Obrigado, Perdão Ajuda-me

Obrigado, Perdão Ajuda-me
As minhas capacidades estão fortemente diminuídas com lapsos de memória e confusão mental. Esta é certamente a vontade do Senhor a Quem eu tudo ofereço. A vós que me leiam rogo orações por todos e por tudo o que eu amo. Bem-haja!

domingo, 30 de novembro de 2008

Angelus – “Deus tem sempre tempo para nós” palavras de Bento XVI

Nós temos sempre pouco tempo; especialmente para o Senhor não sabemos ou, às vezes, não queremos encontrá-Lo. Ora bem, Deus tem sempre tempo para nós. Afirmou Bento XVI falando da janela dos seus aposentos antes do Angelus recitado depois do regresso ao Vaticano após a visita á Basílica de São Lourenço fora de muros.

Todos dizemos que nos falta o tempo, porque o ritmo da vida quotidiana se tornou para todos frenético. Também a esse respeito a Igreja tem uma boa notícia para dar: Deus dá-nos o seu tempo.

Segundo Bento XVI esta é a primeiro coisa que o inicio de um novo ano litúrgico nos faz redescobrir com maravilha sempre nova. Sim: Deus dá-nos o seu tempo, porque entrou na historia com a sua palavra e as suas obras de salvação, para a abrir ao eterno, para a tornar historia de aliança. Nesta perspectiva - explicou aos cerca de 20 mil fiéis congregados na Praça de São Pedro – o tempo é já em si mesmo um sinal fundamental do amor de Deus: um dom que o homem, como qualquer outra coisa é capaz de valorizar ou, pelo contrário, de estragar; de colher no seu significado, ou desleixar com superficialidade obtusa.Depois da recitação da oração mariana do Angelus Bento XVI voltou a manifestar o seu horror pela cruel e insensata violência que atingiu, por motivos e circunstâncias diferentes, Mumbai na Índia e a Nigéria.

“Peçamos ao Senhor que toque o coração daqueles que se iludem que este é o caminho para resolver os problemas locais ou internacionais e sintamo-nos todos impelidos a dar o exemplo de mansidão e de amor para construir uma sociedade digna de Deus e do homem.Também depois da recitação do Angelus o Papa dirigiu a sua saudação e os bons votos a Bartolomeu I e aos fiéis do Patriarcado Ecuménico de Constantinopla, invocando sobre todos a abundância das bênçãos celestes.

“ A 30 de Novembro – recordou aos fiéis - ocorre a festa de Santo André, irmão de Simão Pedro. Ambos foram, primeiro sequazes de João Baptista e, depois do Baptismo de Jesus no rio Jordão, tornaram-se seus discípulos, reconhecendo n’Ele o Messias. Santo André é o patrono do Patriarcado de Constantinopla, e é assim que a Igreja de Roma se sente ligada àquela Igreja por um laço de especial fraternidade. Portanto nesta feliz circunstancia – concluiu o Papa - segundo a tradição, uma delegação da Santa Sé, chefiada pelo Cardeal Walter Kasper, Presidente do Conselho Pontifício para a Promoção da Unidade dos Cristãos deslocou-se em visita ao Patriarca Ecuménico Bartolomeu I.


(Fonte: site Radio Vaticana)

Ícone da Mãe de Deus de Fátima - Igreja Católica de Tsarkoe Seló (Pushkin-São Peterburgo, Rússia)


Autor : iconógrafo russo Ivan Lvovich

Informações mais detalhadas em língua espanhola no blogue do Sacerdote Asturiano, Pe. Javier Martínez Cortés em http://sacerdotesrusia.blogspot.com/2006/06/virgen-de-ftima_17.html

O poder

Ao ler uma homilia do então Cardeal Ratzinger sobre Santo Henrique (974-1024), Imperador romano-germânico que colocou o seu poder ao serviço da Igreja, da verdade e do bem, embora e conforme nos relembra o autor da homilia, para a grande maioria dos seres humanos não se trata tanto de saber como colocar o poder ao serviço do bem comum, mas antes encontrarmos uma solução para a nossa impotência perante o mesmo.

Recorda-nos Joseph Ratzinger, que o poder é uma graça concedida por Deus, ao que acrescentaria que a pudemos usar para fazer o bem ou, usando a liberdade que Ele nos concedeu, desbaratá-la fazendo o mal.

É a partir daqui que gostaria de compartilhar convosco uma curta reflexão, pois embora não sejamos Imperadores, todos temos alguma ou múltiplas formas de poder, que numa expressão indigna de um ser humano, que tente viver de uma forma justa e correcta, poderá chegar ao da coacção e condicionamento psicológico dos outros, e.g., o mais pobre que opte por não aceitar ajuda, tem o poder, certamente de uma forma inconsciente, de nos fazer preocupar por ele e pelo seu bem-estar, ou um simples acto de teimosia e capricho é um acto de poder egocêntrico, perante o qual somos impotentes.

Ora, é precisamente a esse estágio de poder e na sua vasta e múltipla variedade de expressões, que me permito dizer, que um bom cristão deverá sempre reflectir se as suas atitudes poderão constituir actos de poder que não visam o bem, mas tão-somente a sua vaidade ou cobardia de enfrentar a realidade, no fundo, não conformes às mais elementares regras de respeito pelo próximo e consequentemente com Deus.

Somos muitas vezes confrontados com atitudes que nos desgostam, tentam condicionar e chantagear, porque quem as toma num acto de absoluto egoísmo, muitas vezes irreflectido, está a exercer um acto de “poder”, saibamos à nossa dimensão e escala seguir Santo Henrique e usar todos os poderes que o Senhor nos concedeu para honra e glória do Seu nome, e desde logo sabemos que não o estamos a desperdiçar.


(JPR)

Mozart Gran Misa en do m. -7. Quoniam tu solus (Bernstein)



Último concerto dirigido por Leonard Bernstein em Abril de 1990, W. A. Mozart eleva-nos até muito próximo do Senhor no Seu Reino e Bernstein, de origem judaica, e todos os músicos e intérpretes, pela excepcional qualidade da sua interpretação, ajudam-nos a aproximar do Paraíso.

Este concerto está subdividido em 11 vídeos, publicá-los-emos à cadência de um por Domingo em louvor do Senhor e para nosso gáudio e elevação espiritual.

Votos de um Bom Domingo do Senhor!

sábado, 29 de novembro de 2008

O amor ao próximo pertence à nossa civilização


No domingo, 23 de Novembro, o Papa guiou a recitação do Angelus na presença de numerosos fiéis na Praça de São Pedro, durante a qual recordou que o amor ao próximo "faz parte da nossa civilização" e "marcou a história dos povos de cultura cristã: a hierarquia de valores, as instituições, as numerosas obras caritativas e sociais".

Queridos irmãos e irmãs!

Celebramos hoje, último domingo do ano litúrgico, a solenidade de Nosso Senhor Jesus Cristo Rei do Universo. Sabemos dos Evangelhos que Jesus rejeitou o título de rei quando ele tinha o significado político, à maneira dos "chefes das nações" (cf. Mt 20, 24). Ao contrário, durante a sua paixão, ele reivindicou uma singular realeza diante de Pilatos, o qual o interrogou explicitamente: "Tu és rei?", e Jesus respondeu: "Tu o dizes, eu sou rei" (Jo 18, 37); mas pouco antes tinha declarado: "o meu reino não é deste mundo" (Jo 18, 36). De facto, a realeza de Cristo é revelação e actuação da realeza de Deus Pai, o qual governa todas as coisas com amor e com justiça. O Pai, confiou ao Filho a missão de dar aos homens a vida eterna até ao sacrifício supremo, e ao mesmo tempo conferiu-lhe o poder de os julgar, a partir do momento que se fez Filho do homem, em tudo semelhante a nós (cf. Jo 5, 21-22.26-27).

O Evangelho de hoje insiste precisamente sobre a realeza universal de Cristo juiz, com a maravilhosa parábola do juízo final, que São Mateus colocou imediatamente antes da narração da Paixão (25, 31-46). As imagens são simples, a linguagem é popular, mas a mensagem é extremamente importante: é a verdade sobre o nosso destino último e sobre o critério com o qual seremos avaliados. "Tive fome e deste-me de comer. Tive sede e deste-me de beber. Era forasteiro e recolheste-me" (Mt 25, 35) e assim por diante. Quem não conhece esta página? Faz parte da nossa civilização. Marcou a história dos povos de cultura cristã: a hierarquia de valores, as instituições, as numerosas obras benéficas e sociais. De facto, o reino de Cristo não é deste mundo, mas realiza todo o bem que, graças a Deus, existe no homem e na história. Se pomos em prática o amor ao nosso próximo, segundo a mensagem evangélica, então fazemos espaço para o senhorio de Deus, e o seu reino realiza-se no meio de nós. Se ao contrário, cada um pensa só nos próprios interesses, o mundo vai inevitavelmente em ruínas.

Queridos amigos o reino de Deus não é uma questão de honras e de aparências mas, como escreve São Paulo, é "justiça, paz e alegria no Espírito Santo" (Rm 14, 17). Ao Senhor está a peito o nosso bem, ou seja, que cada homem tenha vida, e que especialmente os seus filhos mais "pequeninos" possam aceder ao banquete que ele preparou para todos. Por isso, não sabe o que fazer com aquelas formas hipócritas de quem diz "Senhor, Senhor" e depois descuida os seus mandamentos (cf. Mt 7, 21). No seu reino eterno, Deus acolhe quantos se esforçam todos os dias para pôr em prática a sua Palavra. Por isso a Virgem Maria, a mais humilde de todas as criaturas, é a maior aos seus olhos e está sentada como Rainha à direita de Cristo-Rei. Queremos recomendar-nos à sua celeste intercessão mais uma vez com confiança filial, para poder realizar a nossa missão cristã no mundo.

No final da oração o Pontífice, saudando em várias línguas os fiéis, recordou também a "Holodomor", a grande carestia que atingiu a Ucrânia causando milhões de mortos, e a beatificação dos 188 mártires japoneses.

Amanhã, no Japão, na cidade de Nagasáki, terá lugar a beatificação de 188 mártires, todos japoneses, homens e mulheres, mortos na primeira metade do séc. XVII. Nesta circunstância tão significativa para a comunidade católica e para todo o País do Sol Levante, garanto a minha proximidade espiritual. Além disso, no próximo sábado, será proclamado beato em Cuba Frei José Olallo Valdés, da Ordem Hospitaleira de São João de Deus. À sua celeste protecção confio o povo cubano, sobretudo os doentes e os agentes no campo da saúde.

Dirijo uma cordial saudação aos peregrinos ucranianos. Queridos irmãos e irmãs, celebra-se nestes dias o 75º aniversário da Holodomor a "grande carestia" que nos anos de 1932-33 causou milhões de mortos na Ucrânia e noutras regiões da União Soviética durante o regime comunista. Ao desejar vivamente que nunca mais ordenamento político algum possa, em nome de uma ideologia, negar os direitos da pessoa humana, a sua liberdade e dignidade, garanto a minha oração por todas as vítimas inocentes daquela imane tragédia, e invoco a santa Mãe de Deus para que ajude as Nações a proceder pelos caminhos da reconciliação e construir o presente e o futuro no respeito recíproco e na busca sincera da paz. Louvado seja Jesus Cristo!

