Obrigado, Perdão Ajuda-me
terça-feira, 30 de setembro de 2008
Lucro e ética
Entretanto, toda a gente pede mais e melhor regulação e supervisão dos mercados.
É verdade que houve aí grandes falhas. Sobretudo em relação a novos e perigosos novos produtos financeiros, agora chamados “tóxicos”.
Mas o pior falhanço foi no pleno ético. Muita gente com poder nos mercados financeiros deixou-se levar pela euforia do lucro fácil e rápido.
Ora quem tem poder no mercado deve seguir uma rigorosa ética de responsabilidade, medindo as consequências do que faz. A ética não se decreta – mas é mais importante para o bem-estar da sociedade do que as leis e as medidas de política financeira.
F. Sarsfield Cabral
(Fonte: site RR)
“The Human Experience” (A Experiência Humana)
Produzido pela Grassroots Films de Brooklyn, "The Human Experience" narra a história de dois irmãos que decidem viajar pelo mundo em busca de respostas a perguntas como: Quem sou eu? Quem é o homem? Por que estamos em busca de um significado?
A viagem deles levá-los-á ao meio dos sem abrigo de Nova Iorque, aos órfãos e às crianças deficientes do Peru, ou ainda aos leprosos abandonados nas florestas de Gana, em África. O que descobriram irá mudá-los para sempre.
Através de diálogos e encontros, os dois irmãos descobrirão a beleza da pessoa humana e a resistência do espírito humano. O filme foi apresentado no “Maui Film Festival” na categoria como Melhor Documentário.
(Fonte: H2O News com edição e adaptação de JPR)
segunda-feira, 29 de setembro de 2008
CRISTO «COM TODOS OS SEUS ANJOS»
332. Ei-los, desde a criação e ao longo de toda a história da salvação, anunciando de longe ou de perto esta mesma salvação, e postos ao serviço do plano divino da sua realização: eles fecham o paraíso terrestre; protegem Lot, salvam Agar e seu filho, detêm a mão de Abraão pelo seu ministério é comunicada a Lei , são eles que conduzem o povo de Deus, anunciam nascimentos e vocações assistem os profetas – para não citar senão alguns exemplos. Finalmente, é o anjo Gabriel que anuncia o nascimento do Precursor e o do próprio Jesus.
333. Da Encarnação à Ascensão, a vida do Verbo Encarnado é rodeada da adoração e serviço dos anjos. Quando Deus «introduziu no mundo o seu Primogénito, disse: Adorem-n'O todos os anjos de Deus» (Heb 1, 6). O seu cântico de louvor, na altura do nascimento de Cristo, nunca deixou de se ouvir no louvor da Igreja: «Glória a Deus [...]» (Lc 2, 14). Eles protegem a infância de Jesus, servem-n'O no deserto e confortam-n'O na agonia no momento em que por eles poderia ter sido salvo das mãos dos inimigos como outrora Israel. São ainda os anjos que «evangelizam», anunciando a Boa-Nova da Encarnação e da Ressurreição de Cristo. E estarão presentes aquando da segunda vinda de Cristo, que anunciam, ao serviço do seu juízo.
OS ANJOS NA VIDA DA IGREJA
334. Daqui resulta que toda a vida da Igreja beneficia da ajuda misteriosa e poderosa dos anjos.
335. Na sua liturgia, a Igreja associa-se aos anjos para adorar a Deus três vezes santo; invoca a sua assistência (como na oração "In paradisum deducant te angeli – conduzam-te os anjos ao paraíso" da Liturgia dos Defuntos, ou ainda no «Hino querubínico» da Liturgia bizantina, e festeja de modo mais particular a memória de certos anjos (São Miguel, São Gabriel, São Rafael e os Anjos da Guarda).
336. Desde o seu começo até à morte, a vida humana é acompanhada pela sua assistência (199) e intercessão. «Cada fiel tem a seu lado um anjo como protector e pastor para o guiar na vida». Desde este mundo, a vida cristã participa, pela fé, na sociedade bem-aventurada dos anjos e dos homens, unidos em Deus.
(Catecismo da Igreja Católica)
Bento XVI – Incentiva a todos os esforços para manter os matrimónios firmes e unidos
Propõem-se muito facilmente a separação ou o divórcio nos momentos de crise do casal. Ao invés é necessário dar uma referência positiva, como o faz a Associação Retrouvaille, que há mais de 30 anos trabalha a serviço dos casais em dificuldade.
No discurso dirigido na passada 6ª feira dia 26 de Setembro à Associação, Bento XVI louvou o espírito animador da iniciativa desejada por um casal canadiano em 1977 e sublinhou que quando um casal em dificuldade ou até mesmo já separado se confia a Maria e se dirige Àquele que fez de dois “uma só carne”, pode estar certo que a crise se tornará, com a ajuda do Senhor, uma passagem de crescimento, e que o amor sairá purificado, amadurecido, reforçado. O vosso serviço, disse o Papa, é o serviço contracorrente dos autênticos discípulos de Cristo.
(Fonte: H2O News com adaptação do texto de JPR)
domingo, 28 de setembro de 2008
Cristofobia
Está em curso uma onda de Cristofobia em vários Estados da Índia e ninguém faz nada em defesa dos cristãos. Só no Estado de Orissa, foram já assassinados 37 cristãos. Dezenas de Igrejas foram profanadas, mais de quatro mil casas destruídas e 50 mil fiéis fugiram para campos de refugiados ou estão escondidos na floresta.
Esta onda de ódio contra os cristãos – agora dada a conhecer na Índia – verifica-se também noutros países, nomeadamente no Paquistão, Iraque e Vietname.
A opinião pública ocidental, os políticos e intelectuais têm andado entretidos com outros assuntos… “Mais depressa se preocupam com o futuro dos ursos polares do que com a vida ameaçada de milhares de cristãos”, disse, a este propósito, o Cardeal Cafarra, Arcebispo de Bolonha. “E porquê? É que os mártires não cedem e, por isso, incomodam os que acham que tudo na vida se pode negociar – explica o Cardeal – os mártires desmascaram o relativismo. Por isso há tanta gente que prefere censurar o assunto”.
Aura Miguel
(Fonte: site RR)
Bento XVI recorda o Papa Luciani
No trigésimo aniversário da morte de João Paulo I, Bento XVI recordou neste Domingo a figura do Papa Luciani, sublinhando o seu grande ensinamento de humildade.
“Foram suficientes 33 dias para que Papa Luciani entrasse no coração da gente. Nos discursos usava exemplos tirados de factos de vida concreta, das suas recordações de família e da sabedoria popular.A sua simplicidade era veículo de um ensinamento sólido e rico que, graças ao dom de uma memória excepcional e de uma vasta cultura, ele enriquecia com numerosas citações de escritores eclesiásticos e profanos. Foi assim um incomparável catequista, nas pegadas de São Pio X, seu conterrâneo e predecessor, primeiro na cátedra de São Marcos (em Veneza) e depois na cátedra de Pedro.
De João Paulo I Bento XVI citou algumas frases que testemunhavam a sua humildade:”devemos sentir-nos pequenos diante de Deus. Não me envergonho de sentir-me como uma criança diante da mãe: acredita-se na mãe, eu acredito no Senhor, naquele que Ele me revelou, disse Papa Luciani durante uma audiência geral.
Estas palavras, comentou neste domingo Bento XVI mostram inteiramente a espessura da sua fé.Uma outra frase de Papa Luciani recordada pelo Santo Padre referia-se á humildade: mesmo que tenhais feito grandes coisas, dizei: somos servos inúteis. Pelo contrário, a tendência em todos nós é colocar-se bem em vista. Ele escolheu como lema episcopal o mesmo de São Carlos Borromeu: Humilitas. Uma única palavra que sintetiza o essencial da vida cristã e indica a virtude indispensável de quem, na Igreja, é chamado ao serviço da autoridade.
“Enquanto agradecemos a Deus pelo facto de o ter dado á Igreja e ao mundo, façamos tesouro do seu exemplo, empenhando-nos a cultivar a sua mesma humildade que o tornou capaz de falar a todos, especialmente aos pequeninos e àqueles, considerados longe da Igreja.”
Depois da recitação do Angelus em Castelgandolfo, o Papa despediu-se dos habitantes desta pequena cidade do Lazio onde passou o seu período de repouso de verão. No próximo dia 30, terça-feira regressará definitivamente ao Vaticano.
(Fonte: site da Radio Vaticana)
“Relativismo” inibidor da verdadeira liberdade
O maior risco é o de separar a liberdade da verdade: hoje em dia há quem, em nome do respeito pela liberdade do indivíduo, considere errado procurar a verdade, mesmo a verdade sobre o que é bem. É o que se chama “relativismo”, que pretende libertar a consciência dando a tudo o mesmo valor. Tal confusão moral leva a perder o respeito por si mesmo, podendo levar ao desespero, e mesmo ao suicídio».
(Encontro com jovens e seminaristas no Seminário de S. José / Nova Iorque em 19/IV/2008 - Bento XVI)
Podemos ser felizes fora da realidade?
Se observarmos com calma, veremos que é cada vez mais habitual utilizar a palavra "género" para substituir a palavra "sexo". Fala-se com frequência da igualdade de género, da violência de género, do direito a escolher o próprio género. Pretende-se instaurar uma sociedade na qual todas as pessoas sejam radicalmente iguais e radicalmente livres. Na qual cada um possa escolher a sua identidade de género e a sua orientação sexual com total independência da biologia.
A natureza com a qual nascemos é vista, por alguns, como um limite à nossa liberdade. Porque é que uma pessoa tem de aceitar nascer rapaz ou rapariga? Porque é que não pode livremente escolher? Quem é que escolheu por mim? Tenho ou não o direito de ser aquilo que quero ser? Quem me pode impedir?
Em nome desta "liberdade", promovem-se leis para o "matrimónio" entre pessoas do mesmo sexo ou para a "mudança" de sexo no Registo Civil. Todos aqueles que não concordam com isto são vistos como homófobos e intolerantes. São vistos como pessoas arcaicas que querem impor os seus valores aos outros e não respeitam o valor supremo da liberdade sem limites.
