Em Luanda, Bento XVI disse: "Não podemos esquecer que há tantos pobres em Angola que reclamam o respeito pelos seus direitos. Não os desiludam." O Papa disse isto à frente do Presidente angolano. Antes José Eduardo dos Santos fizera críticas a hábitos de corrupção no país. Uma e outra situação seriam impensáveis no passado. Nem o hóspede se permitia admoestar o dono da casa. Nem este daria explicações sobre a sua administração ao forasteiro. O que se passou, e toda a gente que acompanha a situação angolana concordará, é que a Igreja Católica soube ganhar o estatuto de ser ouvida: a sua admirável humildade e coragem durante 30 anos de guerra civil compraram esse direito. E levaram a mais: ontem, o Presidente angolano confirmou como pedra angular da formação do País o encontro, há 500 anos, de Angola e a Igreja. Mas há outra razão que permitiu os discursos de ontem e, essa, ainda muitos se recusam a admitir: Angola melhora. Sim, está longe da santidade, mas melhora. A ponto do Papa repousar nos seus governantes a esperança para os pobres: "Não os desiludam."
Ferreira Fernandes
(Fonte: site DN)
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