Em meados do mês começa a Quaresma, um tempo especialmente adequado para revermos o nosso comportamento e ver se estamos a ser generosos com Deus e com os outros por Deus. Na segunda leitura de Quarta-feira de Cinzas, o Apóstolo das gentes diz-nos, da parte do Senhor: No tempo favorável, ouvi-te. No dia da salvação, vim em teu auxílio. É este o tempo favorável, é este o dia da salvação [12]. Mais adiante, na mesma Epístola, anima-nos a servir a Deus em todo o momento: com muita paciência nas tribulações, nas necessidades e nas angústias (…), nas fadigas, nas vigílias e nos jejuns, pela pureza e pela ciência, pela magnanimidade e pela bondade, no Espírito Santo, com sincera caridade [13].
Estas palavras do Apóstolo – escreveu S. Josemaria – devem encher-vos de alegria, porque são como que uma canonização da vossa vocação de cristãos correntes, vivendo no meio do mundo, compartilhando com os outros, vossos iguais, ideais, trabalhos e alegrias. Tudo isso é caminho divino. O que o Senhor vos pede é que a todo o momento atueis como Seus filhos e servidores.
Mas estas circunstâncias normais da vida só serão caminho divino se realmente nos convertermos, se nos entregarmos. S. Paulo, na verdade, usa uma linguagem dura. Promete ao cristão uma vida difícil, arriscada, em perpétua tensão. Como se tem desfigurado o Cristianismo quando se tem pretendido fazer dele um caminho cómodo! Mas também é uma desfiguração da verdade pensar que essa vida profunda e séria, que conhece de forma real todos os obstáculos da existência humana, é uma vida de angústia, de opressão ou de medo.
O cristão é realista, de um realismo sobrenatural e humano, sensível a todos os matizes da vida: a dor e a alegria, o sofrimento próprio e alheio, a certeza e a perplexidade, a generosidade e a tendência para o egoísmo... O cristão conhece tudo e com tudo se enfrenta, cheio de integridade humana e de fortaleza recebida de Deus [14].
[12]. Missal Romano, quarta feira de cinzas, Segunda Leitura (2 Cor 6, 2).
[13]. 2 Cor 6, 4-6.
[14] . S. Josemaria, Cristo que passa, n. 60.
Estas palavras do Apóstolo – escreveu S. Josemaria – devem encher-vos de alegria, porque são como que uma canonização da vossa vocação de cristãos correntes, vivendo no meio do mundo, compartilhando com os outros, vossos iguais, ideais, trabalhos e alegrias. Tudo isso é caminho divino. O que o Senhor vos pede é que a todo o momento atueis como Seus filhos e servidores.
Mas estas circunstâncias normais da vida só serão caminho divino se realmente nos convertermos, se nos entregarmos. S. Paulo, na verdade, usa uma linguagem dura. Promete ao cristão uma vida difícil, arriscada, em perpétua tensão. Como se tem desfigurado o Cristianismo quando se tem pretendido fazer dele um caminho cómodo! Mas também é uma desfiguração da verdade pensar que essa vida profunda e séria, que conhece de forma real todos os obstáculos da existência humana, é uma vida de angústia, de opressão ou de medo.
O cristão é realista, de um realismo sobrenatural e humano, sensível a todos os matizes da vida: a dor e a alegria, o sofrimento próprio e alheio, a certeza e a perplexidade, a generosidade e a tendência para o egoísmo... O cristão conhece tudo e com tudo se enfrenta, cheio de integridade humana e de fortaleza recebida de Deus [14].
[12]. Missal Romano, quarta feira de cinzas, Segunda Leitura (2 Cor 6, 2).
[13]. 2 Cor 6, 4-6.
[14] . S. Josemaria, Cristo que passa, n. 60.
(D. Javier Echevarría, Prelado do Opus Dei na carta do mês de fevereiro de 2013)
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