O problema é que quando nos esquecemos da verdade, a liberdade perde o seu norte e o seu sentido. E a verdade é que o sexo com o qual nascemos não depende da nossa liberdade de escolha. Para a grande maioria das pessoas isto é evidente. No entanto, em nome de um falso conceito de tolerância, existe um medo no ambiente de fazer tais afirmações. São consideradas intolerantes, homófobas e politicamente incorrectas.
Mas a realidade continua a ser a mesma. Nós só podemos escolher de verdade, com verdadeira liberdade, a partir daquilo que somos. Nenhum de nós escolheu existir, ser pessoa, ser livre, ser homem ou ser mulher. Nenhum de nós escolheu o dia do seu nascimento nem os seus pais. Estas condições iniciais da nossa biografia não foram escolhidas por nós. São a "natureza" com a qual nascemos. Podemos revoltar-nos contra a realidade das coisas. Podemos procurar viver como se ela não fosse assim. O que não podemos é evitar que essa revolta passe a sua "factura". Uma factura que nos impede de sermos genuinamente felizes. Porque a própria vida nos demonstra que não há verdadeira felicidade fora da realidade.
Pe. Rodrigo Lynce de Faria
sábado, 27 de setembro de 2008
Ave Maria de Anton Bruckner - Catedral de Notre-Dame
Ave Maria, gràtia plena,Dòminus tècum,
benedìcta tu in mulièribus,
et benedìctus fructus vèntris tui, Iesus.
Sancta Maria, mater Dei et mater nostra,
ora pro nobis peccatòribus,
nunc et in hora mortis nòstrae.
Amen
Piazza Navona - Roma
Quando completei 25 anos de sacerdócio, ofereci a mim mesmo uma prenda e fui então às origens, celebrar as bodas de prata sacerdotais, pois tinha sido ordenado em Roma. E vi uma paisagem completamente diferente. Na praça Navona, encontrei uma nova liturgia, que poderemos chamar místico - esotérica , do tipo "new age". Encontrei lá os videntes, os cartomantes, os quiromantes, os homens e mulheres dos horóscopos e, com a liturgia, uma mesa, os livros sagrados desta nova religiosidade, uma vela ou mais que uma vela e enfim os novos gurus que davam consulta, direcção espiritual, confissão... Vi um que estava a confessar outro. Aproximei-me e vi que, de facto, um estava a confessar-se, a contar a sua vida toda.
Vi os cartomantes que lêem tudo através das cartas; os quiromantes que lêem através das linhas da mão e os geomantes que, através das ondas e das vibrações da Terra, dos edifícios, fazem parte de uma consciência cósmica e a partir daí se adivinha ou se lê o futuro».
(Excerto Conferência proferida nas Jornadas Nacionais de Catequistas, Fátima, 15-XI-2003 - Fonte: “Pastoral Catequética”, nº 1, Jan-Abril 2005 – D. António Marto, ao tempo Bispo de Viseu, hoje Bispo de Leiria-Fátima)
sexta-feira, 26 de setembro de 2008
Giuseppina Bakhita de escrava a Santa
“Se voltasse a encontrar aqueles comerciantes que me raptaram e torturaram, me ajoelharia para beijar as suas mãos, porque se isto não tivesse acontecido, hoje não seria cristã e religiosa.”
São palavras de Giuseppina Bakhita, nascida em Darfur (Sudão) em 1869 e falecida em Schio (Itália) a 8 de Fevereiro de 1947, antes escrava hoje santa. Bakhita foi sequestrada por comerciantes de escravos quando era muito jovem. Maltratada e vendida a um diplomata italiano, foi levada para a Itália onde conheceu uma comunidade de religiosas onde foi acolhida e viveu até à morte.
Foi canonizada em 2000, três anos antes que estalara o conflito em Darfur. Antes de ser proclamada Santa Bakhita, ninguém parecia prestar atenção ao lugar do seu nascimento. Mas quando o conflito irrompeu na sua cidade, as autoridades católicas informaram que os católicos do Sudão começaram a rezar para que o conflito armado terminara. “Posso dizer que ela é um dom de Deus, um verdadeiro dom de Deus” atesta Daniel Adwok, Arcebispo Auxiliar de Khartoum.
O número de católicos neste país de maioria muçulmana é de 2 a 5 milhões, sendo o total da população 40 milhões. A sua fama estendeu-se por todas as partes e algumas comunidades da região Oeste de Darfur, predominantemente muçulmanas, também já ouviram falar da santa.
(Fonte: H2O News)
O exemplo de uma santa da nossa época pode, de certo modo, ajudar-nos a entender o que significa encontrar pela primeira vez e realmente este Deus. Refiro-me a Josefina Bakhita, uma africana canonizada pelo Papa João Paulo II. Nascera por volta de 1869 – ela mesma não sabia a data precisa – no Darfur, Sudão. Aos nove anos de idade foi raptada pelos traficantes de escravos, espancada barbaramente e vendida cinco vezes nos mercados do Sudão. Por último, acabou escrava ao serviço da mãe e da esposa de um general, onde era diariamente seviciada até ao sangue; resultado disso mesmo foram as 144 cicatrizes que lhe ficaram para toda a vida. Finalmente, em 1882, foi comprada por um comerciante italiano para o cônsul Callisto Legnani que, ante a avançada dos mahdistas, voltou para a Itália. Aqui, depois de « patrões » tão terríveis que a tiveram como sua propriedade até agora, Bakhita acabou por conhecer um « patrão » totalmente diferente – no dialecto veneziano que agora tinha aprendido, chamava « paron » ao Deus vivo, ao Deus de Jesus Cristo. Até então só tinha conhecido patrões que a desprezavam e maltratavam ou, na melhor das hipóteses, a consideravam uma escrava útil. Mas agora ouvia dizer que existe um « paron » acima de todos os patrões, o Senhor de todos os senhores, e que este Senhor é bom, a bondade em pessoa. Soube que este Senhor também a conhecia, tinha-a criado; mais ainda, amava-a. Também ela era amada, e precisamente pelo « Paron » supremo, diante do qual todos os outros patrões não passam de miseráveis servos. Ela era conhecida, amada e esperada; mais ainda, este Patrão tinha enfrentado pessoalmente o destino de ser flagelado e agora estava à espera dela « à direita de Deus Pai ». Agora ela tinha « esperança »; já não aquela pequena esperança de achar patrões menos cruéis, mas a grande esperança: eu sou definitivamente amada e aconteça o que acontecer, eu sou esperada por este Amor. Assim a minha vida é boa. Mediante o conhecimento desta esperança, ela estava « redimida », já não se sentia escrava, mas uma livre filha de Deus. Entendia aquilo que Paulo queria dizer quando lembrava aos Efésios que, antes, estavam sem esperança e sem Deus no mundo: sem esperança porque sem Deus. Por isso, quando quiseram levá-la de novo para o Sudão, Bakhita negou-se; não estava disposta a deixar-se separar novamente do seu « Paron ». A 9 de Janeiro de 1890, foi baptizada e crismada e recebeu a Sagrada Comunhão das mãos do Patriarca de Veneza. A 8 de Dezembro de 1896, em Verona, pronunciou os votos na Congregação das Irmãs Canossianas e desde então, a par dos serviços na sacristia e na portaria do convento, em várias viagens pela Itália procurou sobretudo incitar à missão: a libertação recebida através do encontro com o Deus de Jesus Cristo, sentia que devia estendê-la, tinha de ser dada também a outros, ao maior número possível de pessoas. A esperança, que nascera para ela e a « redimira », não podia guardá-la para si; esta esperança devia chegar a muitos, chegar a todos.
(Encíclica "Spe Salvi" 3 - Bento XVI)
Verdade, liberdade, caridade
(Discurso à assembleia plenária da Congregação para a Doutrina da Fé em 10/II/2006 – Bento XVI)
A Igreja e a política
(Amar a Igreja, nº 10 – S. Josemaría Escrivá de Balaguer)
quinta-feira, 25 de setembro de 2008
Quasi Deus daretur
(Bento XVI – Encontro com o clero da Diocese de Aóstia em 25.07.2005)
O ateísmo actual
Tomou a iniciativa do diálogo: «Parece mentira que ainda haja pessoas que acreditem nessas superstições». Então o ancião, com um sorriso, respondeu: «Pois é. E tu não acreditas?». «Eu!» – disse o estudante com uma ruidosa gargalhada – «Claro que não. Vou lhe dar um conselho. Deixe esse terço e aprenda o que diz a ciência». «A ciência? Poderias explicar-me o que é que ela diz?». «Claro que sim» – respondeu o jovem com um ar paternalista – «Vou enviar-lhe um livro de fácil compreensão que o ajudará muito. Pode dar-me a sua morada?». Então o senhor retirou um cartão do bolso do seu casaco e ofereceu-o ao estudante. O jovem leu com assombro: “Louis Pasteur. Instituto de Investigações Científicas de Paris”.
Pasteur (1822 – 1895), grande sábio que tanto bem fez com as suas descobertas científicas, não ocultou nunca a sua fé nem a sua devoção a Nossa Senhora. Possuía, como homem inteligente que era, uma grande personalidade e era plenamente consciente das suas convicções religiosas. O actual instituto que possui o seu nome e prolonga a sua obra, possui uma centena de centros em todo o mundo. Aí são produzidos soros e vacinas que ainda hoje ajudam um número incalculável de pessoas. Por tudo o que fez na sua vida é considerado um dos grandes beneméritos da humanidade.
O ateísmo sempre esteve presente na história. Talvez o que caracteriza o ateísmo actual não seja tanto a sua negação da existência de Deus (isso é o que defende um ateu por definição), mas a forma agressiva de combater a religião. Tal atitude agressiva actual parece ter como origem próxima uma reunião de alguns cientistas no Salk Institute for Biological Studies, na Califórnia, em Novembro de 2006. Um dos assistentes deixou claro que, mais do que um encontro para falar sobre religião, tratava-se de reunir esforços com um só objectivo: erradicar a religião, fonte de todos os males da humanidade.
