É com surpresa, portanto, que (o então Cardeal Ratzinger) me responde: «Feito o exame de consciência e rezadas as minhas orações, porque não deverei dormir tranquilo? Se me perturbasse, não estaria a seguir com seriedade o Evangelho que nos lembra, sem agradecimentos, que cada um de nós não passa de um ‘servo inútil’. Devemos levar até ao fim os nossos deveres, mas conscientes que a Igreja não é nossa, é daquele Cristo que deseja usar-nos como instrumento mas que nos deixa sempre o Senhor e o Seu caminho. A nós ser-nos-ão pedidas contas pelo nosso empenho, não pelos resultados». [...]
Fidelidade plena à letra dos documentos do Concílio, não a um presumível e impreciso “espírito do Concílio”, portanto: continuidade, não rotura, na história da Igreja, para a qual não existe um antes e um depois. [...]
Com efeito, a paciência contra-indica-lo desde sempre: por respeito às pessoas, pelo realismo próprio do cristão, que sabe quão longa é a tenacidade necessária para modificar as coisas, por sabermos que a Igreja tem em seu favor toda a sua história e os seus “timings” não são aqueles do “mundo”. [...]
Paciência, e prudência, mesmo no que se refere à linguagem litúrgica, não destruindo os missais, mas fazendo conviver o latim conjuntamente ao vernáculo, testemunhando desta forma, que o Concílio Vaticano II não foi em rotura com a Tradição e que São Pio V não era menos católico que Paulo VI.
Vittorio Messori
© Copyright Corriere della sera, 20 Abril 2009 artigo completo consultavel aqui
(Selecção de excertos, tradução e adaptação de JPR)
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