo verdade – prosseguiu Bento XVI. João Paulo II conseguir comunicar uma forte carga de esperança, fundamentada na fé em Jesus Cristo”.
“Como pai afectuoso e educador atento, ele indicava pontos de referência firmes e seguros, indispensáveis para todos, mas de modo especial para a juventude. E na hora da agonia e da morte, esta nova geração quis manifestar-lhe que tinha compreendido os seus ensinamentos, recolhendo-se silenciosamente em oração na Praça de São Pedro e em tantos outros lugares do mundo. Os jovens sentiam que a sua partida constituía para eles uma perda: morria o seu Papa, que eles consideravam como o seu pai na fé.”
A parte final da homilia desta missa de sufrágio no quarto aniversário da morte do seu predecessor, dedicou-a Bento XVI aos jovens, sublinhando a necessidade de assentarem toda a sua vida cristã na fé e na esperança, pondo toda a confiança no “Deus vivo” de que fala São Paulo a Timóteo.
“Caros jovens, não se pode viver sem esperar. A experiência mostra que todas as coisas, e a nossa própria vida, estão em risco de ir abaixo, de um momento para o outro, por qualquer motivo interno ou externo. É normal: tudo o que é humano, e portanto também a esperança, não tem o seu fundamento em si mesma, mas carece de uma rocha onde se possa ancorar. É por isso que Paulo escreve que os cristãos estão chamados a fundamentar no Deus vivo a esperança humana. Só em Deus (a esperança) se torna segura e fiável. Só Deus, que em Jesus nos revelou a plenitude do seu amor, pode ser a nossa firme esperança”.
(Fonte: site Radio Vaticana)