Parece ter sido com essa “benemérita” finalidade que foi publicado o livro de Richard Dawkins, “The God Delusion” (A Desilusão de Deus). Neste livro, Dawkins demonstra uma total falta de respeito intelectual pela religião. Em vez de analisar com honestidade os argumentos metafísicos que defendem a existência de Deus, simplesmente afirma que é óbvio que Ele não existe. E como o seu objectivo de erradicar a religião parece claro (além do objectivo de vender muitos livros), chega mesmo a comparar a educação das crianças na fé com uma forma de abuso de menores. O mais impressionante é que, depois de afirmações e comparações como estas, nos tentem convencer de que os verdadeiros intolerantes são aqueles que acreditam em Deus.
Pe. Rodrigo Lynce de Faria
A propósito de Richard Dawkins, o teólogo anglicano e biofísico molecular, Alister McGrath, aceitou o desafio de desmontar as teorias de Dawkins com uma argumentação racional e escreveu o livro “O deus de Dawkins”, publicado entre nós (Portugal) pela Aletheia e cuja leitura me permito sugerir aos que gostam de se deliciar com o racionalismo que não põe em causa a essência da fé, pelo contrário fortifica-a.
JPR
quarta-feira, 24 de setembro de 2008
Bento XVI – Audiência Geral de 24/IX/2008
Graças ao clima, de novo suave em Roma, a audiência geral desta quarta-feira decorreu ao ar livre na Praça de São Pedro onde se encontravam cerca de 15 mil peregrinos e turistas.
Bento XVI que se deslocou ao Vaticano de helicóptero, proveniente de Castelgandolfo, apresentou uma ampla catequese sobre a figura de São Paulo, começando por salientar que o cristianismo não nasce de um mito mas do encontro com a pessoa de Jesus de Nazaré, Cristo ressuscitado.
Quanto mais procurarmos reencontrar as pegadas de Jesus de Nazaré nas estradas da Galileia - disse o Papa – tanto mais poderemos compreender que ele carregou sobre si a nossa humanidade, partilhando-a totalmente, excluindo o pecado.
Esta é uma convicção experimentada pessoalmente e testemunhada pelo próprio Apostolo Paulo, na importância que ele atribuía á tradição viva da Igreja.
Nesta perspectiva, esclareceu Bento XVI- é errada a visão de quem atribui a Paulo a invenção do cristianismo: antes de evangelizar, encontrou Cristo no caminho de Damasco e frequentou na Igreja, observando-o na vida dos doze e naqueles que o seguiram nas estradas da Galileia.
Ilustrando a figura do Apostolo Paulo Bento XVI descreveu a concluir a sua maneira de relacionar-se com os Doze Apóstolos.
“ As relações tinham a chancela do profundo respeito e da franqueza que caracterizava São Paulo no anúncio do Evangelho”.
Não faltou nesta audiência geral uma saudação do Papa em língua portuguesa.
Amados peregrinos de língua portuguesa, uma cordial saudação para todos, nomeadamente para os fiéis brasileiros da paróquia Nossa Senhora de Fátima em Campinas: Aqui, em Roma, os santos apóstolos Pedro e Paulo derramaram o seu sangue, confessando a sua fé no Senhor Jesus. As gerações recolheram e transmitiram esse testemunho: hoje é a nossa hora! Mostrai a todos a felicidade que é amar Jesus Cristo. Aprendei a segui-Lo e a imitá-Lo, como fez a Virgem Maria. Sobre todos os presentes e respectivas famílias, de bom grado estendo a Bênção Apostólica.
No final da audiência geral, saudando um grupo de jovens de uma associação pela paz da cidade italiana de Arezzo, entre os quais alguns provenientes do Cáucaso, o Papa fez votos de que este seu encontro contribua para afirmar uma justa cultura da convivência pacífica entre os povos e promover o acordo e a reconciliação.
(Fonte: site Radio Vaticana)
Recordar João Paulo II cantando
Foi escolhido o nome “Os amigos de Karol”, em memória de João Paulo II.
Trata-se de um coro que quer responder ao convite do Papa para valorizar a música sacra. Este pontífice disse em uma ocasião que nunca se insistiria o suficiente na importância cultural, formativa, social e espiritual da música sacra.
A ideia deste coro, que se reúne em uma sede na Praça Rei de Roma na Cidade Eterna, é unir-se através da polifonia e seguir com vigor os conselhos que o Papa polaco ofereceu aos jovens para que vivam sua vida com sentido.
O coro está sendo alentado pela causa de beatificação de João Paulo II.
(Fonte: H2O News com adaptação do texto de JPR)
Voluntariado
Esta entrega aos que necessitam de todo o tipo de apoio, é uma grande lição de Caridade e uma forma de ajudar o próximo digna do nosso maior respeito, diria mesmo que é uma grande lição de amor em perfeita sintonia com Jesus Cristo Nosso Senhor.
A Virgem Santíssima, nossa Mãe e Rainha, escolheu, há 150 anos, Lourdes através de Santa Bernardete para nos deixar uma mensagem de esperança e carinho para com os enfermos, não nos deixemos cair em nacionalismos bacocos e jamais nos esqueçamos que Nossa Senhora é só uma, seja em Fátima, Aparecida, Guadalupe, Loreto ou Lourdes, amemo-la pois com todo o nosso coração e saibamos recorrer à sua intercessão para nos ajudar e proteger na saúde e na doença.
Ainda sobre esse enorme contributo que é o voluntariado, deixo-vos referência a algumas curiosidades que fazem parte da minha vivência pessoal e profissional, nomeadamente no caso italiano, que devido à proximidade geográfica constitui o maior contingente de visitantes habituais de Lourdes e aonde organizações de voluntariado, como a UNITALSI, com sede no Vicariato de Roma, organiza com frequência comboios especiais para doentes, para já não falar a nível diocesano, dos UDP (Ufficio Diocesano di Pellegrinaggi) que são incansáveis e todos os anos organizam peregrinações totalmente dedicadas a enfermos.
Na Alemanha, mais concretamente na Baviera, conheço um Operador Turístico de Peregrinações, “Bayerisches Pilgerbüro”, pertencente às Dioceses Bávaras, que se constituiu como empresa sem fins lucrativas, e em que todas as mais-valias criadas, se destinam a subvencionar obras sociais da Igreja, nomeadamente equipamentos de transporte de doentes permitindo-lhes deslocarem-se a Lourdes e outros locais de culto.
Voltando ao Santuário de Lourdes, permito-me deixar aqui um alerta de carácter pessoal, sugerindo-vos que ultrapassem a dimensão meramente terrena e imediatista, que é visível nas múltiplas actividades de carácter comercial existentes ou mesmo nos métodos de obtenção de receitas do próprio Santuário, os quais são no mínimo ‘sui generis’, e se deixem mergulhar em sintonia com Bento XVI, na profunda espiritualidade e culto Mariano, pois nem Nossa Senhora nem os peregrinos têm culpa dos eventuais erros cometidos pelos homens.
(JPR)
A presença de Jesus Cristo
(Carta pastoral de Abril 2008 – D. Javier Echevarría)
terça-feira, 23 de setembro de 2008
A esperança
(Mensagem aos habitantes dos E.U.A - 08/IV/2008 - Bento XVI)
Aprender com São Paulo a enfrentar as perseguições
Olhai para São Paulo e para a sua vontade sem limites de evangelização. Recordou o Papa aos Bispos participantes do seminário organizado pela Congregação para a Evangelização dos Povos.
Paulo não é para nós uma simples figura do passado e perante os desafios da secularização devemos aprender dele como estar presente em Dioceses vastas e frequentemente privadas de meios eficazes de comunicação ou marcadas pela hostilidade e perseguição do cristianismo.
Não tenhais medo e não vos desencorajeis perante todos estes inconvenientes, disse o Papa, exortando os Bispos a deixarem-se aconselhar e inspirar por São Paulo e pela sua capacidade de tornar presente a mensagem universal de Cristo.
(Fonte: H2O News)
segunda-feira, 22 de setembro de 2008
Amar Jesus Cristo e crer na Santa Madre Igreja
(Da 2ª carta de S. João de Deus a Guterres Lasso)
«Se alguém disser: “Eu amo a Deus”, mas tiver ódio ao seu irmão, esse é um mentiroso; pois aquele que não ama o seu irmão, a quem vê, não pode amar a Deus, a quem não vê».
(1 Jo 4,20)
«Criastes-nos, Senhor para vós, e o nosso coração está inquieto até que descanse em vós»
(Confissões 1,1 - Santo Agostinho)
São Paulo - Unidade e humildade
Se tem algum valor uma exortação em nome de Cristo, ou um conforto afectuoso, ou uma solidariedade no Espírito, ou algum afecto e compaixão, então fazei com que seja completa a minha alegria: procurai ter os mesmos sentimentos, assumindo o mesmo amor, unidos numa só alma, tendo um só sentimento; nada façais por ambição, nem por vaidade; mas, com humildade, considerai os outros superiores a vós próprios, não tendo cada um em mira os próprios interesses, mas todos e cada um exactamente os interesses dos outros.
(Filipenses 2, 1-4)
domingo, 21 de setembro de 2008
Bento XVI – Angelus de 21/IX/08 – “A vinha do Senhor”
Amados irmãos e irmãs,
Talvez vos recordeis que no dia da minha eleição, quando me dirigi à multidão na Praça de S. Pedro, e de uma forma espontânea, me apresentei como um operário na vinha do Senhor.
Ora bem, no Evangelho de hoje (Mt 20, 1-16a), Jesus conta-nos a parábola do proprietário da vinha que a diversas horas do dia chama operários para trabalharem na sua vinha. Sendo que ao final do dia dá a todos o mesmo soldo, um denário, (…).
È claro que o denário representa a vida eterna, dom que Deus reserva a todos, mesmo àqueles que são considerados os “últimos”, que se o aceitam, serão os “primeiros”, enquanto estes podem incorrer no risco de se transformarem nos “últimos”. (…).