Na véspera do Advento, tempo de preparação para o Natal – excertos de textos de S. Josemaría Escrivá

“Chegou o Advento. Que bom tempo para remoçar o desejo, o anelo, as ânsias sinceras pela vinda de Cristo!, pela sua vinda quotidiana à tua alma na Eucaristia! "Ecce veniet!", está a chegar!, anima-nos a Igreja”

Forja, 548

Procura a união com Deus e enche-te de esperança - virtude segura! -, porque Jesus te iluminará, mesmo na noite mais escura, com a luz da sua misericórdia.

Forja, 293

Começa hoje o tempo do Advento e é bom que tenhamos considerado as insídias destes inimigos da alma: a desordem da sensualidade e a leviandade; o desatino da razão que se opõe ao Senhor; a presunção altaneira, esterilizadora do amor a Deus e às criaturas. Todas estas disposições de ânimo são obstáculos certos e o seu poder perturbador é grande. Por isso a liturgia faz-nos implorar a misericórdia divina: a ti elevo a minha alma, Senhor, meu Deus. E em ti confio; não seja eu confundido! Não riam de mim os meus inimigos (Sl 24, 1-3), rezamos no intróito. E na antífona do ofertório iremos repetir: “espero em ti,; que eu não seja confundido!”. Agora que se aproxima o tempo da salvação, dá gosto ouvir dos lábios de S. Paulo: “depois de Deus, Nosso Salvador, ter manifestado a sua benignidade e o seu amor para com os homens, libertou-nos, não pelas obras de justiça que tivéssemos feito, mas por sua misericórdia” (Tit 3, 5).

Cristo que passa, 7

Olhai e levantai as vossas cabeças porque está próxima a vossa redenção, lemos no Evangelho. O tempo do Advento é o tempo da esperança. Todo o panorama da nossa vocação cristã, a unidade de vida que tem como nervo a presença de Deus, Nosso Pai, pode e deve ser uma realidade diária.
Nada mais queria dizer-vos neste primeiro domingo do Advento, quando já começamos a contar os dias que nos aproximam do Natal do Salvador. Vimos a realidade da vocação cristã, ou seja, como o Senhor confiou em nós para levar as almas à santidade, para as aproximar d'Ele, para as unir à Igreja e estender o reino de Deus a todos os corações. O Senhor quer-nos entregues, fiéis, dedicados, com amor. Quer-nos santos, muito seus.

Cristo que passa, 11

Jesus Christus, Deus Homo, Jesus Cristo, Deus-Homem! Eis uma magnalia Dei, uma das maravilhas de Deus em que temos de meditar e que temos de agradecer a este Senhor que veio trazer a paz na terra aos homens de boa vontade, a todos os homens que querem unir a sua vontade à Vontade boa de Deus. Não só aos ricos, nem só aos pobres! A todos os homens, a todos os irmãos! Pois irmãos somos todos em Jesus; filhos de Deus, irmãos de Cristo. Sua Mãe é nossa Mãe.

É preciso ver o Menino, nosso Amor, no seu berço. Olhar para Ele, sabendo que estamos perante um mistério. Precisamos de aceitar o mistério pela fé, aprofundar o seu conteúdo. Para isso necessitamos das disposições humildes da alma cristã: não pretender reduzir a grandeza de Deus aos nossos pobres conceitos, às nossas explicações humanas, mas compreender que esse mistério, na sua obscuridade, é uma luz que guia a vida dos homens.

Cristo que passa, 13


(Fonte: http://www.pt.josemariaescriva.info/index.php?id_cat=1782&id_scat=789 )

Amar a Deus com todo o nosso ser

«Eu Vos amo, Senhor, e a única graça que Vos peço é a de Vos amar eternamente. Meu Deus, se a minha língua não pode repetir, a todo o momento, que Vos amo, quero que o meu coração o repita tantas vezes quantas eu respiro»

(S. José Maria Vianney)


«Devemos lembrar-nos de Deus, com mais frequência do que respiramos»


(S. Gregório Nazianzo)

sexta-feira, 28 de novembro de 2008

Ninguém está dispensado

Começa amanhã, na capital do Qatar, sob a égide da ONU, a Conferência mundial sobre o financiamento ao desenvolvimento.Preocupada com a crise económica e financeira, a Santa Sé publicou um documento onde condena a existência dos chamados “paraísos fiscais”, porque “defendem práticas desenfreadas como a fuga de capitais, evasão fiscal, sub-facturação de fluxos comerciais internacionais, lavagem de dinheiro, etc”…

Estes centros off-shore movimentam cerca de 860 mil milhões de dólares por ano. Se houvesse tributação fiscal sobre eles, a verba obtida – 255 mil milhões de dólares – seria três vezes superior à que é destinada pelos países ricos para ajudar o desenvolvimento.

Face a este evidente desequilíbrio, o que fazer?

A Santa Sé propõe um novo pacto internacional que recupere a confiança e transparência necessárias ao mercado financeiro, onde todos têm responsabilidade moral: o Estado, os agentes financeiros, as empresas, as famílias , as instituições, autoridades públicas e a sociedade civil.

Que ninguém se considere dispensado.

Aura Miguel


(Fonte: site RR)

Cristo, a esperança confiável


O décimo Congresso “Católicos e Vida Pública”, realizado em Madrid no passado fim-de-semana, reuniu 1.400 pessoas que, sobre o tema “Cristo, a esperança fiável”, recordaram que Cristo é “a única esperança confiável”.

A Fundação Universitária São Paulo CEU, obra da Associação Católica de Propagandistas, organizadora dos Congressos “Católicos e Vida Pública”, divulgou a mensagem final, na qual se denuncia que “na Espanha actual não se respeita o sacrossanto direito à vida, nem nas injustas leis do aborto e da eutanásia, nem nos não menos injustos projectos de suicídio assistido e da manipulação desprezível das fontes da vida humana”. “Desejaríamos que na Espanha actual se fizesse todo o possível para derrotar e acabar de uma vez por todas com o terrorismo, e proporcionar assim uma convivência segura e honrada”, lê-se na mensagem final.

Nas sessões de trabalho, insistiu-se na necessidade de educar na esperança as novas gerações e pediu-se uma normalização do religioso na vida pública.


(Fonte: H2O News com adaptação de JPR)

Constituição Apostólica "Ut Sit"

Constituição Apostólica pela qual a Santa Sé erigiu o Opus Dei como a primeira Prelatura pessoal da Igreja Católica, bula de João Paulo II datada de 28 de Novembro de 1982.
JOÃO PAULO BISPO
SERVO DOS SERVOS DE DEUS
PARA PERPÉTUA MEMÓRIA
Com a maior esperança, a Igreja dirige os seus cuidados maternais e a sua atenção ao Opus Dei, que, por inspiração divina, o Servo de Deus Josemaría Escrivá de Balaguer fundou em Madrid, a 2 de Outubro de 1928, com o fim de que seja sempre um instrumento apto e eficaz da missão salvífica, que a Igreja leva a cabo para a vida do mundo.

Desde os seus começos, de facto, esta Instituição tem-se esforçado, não só em iluminar com novas luzes a missão dos leigos na Igreja e na sociedade humana, mas também em pô-la em prática; esforçou-se igualmente por realizar a doutrina do chamamento universal à santidade, e por promover, a santificação do trabalho, e através desse mesmo trabalho profissional, entre todas as classes sociais. E, mediante a Sociedade Sacerdotal da Santa Cruz, procurou ajudar os sacerdotes incardinados nas dioceses a viver a mesma doutrina no exercício do seu ministério sagrado.

Tendo crescido o Opus Dei, com a ajuda da graça divina, ao ponto de se difundir e trabalhar num grande número de dioceses de todo o mundo, como um organismo apostólico composto de sacerdotes e leigos, tanto homens como mulheres, que é ao mesmo tempo orgânico e indiviso – ou seja, como unia instituição dotada de uma unidade de espírito, de fim, de regime e de formação – tornou-se necessário conferir-lhe uma configuração jurídica adequada às suas características peculiares. Foi o próprio Fundador do Opus Dei, no ano de 1962, que pediu à Santa Sé, com súplica humilde e confiada face à natureza teológica e genuína da Instituição e com vista à sua maior eficácia apostólica – a concessão de uma configuração eclesial apropriada.

Desde que o Concílio Vaticano II introduziu na lei da Igreja, com o Decreto Presbyterorum Ordinis, n.° 10 – tornado executivo através do Motu proprio Ecclesiae Sanctae, 1, n.° 4 – a figura das Prelaturas pessoais para a realização de peculiares tarefas pastorais, viu-se claramente que tal figura jurídica se adaptava perfeitamente ao Opus Dei. Por isso, no ano de 1969, o Nosso Predecessor Paulo VI, de gratíssima memória, acolhendo benignamente a petição do Servo de Deus Josemaría Escrivá de Balaguer, autorizou-o a convocar um Congresso Geral especial que, sob a sua direcção, se ocupasse de iniciar o estudo para uma transformação do Opus Dei, de acordo com a sua natureza e com as normas do Concílio Vaticano II.

Nós próprios ordenámos expressamente que se prosseguisse tal estudo e, em 1979, mandámos à Sagrada Congregação para os Bispos, a quem o assunto pela sua natureza competia, que, depois de considerar atentamente todos os dados, tanto de direito como de facto, submetesse a exame a petição formal que tinha sido apresentada pelo Opus Dei.

Cumprindo o encargo recebido, a Sagrada Congregação examinou cuidadosamente a questão que lhe tinha sido encomendada, e fê-lo tomando em consideração tanto o aspecto histórico, como o jurídico e o pastoral. Desta forma, posta de parte qualquer dúvida acerca do fundamento, possibilidade e modo concreto de aceder à petição, ficou clara mente em evidência a oportunidade e a utilidade da desejada transformação do Opus Dei em Prelatura pessoal.

Portanto, Nós, com a plenitude da Nossa potestade apostólica, depois de aceitar o parecer que Nos tinha dado o Nosso Venerável Irmão o Eminentíssimo e Reverendíssimo Cardeal Prefeito da Sagrada Congregação para os Bispos, e suprindo, na medida em que for necessário, o consentimento dos que tenham ou considerem ter algum interesse próprio nessa matéria, mandamos e queremos que se leve à prática o que segue.

I Fica erigido o Opus Dei como Prelatura pessoal de âmbito internacional, com o nome de Prelatura da Santa Cruz e Opus Dei ou, em forma abreviada, Opus Dei. Fica erigida ao mesmo tempo a Sociedade Sacerdotal da Santa Cruz, como Associação de clérigos intrinsecamente unida à Prelatura.

II A Prelatura rege-se pelas normas do direito geral e desta Constituição, assim como pelos seus próprios Estatutos, que recebem o nome de «Código do direito particular do Opus Dei».

III A jurisdição da Prelatura pessoal estende-se aos clérigos nela incardinados e também aos leigos que se dedicam às tarefas apostólicas da Prelatura – para estes apenas no que se refere ao cumprimento das obrigações peculiares assumidas, por vínculo jurídico, mediante convenção com a Prelatura; uns e outros, clérigos e leigos, dependem da autoridade do Prelado para a realização do trabalho pastoral da Prelatura, de acordo com a norma estabelecida no artigo anterior.

IV O Ordinário próprio da Prelatura do Opus Dei é o seu Prelado, cuja eleição, que há-se realizar-se de acordo com o direito geral e particular, terá de ser confirmada pelo Romano Pontífice.

V A Prelatura depende da Sagrada Congregação para os Bispos e, segundo a matéria de que se trate, apresentará as questões correspondentes aos outros Dicastérios da Cúria Romana.

