Obrigado, Perdão Ajuda-me

Obrigado, Perdão Ajuda-me
As minhas capacidades estão fortemente diminuídas com lapsos de memória e confusão mental. Esta é certamente a vontade do Senhor a Quem eu tudo ofereço. A vós que me leiam rogo orações por todos e por tudo o que eu amo. Bem-haja!

quinta-feira, 21 de março de 2013

PAPA FRANCISCO (2)

Alguém há dias partilhava comigo as suas “inquietações”, que eu mesmo, de algum modo, também estava a viver: será que o Papa Francisco, com os seus gestos e atitudes não estará a colocar um pouco em causa a “dignidade” de ser o Sucessor de Pedro? Não poderá isso provocar “danos” na/à Igreja?

E outros pensamentos desta natureza iam despertando em mim, a par com uma profunda admiração e adesão ao que o Papa Francisco vai fazendo.
(Comoveu-me até às lágrimas vê-lo à porta da igreja, saudando, abraçando e beijando o povo que ia saindo da celebração.)

Fui reflectindo então da seguinte maneira.
Sou de um tempo em que o amor era profundo, mas apesar de tudo, vivido com uma certa “distância”.
Hoje penso, amando o meu pai e a minha mãe como amava e amo, como teria gostado de os abraçar, de expressar "livremente" os meus sentimentos, de lhes dizer encostado ao peito: pai, mãe amo-vos tanto!
Não que alguma vez tivesse sido proibido de o fazer, mas não era costume naqueles tempos, embora soubéssemos, sem margem para dúvidas, do amor profundo dos nossos pais por nós.
Era um tempo em que Deus estava longe, ou melhor, o modo como era “ensinado” fazia-O longe nós, e mesmo as celebrações da Igreja, eram distantes e na maior parte das vezes incompreensíveis para o comum fiel.

Pensei então no Papa Francisco, e "julguei" os seus gestos à luz do que acabo de escrever.

Sinto-me assim humildemente com um Pai na Fé, que se aproxima de mim, que me diz ao coração: preciso de ti, preciso das tuas orações, preciso que me ajudes, porque só assim te posso ajudar também.

E volto ao Mestre, ao Senhor de todas as coisas, Jesus Cristo, e "vejo-o" humildemente comendo com os pecadores, recebendo beijos de prostitutas, fazendo-se pobre como os mais pobres, para que todos esses, todos estes de agora d'Ele se aproximem e sintam que aquele Homem e Deus, veio para eles, e em tudo, (excepto no pecado), se fez e quer fazer igual a eles.

Porque ficou Jesus entre nós e porque é que ainda hoje ou sobretudo hoje é tão atacado e rejeitado?

Tenho para mim que não foi "apenas" por ser Deus, mas também porque se fez humilde, igual aos outros, sofrendo até mais do que os outros, e aproximando-se de nós, quis tocar os nossos corações.
Por isso, e por muito mais, foi rejeitado e ainda o é, num mundo em que os homens se julgam vencedores por suas próprias mãos.

Pode o Vigário de Cristo na terra ser diferente do Mestre?
Hoje julgo que não!

Cristo sentou-se à mesa com os discípulos e foi na maior simplicidade, no meio deles, com um cálice normal e um pão normal que instituiu a Eucaristia.

Precisou de aparatos e grandes cerimoniais?
Julgo mais uma vez que não, e mesmo as primeiras Eucaristias, nas primeiras comunidades cristãs eram, com certeza, à volta da mesa, na maior dignidade, mas também na maior simplicidade.

E não foi tudo isso, (sobretudo com a Paixão, Morte e Ressurreição de Jesus Cristo), que pela graça de Deus conquistou os homens há dois mil anos e ainda hoje continua a conquistar?

Anunciamos um Cristo humilde, simples como os mais simples, mas queremos "magnificência e pompa" na Igreja!

A dignidade não vem da "magnificência e pompa", mas da coerência de vida, do amor a Deus acima de todas as coisas e aos outros como a nós mesmos.

Tudo isto é novo para mim, mas sinto no meu coração, sinto nas minhas entranhas, que mais uma vez o Espírito Santo "venceu" os homens e deu à Igreja de Cristo, o homem providencial para os tempos que se avizinham.

O mundo “empobrece”, e a Igreja pela voz e gestos do Papa, “empobrece” com ele.

Tantos que pedem que a Igreja se adapte aos tempos modernos!

Aí está Ela a adaptar-se aos tempos modernos!
Não mudando o que é imutável, a Doutrina de Cristo, a Tradição da Igreja, (pois este Papa será, pelos gestos que vai tendo, bem mais “rigoroso” do que os seus antecessores com aqueles que de dentro minam a Igreja), mas mudando o que se pode mudar, ou seja, aproximando a Igreja do homem comum, falando uma linguagem directa, simplesmente compreensível, e tendo gestos de homem comum, que se "agiganta" pela sua humildade.

Se o Espírito Santo o escolheu e chamou, o Espírito Santo o conduzirá.

Por isso descanso e dou graças a Deus pela Igreja, pelo Papa Francisco, pelo Povo de Deus.

Tudo e sempre para a honra, a glória e o louvor de Deus!

Marinha Grande, 20 de Março de 2013

Joaquim Mexia Alves AQUI

Nota:
Com este texto não quero significar que tudo é permitido, por exemplo, adulterando a celebração dos Sacramentos, muito especialmente a Eucaristia.
Mas também não acredito que o Papa Francisco alguma vez o permitisse, ou nisso colaborasse.

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