Na realidade ser-se chamado é já uma primeira recompensa: poder trabalhar na vinha do Senhor, colocar-se ao Seu serviço, colaborar na Sua obra, constitui por si só um prémio inestimável, que compensa qualquer dificuldade. Mas isto só é perceptível a quem ama o Senhor e o Seu Reino; aqueles que trabalham apenas pelo soldo, não se aperceberão jamais do valor inestimável deste tesouro. (…).
A Virgem Maria, que há uma semana tive a alegria de venerar em Lourdes, é videira perfeita da vinha do Senhor, dela germinou o fruto perfeito do amor divino: Jesus, nosso Salvador. Que Ela nos ajude a responder sempre com alegria ao chamamento do Senhor, e a encontrar a nossa felicidade no poder labutarmos pelo Reino dos Céus.
(Tradução a partir do italiano e edição de JPR)
A necessidade de uma sólida base
(S. Mateus 7, 24)
«O significado imediatamente emergente da parábola “Aquele, pois, que ouve estas minhas palavras e as põe em prática é semelhante a um homem prudente, que edificou sua casa sobre a rocha” (S. Mateus 7, 24) é uma advertência para se construir a própria vida sobre um fundamento seguro. O fundamento seguro, que resiste a todas as tempestades, é a própria palavra de Jesus».
(“Olhar para Cristo” – Joseph Ratzinger)
sábado, 20 de setembro de 2008
A alegria
(De mortalitate, 12 – São Cipriano)
«Quando a alegria de um coração cristão se derrama nos outros homens, ali gera esperança, optimismo, impulsos de generosidade na fadiga quotidiana, contagiando toda a sociedade».
(Discurso, 10/IV/1979 – João Paulo II)
«Quando eu estiver todo em Ti, não mais haverá tristeza nem angústia; inteiramente repleta de Ti, a minha vida será vida plena»
(Confissões X, 28, 39: CCL 27, 175 [PL 32. 795] – Santo Agostinho)
sexta-feira, 19 de setembro de 2008
Bento XVI – “Há que responder às visões do Mundo que tentam marginalizar Deus”
Formação dos Sacerdotes, tutela dos valores da família, atenção aos jovens, educação aos verdadeiros valores e não ao consumismo, são os temas indicados pelo Papa à atenção dos bispos do Panamá.
No discurso dirigido ao Episcopado, na conclusão da visita “Ad limina”, Bento XVI evidenciou que a acção missionária da Igreja deve contrastar a crescente secularização da sociedade que deseja colocar de lado a transcendência.
O estilo de vida que torna Deus ausente da existência, serve-se dos meios de comunicação social para difundir o individualismo, o hedonismo, e ideologias que minam os fundamentos do matrimónio.
O discípulo de Cristo responde aos desafios com a meditação da Sagrada Escritura e com uma adequada formação doutrinal e pessoal.
(Fonte: H2O News)
Saber distinguir
“Vivemos como pagãos, rodeados de ídolos. O mundo contemporâneo inventa-os a toda a hora”…
O Papa colocou-nos as perguntas essenciais em Paris: “Não será que o dinheiro, a sede do ter, do poder e até do saber desviam o homem do seu fim verdadeiro? O que é mais importante na minha vida? O que é que eu ponho em primeiro lugar? ”
O alerta de Bento XVI em Paris é, ao mesmo tempo, um dramático retrato do nosso tempo. A tentação é fugir da realidade: ou para idolatrar um passado que já não existe - tipo: no meu tempo é que era… - ficando presos a recordações estéreis, ou, então, para idolatrar um futuro que ainda não chegou - do género: depois é que vai ser…
Estas tentações afastam-nos da realidade. São uma espécie de anestesia que nos empurra para o reino da aparência e nos impede de viver o presente.
Saibamos distinguir pois o que é real dos ídolos e miragens que nos enganam.
(Aura Miguel in RR online)
A glória de servir o Senhor
(Audi, filia, cap. 92 – São João de Ávila)
«Eu vivo persuadido de que, sem olhar para o alto, sem Jesus, jamais conseguirei nada; e sei que a minha fortaleza, para me vencer e para vencer, nasce de repetir aquele brado: tudo posso n'Aquele que me conforta, que contém a segura promessa de Deus de não abandonar os Seus filhos, se os Seus filhos não O abandonarem».
(Amigos de Deus 213 – S. Josemaría Escrivá de Balaguer)
quinta-feira, 18 de setembro de 2008
Pecado
«Pecado. O catecismo diz-nos, de modo simples e fácil de recordar, que ele é transgressão do mandamento de Deus. O pecado é, sem dúvida, transgressão dum princípio moral, violação duma "norma'' — e sobre isto estão todos de acordo, mesmo os que não querem ouvir falar de "mandamentos de Deus". Também eles estão concordes em admitir que as principais normas morais, os mais elementares princípios de comportamento, sem os quais a vida e a convivência entre os homens não é possível, são precisamente aqueles que nós conhecemos como "mandamentos de Deus" (em particular o quarto, o quinto, o sexto, o sétimo e o oitavo). A vida do homem, a convivência entre os homens, decorre numa dimensão ética, e nisto está a sua característica essencial, e é também a dimensão essencial da cultura humana».
(Audiência geral em 20/XII/1978 – João Paulo II)
«A natureza, ferida pelo pecado, gera cidadãos da cidade terrena, e a graça que liberta do pecado, gera cidadãos da cidade celestial»
(De civitate Dei, XV, 2 – Santo Agostinho)
Divórcio, culpa e disparate
Em Portugal a culpa morre invariavelmente solteira.
Já sabíamos.
O que não se previa é que o PS, mais uma vez a reboque do Bloco de Esquerda e da sua agenda fracturante, quisesse agora afastar definitivamente e por decreto a Culpa do casamento. Senão do seu começo, porque quem escolhe casar-se continua culpado dessa escolha, pelo menos do seu fim.
Em caso de divórcio acabam-se os culpados. Apenas vitimas e inocentes.
Não haverá violação culposa dos deveres conjugais. Apenas, como sempre em Portugal, violação dos deveres… sem culpa!
Revoltaram-se os juízes, prevendo a calamidade dos tribunais entupidos com a definição de um complicado “Balanço e Contas” imposto pela falência da vida conjugal. Porque a vida real tem destas coisas e não se compadece com decretos.
Cavaco alertou para o erro e pediu bom senso.
A maioria arrogante aceitou clarificar que só haverá direito a indemnização se alguém tiver abdicado da respectiva carreira renunciando de “forma excessiva à satisfação dos seus interesses”!
Esta tarde, muito provavelmente, a lei passará – com apenas esta emenda. Resta ao Presidente vetá-la.Esperemos que o faça assumindo a culpa de não deixar passar o disparate.
Aparentemente, o PS esqueceu que o divórcio sem culpa, sem tribunais e sem Deve e Haver já existe. Está previsto na união de facto e está protegido por lei.
(Graça Franco in RR online)
quarta-feira, 17 de setembro de 2008
São Paulo – Hino à Caridade
Irmãos: Aspirai com ardor aos dons espirituais mais elevados. Vou mostrar-vos um caminho de perfeição que ultrapassa tudo.
Ainda que eu fale as línguas dos homens e dos anjos. se não tiver Caridade, sou como bronze que ressoa ou como címbalo que retine. Ainda que eu tenha o dom da profecia e conheça todos os mistérios e toda a ciência, ainda que eu possua a plenitude da fé, a ponto de transportar montanhas, se não tiver caridade, nada sou.
Ainda que distribua todos os meus bens aos famintos e entregue o meu corpo para ser queimado, se não tiver caridade, de nada me aproveita.
A Caridade é paciente, a Caridade é benigna; não é invejosa, não é altiva nem orgulhosa; não é inconveniente, não procura o próprio interesse; não se irrita, não guarda ressentimento; não se alegra com a injustiça, mas alegra-se com a verdade; tudo desculpa, tudo crê, tudo espera, tudo suporta.
O dom da profecia acabará, o dom das línguas há-de cessar, a ciência desaparecerá; mas a Caridade não acaba nunca. De maneira imperfeita conhecemos, de maneira imperfeita profetizamos. Mas quando vier o que é perfeito, o que é imperfeito desaparecerá. Quando eu era criança, falava como criança, sentia como criança e pensava como criança. Mas quando me fiz homem, deixei o que era infantil. Agora vemos como num espelho e de maneira confusa, depois, veremos face a face. Agora, conheço de maneira imperfeita; depois, conhecerei como sou conhecido.
Agora permanecem estas três coisas: a Fé, a Esperança e a Caridade; mas a maior de todas é a Caridade.
(Leitura da Primeira Epístola do Apóstolo São Paulo aos Coríntios - 12, 31 __ 13, 13)
Bento XVI - Audiência geral 17/IX/08
A dois dias do seu regresso de França, foi naturalmente a esta sua viagem apostólica que Bento XVI dedicou a audiência geral desta semana. O Papa recordou que esta visita pastoral teve lugar por ocasião dos 150 anos das aparições da Virgem a Bernardete. “Nesta nação, em que a Igreja teve um papel civilizador fundamental – observou o Papa – maturou a exigência de uma sã laicidade, que não significa prescindir da dimensão espiritual, mas sim reconhecer que esta é garante da liberdade e da autonomia terrena“.
Bento XVI recordou o encontro que teve com o mundo da cultura: “tive ocasião de reflectir como a busca de Deus é a via mestra e o fundamento de toda a verdadeira cultura“ – observou. “Aos sacerdotes, religiosos, religiosas e seminaristas, exortei-os a darem prioridade à escuta da palavra de Deus“. “Aos jovens, confiei-lhes dois tesouros da fé cristã – prosseguiu o Papa: o Espírito Santo, que abre a inteligência a horizontes mais amplos, e a Cruz, que revela a verdade do amor de Deus, e convidei os fiéis a procurar Deus presente na Eucaristia“.
Quase a concluir uma breve evocação dos diversos passos da sua viagem pastoral à França, Bento XVI recordou que, em Lourdes, teve ocasião de percorrer – como todos os peregrinos – “o caminho do Jubileu“. “Lourdes é verdadeiramente um lugar de luz, de oração e de conversão, onde os peregrinos, nesta escola de caridade e de serviço aos irmãos, aprendem a ver as suas próprias cruzes à luz da Cruz de Cristo“.