VI De cinco em cinco anos, o Prelado apresentará, ao Romano Pontífice, através da Sagrada Congregação para os Bispos, um relatório sobre a situação da Prelatura e o desenvolvimento do seu trabalho apostólico.

VII O Governo central da Prelatura tem a sede em Roma. Fica erigido, como Igreja prelatícia, o oratório de Santa Maria da Paz, que se encontra na sede central da Prelatura.

Ao mesmo tempo, o Reverendíssimo Monsenhor Alvaro del Portillo, canonicamente eleito Presidente Geral do Opus Dei a 15 de Setembro de 1975, fica confirmado e é nomeado Prelado da Prelatura pessoal da Santa Cruz e Opus Dei, que foi erigida.

Finalmente, para a oportuna execução de tudo o que fica dito, Nós designamos o Venerável Irmão Rómulo Carboni, Arcebispo titular de Sidone e Núncio Apostólico em Itália, a quem conferimos as necessárias e oportunas faculdades, também a de subdelegar – na matéria de que se trata – em qualquer dignitário eclesiástico, com a obrigação de enviar quanto antes à Sagrada Congregação para os Bispos um exemplar autenticado em que se dê fé da execução do mandato.

Sem que nada conste em contrário.

Dado em Roma, junto a São Pedro, no dia 28 do mês de Novembro do ano de 1982, quinto do Nosso Pontificado.

AUGUSTINUS Card. CASAROLI
Secretário de Estado

+ SEBASTIANUS Card. BAGGIO
Prefeito da Sagrada Congregação para os Bispos

Iosephus Del Ton, Protonotário Apostólico

Marcellus Rossetti, Protonotário Apostólico

28 de Novembro de 1982 data da Bula Papal que instituiu o Opus Dei como Prelatura Pessoal

O Opus Dei é uma prelatura pessoal da Igreja Católica. "Opus Dei" significa "Obra de Deus". O seu nome completo é Prelatura da Santa Cruz e Opus Dei. Também se denomina, de forma mais abreviada, Prelatura do Opus Dei ou, simplesmente, Opus Dei. O Opus Dei foi fundado em Madrid no dia 2 de Outubro de 1928 pelo Beato Josemaría Escrivá de Balaguer.

Actualmente, fazem parte da prelatura cerca de 80 000 pessoas dos cinco continentes. A sede da prelatura - com a igreja do prelado - situa-se em Roma. A missão do Opus Dei é a de promover entre os fiéis cristãos de qualquer condição uma vida plenamente coerente com a fé no meio do mundo e contribuir deste modo para a evangelização de todos os ambientes da sociedade. Por outras palavras, difundir a mensagem de que todos os baptizados estão chamados a procurar a santidade e a dar a conhecer o Evangelho, tal como o recordou o Concílio Vaticano II (cfr. Constituição Lumen Gentium, nº 32 e 33) Com o fim de alcançar este objectivo, a prelatura do Opus Dei faculta meios de formação espiritual e atendimento pastoral, em primeiro lugar aos seus próprios fiéis, mas também a muitas outras pessoas, "cada uma no seu próprio estado, profissão e condição de vida" (Estatutos do Opus Dei, art. 2.1). Através desta atenção pastoral estimulam-se as pessoas a levar à prática os ensinamentos do Evangelho, mediante o exercício das virtudes cristãs e a santificação do trabalho profissional (cfr. Estatutos, art. 2). Santificar o trabalho significa para os fiéis da prelatura: trabalhar com a maior perfeição possível; fazer esse trabalho respeitando sempre e plenamente as leis e segundo as exigências éticas; procurar a união com Deus nessa tarefa; actuar com o desejo de servir os próprios concidadãos e de contribuir para o progresso da sociedade (Estatutos, art. 86.1). Os fiéis da prelatura realizam a sua tarefa evangelizadora em todos os âmbitos da sociedade, posto que trabalham em todos os ambientes profissionais. Por conseguinte, o trabalho que levam a cabo não se limita a um campo específico, como a educação, o cuidado dos doentes ou a ajuda aos deficientes. A missão da prelatura é recordar a todos os cristãos que, seja qual for a actividade secular a que se dediquem, devem cooperar na solução cristã dos problemas da sociedade, e devem dar testemunho constante da sua fé.O que são as prelaturas pessoaisA figura jurídica da prelatura pessoal foi prevista pelo Concílio Vaticano II e é ainda recente no direito da Igreja. O decreto conciliar Presbyterorum ordinis (7.12.1965), nº 10, estabelecia que para "a realização de tarefas pastorais peculiares, a favor de diferentes grupos sociais em determinadas regiões ou nações, ou mesmo em todo o mundo", se poderiam constituir de futuro, entre outras instituições, "peculiares dioceses ou prelaturas pessoais". O Concílio procurava delinear uma nova figura jurídica, com grande flexibilidade, a fim de contribuir para a difusão efectiva da mensagem e do viver cristãos: a organização da Igreja responde, deste modo, às exigências da sua missão, que se insere e faz parte da história dos homens. As prelaturas pessoais são instituições pertencentes à estrutura pastoral e hierárquica da Igreja. Compõem-se de sacerdotes e diáconos do clero secular e de fiéis leigos que, por meio de uma convenção, se podem incorporar na prelatura. À frente da prelatura está um prelado, o seu Ordinário próprio, nomeado pelo Romano Pontífice, com ou sem carácter episcopal, o qual a governa com potestade eclesiástica de regime ou jurisdição. As prelaturas pessoais são entidades análogas às dioceses. Com efeito, na prelatura há um prelado, que pode ser bispo, um presbitério, integrado por sacerdotes seculares, e os fiéis leigos, homens e mulheres: todos estes elementos constitutivos estruturam a prelatura em analogia com a diocese. Mas as prelaturas pessoais não são dioceses, entre outras razões porque uma das características das prelaturas pessoais é a de que os seus fiéis continuam a pertencer também às igrejas locais ou dioceses onde têm o seu domicílio. Pelas características apresentadas, além de outras, as prelaturas pessoais diferenciam-se claramente dos institutos religiosos e de vida consagrada em geral, e dos movimentos e associações de fiéis. O Opus Dei era já uma unidade orgânica integrada por leigos e sacerdotes a cooperar numa missão concreta, um trabalho pastoral e apostólico peculiar, de âmbito internacional. Esta missão concreta reside em difundir o ideal da santidade no meio do mundo, no trabalho profissional e nas circunstâncias normais de cada um. Foi erigido por João Paulo II em prelatura pessoal de âmbito internacional mediante a Constituição Apostólica Ut Sit, com data de 28 de Novembro de 1982.

(Fonte: "Alguns Dados Informativos Sobre o Opus Dei", por Beat Muller)

O que é o Opus Dei

quinta-feira, 27 de novembro de 2008

MISSÃO CUMPRIDA - Biografia de Álvaro del Portillo - Hugo de Azevedo



LIVRO RECOMENDADO

Alvaro del Portillo foi o sucessor de S. Josemaría Escrivá como Prelado do Opus Dei e após a sua morte tomou a missão de fazer do Opus Dei uma Prelatura Pessoal e a isso se tinha dedicado ainda quando o Fundador era vivo. Grande entusiasta dessa missão a ela dedicou a sua vida. Nesta obra, Hugo de Azevedo, tal como na biografia de S. Josemaría – UMA LUZ NO MUNDO – faz um retrato fiel e exaustivo dos trabalhos e carácter desta figura exemplar, numa linguagem elegante e fácil. Uma obra indispensável para conhecer melhor uma grande figura da Igreja.

Opus Dei - 30 novos diáconos














D. Javier Echevarría conferiu o diaconado a 30 fiéis da Prelatura do Opus Dei. "Estamos conscientes – disse-lhes - de que Ele é o único caminho para encher os corações de alegria e para instaurar a concórdia entre os povos".

A cerimónia teve lugar na Basílica de Santo Eugénio (Roma). Os novos diáconos procedem de 12 países diferentes: China, Argentina, Chile, Espanha, Costa do Marfim, México, Itália, Quénia, Brasil, El Salvador, Portugal e Honduras.

Palavras do Prelado do Opus Dei, D. Javier Echevarría na ocasião: "Nos tempos actuais, quando tantos pretendem excluir Cristo da vida das nações, é um dever proclamar - sem medos nem reticencias - que Cristo é Rei: Diante dos que reduzem a religião a um conjunto de negações, ou se conformam com um catolicismo de meias tintas; diante dos que querem pôr o Senhor voltado para a parede, ou colocá-Lo num canto da alma...: temos de afirmar, com as nossas palavras e com as nossas obras, que aspiramos a fazer de Cristo um Rei autêntico de todos os corações..., também dos seus" (Sulco 608).

"Queremos que Cristo reine; e desejamo-lo porque o Seu Reino é eterno e universal: Reino de verdade e de vida, Reino de santidade e de graça, Reino de justiça, de amor e de paz".

"Além disso, queremos pôr Cristo no cume de todas as actividades dos homens, porque estamos conscientes de que Ele é o único caminho para encher os corações de alegria e para instaurar a concórdia entre os povos, de modo que a humanidade progrida realmente pelo caminho da justiça e da solidariedade"

"O futuro não é uma obscuridade na qual ninguém consegue orientar-se, porque a luz e a graça divinas apoiam a nossa fé e o nosso optimismo".

"Se os cristãos soubessem servir! Só servindo poderemos conhecer e amar Cristo e dá-lo a conhecer e conseguir que outros mais o amem".

“[Cristo] não é um dominador, que vive afastado nós, que não compreende as necessidades e as aspirações das mulheres e dos homens do nosso tempo. Cristo é um Rei com coração de carne, como o nosso; que (...) mendiga um pouco de amor, mostrando-nos, em silêncio, as Suas mãos chagadas".

"Qualquer serviço prestado ao nosso próximo, chegado ou afastado, de ordem material ou espiritual, se se realiza por amor de Deus, é um serviço feito ao próprio Jesus Cristo, que quis identificar-Se com os Seus irmãos e irmãs, de modo especial com os mais necessitados; e este serviço é digno de recompensa".

"Perguntemo-nos: posso considerar-me um verdadeiro servidor dos outros? Esta ordenação diaconal é um convite mais a sê-lo efectivamente, pois estes irmãos nossos estão chamados a ser, de agora em diante, de modo especial, servos dos outros mediante a pregação da Palavra de Deus, a participação no serviço do altar e o serviço da caridade".

"Conservai, pois, bem na memória que sereis ministros de Cristo, que deseja conduzir para o Céu a Sua grei servindo-Se de vós como instrumentos".

"São Josemaría falava da necessidade de fazer-se tapete para que os outros pisem brando. Aplicava esta metáfora, de modo especial, aos ministros sagrados, mas não só a eles, porque todos os cristãos, em virtude do Baptismo, participam de modo diverso no único sacerdócio de Cristo".

"Regnare Christum volumus! Repetiu tantas vezes São Josemaría. Queremos que Cristo reine; e desejamo-lo porque o Seu Reino é eterno e universal"

"Tomai posse do Reino preparado para vós desde a criação do mundo: porque Eu tive fome e Me destes de comer; tive sede e Me destes de beber; era peregrino e Me recolhestes..."

"Chega a tal ponto o espírito de serviço de Jesus para cada um de nós que, como dizia São Josemaría, “em delírio de Amor, até abandonou – já me entendeis! – o magnífico palácio do Céu, a que tu ainda não podes chegar e espera-te no Sacrário".

