Obrigado, Perdão Ajuda-me

Obrigado, Perdão Ajuda-me
As minhas capacidades estão fortemente diminuídas com lapsos de memória e confusão mental. Esta é certamente a vontade do Senhor a Quem eu tudo ofereço. A vós que me leiam rogo orações por todos e por tudo o que eu amo. Bem-haja!

segunda-feira, 11 de fevereiro de 2013

Destruir Portugal (excerto)

Somos a geração que está a destruir Portugal. Daqui a décadas, aqueles que viverem nos escombros do que foi Portugal olharão para trás e culpar-nos-ão da sua situação. Apesar do nosso hábito pedante de condenar épocas antigas por males que lhes assacamos, as acusações que um dia ouviremos nunca as pudemos atribuir aos antigos.
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Aqueles que agora contemplam a desgraça que cairá sobre nós começam logo por se considerar totalmente inocentes. São sempre outros os culpados. Como se um punhado de vilões, mesmo em posição de poder, conseguisse uma devastação destas. Muitos até dizem identificar os bandidos, lançando-se afanosamente em intensa e mesquinha campanha de denúncia e insulto. Assim manifestam a mesma desgraçada grosseria.
Pior é que o diagnóstico da situação, os males considerados e as curas recomendadas são tão laterais, incipientes e tolas que, em si mesmas, manifestam o vício que destrói Portugal. A razão por que tantos bramam que se arruína o País tem a ver com... dinheiros. É espantoso, mas muitos estão mesmo convencidos de que a recessão será irremediável e as dificuldades económicas fatais. O nosso problema é, afinal, falência de lojas e restaurantes, desemprego alto, dívida pública.
Isto permite compreender a desgraçada atitude que arrasa um povo. Pondo a nossa esperança a esse nível, colocando a nossa ânsia nesses temas, tendo a razão de ser em coisas dessas, não admira que se devaste uma nação. "Onde estiver o teu tesouro, aí estará também o teu coração." (Mt 6,21)
De facto, a destruição de Portugal não tem nada a ver com isso. Esta crise estará esquecida dentro de anos, como tantas para trás, a maioria bastante pior. Aquilo que o tempo não pode apagar, aquilo que chega para aniquilar o País é a destruição da família e a extinção da natalidade. Com a taxa de fertilidade mais baixa da Europa Ocidental e das mais baixas do mundo, o casamento em vias de extinção, o divórcio em níveis nunca vistos e a educação na quinta década sucessiva de crise, não admira que as próximas gerações acusem este tempo dos seus males.
Em 2010, último ano com dados para a amostra completa, éramos o terceiro país dos 15 da Europa com mais divórcios e o quarto com menos casamentos. Com apenas mais 1.3 casamentos do que divórcios por mil habitantes, o nosso País mostra uma precariedade familiar que é difícil de replicar na história do mundo, e raramente se encontra fora de situações de calamidade nacional. Não podemos ter dúvidas de que estamos a destruir Portugal.
Nos cinco anos desde 2007 já houve mais de 80 mil abortos, cerca de dez vezes os soldados portugueses mortos nos 14 anos de Guerra Colonial. Muitos se queixaram das cicatrizes que esse conflito deixou na geração que a suportou. Mas ninguém ouve sequer a voz da geração que hoje é sacrificada a "razões socioeconómicas" e à "opção da mulher". E o genocídio não demora apenas 14 anos. Sem fim à vista, continua galopante.
(…)
Afinal, a atitude egoísta e interesseira que endividou o País, trazendo-o à crise, é a mesma que hoje motiva as lamúrias e os insultos e que promove o divórcio, despreza a fertilidade e prefere o aborto. Sem filhos não há futuro.

João César da Neves in DN online (artigo completo AQUI)

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