Obrigado, Perdão Ajuda-me

Obrigado, Perdão Ajuda-me
As minhas capacidades estão fortemente diminuídas com lapsos de memória e confusão mental. Esta é certamente a vontade do Senhor a Quem eu tudo ofereço. A vós que me leiam rogo orações por todos e por tudo o que eu amo. Bem-haja!

sábado, 27 de setembro de 2008

Piazza Navona - Roma

«Quando era jovem estudante de Teologia, fui para um país e para uma cidade cosmopolita, democrática e uma das coisas que me impressionava eram os comícios de extrema-esquerda na praça Navona - o ex-libris da cidade de Roma. Era uma autêntica liturgia laica, uma liturgia laico-messiânica, isto é, promissora de um novo futuro, um futuro radiante. Havia cânticos de entrada, havia as leituras sagradas dos autores sagrados Lenine, Mao Tsé Tung, Marx; havia a homilia dos oradores, havia a oração dos fiéis (embora de forma laica, naturalmente) a recordar os países pobres e revolucionários do mundo. Havia o ofertório, que era o peditório para as causas revolucionárias e havia o cântico de despedida. Uma autêntica liturgia das ideologias laicas promissoras, como dizia a canção, dos “Amanhãs que Cantam”. O slogan que mais expressava esta esperança messiânica do mundo novo, era : " Onde chegar Lenine, aí há-de chegar Jerusalém” - a nova Jerusalém, o paraíso. Isto em 1970. Saí de Roma em 77 e estive depois 19 anos sem lá voltar.

Quando completei 25 anos de sacerdócio, ofereci a mim mesmo uma prenda e fui então às origens, celebrar as bodas de prata sacerdotais, pois tinha sido ordenado em Roma. E vi uma paisagem completamente diferente. Na praça Navona, encontrei uma nova liturgia, que poderemos chamar místico - esotérica , do tipo "new age". Encontrei lá os videntes, os cartomantes, os quiromantes, os homens e mulheres dos horóscopos e, com a liturgia, uma mesa, os livros sagrados desta nova religiosidade, uma vela ou mais que uma vela e enfim os novos gurus que davam consulta, direcção espiritual, confissão... Vi um que estava a confessar outro. Aproximei-me e vi que, de facto, um estava a confessar-se, a contar a sua vida toda.

Vi os cartomantes que lêem tudo através das cartas; os quiromantes que lêem através das linhas da mão e os geomantes que, através das ondas e das vibrações da Terra, dos edifícios, fazem parte de uma consciência cósmica e a partir daí se adivinha ou se lê o futuro».


(Excerto Conferência proferida nas Jornadas Nacionais de Catequistas, Fátima, 15-XI-2003 - Fonte: “Pastoral Catequética”, nº 1, Jan-Abril 2005 – D. António Marto, ao tempo Bispo de Viseu, hoje Bispo de Leiria-Fátima)

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