"A vós, pais e familiares dos novos diáconos, rezai e fazei rezar por eles. Será a melhor forma de agradecer a Deus este dom que concedeu às vossas famílias, à Prelatura do Opus Dei e a toda a Igreja".

(Fonte: site do Opus Dei em Portugal)

Grande esperança e entusiasmo em África com a programada visita de Bento XVI em 2009


O Papa Bento XVI realizará em Março a sua primeira viagem como pontífice a África, concretamente aos Camarões e a Angola. O entusiasmo é grande pois há 10 anos que África não recebe uma visita Papal, desde que lá esteve o Papa João Paulo II em 1998.

Bento XVI reunir-se-á com os representantes das Conferencias Episcopais de África e entregará o “instrumentum laboris”, o documento de trabalho do Sínodo Africano.

Em Angola o Papa participará da celebração dos 500 anos da evangelização do país. A história de Angola como ex-colónia portuguesa conferiu raízes cristãs ao país. Será a segunda vez que Angola é visitada por um Papa, após visita de João Paulo II em 1992.

As Igreja locais de África são de grande vitalidade. João Paulo II descrevia-as como “colheita madura”. África é um continente onde as pessoas falam mais de 800 línguas e sofrem de sangrentas divisões nacionais como também de inimaginável pobreza e doença.

Por esta razão, o próximo Sínodo que se realizará em Outubro próximo em Roma terá como tema “A Igreja em África ao Serviço da Reconciliação, Justiça e Paz”.


(Fonte: H2O News)

“Estar-com” espiritual

Este primeiro contacto fundamental e mesmo esta simbiose entre mãe e filho de modo nenhum são algo de puramente biológico, muito especialmente à luz do pensamento moderno do “estar-com” o outro (Mitsein). O essencial passa-se, precisamente, no plano espiritual. Por isso a vida espiritual correspondentemente única de sua mãe, facto que nos leva a encontrar uma conexão nova e mais forte com formas de pensar tradicionais.


(Hans Urs von Balthasar in ‘Maria primeira Igreja’ – Joseph Ratzinger e Hans Urs von Balthasar)

quarta-feira, 26 de novembro de 2008

Santo Padre: “A ética de Paulo parte da relação pessoal com Cristo”


Na presença do Catholicós de Cilícia dos Arménios, Aram I, realizou-se na manhã de hoje a audiência geral na Sala Paulo VI. O Papa sublinhou o grande compromisso ecuménico do Catholicós e recordou o testemunho cristão do povo arménio, que teve tantos mártires na sua história.

Na catequese, Bento XVI retornou ao tema sobre a justificação, enfrentado por São Paulo, para reafirmar que se a fé não se encarna no amor, se reduz ao arbítrio e ao subjectivismo nocivo para nós e para os irmãos.

"Se a ética que Paulo propõe àqueles que crêem não termina em forma de moralismo e se demonstra actual para nós, é porque, todas as vezes, reinicia sempre da relação pessoal e comunitária com Cristo, para penetrar na vida segundo o Espírito. Por isso qualquer decaimento ético não se limita à esfera individual mas é ao mesmo tempo desvalorização da fé pessoal e comunitária: dessa deriva e sobre essa incide de modo determinante. Deixemo-nos alcançar pela reconciliação, que Deus nos deu em Cristo, do amor “louco” de Deus por nós: nada e ninguém portanto jamais nos separe do amor. Nesta certeza vivemos, esta certeza nos doa a força para viver realmente a fé que se realiza no amor".

(Fonte: H2O News)

Audiência geral - “a ética cristã não nasce de um sistema de mandamentos, mas é uma consequência da nossa amizade com Cristo…”

Presente na audiência geral desta quarta-feira, sua Santidade Aram I, Catholicos da Cilícia dos Arménios, com a respectiva delegação, vindos a Roma em visita oficial ao Papa e à Sede Apostólica. Aram I deu entrada na Aula Paulo VI ao lado de Bento XVI, tendo-lhe sido reservado um lugar de destaque, ao lado do Papa, que o saudou muito cordialmente, referindo com apreço e gratidão o “seu empenho pessoal” no ecumenismo, particularmente na comissão teológica bilateral católico ortodoxa. Esta visita – sublinhou Bento XVI – é uma “significativa ocasião para reforçar os elos de união já existentes entre nós, no caminho percorrido conjuntamente para aquela plena comunhão que é “o objectivo de todos os cristãos”, como “dom do Senhor a implorar dia a dia”. O Papa exaltou “o testemunho de fidelidade e de coragem da Igreja Apostólica Arménia”.

Invocando “a graça do Espírito Santo sobre a peregrinação aos túmulos dos Apóstolos Pedro e Paulo” do Catholicos Arménio e sua delegação, Bento XVI convidou os peregrinos presentes a rezarem para que esta visita e estes encontros venham a “marcar mais um passo a caminho da plena unidade”.

Na sua intervenção, o Catholicos Aram I referiu a “origem apostólica” de ambas as Igrejas. Num período de decadência dos valores morais” e de “marginalização dos valores religiosos”, considerou que a Igreja Arménia e a Igreja Católica estão ambas chamadas a “traduzir em vocação apostólica a sua origem apostólica”, através da re-evangelização das respectivas comunidades e famílias – obra considerada uma “prioridade fundamental”.

Na catequese desta audiência geral, Bento XVI retomou o tema da justificação, em São Paulo, já iniciado na semana passada, detendo-se desta vez sobre as consequências que derivam do facto de ser justificado pela fé, assim como da acção do Espírito Santo na nossa vida.

O Papa considerou sem fundamento a contraposição entre a teologia de São Paulo sobre a salvação pela fé e a de São Tiago sobre as obras necessárias para sermos salvos. Bento XVI considerou “desastrosas as consequências de uma fé que não se incarne no amor, porque se reduz ao arbítrio e ao subjectivismo, para nós e para os irmãos”. O Evangelho – recordou – “leva cada um de nós a viver já não para si mesmo, mas para Aquele que morreu e ressuscitou por nós”. Assim, “a ética cristã não nasce de um sistema de mandamentos, mas é uma consequência da nossa amizade com Cristo, que nos mostra o caminho da Vida”. Precisamente porque fomos e somos “justificados por Cristo, já não nos pertencemos a nós próprios: tornámo-nos templos do Espírito Santo e somos portanto chamados a glorificar a Deus no nosso corpo”. “Seria menosprezar o valor inestimável da justificação se, comprados a caro preço pelo sangue de Cristo, não o glorificássemos com o nosso corpo”.

Para Bento XVI, os “mal-entendidos” de uma contraposição entre a fé e as obras não provêm dos tempos de Lutero, mas remontam à época apostólica: já na comunidade de Corinto havia quem se julgasse no direito de criar divisões na Igreja celebrando a Eucaristia descuidando os irmãos mais necessitados e aspirando aos melhores carismas sem tomar em conta que somos membros uns dos outros. Ora – advertiu o Papa – “a que coisa se reduziria uma liturgia dirigida ao Senhor que se não tornasse ao mesmo tempo serviço aos irmãos? Que coisa seria uma fé que não se exprimisse na caridade?” Daqui a insistência de Bento XVI em sublinhar que “a centralidade da justificação sem as obras, objecto primário da pregação de Paulo, não entra absolutamente em contradição com uma fé que age no amor”. Pelo contrário “justificados pelo dom da fé em Cristo, somos chamados a viver no amor de Cristo pelo próximo, porque é com base neste critério que seremos julgados, no termo da nossa existência”. “Deixemo-nos envolver pelo amor louco de Deus por nós – exortou Bento XVI, em palavras improvisadas, recordando aos presentes que “nada nem ninguém nos poderá jamais separar do amor de Deus. Seja esta a força para vivermos realmente a fé que age no amor” – concluiu.

(Fonte: site Radio Vaticana)

O caminho para Deus

«Há uma só escada verdadeira fora do paraíso; fora da cruz, não há outra escada por onde se suba ao céu»

(Santa Rosa de Lima)

Pela sua obediência amorosa ao Pai, «até d morte de cruz» (Fl 2, 8), Jesus cumpriu a missão expiatória do Servo sofredor, que justifica as multidões, tomando sobre Si o peso das suas faltas (Is 53, 11)

(Catecismo da Igreja Católica § 623)

Terra Santa - Assembleia dos Bispos Católicos de rito latino e oriental


Os Bispos Católicos da Terra Santa encontram-se em Assembleia ordinária que reuniu as Igrejas de rito latino e as de rito oriental.

P. Pedro: "O objectivo desta assembleia de modo particular é principalmente o sentido de comunhão que existe e que deve crescer no interior das igrejas católicas da Terra Santa".

Mons. Antonio Franco: "A coisa mais bela é a assembleia porque nos encontramos e podemos partilhar e reflectir juntos sobre as realidades da nossa Igreja".

Mons.Fouad Twal: "Estamos tratando sobre as peregrinações, a vida pastoral, o ano dedicado a família na Terra Santa e ao apóstolo São Paulo".

Bem humorado, o Patriarca disse ainda que conta com o apoio dos cristãos de todo o mundo.

Mons. Fouad Twal : "Pedimos a todos que nos ajudem com as peregrinações, com a oração e se possível adoptando um projecto da Terra Santa".

Mons. Antonio Franco: "Oração e coração. Unidade com esta terra e com esta Igreja, que pertence a toda a Igreja universal porque aqui estão as nossas raízes".

Na Basílica dedicada a Santo Estevão, no Eccole Biblique dos padres dominicanos em Jerusalém os bispos encontraram-se com a comunidade local para celebrar o Ano Paulino.

Mons.Elias Chacour: "No ano dedicado ao Apóstolo, nós rezamos e desejamos que o fogo que ardeu no coração de São Paulo possa arder também dentro de nós".


(Fonte: H2O News com adaptação de JPR)

terça-feira, 25 de novembro de 2008

"Universalidade da beleza: estética e ética em confronto"


O anúncio do Evangelho deve ser recebido na sua beleza e novidade, para alcançar de modo eficiente os nossos contemporâneos, muitas vezes distraídos e absorvidos por um clima cultural não sempre propenso a acolher uma beleza em plena harmonia com a verdade e a bondade, mas sempre desejosos e nostálgicos de uma beleza autêntica, não superficial ou efémera. Foi o que disse Bento XVI, na mensagem lida por ocasião da sessão pública das Pontifícias Academias, sobre o tema "Universalidade da beleza: estética e ética em confronto", na presença do secretário de Estado, Cardeal Tarcisio Bertone. O Papa auspiciou uma sintonia sempre mais forte entre Igreja e mundo das artes à luz do cristianismo, porque o testemunho deve nutrir-se da beleza.

(Fonte: H2O News)

Humildade na oração

«A oração é a elevação da alma para Deus ou o pedido feito a Deus de bens convenientes». De onde é que falamos, ao orar? Das alturas do nosso orgulho e da nossa vontade própria, ou das «profundezas» (Sl 130, 1) dum coração humilde e contrito? Aquele que se humilha é que é elevado. A humildade é o fundamento da oração. «Não sabemos o que havemos de pedir para rezarmos como deve ser» (Rm 8, 26). A humildade é a disposição necessária para receber gratuitamente o dom da oração: o homem é um mendigo de Deus.

