Obrigado, Perdão Ajuda-me

Obrigado, Perdão Ajuda-me
As minhas capacidades estão fortemente diminuídas com lapsos de memória e confusão mental. Esta é certamente a vontade do Senhor a Quem eu tudo ofereço. A vós que me leiam rogo orações por todos e por tudo o que eu amo. Bem-haja!

sexta-feira, 8 de fevereiro de 2019

O Papa e o Grande Imã

Na visita que fez aos Emiratos Árabes Unidos (3 a 5 de Fevereiro), Francisco assinou com o Grande Imã de Al-Azhar um documento extenso sobre o empenho comum na construção da paz. Como o texto reconhece, o pano de fundo desta declaração é também o jihadismo, as «guerras santas» lançadas por alguns grupos muçulmanos, e a falta de liberdade religiosa em muitos desses países. A partir desta situação de violências várias, já foram dados passos importantes no caminho da paz, alguns deles na sequência dos próprios surtos de violência anti-cristã, que foram rejeitados por grande parte da população árabe e por alguns dos seus dirigentes, como inumanos e contrários às autênticas convicções religiosas.

Depois do discurso de Bento XVI em Ratisbona, vários católicos foram assassinados mas foram igualmente importantes as tomadas de posição de várias correntes muçulmanas contra esses assassinatos.

No Paquistão, o fanatismo muçulmano levou muitos cristãos à morte e à prisão, mas essa violência foi ocasião de vários muçulmanos protestarem contra os abusos. Por se solidarizarem com os cristãos, vários muçulmanos também morreram. Recentemente, multidões enfurecidas paralisaram o Paquistão pedindo a condenação à morte de uma rapariga católica, mas vários muçulmanos, entre eles os juízes do Supremo Tribunal e os responsáveis de várias comunidades muçulmanas, tomaram posição contra essa injustiça.

Não se podem esquecer a falta de liberdade nos países muçulmanos e os atentados contra a dignidade humana, apesar de se terem dado passos muito positivos nas últimas décadas.

Também é verdade que alguns países ocidentais fomentam o terrorismo nos países árabes e promovem guerras com objectivos económicos e de controlo político. Muitas vezes, do ponto de vista das populações muçulmanas, essas intervenções são associadas à cultura ocidental e ao cristianismo, alimentando ódios e desejos de vingança.

Em contraste, o documento assinado por Francisco e pelo Grande Imã de Al-Azhar proclama a comum vocação de todos os homens e mulheres a considerarem-se irmãos enquanto filhos e filhas de Deus. Condena todas as formas de violência, especialmente aquela que se reveste de pretextos religiosos e estabelece que todos se devem empenhar em difundir no mundo os valores autênticos e a paz. Por todos estes motivos, o acolhimento dispensado ao Papa Francisco nos Emiratos Árabes Unidos e a assinatura deste documento são de enorme consequência para o futuro da humanidade.

Passaram 800 anos da tentativa de S. Francisco de Assis de abrir portas no Norte de África, encontrando-se com o Sultão Malik al-Kamil. O Papa explicou que esta viagem retomava o mesmo propósito. «Pensei tantas vezes em S. Francisco durante esta viagem. Isso ajudava-me a levar o Evangelho e o amor de Jesus Cristo no coração, enquanto decorriam os vários momentos da visita. No meu coração estava o Evangelho de Cristo, a oração do Pai por todos os seus filhos, especialmente os mais pobres, as vítimas das injustiças, das guerras, da miséria».

As sementes de paz lançadas há 800 por S. Francisco de Assis começam, nos nossos dias, a dar os primeiros frutos.
José Maria C.S. André

Evangelho do dia 8 de fevereiro de 2019

Ora o rei Herodes ouviu falar de Jesus, cujo nome se tinha tornado célebre. Uns diziam: «João Batista ressuscitou de entre os mortos; é por isso que o poder de fazer milagres se manifesta n'Ele.» Outros, porém, diziam: «É Elias». E outros afirmavam: «É um profeta, como um dos antigos profetas». Herodes, porém, ouvindo isto, dizia: «É João, a quem eu degolei, que ressuscitou». Porque Herodes tinha mandado prender João, e teve-o a ferros numa prisão por causa de Herodíades, mulher de Filipe, seu irmão, com a qual tinha casado. Porque João dizia a Herodes: «Não te é lícito ter a mulher de teu irmão». Herodíades odiava-o e queria fazê-lo morrer; porém, não podia, porque Herodes, sabendo que João era varão justo e santo, olhava-o com respeito, protegia-o e quando o ouvia ficava muito perplexo, mas escutava-o com agrado. Chegou, porém, um dia oportuno, quando Herodes, no seu aniversário natalício, deu um banquete aos grandes da corte, aos tribunos e aos principais da Galileia. Tendo entrado na sala a filha da mesma Herodíades, dançou e agradou a Herodes e aos seus convidados. O rei disse à jovem: «Pede-me o que quiseres e eu to darei». E jurou-lhe: «Tudo o que me pedires te darei, ainda que seja metade do meu reino». Ela, tendo saído, perguntou à mãe: «Que hei-de pedir?». Ela respondeu-lhe: «A cabeça de João Batista». Tornando logo a entrar apressadamente junto do rei, fez este pedido: «Quero que me dês imediatamente num prato a cabeça de João Batista». O rei entristeceu-se, mas, por causa do juramento e dos convidados, não quis desgostá-la. Imediatamente mandou um guarda com ordem de trazer a cabeça de João. Ele foi degolá-lo no cárcere, levou a sua cabeça num prato, deu-a à jovem, e esta deu-a à mãe. Tendo sabido isto os seus discípulos, foram, tomaram o corpo e o depuseram num sepulcro.

Mc 6, 14-29