Não faltou, nesta audiência, uma saudação do Papa aos peregrinos de língua portuguesa:
“Amados Irmãos e Irmãs,
Agradecei comigo ao Senhor pelo sucesso da Viagem Pastoral que a Providência permitiu-me realizar na França. De modo particular, louvemos a Maria Santíssima pelos dons espirituais que ela nos quis alcançar através da Trindade Beatíssima.
Saúdo a todos os visitantes brasileiros aqui presentes, especialmente os de Jataí do Estado de Goiás, acompanhados pelo seu Bispo Diocesano, D. Aloísio Hilário Pinho. Que Deus vos assista, e a todos os peregrinos de língua portuguesa, com a minha Bênção Apostólica.”
(Fonte: site Radio Vaticana)
Civilização do amor
(Salvifici doloris, nº 30 – João Paulo II)
«Os problemas dos outros devem ser os nossos problemas. A fraternidade cristã deve estar bem no fundo da nossa alma, de tal modo que nenhuma pessoa nos seja indiferente».
(Cristo que passa, nº 145 – S. Josemaría Escrivá de Balaguer)
terça-feira, 16 de setembro de 2008
Opus Dei não é mais que uma grande catequese
Com que espírito estão a viver a comemoração dos 25 anos da prelatura pessoal do Opus Dei?
Sem alterar o ritmo de trabalho habitual, cada um está a procurar dar muitas graças a Deus por todos os bens recebidos. Neste sentido, dispus que este ano, até ao próximo dia 28 de Novembro, na prelatura do Opus Dei seja um ano mariano de acção de graças. É claro que este aniversário é também uma oportunidade para renovar o empenho pessoal por seguir mais de perto Jesus Cristo, em comunhão com o Papa e todos os Bispos diocesanos.
Empregando termos humanos, pode dizer-se que já atingiram a maioridade?
Se se olha para o serviço que a prelatura está chamada a prestar à Igreja e às almas ao longo dos séculos, podemos dizer que está ainda nos começos; certamente que não no que se refere à sua missão — recordemos a vocação de todos os cristãos à santidade, através da vida corrente —, mas sim na amplidão e profundidade da tarefa evangelizadora que tem confiada, pois ainda não é extenso o trabalho que podemos assumir em comparação com as expectativas de tantos na Igreja: por exemplo, de um grande número de Bispos que desejariam que começássemos a trabalhar nas suas dioceses.
Por outro lado, todos os fiéis da prelatura temos em cada dia, com a ajuda da graça, o repto de tornar realidade essa mensagem na nossa vida. Deste ponto de vista, que é o que, em minha opinião mais importa, o Opus Dei nunca poderá considerar-se de maioridade; pois está completamente necessitado da ajuda de Deus, como um filho pequeno necessita dos seus pais.
O que significou para o Opus Dei, há 25 anos, o reconhecimento jurídico como prelatura pessoal? Porque é que se elegeu esta figura jurídica em vez de outras mais frequentes no âmbito dos movimentos laicais?
A erecção do Opus Dei como prelatura pessoal pelo Papa João Paulo II, após uma amplíssima consulta a milhares de Bispos e de um cuidadoso estudo, representou o pleno reconhecimento eclesial do carisma fundacional. Como muita gente sabe, em 2 de Outubro de 1928 São Josemaria viu que Deus lhe pedia para promover em todo o mundo a chamada universal à santidade e uma tomada de consciência efectiva e plena por parte dos leigos da sua missão na Igreja e no mundo, principalmente através da santificação do trabalho e das circunstâncias correntes da sua vida. O labor que surgiu daquela semente inspirada por Deus e que se foi estendendo por muitas partes do mundo, não encontrou o enquadramento adequado no direito interno da Igreja até que o Concílio Vaticano II estabeleceu as prelaturas pessoais para determinadas finalidades apostólicas. Esta figura jurídica encaixa perfeitamente na missão — plenamente secular e de âmbito internacional — do Opus Dei, na qual convergem organicamente fiéis leigos — que continuam a pertencer às suas respectivas dioceses — e sacerdotes seculares incardinados na prelatura. Por outro lado, sublinha a plena comunhão com os Bispos diocesanos e clarifica a sua inserção nas diferentes dioceses. Foi, pois, um dia longamente desejado pelo fundador, pelo qual rezou e se mortificou muito, ao ponto de oferecer o sacrifício de não ver realizado em vida o pleno reconhecimento eclesial por parte da suprema autoridade da Igreja.
De resto, os fiéis do Opus Dei, ao procurarem viver com fidelidade o seu compromisso como cristãos — iguais aos outros — sentem-se numa particular comunhão de oração, de intenções e de afectos com todos os carismas da Igreja, que são sempre uma riqueza do Povo de Deus, realidades antigas ou novas, como os movimentos eclesiais.
Como evoluiu a prelatura nestes 25 anos? Quais foram os acontecimentos mais importantes?
A configuração jurídica definitiva ajudou muito a que se compreendesse a missão do Opus Dei ao serviço da Igreja universal e a sua plena inserção nas Igrejas locais. Durante estes 25 anos, além disso, houve grandes motivos de alegria, como a canonização do fundador. Outro momento que me parece necessário mencionar é o transito do seu primeiro sucessor, D. Álvaro del Portillo, cuja causa de beatificação já foi iniciada. Além disso, a prelatura nestes anos estendeu os seus apostolados a novos países dos cinco continentes.
No entanto, gostaria de sublinhar que, para os fiéis do Opus Dei, os acontecimentos mais importantes não são desse tipo, mas antes os que enchem a vida corrente de cada um; embora passem inadvertidos e possa parecer não terem transcendência, são lugar onde Deus espera cada pessoa, lugar onde O podemos encontrar.
De que forma o falecimento do fundador afectou a prelatura?
Deus concedeu ao nosso fundador um coração de pai, cheio de humanidade. O seu falecimento causou, num primeiro momento, profunda dor. No entanto, depois, com a ajuda de D. Álvaro del Portillo, que nos convidou a todos a manter aberta essa ferida na alma para cuidar fielmente do tesouro que tínhamos recebido, compreendemos que esta família do Opus Dei tinha já a sua cabeça e o seu coração no Céu.
De resto, São Josemaría procurou durante toda a sua vida não ser imprescindível. Ocupou-se em deixar «esculpido» — era assim que dizia — o espírito do Opus Dei. Aos que recebemos esse espírito cabe-nos agora ser muito fiéis a esta mensagem e fazê-la frutificar no dia a dia. Dou muitas graças a Deus por me ter dado a oportunidade de conviver tantos anos com um santo como São Josemaría Escrivá de Balaguer. Confio plenamente na força da sua intercessão e penso que hoje nos continua a olhar e a ajudar com o seu afecto paterno e materno, enquanto nos diz, como repetia com frequência: «Mais, mais, mais!» Sempre podemos amar mais, fazer mais por Deus e pelo próximo; para que, com os nossos erros, nos empenhemos por terminar cada dia mais perto de Deus do que quando o começámos.
Qual é o segredo do Opus Dei para, sobretudo na Europa, continuar a atrair os jovens para um seguimento radical de Cristo, quer através da vida matrimonial, do celibato apostólico ou do sacerdócio?
O mesmo segredo que tem a Igreja e que não pode ser outro senão a atracção sempre actual de Nosso Senhor Jesus Cristo. Recai sobre todos os cristãos a obrigação de tornar presentes, com o nosso exemplo e com a nossa palavra, o rosto e a mensagem adoráveis de Cristo sem camuflagens, embora possa parecer que vamos em contracorrente. E a experiência é que Jesus Cristo arrasta sempre.
Por outro lado, para usar uma comparação que utilizava frequentemente São Josemaría, o Opus Dei não é senão uma grande catequese. Oferece meios de formação cristã e um acompanhamento espiritual personalizado aos seus fiéis e às pessoas que participam nos seus apostolados. E são estes que com a naturalidade da sua vida, da sua amizade e da sua conversa pessoal, dão a conhecer a doutrina do Evangelho aos seus familiares, amigos, colegas, vizinhos...
25 anos depois, quais são os reptos mais urgentes que deve enfrentar hoje a prelatura?
O repto fundamental é a santidade pessoal de cada um dos seus membros e a extensão dessa aspiração à santidade entre muitas pessoas mediante o trabalho de evangelização. Esta tarefa, que é e será sempre actual, hoje é particularmente urgente, como não deixa de recordar a todos os homens de fé o Santo Padre, Bento XVI.
Por outro lado, como já disse, muitos Bispos pedem para que a prelatura comece a sua actividade apostólica nas suas dioceses. Há precisamente um ano abriu-se o primeiro Centro do Opus Dei em Moscovo. Nesta altura estamos a rezar e a trabalhar para que se torne realidade o trabalho estável da prelatura na Roménia e na Indonésia.
Outro repto igualmente perene para os fiéis do Opus Dei e para todos os cristãos, particularmente para os leigos, é contribuir com todas as mulheres e homens de boa vontade para configurar uma cultura que seja coerente com a dignidade da pessoa humana.
Podemos falar de carisma do Opus Dei? O pilar da sua espiritualidade continua a ser «a santidade através do trabalho»?
Com efeito assim é e assim será sempre. Por um lado, qualquer trabalho honesto, qualquer ocupação honrada, bem feita, acabada por amor, pode e deve ser lugar de encontro com Deus, de serviço aos outros e de melhoria pessoal; Deus chama-nos não só quando rezamos, mas durante todos os momentos do dia. Não há lugar para falar de ocupações de segunda categoria, porque todas as ocupações profissionais podem ser ocasião para nos encontrarmos com Deus. E não só o trabalho; para os casados, por exemplo, o cumprimento amoroso dos seus deveres matrimoniais e familiares é também verdadeiro caminho de santidade, como o é o exercício do sacerdócio para os sacerdotes e para todos os cidadãos o cumprimento leal dos justos deveres cívicos.