(Catecismo da Igreja Católica § 2559)


O pedido de perdão é o primeiro movimento da oração de petição (cf. o publicano: «Ó Deus, tem piedade de mim, que sou pecador» (Lc 18, 13). É o preliminar duma oração justa e pura. A humildade confiante repõe-nos na luz da comunhão com o Pai e com o seu Filho Jesus Cristo, bem como dos homens uns com os outros (100). Nestas condições, «seja o que for que Lhe peçamos, recebê-lo-emos» (1 Jo 3, 22). O pedido de perdão é o preâmbulo da liturgia Eucarística, bem como da oração pessoal.

(Catecismo da Igreja Católica § 2631)

Bento XVI - Cabe-nos decidir se seguir o bem ou o mal

segunda-feira, 24 de novembro de 2008

Oração do humilde

Salmo 86

Oração de David.

Inclina, SENHOR, os teus ouvidos e responde-me,
porque estou triste e necessitado.
Protege a minha vida, porque te sou fiel;
salva o teu servo, que em ti confia.
Senhor, tem compaixão de mim,
que a ti clamo todo o dia.
Alegra o espírito do teu servo,
pois para ti, Senhor, elevo a minha alma.Porque Tu, Senhor, és bom e indulgente,
cheio de misericórdia para quantos te invocam.
Senhor, ouve a minha oração,
atende os gritos da minha súplica.
Por ti clamo, no dia da minha angústia,
na certeza de que me responderás.
Não há entre os deuses quem se compare a ti, Senhor;
nada há que se compare às tuas obras.Todas as nações, que criaste, virão adorar-te, Senhor,
e darão glória ao teu nome.
Porque só Tu és grande
e realizas maravilhas.

Ensina-me, SENHOR, o teu caminho
e caminharei na verdade.
Dirige o meu coração, para que honre o teu nome.
Senhor, meu Deus, de todo o coração hei-de louvar-te
e glorificar o teu nome para sempre.
Pois a tua misericórdia foi grande para comigo;
livraste a minha vida das profundezas da morte.
Ó Deus, os soberbos levantam-se contra mim,
a turba dos prepotentes atenta contra a minha vida,
sem fazer nenhum caso de ti.
Mas Tu, Senhor, és um Deus misericordioso e compassivo,
paciente e grande em bondade e fidelidade.
Volta-te para mim e tem compaixão;
dá a tua força ao teu servo
e salva o filho da tua serva.
Dá-me uma prova da tua bondade,
para que os meus inimigos sejam confundidos
ao verem que Tu, SENHOR, me ajudas e confortas.

«Que devo eu fazer para alcançar a vida eterna?» - Excerto Homilia sobre Lucas 10, 25-37 – V

Para uma vida feliz é preciso, portanto, um íntimo entendimento com Deus. Só se esta relação de fundo correr bem podem também as outras relações vir a ser justas. Por isso é importante aprender ao longo de toda uma vida, e desde a juventude, a pensar com Deus, a sentir com Deus, a querer com Deus, para que daqui venha o amor. Desse modo o amor torna-se o tom de fundo da nossa vida.


(Olhar para Cristo – Joseph Ratzinger)

domingo, 23 de novembro de 2008

Bento XVI - Angelus "com amor pelo próximo realiza-se o Reino de Deus"

Cristo Rei

«(…) A nossa missão de cristãos é proclamar essa Realeza de Cristo; anunciá-la com a nossa palavra e com as nossas obras. (…). À grande maioria, o Senhor quere-a no mundo, no meio das ocupações terrenas. Estes cristãos, portanto, devem levar Cristo a todos os ambientes em que se desenvolve o trabalho humano: à fábrica, ao laboratório, ao trabalho do campo, à oficina do artesão, às ruas das grandes cidades e às veredas da montanha».

(Cristo que passa 105 excerto – S. Josemaría Escrivá de Balaguer)


«Que há de mais humilde no Rei dos seres que o entrar em comunhão com a nossa pobre natureza? O Rei de Reis e Senhor de Senhores reveste-Se da forma da nossa escravidão; o Juiz do universo fez-Se tributário de príncipes terrenos; o Senhor da criação nasce numa nova cova; quem abarca o mundo inteiro não encontra lugar na hospedaria (…); o puro e incorrupto reveste-se da sujidade da natureza e passando através de todas as necessidades, chega até à experiência da morte»

(Oratio I de beatitudinibus – São Gregório de Nissa)

Christus Rex

O caminho humilde da santidade na companhia de Jesus

Não é o salto mortal para o heroísmo que torna santo o homem, mas o humilde e paciente caminho de Jesus, passo a passo. A santidade não consiste em aventureiros actos de virtude, mas em amar com Ele.

(Olhar para Cristo – Joseph Ratzinger)

Mozart Gran Misa en do m. -6. Qui tollis peccata (Bernstein)



Último concerto dirigido por Leonard Bernstein em Abril de 1990, W. A. Mozart eleva-nos até muito próximo do Senhor no Seu Reino e Bernstein, de origem judaica, e todos os músicos e intérpretes, pela excepcional qualidade da sua interpretação, ajudam-nos a aproximar do Paraíso.

Este concerto está subdividido em 11 vídeos, publicá-los-emos à cadência de um por Domingo em louvor do Senhor e para nosso gáudio e elevação espiritual.

Votos de um Bom Domingo do Senhor!

sábado, 22 de novembro de 2008

Na festa de Cristo-Rei – excertos de textos de S. Josemaría Escrivá

É Rei e anseia por reinar nos nossos corações de filhos de Deus. Mas é preciso não imaginar reinados humanos neste caso, porque Cristo não domina nem procura impor-se, dado que não veio para ser servido, mas para servir (...) O seu reino é a paz, a alegria, a justiça. Cristo, nosso Rei, não espera de nós raciocínios vãos, mas factos, porque nem todo o que Me diz: Senhor, Senhor, entrará no reino dos céus; mas o que faz a vontade de meu Pai que está nos céus, esse entrará no reino dos céus (Mt 7,21).

Cristo que passa, 93


Onde está o nosso Rei? Não será que Jesus quer reinar, antes de mais, no coração, no teu coração? Por isso se fez menino: quem é capaz de ter o coração fechado para uma criança? Onde está o nosso Rei? Onde está o Cristo que o Espírito Santo procura formar na nossa alma? Cristo não pode estar na soberba, que nos separa de Deus, nem na falta de caridade, que nos isola dos homens. Aí não podemos encontrar Cristo, mas apenas a solidão.

Cristo que passa, 31


Cristo deve reinar, em primeiro lugar, na nossa alma. Mas como Lhe responderíamos, se Ele nos perguntasse: como é que tu Me deixas reinar em ti? Eu responder-lhe-ia que para que Ele reine em mim, preciso da sua graça abundante, pois só assim é que o mais imperceptível pulsar do meu coração, a menor respiração, o olhar menos intenso, a palavra mais corrente, a sensação mais elementar se traduzirão num hossana ao meu Cristo Rei.

Cristo que passa, 181


Se deixarmos que Cristo reine na nossa alma, não nos tornaremos dominadores; seremos servidores de todos os homens. Serviço. Como gosto desta palavra! Servir o meu Rei e, por Ele, todos os que foram redimidos com o seu sangue. Se os cristãos soubessem servir! Vamos confiar ao Senhor a nossa decisão de aprender a realizar esta tarefa de serviço, porque só servindo é que poderemos conhecer e amar Cristo e dá-Lo a conhecer e conseguir que os outros O amem mais.

Cristo que passa, 182


A isto fomos chamados, nós, os cristãos; esta é a nossa tarefa apostólica e a ânsia que nos deve queimar a alma: conseguir que seja realidade o reino de Cristo, que não haja mais ódios nem mais crueldades, que difundamos na Terra o bálsamo forte e pacífico do amor. Peçamos hoje ao nosso Rei que nos faça colaborar humilde e fervorosamente no divino propósito de unir o que está quebrado, de salvar o que está perdido, de ordenar o que o homem desordenou, de levar ao seu fim aquilo que se desencaminha, de reconstruir a concórdia de tudo o que foi criado.

Cristo que passa, 183


Celebramos hoje a festa de Cristo Rei. E não saio do meu ofício de sacerdote quando digo que, se alguma pessoa entendesse o reino de Cristo como um programa político, não teria aprofundado como devia na finalidade da Fé e estaria a um passo de sobrecarregar as consciências com pesos que não são os de Jesus porque o seu jugo é suave e o seu peso é leve. Amemos de verdade todos os homens, amemos a Cristo acima de tudo e então não teremos outro remédio senão amar a legítima liberdade dos outros, numa pacífica e justa convivência.

Cristo que passa, 184


(Fonte: http://www.pt.josemariaescriva.info/index.php?id_cat=1002&id_scat=789 )

O Evangelho de Domingo 23 de Novembro Solenidade de Nosso Senhor Jesus Cristo, Rei do Universo



Evangelho de Nosso Senhor Jesus Cristo segundo São Mateus – Mt 25,31-46

Naquele tempo,disse Jesus aos seus discípulos:«Quando o Filho do homem vier na sua glória com todos os seus Anjos, sentar-Se-á no seu trono glorioso.

Todas as nações se reunirão na sua presença e Ele separará uns dos outros, como o pastor separa as ovelhas dos cabritos; e colocará as ovelhas à sua direita e os cabritos à sua esquerda.

Então o Rei dirá aos que estiverem à sua direita:‘Vinde, bem ditos de meu Pai; recebei como herança o reino que vos está preparado desde a criação do mundo.

Porque tive fome e destes-Me de comer;
tive sede e destes-me de beber;
era peregrino e Me recolhestes;
não tinha roupa e Me vestistes;
estive doente e viestes visitar-Me;
estava na prisão e fostes ver-Me’.

Então os justos Lhe dirão:
‘Senhor, quando é que Te vimos com fome e Te demos de comer, ou com sede e Te demos de beber?
Quando é que Te vimos peregrino e te recolhemos, ou sem roupa e Te vestimos?
Quando é que Te vimos doente ou na prisão e Te fomos ver?’
E o Rei lhes responderá:
‘Em verdade vos digo: Quantas vezes o fizestes a um dos meus irmãos mais pequeninos, a Mim o fizestes’.
Dirá então aos que estiverem à sua esquerda:
‘Afastai-vos de Mim, malditos, para o fogo eterno, preparado para o demónio e os seus anjos.

Porque tive fome e não Me destes de comer;
tive sede e não Me destes de beber;
era peregrino e não Me recolhestes;
estava sem roupa e não Me vestistes;
estive doente e na prisão e não Me fostes visitar’.

Então também eles Lhe hão-de perguntar:
‘Senhor, quando é que Te vimos com fome ou com sede, peregrino ou sem roupa, doente ou na prisão, e não Te prestámos assistência?’

E Ele lhes responderá:
‘Em verdade vos digo: Quantas vezes o deixastes de fazer a um dos meus irmãos mais pequeninos, também a Mim o deixastes de fazer’.
Estes irão para o suplício eterno e os justos para a vida eterna».

O tesouro confiado por Cristo deve ser compartilhado com todos


A parábola evangélica dos talentos teve influência também "no plano histórico-social", promovendo "uma mentalidade activa e empreendedora" entre os cristãos. Disse o Papa durante o Angelus de domingo 16 de Novembro, aos peregrinos reunidos na Praça de São Pedro.

