O observador permanente da Santa Sé no escritório da ONU em Genebra, na Suíça, D. Silvano Maria Tomasi, intervindo na Conferência ministerial da Organização Mundial do Comércio (OMC), destacou o princípio da justiça social no mercado global.
Salientou que "a actual crise económica recai fortemente sobre os pobres do mundo", uma realidade dramática, sobretudo por causa do grande desemprego, realidade sobre a qual a Santa Sé em reiteradas ocasiões "chamou a atenção dos Estados e das organizações internacionais".
Como indica a encíclica "Caritas in veritate" – observou o representante da Santa Sé – todos os países têm direito a definir o seu modelo económico, mas no âmbito de uma inclusiva e justa globalização na qual a solidariedade, investimentos, transferências tecnológicas, capacidade de construir e partilha de conhecimentos sejam colocados ao serviço de um desenvolvimento.
De um desenvolvimento que esteja "baseado na centralidade da pessoa", reconhecendo que todo o ser humano tem uma dignidade, e um desejo de liberdade e de saciar as suas aspirações mais profundas em todos os processos económicos.
Então, qual "equivalência de valores" podemos propor aos mil milhões de homens, mulheres e crianças que padecem a fome? De facto, são por demais pobres para tornar-se visível ao mercado, mas se o mercado não os vê não pode responder às suas necessidades.
O mercado não pode ser referencial a si mesmo, mas deve estar voltado para o "bem comum", conceito que evoca em particular a responsabilidade da comunidade política.
(Fonte: site Radio Vaticana)
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