Por outro lado, Deus chama-nos a todos a ser santos; não só a alguns, mas a todos. Todos podemos e devemos viver uma vida de intimidade com Deus, posto que todos somos filhos de Deus e espera amor de todos os Seus filhos.
Muito unidos a esta mensagem central estão a coerência de vida, o amor à liberdade pessoal e ao afã por ser semeadores de paz e de alegria no seio da sociedade, sem pôr barreiras a pessoa alguma.
Como prelado do Opus Dei, como enfrenta a responsabilidade de encabeçar um dos carismas mais vivos e entusiastas da Igreja actual?
Perdoar-me-á se protesto um pouco pelos termos da sua pergunta. Na Igreja actual — como sempre aconteceu — há muita riqueza espiritual, muitas manifestações de que o Espírito Santo a está a acompanhar e a inspirar. O Opus Dei é uma prova mais dessa perene vitalidade da Igreja, mas não queremos ser «os melhores alunos da turma». Pessoalmente, posso dizer-lhe que conheço muito bem a desproporção das minhas forças para a tarefa confiada e que procuro apoiar-me na oração dos fiéis da prelatura, dos cooperadores e de tantas pessoas que rezam pelo nosso trabalho. Mas, além disso, a prelatura do Opus Dei não pretende nenhuma glória humana; aspira a servir sem segredo algum, mas discretamente, como a levedura.
A intercessão da Virgem Maria, a quem decidiram encomendar este aniversário, seguramente que esteve presente durante estes 25 anos...
Sem dúvida. E não somente durante estes 25 anos, mas durante toda a história do Opus Dei. Perante qualquer necessidade, temos recorrido sempre a Maria. São Josemaria socorreu-se, desde os primeiros pressentimentos do que Deus lhe pedia, à Nossa Mãe; e, dentre muitos outros detalhes, foi em peregrinação a santuários marianos de todo o mundo. Também a Montserrat e, especialmente, a Nossa Senhora das Mercês de Barcelona. As suas visitas a esta basílica de Barcelona têm uma estreita relação com o caminho jurídico do Opus Dei, que terminou felizmente há já 25 anos. No presente e no futuro continuará a ser sempre necessária a ajuda da Virgem. Durante este ano mariano que estamos a celebrar na Obra, animei todos os fiéis da prelatura a viver com mais esmero a devoção do Santo Rosário e a que a estendessem entre os seus colegas, amigos e familiares. É uma oração plenamente actual.
(Fonte: site Agência Ecclesia)
Expansão apostólica…
(JPR)
«Continuemos a rezar pela expansão apostólica da Obra em todo o mundo, tanto nos lugares onde já nos encontramos como naqueles onde esperam por nós. Falei-vos da Roménia, Indonésia e Vietname; também da Bulgária nos chegam chamamentos prementes. A aventura que se nos apresenta é apaixonante, cada um no lugar onde Deus o colocou. Levá‑la-emos a cabo, com a ajuda de Nossa Senhora, se pessoalmente nos esforçamos por tornar mais intensa a união com Jesus ressuscitado, de Quem nos vem toda a fortaleza. Peçamo-la por intercessão de S. Josemaría: (…) e a sua ajuda paterna fará com que sejamos almas eucarísticas em maior grau».
(Carta pastoral de Abril 2008 – D. Javier Echevarría)
segunda-feira, 15 de setembro de 2008
Fé e humildade…
Este acto de aceitação da verdade revelada, alarga o horizonte do nosso conhecimento e permite-nos alcançar o mistério no qual a nossa existência está imergida.
Não se concede facilmente um consentimento a este limite da razão.
E é precisamente aqui que a fé se manifesta na sua segunda dimensão:
a de se entregar a uma pessoa, não a uma pessoa comum, mas a Cristo.
É importante aquilo em que cremos, mas ainda mais importante é Aquele em quem cremos.
(Creio em um só Deus – comentado por Bento XVI)
Últimas palavras (excerto)
(Santa Teresa do Menino Jesus [1873-1897], carmelita, doutora da Igreja)
domingo, 14 de setembro de 2008
Bento XVI encontra Episcopado francês
Como leigo, casado, foi-me particularmente caro ouvir a defesa intransigente do Sacramento do Matrimónio e a reafirmação que a Igreja não pode alterar o que foi instituído por Jesus Cristo Nosso Senhor, ainda que manifestando o maior carinho e apoio espiritual para com aqueles que a vida levou ao divórcio e segundo casamento civil.
Certamente que em breve surgirão traduções da importante intervenção de Bento XVI.
(JPR)
Discurso completo publicado pela Radio Vaticana em língua espanhola
Señores Cardenales,Queridos Hermanos en el Episcopado
Ésta es la primera vez desde el comienzo de mi Pontificado que tengo la alegría de encontraros a todos juntos. Saludo cordialmente a vuestro Presidente, Cardenal André Vingt-Trois, y le agradezco las amables palabras que me ha dirigido en vuestro nombre. También saludo con mucho gusto a los Vicepresidentes y al Secretario General y sus colaboradores. Saludo cordialmente a cada uno de vosotros, Hermanos en el Episcopado, venidos desde todos los rincones de Francia y de ultramar (incluyendo a Monseñor François Garnier, Arzobispo de Cambrai, que celebra hoy en Valenciennes el milenio de Notre-Dame du Saint-Cordón).
Me alegra estar aquí esta tarde con vosotros en el hemiciclo «Santa Bernadette», lugar ordinario de vuestras plegarias y reuniones, donde exponéis vuestras preocupaciones y esperanzas, lugar de vuestros debates y reflexiones. La sala está situada en un lugar privilegiado, cerca de la gruta y las basílicas marianas. Por supuesto, las visitas ad limina permiten reuniros periódicamente con el Sucesor de Pedro en Roma, pero en este momento que estamos viviendo, se nos da la gracia de reafirmar los estrechos vínculos que nos unen al compartir el mismo sacerdocio procedente directamente del de Cristo redentor. Os animo a seguir trabajando en unidad y confianza, en plena comunión con Pedro, que ha venido a confirmar vuestra fe. Ahora tenéis muchas preocupaciones. Me consta que os tomáis a pecho trabajar en el nuevo marco definido por la reorganización del mapa de las provincias eclesiásticas, y me alegra profundamente. Quisiera aprovechar esta oportunidad para reflexionar con vosotros sobre algunos temas que sé que son centro de vuestra atención.
La Iglesia –Una, Santa, Católica y Apostólica– os ha hecho nacer por el Bautismo. Os ha llamado a su servicio; a él habéis dedicado la vida, primero como diáconos y sacerdotes, después como obispos. Os manifiesto toda mi estima por esta entrega personal: a pesar de la magnitud de la tarea, que subraya el honor que comporta –honor, onus–, cumplís con fidelidad y humildad la triple función que os es propia con respecto a la grey que se os ha encomendado: enseñar, gobernar, santificar, a la luz de la Constitución Lumen gentium (nn. 25-28) y del Decreto Christus Dominus. Sucesores de los Apóstoles, representáis a Cristo al frente de las diócesis que se os han confiado, y os esforzáis por plasmar la imagen de Obispo dibujada por san Pablo; habéis de crecer continuamente en este sentido, para ser siempre «hospitalarios, amigos de lo bueno, de sanos principios, justos, fieles, dueños de sí, apegados a la doctrina cierta y a la enseñanza sana» (cf. Tt 1,8-9). El pueblo cristiano debe teneros afecto y respeto. La tradición cristiana ha hecho hincapié desde el principio en este punto: «Los que son de Dios y de Jesucristo, están con el Obispo», decía san Ignacio de Antioquía (Ad Phil., 3,2), que añadía también: «A quien el dueño de la casa haya mandado para la administración de la casa, hay que recibirlo como al que lo ha mandado (Ad Ef. 6, 1). Vuestra misión, espiritual sobre todo, consiste, pues, en crear las condiciones necesarias para que los fieles puedan «cantar al unísono por Jesucristo un himno al Padre» (ibíd., 4, 2) y hacer así de su vida una ofrenda a Dios.
Estáis convencidos con razón de que la catequesis es de fundamental importancia para acrecentar en cada bautizado el gusto de Dios y la comprensión del sentido de la vida. Los dos principales instrumentos que tenéis a disposición, el Catecismo de la Iglesia Católica y el Catecismo de los Obispos de Francia son valiosas bazas. Dan una síntesis armoniosa de la fe católica y permiten anunciar el Evangelio con una fidelidad correspondiente a su riqueza. La catequesis no es tanto una cuestión de método, sino de contenido, como indica su propio nombre: se trata de una comprensión orgánica (kat-echein) del conjunto de la revelación cristiana, capaz de poner a disposición de la inteligencia y el corazón la Palabra de Aquel que dio su vida por nosotros. Así, la catequesis hace resonar en el corazón de todo ser humano una sola llamada siempre renovada: «Sígueme» (Mt 9,9). Una esmerada preparación de los catequistas permitirá la transmisión íntegra de la fe, a ejemplo de san Pablo, el más grande catequista de todos los tiempos, al que miramos con admiración particularmente en este segundo milenio de su nacimiento. En medio de sus preocupaciones apostólicas, exhortaba de este modo: «Vendrá un tiempo en que la gente no soportará la doctrina sana, sino que, para halagarse el oído, se rodearán de maestros a la medida de sus deseos; y, apartado el oído de la verdad, se volverán a las fábulas» (2 Tm 4, 3-4). Conscientes del gran realismo de sus previsiones, os esforzáis con humildad y perseverancia en hacer caso a sus recomendaciones: «Proclama la Palabra, insiste a tiempo y destiempo [...] con toda paciencia y deseo de instruir» (ibíd., 4, 2).