Queridos irmãos e irmãs

A Palavra de Deus deste domingo o penúltimo do ano litúrgico convida-nos a ser vigilantes e empreendedores, à espera da volta do Senhor Jesus no fim dos tempos. A página evangélica narra a célebre parábola dos talentos, citada por São Mateus (cf. 25, 14-30). O "talento" era uma antiga moeda romana, de grande valor, e precisamente por causa da popularidade desta parábola tornou-se sinónimo de dote pessoal, que cada um é chamado a fazer frutificar. Na realidade, o texto fala de "um homem que, ao partir para uma viagem, chamou os seus servos e lhes confiou os seus bens" (Mt 25, 14). O homem da parábola representa o próprio Cristo, os servos são os discípulos e os talentos são os dons que Jesus lhes confia. Por isso tais dons, além das qualidades naturais, representam as riquezas que o Senhor Jesus nos deixou em herança, para que as fecundemos: a sua Palavra, despositada no Santo Evangelho; o Baptismo, que nos renova no Espírito Santo; a oração o "Pai-Nosso" que elevamos a Deus como filhos unidos no Filho; o seu perdão, que Ele ordenou de levar a todos; o sacramento do seu Corpo imolado e do seu Sangue derramado. Em síntese: o Reino de Deus, que é Ele mesmo, presente e vivo no meio de nós.


Este é o tesouro que Jesus confiou aos seus amigos, no final da sua breve existência terrena. A parábola hodierna insiste na atitude interior com que acolher e valorizar este dom. A atitude errada é a do receio: o servo que tem medo do seu senhor e teme o seu retorno, esconde a moeda debaixo da terra e ela não produz qualquer fruto. Isto acontece por exemplo com quem, tendo recebido o Baptismo, a Comunhão e a Crisma, depois enterra tais dons debaixo de uma camada de preconceitos, sob uma falsa imagem de Deus que paralisa a fé e as obras, a ponto de atraiçoar as expectativas do Senhor. Mas a parábola põe em maior evidência os bons frutos produzidos pelos discípulos que, felizes pelo dom recebido, não o conservaram escondido, com receio e inveja, mas fizeram-no frutificar, compartilhando-o, comunicando-o. Sim, o que Cristo nos concedeu multiplica-se quando é doado! É um tesouro feito para ser despendido, investido, compartilhado com todos, como nos ensina aquele grande administrador dos talentos de Jesus, que é o Apóstolo Paulo.


O ensinamento evangélico, que hoje a liturgia nos oferece, incidiu também no plano histórico-social, promovendo nas populações cristãs uma mentalidade activa e empreendedora. No entanto, a mensagem central diz respeito ao espírito de responsabilidade com que acolher o Reino de Deus: responsabilidade em relação a Deus e à humanidade. Encarna perfeitamente esta atitude do coração a Virgem Maria que, recebendo o mais precioso dos dons, o próprio Jesus, ofereceu-O ao mundo com imenso amor. A Ela peçamos-lhe que nos ajude a ser "servos bons e fiéis", para que possamos um dia participar "na alegria do nosso Senhor".


No final da prece mariana, o Santo Padre saudou os fiéis presentes na Praça, recordando antes da celebração do Dia de oração pelas comunidades religiosas de clausura.


Na próxima sexta-feira, 21 de Novembro, na memória litúrgica da Apresentação de Maria Santíssima no Templo, celebrar-se-á o Dia pro Orantibus, pelas comunidades religiosas de clausura. Demos graças ao Senhor pelas irmãs e irmãos que abraçaram esta missão, dedicando-se totalmente à oração e que vivem daquilo que recebem da Providência. Por nossa vez, oremos por eles e pelas novas vocações, empenhando-nos a sustentar os mosteiros nas suas necessidades materiais. Amadas irmãs e amados irmãos, a vossa presença na Igreja e no mundo é indispensável. Estou próximo de vós e abençoo-vos com grande afecto.

Local de encontro com Cristo

«Um homem sabedor de que o mundo – e não só o templo – é o lugar do seu encontro com Cristo, ama esse mundo, procura adquirir uma boa preparação intelectual e profissional, vai formando – com plena liberdade – os seus próprios critérios sobre os problemas do meio em que vive; e toma, como consequência, as suas próprias decisões que, por serem decisões de um cristão, procedem também de uma reflexão pessoal que tenta humildemente captar a vontade de Deus nesses aspectos, pequenos e grandes, da vida.

Mas esse cristão não se lembra nunca de pensar ou de dizer que desce do templo ao mundo para representar a Igreja, e que as suas soluções são as soluções católicas daqueles problemas. Isso não pode ser, meus filhos! Isso seria clericalismo, catolicismo oficial, ou como quiserdes chamar-lhe. De qualquer modo, seria violentar a natureza das coisas. Tendes de difundir por toda a parte uma verdadeira mentalidade laical, que há-de levar os cristãos a três consequências: a serem suficientemente honrados para arcarem com a sua responsabilidade pessoal; a serem suficientemente cristãos para respeitarem os seus irmãos na fé que proponham – em matérias discutíveis – soluções diversas das suas; e a serem suficientemente católicos para não se servirem da Igreja, nossa Mãe, misturando-a com partidarismos humanos. (...).

Interpretai, portanto, as minhas palavras como o que são: um chamamento a exercerdes – diariamente! não apenas em situações de emergência – os vossos direitos; e a cumprirdes nobremente as vossas obrigações como cidadãos – na vida política, na vida económica, na vida universitária, na vida profissional –, assumindo com coragem todas as consequências das vossas decisões, arcando com a independência pessoal que vos corresponde. E essa mentalidade laical cristã permitir-vos-á fugir de toda a intolerância, de todo o fanatismo. Di-lo-ei de um modo positivo: far-vos-á conviver em paz com todos os vossos concidadãos e fomentar também a convivência nos diversos sectores da vida social.»


(Temas Actuais do Cristianismo, 117–118 - S. Josemaría Escrivá de Balaguer)

sexta-feira, 21 de novembro de 2008

A ajuda do silêncio

O dia de hoje é dedicado pela Igreja aos mosteiros de clausura. No frenesim em que andamos, a vida contemplativa é uma espécie de oxigénio: centra-nos no essencial.

A este propósito posso contar a história verdadeira de duas amigas minhas, ambas com carreiras profissionais brilhantes, que deixaram tudo, abandonaram o mundo em que viviam e foram para freiras de clausura rigorosa.

Uma delas é francesa e a outra é portuguesa. A francesa era jornalista de sucesso numa rádio de Paris e, habituada a viajar pelo mundo. Apesar de uma vida preenchida, deixou tudo e vive hoje no meio dos Alpes, como eremita num mosteiro de rigoroso silêncio, inspirado na experiência da Cartuxa.

A outra amiga portuguesa, com uma vida social intensa e uma carreira promissora no campo das relações internacionais, foi para carmelita há mais de dez anos e vive para sempre atrás das grades da clausura.

Ambas optaram radicalmente pelo silêncio e vivem plenamente felizes. Abandonaram tudo por uma coisa maior e mais atractiva do que aquilo que já tinham. Algo – garantem elas e muitos outros contemplativos espalhados pelo mundo - que só é possível alcançar no meio do silêncio.

Que bom que é para todos nós a vida dos contemplativos!


Aura Miguel


(Fonte: site RR)

Economía de Mercado y Ética por Joseph Ratzinger

(Exposición en la Conferencia "Iglesia y Economía: responsabilidad para el futuro de la economía mundial" celebrada en la Universidad Pontificia Urbaniana en noviembre de 1985)

La desigualdad económica entre el Norte y el Sur del globo terráqueo constituye una amenaza interior cada vez mayor para la cohesión de la familia humana que podría terminar por configurar un peligro no menor para la prolongación de nuestra historia que el de los arsenales de armamentos con los que se enfrentan el Este y el Oeste.

Urgen, por lo tanto, nuevos esfuerzos que permitan superar esta tensión por cuanto los métodos ensayados hasta ahora no fueron suficientes; por el contrario, en los últimos treinta años la miseria en el mundo aumentó hasta alcanzar dimensiones realmente estremecedoras. En la búsqueda de soluciones que realmente signifiquen un avance, hacen falta nuevas ideas económicas que, a su vez, no parece puedan ser concebidas ni menos realizadas sin nuevos impulsos éticos. Aquí se ofrece la posibilidad y la necesidad de un diálogo entre la Iglesia y la economía.

No se comprende a simple vista .sobre todo en el enfoque clásico de la economía- qué pueden tener en común la Iglesia y la economía, salvo que la Iglesia es también un agente económico y como tal un factor del mercado. Sin embargo, no ha venido a participar del diálogo con la economía en esa calidad de elemento económico sino propiamente como Iglesia. Surge entonces una objeción fundada en la reafirmación hecha por el Concilio Vaticano II que señala la necesidad de respetar la autonomía de las respectivas esferas, es decir, que la economía debería funcionar siguiendo sus propias reglas de juego y no operar en función de consideraciones morales exógenas.

Pues en el ámbito económico se asigna vigencia a la tradición inaugurada por Adam Smith según la cual el mercado es incompatible con la ética porque "cualquier acción moral voluntaria contradice las reglas del mercado y simplemente termina por desplazar al empresario moralizante del mercado". Durante mucho tiempo la ética económica se consideró, por consiguiente, expresión hueca, dado que en la economía se trataría de efectividad y no de moralidad. Era la lógica interna del mercado la que nos debía liberar de la necesidad de tener que apoyarnos en la mayor o menor moralidad de los diferentes agentes del mercado. El juego correcto de las reglas del mercado era lo que mejor garantizaría el progreso y la justicia distributiva.

Los grandes éxitos que esta teoría logró en determinados terrenos impidieron durante mucho tiempo advertir cuáles eran sus límites. Ante el cambio operado en la realidad comienzan a evidenciarse sus tácitos condicionamientos filosóficos y se hacen más notorios sus problemas. Pese a que este criterio apunta a la libertad de los diferentes agentes económicos y en tal sentido merece el calificativo de libertario, es esencialmente determinista. Presupone que el libre juego de las fuerzas del mercado, tal cual son los hombres y el mundo, sólo puede actuar en un sentido, o sea en función de la autorregulación de la oferta y la demanda, es decir, en función de la efectividad y del progreso económico. Este determinismo, donde el hombre -con una libertad aparente- en el fondo no actuaría sino en función de las leyes inalterables del mercado, presupone también una condición muy distinta y quizás aún más asombrosa: que las supuestas leyes naturales del mercado son esencialmente buenas y que propenden necesariamente hacia lo bueno.

Ambos presupuestos no son del todo falsos, tal como lo demuestran los éxitos obtenidos por la economía de mercado, pero ninguno de los dos es tampoco infinitamente extensible, ni infinitamente cierto, según lo evidencian los presentes problemas de la economía mundial. Sin la intención de penetrar en un análisis detallado, quiero recalcar una frase de Peter Soslowski que va al centro de las cuestión:
"La economía no es gobernada sólo por leyes económicas, sino que está determinada por hombres". Aun cuando la economía de mercado se basa en la integración del individuo a una determinada red de normas, no puede hacer superfluo al hombre excluyendo su libertad ética del quehacer económico. Hoy se tienen cada vez más evidencias de que el desarrollo de la economía mundial también guarda relación con la evolución de la familia humana, y que para el desarrollo de la comunidad internacional cobra sustancial significación el desarrollo de las fuerzas espirituales del hombre.

También las fuerzas espirituales son un factor económico: las reglas del mercado sólo funcionan cuando existe un consenso moral básico que las sostiene.

