Maria estava "aos pés" da cruz. Também Ela entregava o Seu Filho à humanidade, porque estando cheia do Espírito Santo, sabia no Seu coração desde sempre, que Jesus ia morrer por nós.
Ao entregar o Seu Filho sabia que também Ela se estava a entregar à humanidade, como Mãe para sempre.
Ela sabia que era nossa Mãe, desde que sentiu Jesus Cristo no Seu ventre. Sentia-o, porque sabia que o Seu Filho estava em todos nós e estando em todos, todos eram Seus filhos.
Também Ela entregava o Seu Filho no meio da dor e da tristeza da Mãe humana, mas vivia também a exaltação da Sua parte divina de Mãe de Deus, que Lhe afirmava a salvação dos homens Seus filhos, pelo sacrifício e ressurreição daquEle que agora Se entregava e que Ela tinha trazido ao mundo.
Humildemente aos pés da cruz, Ela chorava o Filho entregue e alegrava-se pela promessa de salvação para todos os Seus outros filhos, conseguida pela morte e ressurreição dO que Ela tinha gerado.
Nos Seus olhos brilhavam ao mesmo tempo a lágrima da dor e a alegria da promessa de vida eterna para a humanidade.
Também Ela obedeceu até à morte de Seu Filho e durante toda a Sua vida, mantendo-se na sombra, na humildade, no caminho, seguindo Jesus e aceitando desde logo a Sua cruz, que já Lhe estava garantida e desvendada por Simeão no templo.
Também Ela aceitou a vontade do Pai sem hesitações, entregando o que demais precioso tinha para entregar, o Seu próprio Filho.
E Ela sabia no Seu coração desde o principio, que não seria como Abraão: O Seu Filho não seria poupado, tinha de morrer, para ressuscitar vencendo a morte e assim trazer a salvação aos Seus outros filhos.
E Jesus na Sua agonia confirma-Lhe o que Ela já sentia, entregando-A como Mãe a João e entregando João a Maria como Seu filho.
Não se Lhe conhece um queixume, não se Lhe conhece uma reprovação, não se Lhe conhece uma inveja ou um ciúme de mãe, mesmo quando outras mulheres se acercam Jesus e Ele lhes dá atenção.
Não, Maria sabe no Seu intimo que tem de ser assim, também Ela tem de sofrer em silêncio, também Ela tem de dar exemplo de obediência à vontade do Pai, também Ela tem de se curvar à missão do Seu Filho, também Ela se deve deixar conduzir pelo Espírito Santo, para preencher completamente a condição de “bendita entre as mulheres, de cheia de graça, de ter o Senhor com Ela, de ser a Mãe do Salvador” e de, por isso mesmo, ser Mãe da Igreja e da humanidade.
Maria não lidera, não conduz, mas ora, mas intercede, mas suplica ao Seu Filho, para que o Espírito Santo, que já está nEla, desça também sobre os Apóstolos e sobre todos os Seus filhos, durante todos os tempos.
E quando os discípulos partem em missão, Ela fica a orar, a interceder, a suplicar, a Jesus dentro de Si, a Jesus à direita do Pai, a Jesus dentro de nós.
Por isso a Mãe é a grande intercessora, a poderosa advogada, Aquela que nos traz no coração, o mesmo coração que deu sangue a Jesus.
Assim o amor de Deus é tão grande, tão infinito, que nos quis dar este elo de ligação entre o divino e o humano, a Mãe de Jesus e nossa Mãe, para que saibamos, que a virtude é sempre possível a todos nós, desde que nos entreguemos à vontade do Pai, à condução do Espírito Santo e ao amor de Jesus Cristo, que está em nós.
Todos somos um pouco Maria, pois temos Jesus Cristo em nós, só não sabemos é guardá-Lo para sempre, como Ela o fez desde a primeira hora.
Joaquim Mexia Alves
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