A Igreja Católica em Portugal vai criar um “Observatório da Missão”, com o objectivo de acompanhar e observar a “actividade missionária", realizada tanto por institutos religiosos como pelas dioceses, grupos ou associações. O anúncio foi feito na conclusão das Jornadas Missionárias, que no passado fim-de-semana juntaram centenas de pessoas, em Fátima.
O observatório é uma instância autónoma, ligada à conferência Episcopal Portuguesa, através da Comissão Episcopal das Missões, às Obras Missionárias Pontifícias, aos Institutos missionários ad gentes (IMAG) e à Conferência dos Institutos Religiosos de Portugal (CIRP).
A intenção é apresentar “instância eclesial representativa do mundo missionário perante a opinião pública, que promova o diálogo com a sociedade e a leitura profética dos acontecimentos e problemáticas que tenham a ver com a missão e actividade dos missionários portugueses, tanto em Portugal como noutros países”. Esta estrutura pretende também acompanhar e promover “a recolha de dados sobre as problemáticas sociais religiosas e políticas que se relacionem com a missão cristã hoje”.
Este Observatório disporá de uma secção autónoma no site da Agência ECCLESIA da conferencia episcopal portuguesa, como plataforma de comunicação com os media e o público em geral, com vistas à divulgação de documentos, informação e tomadas de posição.
O Observatório da Missão reunirá duas vezes por ano e sempre que “acontecimentos ou situações particulares aconselhem uma tomada de posição”.
Abertura ao diálogo
No final destas Jornadas, subordinadas ao tema «São Paulo e a paixão pela missão», foram publicadas as conclusões subscritas pelos 450 participantes, com um apelo a “criar espaços de relações comunitárias, remédio para o individualismo, e onde se ritualiza e sacraliza a vida do dia a dia”.
Os participantes nestas Jornadas consideram que a missão de hoje passa “pelo diálogo com quatro interlocutores: as pessoas que não pertencem a nenhuma comunidade crente e as que buscam a fé, os pobres e os marginalizados, as pessoas de outras culturas, e os membros de outras tradições religiosas e de ideologias seculares”.
Neste sentido, foram destacadas “as numerosas iniciativas de convocação, acompanhamento e envio de leigos, sobretudo jovens, para os ambientes pobres e ao encontro de outras culturas, como meio de promover a missão e o compromisso dos jovens com um mundo de fraternidade e paz”.
O documento conclusivo apresenta a “Missão 2010” e o Congresso Missionário da Diocese do Porto como “exemplos a seguir para um maior compromisso evangelizador”.
À margem dos trabalhos, o presidente da Comissão Episcopal das Missões e Bispo Auxiliar de Braga, D. António Couto, considerou que os “entraves” nos países de destino são a maior dificuldade com que se deparam os missionários.As próximas Jornadas Missionárias acontecerão em Fátima, nos dias 17, 18 e 19 de Setembro de 2010.
Em entrevista ao correspondente da Rádio Vaticano em Portugal, Domingos Pinto o Padre Manuel Durães Barbosa, director das obras missionárias pontifícias explica as grandes linhas deste “observatório da missão” e aponta algumas situações que continuam a preocupar os missionários, nomeadamente no que diz respeito aos direitos humanos nos países lusófonos….os casos de Angola e Moçambique
(Fonte: site Radio Vaticana)
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