Hasta aquí he tratado de hacer referencia a la dualidad que existe entre un modelo económico netamente lineal y un planteo ético, tratando de encuadrar un primer tema que seguramente habrá de desempeñar un papel importante en este simposio. Pero también es necesario mencionar una realidad inversa. El tema del mercado y de la moral ha dejado ya de ser un mero problema teórico. Como la desigualdad de las diferentes regiones económicas hace peligrar el juego del mercado, en las década de 1950 se buscó establecer el equilibrio económico mediante programas de desarrollo.

Hoy no podemos dejar de ver que este intento ha fracasado en su forma tradicional y que incluso ha agudizado la desigualdad. Como consecuencia de ello, numerosos sectores del Tercer Mundo que en un primer momento miraron esperanzados la ayuda al desarrollo, ven ahora la causa de su miseria en la economía de mercado, a la cual consideran un sistema de explotación, la encarnación de la injusticia. En esta perspectiva asoma la economía dirigida y centralizada como alternativa moral que despierta un fervor casi religioso. La economía de mercado, ciertamente, apuesta al efecto positivo del egoísmo que encuentra su limitación en su competencia con otros egoísmos; la economía dirigida parece encarnar, en cambio, la idea de una conducción justa, cuyo objetivo es lograr derechos iguales para todos y una distribución homogénea de los bienes entre todos.

Los antecedentes de que disponemos no son alentadores, pero ello no invalida la esperanza de que finalmente logremos que la concepción moral prevalezca. En efecto, el razonamiento sostiene que si desarrollásemos todo sobre un fundamento moral más sólido sería posible reconciliar la moral y la efectividad en una sociedad cuyo objetivo no sea obtener un máximo de beneficios sino la autolimitación y la vocación de servicio. De este modo la disputa entre economía y ética se vuelve cada vez más en contra de la economía de mercado y a favor de una economía dirigida y centralizada a la que se cree dar plenamente un acertado fundamento ético.

Sin embargo, toda la dimensión del problema aquí planteado llega a manifestarse sólo si integramos un tercer espacio de reflexiones económicas y teóricas que caracterizan el panorama de la situación actual: el mundo marxista. En cuanto a su estructura teórica, económica y práctica, el sistema marxista como economía dirigista se opone diametralmente a la economía de mercado. La salvación así propuesta consiste en que el derecho privado no se ejerce sobre los bienes de producción, en que la oferta y la demanda no se coordinan mediante la competencia en el mercado y que por lo tanto no queda espacio para las ansias de ganancia, sino que todas las decisiones irradian desde la administración central.

Pero pese a esta oposición radical en los mecanismos económicos concretos existen también coincidencias filosóficas más profundas. La primera consiste en que también el marxismo es un determinismo, que también él promete la liberación total como fruto de tal determinismo. Por ello es un error básico suponer que el sistema de dirigismo centralizado es un sistema moral en esencia distinto del sistema mecánico de la economía de mercado. Expresión clara de ello es que, por ejemplo, Lenín reafirmaba la tesis de Sombart según la cual en el marxismo no existe ninguna Gran Ética sino sólo leyes económicas. En efecto, el determinismo es mucho más radical y fundamental en el marxismo que en el liberalismo: éste último reconoce por lo menos el ámbito de lo subjetivo comprendido como espacio de lo ético; en el marxismo, por el contrario, el devenir y la historia se reducen por completo a la economía, y cualquier delimitación de un ámbito subjetivo propio se interpreta como resistencia a las leyes de la historia, únicas vigentes, a una reacción hostil al progreso imposible de tolerar. La ética se reduce aquí a la filosofía de la historia y ésta se desintegra en estrategia partidaria.

Pero volvamos sobre las coincidencias en las bases filosóficas entre marxismo y capitalismo en una acepción más estricta. La segunda coincidencia consiste en que el determinismo incluye el rechazo a la ética como variable independiente y relevante para la economía. Una manifestación dramática de ello en el marxismo es que la religión se ve remitida a la economía, como si fuera mero reflejo de cierto sistema económico; por lo tanto, el marxismo la considera a la vez obstáculo para el conocimiento y la acción correctas y obstáculo para el progreso que persiguen las leyes naturales de la historia.

Se presupone nuevamente que la historia que transcurre en la dialéctica de lo negativo y positivo terminará por desembocar en una positividad total, como consecuencia de una esencia interior de ninguna manera demostrada.

Es evidente que en un enfoque de esta naturaleza la Iglesia nada positivo podría aportar a la economía mundial, y sólo aparecería en el debate económico como algo a ser superado. En épocas más recientes se supuso que durante ese proceso podría servir como medio para su propia destrucción y por ende como instrumento de "las fuerzas positivas de la historia"; evidentemente, en nada cambia esto la tesis básica.

Por lo demás, prácticamente todo el sistema vive de la apoteosis de la dirección central, en la cual quedaría reflejado el mismísimo espíritu del siglo. Que esto es un mito en el sentido más nefasto de la palabra se comprueba de manera cotidiana. Así, el rechazo frontal al diálogo concreto entre la Iglesia y la economía que subyace a este pensamiento parece una conclusión necesaria.

En el intento de describir las posibilidades de un diálogo entre Iglesia y economía me encontré, además, con un cuarto aspecto ilustrado con la frase acuñada en 1912 por Teodoro Roosevelt: "Creo que la asimilación de los países latinoamericanos a los Estados Unidos será difícil y larga en tanto estos países sigan siendo católicos".

Siguiendo la misma línea de pensamiento, David Rockefeller recomendó en 1969, en oportunidad de una conferencia dictada en Roma, suplantar allí los católicos por otros cristianos .empresa que, como sabemos, está en pleno funcionamiento. En ambas expresiones la religión, o mejor dicho una confesión cristiana parece ser el factor fundamental socio-político y político-económico para un modo de desenvolvimiento de las estructuras políticas y sus posibilidades económicas.

Esto recuerda la tesis de Max Weber sobre la relación íntima entre capitalismo y calvinismo, entre la configuración del orden económico y la idea religiosa determinante.

Parecería haberse invertido la idea de Marx: no sería la economía lo que produce el concepto religioso sino la orientación religiosa básica lo que decide acerca de la índole del sistema económico a configurarse. La noción de que sólo el protestantismo puede producir una economía libre mientras que el catolicismo no contempla la necesidad de una educación dirigida a la libertad y la autodisciplina sino que favorece los sistemas autoritarios sigue muy difundida. Por otro lado, ya no podemos considerar el sistema liberal capitalista como la salvación del mundo, de acuerdo con el optimismo de la era de Kennedy y sus cuerpos de paz. Mi primera recomendación sería, entonces, una autocrítica de las confesiones cristianas en cuanto a su ética política y económica, que no puede agotarse en un diálogo interno de la Iglesia y que sólo será fructífero en la medida en que participen de él los cristianos que ocupan lugares clave en la economía.

Una vieja tradición hace que éstos a menudo consideren su condición de cristianos como propia del ámbito subjetivo mientras que como economistas obedecen las leyes de la economía; el mundo subjetivo y el mundo objetivo serían incomunicables. Lejos de ello, lo importante es que lleguen a encontrarse en un modo que los una en forma pura y sin separación. Se hace evidente en la historia de la economía que la conformación de los sistemas económicos y su vinculación con el bien común depende de una cierta disciplina ética que a su vez sólo puede emerger y obtener su aliento vital de las fuerzas religiosas. A la inversa, también comienza a evidenciarse que la declinación de tal disciplina provoca el desmoronamiento de las fuerzas de mercado.

Una política económica no sólo comprometida con un bien sectorial o el bien común de un determinado Estado, sino con el bien común de la familia humana exige un máximo de disciplina ética y por ende un máximo de fuerza religiosa. La formación de una voluntad política basada en las leyes internas de la economía que se proponga el mismo elevado fin parece de realización imposible a pesar de cualesquiera solemnes afirmaciones humanitarias; sólo se lo podrá realizar si para ello se liberan fuerzas éticas totalmente nuevas. Pero una moral que crea posible prescindir del conocimiento objetivo de las leyes económicas no es moral sino moralismo, que es lo contrario de la moral. Y una objetividad aparente que pretenda existir sin la ética desconoce la realidad del hombre y con ello deja de ser objetiva. Hoy necesitamos un máximo de razonamiento económico pero también un máximo de ética que permita poner la razón económica al servicio de los verdaderos objetivos y que sus conocimientos sean políticamente realizables y socialmente viables.

Con todo lo antedicho no quise ni pude dar respuestas a los interrogantes que nos preocupan: no poseo el criterio económico necesario, pero intenté hacer un planteo de extrema urgencia respecto de lo que nos ha traído aquí. Esperemos que resulte posible dar un paso adelante en la necesaria comunidad entre ética y economía que nos conduzca a mayores conocimientos y mejores acciones proveyendo más paz, más libertad y más unidad en la familia humana.


Fonte: http://www.ucalp.edu.ar/ratzinger.html

Papa previu colapso dos mercados em 1985

http://www.jornaldenegocios.pt/index.php?template=SHOWNEWS&id=341988


O Papa Benedito XVI foi o primeiro a prever a crise no sistema financeiro mundial, uma profecia que data de um documento que escreveu quando ainda era cardeal, afirmou hoje o ministro italiano das Finanças, Giulio Tremonti.“A previsão de que uma economia indisciplinada iria colapsar devido às suas próprias regras” pode ser encontrada num texto escrito por cardeal Joseph Ratzinger, que se tornou Papa em Abril de 2005, referiu ontem Tremonti, citado pela Bloomberg.

Ratzinger apresentou em 1985 um documento intitulado “Market Economy and Ethics”, num evento dedicado à Igreja e à economia. O então cardeal disse que o declínio observado ao nível da ética poderia “levar a um colapso das leis do mercado”.No passado dia 7 de Outubro, o Papa salientou, a propósito da crise nos mercados, que o dinheiro não vale nada e que a única realidade sólida é a palavra de Deus.

O jornal oficial do Vaticano, o Osservatore Romano, criticou no mesmo dia o modelo de mercado livre por ter crescido demasiado, e da forma errada, nas últimas duas décadas, sublinhou a Bloomberg.

TEXTO INTEGRAL EM INGLÊS


http://www.acton.org/publications/occasionalpapers/publicat_occasionalpapers_ratzinger.php


Article presented in 1985 in a symposium in Rome, “Church and Economy in Dialogue.” 1

Market Economy and Ethics


By Joseph Cardinal Ratzinger 2


Allow me to give a cordial welcome — also in the name of the two other protectors, Cardinal Höffner and Cardinal Etchegaray — to all the participants here present for the Symposium on Church and Economy. I am very glad that the cooperation between the Pontifical Council for the Laity, the International Federation of Catholic Universities, the Institute of the German Economy and the Konrad-Adenauer-Foundation, has made possible these world-wide conversations on a question of deep concern for all of us.

The economic inequality between the northern and southern hemispheres of the globe is becoming more and more an inner threat to the cohesion of the human family. The danger for our future from such a threat may be no less real than that proceeding from the weapons arsenals with which the East and the West oppose one another. New exertions must be made to overcome this tension, since all methods employed hitherto have proven themselves inadequate. In fact, the misery in the world has increased in shocking measure during the last thirty years. In order to find solutions that will truly lead us forward, new economic ideas will be necessary. But such measures do not seem conceivable or, above all, practicable without new moral impulses. It is at this point that a dialogue between Church and economy becomes both possible and necessary.

Let me clarify somewhat the exact point in question. At first glance, precisely in terms of classical economic theory, it is not obvious what the Church and the economy should actually have to do with one another, aside from the fact that the Church owns businesses and so is a factor in the market. The Church should not enter into dialogue here as a mere component in the economy, but rather in its own right as Church.

