A OCDE veio, esta semana, recordar aos Governos membros da União Europeia que qualquer retoma exigirá sempre a coragem de avançar com reformas estruturais e só poderão sair reforçados da actual crise os que souberem resistir à tentação proteccionista.
No caso de Portugal, a organização já avisara na semana passada que o pior, em termos sociais, ainda está para vir. O pico do desemprego só deverá ser atingido em finais de 2010. Altura em que poderá afectar mais de 650 mil portugueses, ou seja, mais 123 mil do que na actualidade.
Segunda-feira foi a vez do Banco de Portugal relvar os dados sobre o endividamento do país no exterior, mostrando que este já ultrapassava, em Junho, os 100% da riqueza criada anualmente. Um dado que compara com apenas 97% do PIB ainda em Dezembro de 2008.
Para quem tinha dúvidas sobre a gravidade do indicador, ficou claro que, em apenas seis meses, a dívida do país ao estrangeiro aumentou em mais de 11 mil milhões de euros, ultrapassando já a fasquia dos 170 mil milhões.
Muito além das tricas de campanha, domingo trata-se de escolher, à esquerda ou à direita, quem nos próximos quatro anos tem melhores alternativas para solucionar, para lá da actual crise conjuntural, a crise estrutural particularmente dura que o país enfrenta.
Graça Franco
(Fonte: site Rádio Renascença)
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