Para llevar a cabo eficazmente esta tarea, necesitáis colaboradores. Por eso se han de alentar más que nunca las vocaciones sacerdotales y religiosas. He sido informado sobre las iniciativas emprendidas animosamente en este campo, y quisiera dar todo mi apoyo a quienes, como Cristo, no tienen miedo de invitar a los jóvenes o menos jóvenes a ponerse al servicio del Maestro que está ahí y llama (cf. Jn 11, 28). Quisiera agradecer cordialmente y alentar a todas las familias, parroquias, comunidades cristianas y movimientos de la Iglesia que son la tierra fértil que da el buen fruto de las vocaciones (cf. Mt 13, 8). En este contexto, no deseo omitir mi agradecimiento por las innumerables oraciones de los verdaderos discípulos de Cristo y de su Iglesia, entre los que se hallan: sacerdotes, religiosos y religiosas, ancianos o enfermos, también reclusos, que durante décadas han elevado sus plegarias a Dios para cumplir el mandato de Jesús: «Rogad, pues, al Señor de la mies que mande trabajadores a su mies» (Mt 9,38). El Obispo y las comunidades de fieles deben, por lo que les concierne, favorecer y acoger las vocaciones sacerdotales y religiosas, apoyándose en la gracia otorgada por el Espíritu Santo para el necesario discernimiento. Sí, queridos Hermanos en el Episcopado, seguid llamando al sacerdocio y a la vida religiosa, como Pedro echó las redes por orden del Maestro, tras pasar una noche de pesca sin obtener nada (cf. Lc 5,5).
Nunca se repetirá bastante que el sacerdocio es esencial para la Iglesia, por el bien mismo del laicado. Los sacerdotes son un don de Dios para la Iglesia. No pueden delegar sus funciones a los fieles en lo que se refiere a las misiones que les son propias. Queridos Hermanos en el Episcopado, os invito a seguir solícitos para ayudar a vuestros sacerdotes a vivir en íntima unión con Cristo. Su vida espiritual es el fundamento de su vida apostólica. Exhortadles con dulzura a la oración cotidiana y a la celebración digna de los sacramentos, especialmente de la Eucaristía y la Reconciliación, como lo hacía San Francisco de Sales con sus sacerdotes. Todo sacerdote debe poder sentirse dichoso de servir a la Iglesia. A ejemplo del cura de Ars, hijo de vuestra tierra y patrono de todos los párrocos del mundo, no dejéis de reiterar que un hombre no puede hacer nada más grande que dar a los fieles el cuerpo y la sangre de Cristo, y perdonar los pecados. Tratad de estar atentos a su formación humana, intelectual y espiritual, y a sus recursos para vivir. Pese a la carga de vuestras gravosas ocupaciones, intentad encontraros con ellos regularmente, sabiéndolos acoger como hermanos y amigos (cf. Lumen gentium, 28; Christus Dominus, 16). Los sacerdotes necesitan vuestro afecto, vuestro aliento y solicitud. Estad a su lado y tened una atención especial con los que están en dificultad, los enfermos o de edad avanzada (cf. Christus Dominus, 16). No olvidéis que, como dice el Concilio Vaticano II usando una espléndida expresión de san Ignacio de Antioquía a los Magnesios, son «la corona espiritual del Obispo» (Lumen gentium, 41).
El culto litúrgico es la expresión suprema de la vida sacerdotal y episcopal, como también de la enseñanza catequética. Queridos Hermanos, vuestro oficio de santificar a los fieles es esencial para el crecimiento de la Iglesia. Me he sentido impulsado a precisar en el “Motu proprio” Summorum Pontificum las condiciones para ejercer esta responsabilidad por lo que respecta a la posibilidad de utilizar tanto el misal del Beato Juan XXIII (1962) como el del Papa Pablo VI (1970). Ya se han dejado ver los frutos de estas nuevas disposiciones, y espero el necesario apaciguamiento de los espíritus que, gracias a Dios, se está produciendo. Tengo en cuenta las dificultades que encontráis, pero no me cabe la menor duda de que podéis llegar, en un tiempo razonable, a soluciones satisfactorias para todos, para que la túnica inconsútil de Cristo no se desgarre todavía más. Nadie está de más en la Iglesia. Todos, sin excepción, han de poder sentirse en ella “como en su casa”, y nunca rechazados. Dios, que ama a todos los hombres y no quiere que ninguno se pierda, nos confía esta misión haciéndonos Pastores de su grey. Sólo nos queda darle gracias por el honor y la confianza que Él nos otorga. Por tanto, esforcémonos por ser siempre servidores de la unidad.
¿Qué otros temas requieren mayor atención? Las respuestas pueden variar de una diócesis a otra, pero hay sin duda un problema particularmente urgente que aparece en todas partes: la situación de la familia. Sabemos que el matrimonio y la familia se enfrentan ahora a verdaderas borrascas. Las palabras del evangelista sobre la barca en la tempestad en medio del lago se pueden aplicar a la familia: «Las olas rompían contra la barca hasta casi llenarla de agua» (Mc 4,37). Los factores que han llevado a esta crisis son bien conocidos y, por tanto, no me demoraré en enumerarlos. Desde hace algunas décadas, las leyes han relativizado en diferentes países su naturaleza de célula primordial de la sociedad. A menudo, las leyes buscan acomodarse más a las costumbres y a las reivindicaciones de personas o de grupos particulares que a promover el bien común de la sociedad. La unión estable entre un hombre y una mujer, ordenada a construir una felicidad terrenal, con el nacimiento de los hijos dados por Dios, ya no es, en la mente de algunos, el modelo al que se refiere el compromiso conyugal. Sin embargo, la experiencia enseña que la familia es el pedestal sobre el que descansa toda la sociedad. Además, el cristiano sabe que la familia es también la célula viva de la Iglesia. Cuanto más impregnada esté la familia del espíritu y de los valores del Evangelio, tanto más la Iglesia misma se enriquecerá y responderá mejor a su vocación. Por otra parte, conozco y aliento ardientemente los esfuerzos que hacéis para dar vuestro apoyo a las diferentes asociaciones dedicadas a ayudar a las familias. Tenéis razón en mantener, incluso a costa de ir contracorriente, los principios que son la fuerza y la grandeza del Sacramento del Matrimonio. La Iglesia quiere seguir siendo indefectiblemente fiel al mandato que le confió su Fundador, nuestro Maestro y Señor Jesucristo. Nunca deja de repetir con Él: “Lo que Dios ha unido, que no lo separe el hombre” (Mt 19,6). La Iglesia no se ha inventado esta misión, sino que la ha recibido. Ciertamente, nadie puede negar que ciertos hogares atraviesan pruebas, a veces muy dolorosas. Habrá que acompañar a los hogares en dificultad, ayudarles a comprender la grandeza del matrimonio y animarlos a no relativizar la voluntad de Dios y las leyes de vida que Él nos ha dado. Una cuestión particularmente dolorosa es la de los divorciados y vueltos a casar. La Iglesia, que no puede oponerse a la voluntad de Cristo, mantiene con firmeza el principio de la indisolubilidad del matrimonio, rodeando siempre del mayor afecto a quienes, por los más variados motivos, no llegan a respetarla. No se pueden aceptar, pues, las iniciativas que tienden a bendecir las uniones ilegítimas. La Exhortación Apostólica Familiaris consortio ha indicado el camino abierto por una concepción respetuosa de la verdad y de la caridad.
Queridos Hermanos, sé bien que los jóvenes están en el centro de vuestras preocupaciones. Les dedicáis mucho tiempo, y hacéis bien. Como bien sabéis, acabo de encontrarme con una multitud de ellos en Sidney, durante la Jornada Mundial de la Juventud. He apreciado su entusiasmo y su capacidad para dedicarse a la oración. Incluso viviendo en un mundo que les halaga y estimula sus bajos instintos, cargando ellos también el lastre bien pesado de herencias difíciles de asumir, los jóvenes conservan una lozanía de espíritu que me ha admirado. He hecho un llamamiento a su sentido de responsabilidad, invitándoles a apoyarse siempre en la vocación que Dios les concedió el día de su Bautismo. “Nuestra fuerza es lo que Cristo quiere de nosotros”, decía el Cardenal Jean-Marie Lustiger. Durante su primer viaje a Francia, mi venerado Predecesor transmitió a los jóvenes de vuestro País un mensaje que no ha perdido nada de su actualidad, y que fue acogido entonces con un fervor inolvidable. “La permisividad moral no hace feliz al hombre”, proclamó en el Parque de los Príncipes entre aplausos atronadores. El buen sentido que inspiró esa sana reacción de su auditorio, no ha muerto. Ruego al Espíritu Santo que hable al corazón de todos los fieles y, en general, al de todos vuestros compatriotas, para darles -o hacerles ver- el gusto de llevar una vida según los criterios de una felicidad verdadera.
En el Eliseo, mencioné el otro día la originalidad de la situación francesa, que la Santa Sede desea respetar. En efecto, estoy convencido de que las Naciones nunca deben aceptar que desaparezcan lo que forma su identidad propia. En una familia, sus miembros, aun teniendo el mismo padre y la misma madre, no son sujetos indiferenciados, sino personas con su propia individualidad. Esto vale también para los Países, que han de estar atentos a salvaguardar y desarrollar su propia cultura, sin dejarse absorber nunca por otras o ahogarse en una insulsa uniformidad. “La nación es, en efecto -retomando las palabras del Papa Juan Pablo II- la gran comunidad de los hombres qué están unidos por diversos vínculos, pero sobre todo, precisamente, por la cultura. La nación existe ‘por’ la cultura y ‘para’ la cultura, y así es ella la gran educadora de los hombres para que puedan ‘ser más’ en la comunidad” (Discurso a la UNESCO, 2 de junio de 1980, n. 14). En esta perspectiva, resaltar las raíces cristianas de Francia permitirá a cada uno de los habitantes de este País comprender mejor de dónde viene y adónde va. Por tanto, en el marco institucional vigente y con el máximo respeto por las leyes en vigor, habrá que encontrar una nueva manera de interpretar y vivir en lo cotidiano los valores fundamentales sobre los que se ha edificado la identidad de la Nación. Vuestro Presidente ha hecho alusión a esta posibilidad. Los presupuestos sociopolíticos de la antigua desconfianza o incluso de hostilidad se desvanecen paulatinamente. La Iglesia no reivindica el puesto del Estado. No quiere sustituirle. La Iglesia es una sociedad basada en convicciones, que se sabe responsable de todos y no puede limitarse a sí misma. Habla con libertad y dialoga con la misma libertad con el deseo de alcanzar la libertad común. Gracias a una sana colaboración entre la comunidad política y la Iglesia, realizada con la conciencia y el respeto de la independencia y de la autonomía de cada una en su propio campo, se lleva a cabo un servicio al ser humano con miras a su pleno desarrollo personal y social. Diversos puntos, primicias de otros que podrán añadirse según sea necesario, han sido ya examinados y resueltos en el ámbito de la “Comisión de Diálogo entre la Iglesia y el Estado”. De ésta forma parte naturalmente, en virtud de la misión que le es propia y en nombre de la Santa Sede, el Nuncio Apostólico, que está llamado a seguir activamente la vida de la Iglesia y su situación en la sociedad.