Here, however, we must face the objection raised especially after the Second Vatican Council, that the autonomy of specialized realms is to be respected above all. Such an objection holds that the economy ought to play by its own rules and not according to moral considerations imposed on it from without. Following the tradition inaugurated by Adam Smith , this position holds that the market is incompatible with ethics because voluntary “moral” actions contradict market rules and drive the moralizing entrepreneur out of the game. 3 For a long time, then, business ethics rang like hollow metal because the economy was held to work on efficiency and not on morality. 4 The market's inner logic should free us precisely from the necessity of having to depend on the morality of its participants. The true play of market laws best guarantees progress and even distributive justice.

The great successes of this theory concealed its limitations for a long time. But now in a changed situation, its tacit philosophical presuppositions and thus its problems become clearer. Although this position admits the freedom of individual businessmen, and to that extent can be called liberal, it is in fact deterministic in its core. It presupposes that the free play of market forces can operate in one direction only, given the constitution of man and the world, namely, toward the self-regulation of supply and demand, and toward economic efficiency and progress.

This determinism, in which man is completely controlled by the binding laws of the market while believing he acts in freedom from them, includes yet another and perhaps even more astounding presupposition, namely, that the natural laws of the market are in essence good (if I may be permitted so to speak) and necessarily work for the good, whatever may be true of the morality of individuals. These two presuppositions are not entirely false, as the successes of the market economy illustrate. But neither are they universally applicable and correct, as is evident in the problems of today's world economy. Without developing the problem in its details here — which is not my task — let me merely underscore a sentence of Peter Koslowski's that illustrates the point in question: “The economy is governed not only by economic laws, but is also determined by men...”. 5 Even if the market economy does rest on the ordering of the individual within a determinate network of rules, it cannot make man superfluous or exclude his moral freedom from the world of economics. It is becoming ever so clear that the development of the world economy has also to do with the development of the world community and with the universal family of man, and that the development of the spiritual powers of mankind is essential in the development of the world community. These spiritual powers are themselves a factor in the economy: the market rules function only when a moral consensus exists and sustains them.

If I have attempted so far to point to the tension between a purely liberal model of the economy and ethical considerations, and thereby to circumscribe a first set of questions, I must now point out the opposite tension. The question about market and ethics has long ceased to be merely a theoretical problem. Since the inherent inequality of various individual economic zones endangers the free play of the market, attempts at restoring the balance have been made since the 1950s by means of development projects. It can no longer be overlooked that these attempts have failed and have even intensified the existing inequality. The result is that broad sectors of the Third World, which at first looked forward to development aid with great hopes, now identify the ground of their misery in the market economy, which they see as a system of exploitations, as institutionalised sin and injustice. For them, the centralized economy appears to be the moral alternative, toward which one turns with a directly religious fervor, and which virtually becomes the content of religion. For while the market economy rests on the beneficial effect of egoism and its automatic limitation through competing egoisms, the thought of just control seems to predominate in a centralized economy, where the goal is equal rights for all and proportionate distribution of goods to all. The examples adduced thus far are certainly not encouraging, but the hope that one could, nonetheless, bring this moral project to fruition is also not thereby refuted. It seems that if the whole were to be attempted on a stronger moral foundation, it should be possible to reconcile morality and efficiency in a society not oriented toward maximum profit, but rather to self-restraint and common service. Thus in this area, the argument between economics and ethics is becoming ever more an attack on the market economy and its spiritual foundations, in favour of a centrally controlled economy, which is believed now to receive its moral grounding.

The full extent of this question becomes even more apparent when we include the third element of economic and theoretical considerations characteristic of today's situation: the Marxist world. In terms of the structure of its economic theory and praxis, the Marxist system as a centrally administered economy is a radical antithesis to the market economy. 6 Salvation is expected because there is no private control of the means of production, because supply and demand are not brought into harmony through market competition, because there is no place for private profit seeking, and because all regulations proceed from a central economic administration. Yet, in spite of this radical opposition in the concrete economic mechanisms, there are also points in common in the deeper philosophical presuppositions. The first of these consists in the fact that Marxism, too, is deterministic in nature and that it too promises a perfect liberation as the fruit of this determinism. For this reason, it is a fundamental error to suppose that a centralized economic system is a moral system in contrast to the mechanistic system of the market economy. This becomes clearly visible, for example, in Lenin's acceptance of Sombart's thesis that there is in Marxism no grain of ethics, but only economic laws. 7 Indeed, determinism is here far more radical and fundamental than in liberalism: for at least the latter recognizes the realm of the subjective and considers it as the place of the ethical. The former, on the other hand, totally reduces becoming and history to economy, and the delimitation of one's own subjective realm appears as resistance to the laws of history, which alone are valid, and as a reaction against progress, which cannot be tolerated. Ethics is reduced to the philosophy of history, and the philosophy of history degenerates into party strategy.

But let us return once again to the common points in the philosophical foundations of Marxism and capitalism taken strictly. The second point in common — as will already have been clear in passing — consists in the fact that determinism includes the renunciation of ethics as an independent entity relevant to the economy \. This shows itself in an especially dramatic way in Marxism. Religion is traced back to economics as the reflection of a particular economic system and thus, at the same time, as an obstacle to correct knowledge, to correct action — as an obstacle to progress, at which the natural laws of history aim. It is also presupposed that history, which takes its course from the dialectic of negative and positive, must, of its inner essence and with no further reasons being given, finally end in total positivity. That the Church can contribute nothing positive to the world economy on such a view is clear; its only significance for economics is that it must be overcome. That it can be used temporarily as a means for its own self-destruction and thus as an instrument for the “positive forces of history” is an ‘insight’ that has only recently surfaced. Obviously, it changes nothing in the fundamental thesis.

For the rest, the entire system lives in fact from the apotheosis of the central administration in which the world spirit itself would have to be at work, if this thesis were correct. That this is a myth in the worst sense of the word is simply an empirical statement that is being continually verified. And thus precisely the radical renunciation of a concrete dialogue between Church and economy which is presupposed by this thought becomes a confirmation of its necessity.

In the attempt to describe the constellation of a dialogue between Church and economy , I have discovered yet a fourth aspect. It may be seen in the well-known remark made by Theodore Roosevelt in 1912: “I believe that the assimilation of the Latin-American countries to the United States will be long and difficult as long as these countries remain Catholic.” Along the same lines, in a lecture in Rome in 1969, Rockefeller recommended replacing the Catholics there with other Christians 8 — an undertaking which, as is well known, is in full swing. In both these remarks, religion — here a Christian denomination — is presupposed as a socio-political, and hence as an economic-political factor, which is fundamental for the development of political structures and economic possibilities. This reminds one of Max Weber's thesis about the inner connection between capitalism and Calvinism , between the formation of the economic order and the determining religious idea. Marx's notion seems to be almost inverted: it is not the economy that produces religious notions, but the fundamental religious orientation that decides which economic system can develop. The notion that only Protestantism can bring forth a free economy — whereas Catholicism includes no corresponding education to freedom and to the self-discipline necessary to it, favouring authoritarian systems instead — is doubtless even today still very widespread, and much in recent history seems to speak for it. On the other hand, we can no longer regard so naively the liberal-capitalistic system (even with all the corrections it has since received) as the salvation of the world. We are no longer in the Kennedy-era, with its Peace Corps optimism; the Third World's questions about the system may be partial, but they are not groundless. A self-criticism of the Christian confessions with respect to political and economic ethics is the first requirement.

But this cannot proceed purely as a dialogue within the Church. It will be fruitful only if it is conducted with those Christians who manage the economy \. A long tradition has led them to regard their Christianity as a private concern, while as members of the business community they abide by the laws of the economy.

These realms have come to appear mutually exclusive in the modern context of the separation of the subjective and objective realms. But the whole point is precisely that they should meet, preserving their own integrity and yet inseparable. It is becoming an increasingly obvious fact of economic history that the development of economic systems which concentrate on the common good depends on a determinate ethical system, which in turn can be born and sustained only by strong religious convictions. 9 Conversely, it has also become obvious that the decline of such discipline can actually cause the laws of the market to collapse. An economic policy that is ordered not only to the good of the group — indeed, not only to the common good of a determinate state — but to the common good of the family of man demands a maximum of ethical discipline and thus a maximum of religious strength. The political formation of a will that employs the inherent economic laws towards this goal appears, in spite of all humanitarian protestations, almost impossible today. It can only be realized if new ethical powers are completely set free. A morality that believes itself able to dispense with the technical knowledge of economic laws is not morality but moralism. As such it is the antithesis of morality. A scientific approach that believes itself capable of managing without an ethos misunderstands the reality of man. Therefore it is not scientific. Today we need a maximum of specialized economic understanding, but also a maximum of ethos so that specialized economic understanding may enter the service of the right goals. Only in this way will its knowledge be both politically practicable and socially tolerable.

[1] This article, translated by Stephen Wentworth Arndt, is provided courtesy of Dr. Johannes Stemmler, secretary emeritus of the BKU (Federation of Catholic Entrepreneurs) and secretary of Ordo socialis in Köln, Germany. This article appeared previously in English under the title “Church and economy: Responsibility for the future of the world economy,” Communio 13 (Fall 1986): 199-204.

[2] Joseph Cardinal Ratzinger is (was at the time) Prefect of the Congregation for the Doctrine of the Faith.

[3] Cf. Peter Koslowski, “Über Notwendigkeit und Möglichkeit einer Wirtschaftsethik,” Scheidewege. Jahresschrift für skeptisches Denken 15 (1985/86): 301, 204–305. This fundamental study has given me essential suggestions for my own paper.
[Ed. note: This paper, “On the Necessity and Possibility of an Ethics of the Economy,” is further elaborated and available in English in the book by P. Koslowski, Ethics of Capitalism; and, Critique of Sociobiology: Two Essays with a Comment by James M. Buchanan, vol. 10, Studies in Economic Ethics and Philosophy (New York: Springer-Verlag, 1996), with the 6th German edition 1998, along with Spanish, Korean, Russian, Chinese, and Japanese translations.]

[4] Koslowski, “Über Notwendigkeit und Möglichkeit einer Wirtschaftsethik,” 294.

[5] Koslowski, “Über Notwendigkeit und Möglichkeit einer Wirtschaftsethik,” 304; cf. 301.

[6] Cf. Card. J. Höffner, Wirtschaftsordnung und Wirtschaftsethik. Richtlinien der katholischen Soziallehre, ed. Sekretariat der Deutschen Bischofskonferenz (Bonn, 1985), 34–44. The English translation of this paper was published by Ordo socialis: Economic Systems and Economic Ethics–Guidelines in Catholic Social Teaching (Association for the Advancement of Christian Social Sciences, 1986).

[7] Koslowski, “Über Notwendigkeit und Möglichkeit einer Wirtschaftsethik,” 296, with reference to Lenin, Werke (Berlin, 1971), I 436.

[8] I found these two considerations in the contribution of A. Metalli, “La grande epopea degli evangelici,” Trenta giorni 3, no. 8 (1984): 9, 8–20.

[9] For detailed information see P. Koslowski, “Religion, Okonomie, Ethik. Eine sozialtheoretische und ontologische Analyse ihres Zusammenhangs,“ in Die religiöse Dimension der Gesellschaft, Religion und ihre Theorien, ed. P. Koslowski (Tübingen, 1985), 76–96.