Como sabéis, mis Predecesores, el Beato Juan XXIII, que fue Nuncio en París, y el Papa Pablo VI, instituyeron Secretariados que, en 1988, se convirtieron en el Consejo Pontificio para la Promoción de la Unidad de los Cristianos y en el Consejo Pontificio para el Diálogo Interreligioso. Pronto se añadieron la Comisión para las Relaciones con el Hebraísmo y la Comisión para las Relaciones Religiosas con los Musulmanes. Estas estructuras son una especie de reconocimiento institucional y conciliar de un sinnúmero de iniciativas y actividades anteriores. Comisiones o consejos similares existen ya en vuestra Conferencia Episcopal y en vuestras diócesis. Su existencia y su funcionamiento demuestran la voluntad de la Iglesia de continuar desarrollando el diálogo bilateral. La reciente Asamblea plenaria del Consejo Pontificio para el Diálogo Interreligioso ha puesto de relieve que el verdadero diálogo requiere, como condición fundamental, una buena formación en quienes lo promueven y un discernimiento clarificador para avanzar poco a poco en el descubrimiento de la Verdad. El objetivo del diálogo ecuménico e interreligioso, diferentes obviamente por su naturaleza y finalidad respectivas, es la búsqueda y la profundización de la Verdad. Se trata de una tarea noble y obligatoria para todo hombre de fe, pues Cristo mismo es la Verdad. Construir puentes entre las grandes tradiciones eclesiales cristianas y el diálogo con otras tradiciones religiosas, exige un esfuerzo real de conocimiento recíproco, porque la ignorancia destruye más que construye. Además, no es más que la Verdad la que permite vivir auténticamente el doble mandamiento del amor que nos dejó nuestro Salvador. Ciertamente, hemos de seguir con atención las diversas iniciativas emprendidas y discernir las que favorecen el conocimiento y el respeto recíproco, así como la promoción del diálogo, y evitar las que llevan a callejones sin salida. No basta la buena voluntad. Creo que es bueno comenzar por escuchar, pasar después a la discusión teológica, para llegar finalmente al testimonio y al anuncio de la misma fe (Cf. Nota doctrinal acerca de algunos aspectos de la evangelización, 3 de diciembre de 2007. n. 12). Que el Espíritu Santo os conceda el discernimiento que debe caracterizar a todo Pastor. San Pablo recomienda: “Examinadlo todo, quedándoos con lo bueno” (1 Ts 5,21). La sociedad globalizada, multicultural y multirreligiosa en que vivimos, es una oportunidad que el Señor nos da para proclamar la Verdad y llevar a la práctica el Amor, con el fin de llegar a todo ser humano sin distinción, más allá incluso de los límites de la Iglesia visible.El año anterior a mi elección a la Sede de Pedro tuve la alegría de venir a vuestro País para presidir las ceremonias conmemorativas del sexagésimo aniversario del desembarco en Normandía. Pocas veces como entonces, sentí el apego de los hijos e hijas de Francia por la tierra de sus antepasados. Francia celebraba entonces su liberación temporal, tras una guerra cruel que se cobró muchas víctimas. Lo que conviene ahora es lograr una auténtica liberación espiritual. El hombre necesita siempre verse libre de sus temores y de sus pecados. El hombre debe aprender o reaprender constantemente que Dios no es su enemigo, sino su Creador lleno de bondad. Necesita saber que su vida tiene un sentido y que, al final de su recorrido sobre la tierra, le espera participar por siempre en la gloria de Cristo en el cielo. Vuestra misión es llevar a la porción del Pueblo de Dios confiada a vuestro cuidado al reconocimiento de este final glorioso. Quisiera que vierais aquí mi admiración y gratitud por todo lo que hacéis por avanzar en esta dirección. Estad seguros de mi oración cotidiana por cada uno de vosotros. Y creedme si os digo que nunca dejo de pedir al Señor y a su Madre que os guíen en vuestro camino.
Queridos Hermanos en el Episcopado, con alegría y emoción os encomiendo a Nuestra Señora de Lourdes y a Santa Bernadette. El poder de Dios se ha manifestado siempre en la debilidad. El Espíritu Santo ha lavado siempre la suciedad, regado lo árido, enderezado lo torcido. Cristo Salvador, que ha tenido a bien convertirnos en instrumentos para transmitir su amor a los hombres, nunca dejará de haceros crecer en la fe, la esperanza y la caridad, para daros el gozo de llevar a Él un número creciente de hombres y mujeres de nuestro tiempo. A la vez que os confío a su fuerza de Redentor, os imparto a todos y de corazón una afectuosa Bendición Apostólica.
Papa recorda a vocação de Lourdes: ser lugar de encontro com Deus na oração e de serviço aos irmãos - os doentes, os pobres, os que sofrem
Foi uma mensagem de esperança que Bento XVI quis deixar em Lourdes, na Missa deste Domingo em que a Igreja celebra a Exaltação da Cruz. O Papa começou por evocar a significação deste mistério: “Deus amou tanto o mundo que lhe deu o seu filho único, para que os homens sejam salvos. O Filho de Deus fez-se vulnerável, tomando a condição de servo, obediente até à morte, e morte de cruz. È pela sua Cruz que somos salvos”.
“Elevando os olhos para o Crucificado, nós adoramos Aquele que veio tirar o pecado do mundo, dando-nos a vida eterna. E a Igreja convida-nos a elevar com santo orgulho esta Cruz gloriosa para que o mundo possa ver até aonde chegou o amor do Crucificado por todos os homens. Dando assim graças a Deus porque de uma árvore que trazia a morte, surgiu de novo a vida”. Bento XVI recordou que, na primeira aparição a Bernardette, foi com o sinal da Cruz que Maria deu início àquele encontro. “Mais do que um simples sinal, é uma iniciação aos mistérios da fé que Bernardete recebe de Maria. O sinal da Cruz é de algum modo a síntese da nossa fé, por nos diz como Deus nos amou. Diz-nos que, no mundo, há um amor mais forte do que a morte, mais forte do que as nossas debilidades e os nossos pecados. A potência do amor è mais forte do que o mal que nos ameaça”.
“Foi o mistério da universalidade do amor de Deus por todos os homens que Maria veio recordar aqui, em Lourdes. Ela convida todos os homens de boa vontade, todos os que sofrem no coração ou no corpo, a elevar os olhos para a Cruz de Jesus, para aí encontrar a nascente da vida, a nascente da salvação”.
“Para acolher nas nossas vidas esta Cruz gloriosa, a celebração do jubileu das aparições de Nossa Senhora a Lourdes faz-nos entrar num processo de fé e de conversão. Maria vem hoje ao nosso encontro para nos indicar os caminhos de uma renovação da vida das nossas comunidades e de cada um de nós”.
“A vocação primeira do santuário de Lourdes é a de ser um lugar de encontro com Deus na oração, e um lugar de serviço dos irmãos, nomeadamente pelo acolhimento dos doentes, dos pobres e de todas as pessoas que sofrem. Neste lugar, Maria vem até nós como mãe, sempre disponível às necessidades dos seus filhos. Através da luz que emana do seu rosto, è a misericórdia de Deus que transparece.”
“A mensagem de Maria è uma mensagem de esperança para todos os homens e mulheres do nosso tempo, de todo e qualquer país. Apraz-me invocar Maria como estrela de esperança. Nos caminhos da nossa vida, tantas vezes sombrios, ela è uma luz de esperança que nos ilumina e nos orienta na nossa marcha. Pelo seu Sim, pelo dom generoso de si mesma, ela abriu a Deus as portas do nosso mundo e da nossa história. Ela convida-nos a viver como ela numa esperança invencível, recusando dar ouvidos aos que pretendem que estamos encarcerados na fatalidade. Ela nos acompanha com a sua presença materna no meio dos acontecimentos da vida das pessoas, das famílias e das nações. Felizes os homens e as mulheres que põem a sua confiança n’Aquele que, no momento de oferecer a sua vida para a nossa salvação, nos deu a sua Mãe para que seja a nossa Mãe”.
No final da celebração, pouco faltava ao meio-dia, Bento XVI pronunciou a breve alocução que,como todos os domingos, precede a recitação do Angelus. E fê-lo comentando o sentido do privilégio mariano da Imaculada Conceição, privilégio que (observou), embora a distinga da nossa condição comum, não a afasta de nós, pelo contrário. “Ao passo que o pecado divide, afasta-nos uns dos outros, a pureza de Maria torna-a infinitamente próxima dos nossos corações, atenta a cada um de nós e desejosa do nosso autêntico bem”. Como em todos os santuários marianos, multidões de peregrinos acorrem aos pés de Maria, em Lourdes, para lhe confiarem o que cada um tem de mais íntimo, aquilo que mais tem a peito. Confiam assim ao Coração imaculado de Maria, com simplicidade, em verdade, o que muitos não ousam confiar a mais ninguém.
“Diante de Maria, em virtude da sua pureza, o homem não hesita em mostrar-se na sua fraqueza, em confiar as suas questões e dúvidas, formular as suas esperanças e os seus desejos mais secretos. O amor maternal da Virgem Maria desarma todo e qualquer orgulho. Torna o homem capaz de se ver tal como è e inspira-lhe o desejo de se converter para dar glória a Deus”.
Nas saudações em diversas línguas, após a bênção final, aos diferentes grupos de peregrinos, Bento XVI exprimiu-se também em língua portuguesa.
(Fonte: site Radio Vaticana)