Ao proibir a Portugal Telecom de vender a sua participação na empresa de telecomunicações brasileira Vivo, o governo errou.
Desde logo, porque se a Telefonica espanhola oferece 7 mil milhões de euros por um activo de 5 mil milhões, o governo, ao impedir o negócio, está a prejudicar os accionistas da PT, que iriam realizar mais valias significativas, tão importantes em tempo de crise, quer para os grandes accionistas, quer para os pequenos investidores.
Depois, porque a entrada em Portugal de tanto dinheiro, de tão significativo volume de recursos financeiros, viria estimular a actividade económica nacional, permitiria novos investimentos e melhoraria as tão faladas condições de obtenção de crédito do país nos mercados financeiros internacionais.
Por último porque a alternativa que se perfila no horizonte é a ameaça de uma possível Operação Pública de Aquisição da Telefonica sobre a PT e, nesse caso, o dinheiro já não virá para Portugal para a PT, mas sim directamente para os detentores das acções, parte significativa dos quais são estrangeiros.
Ao vetar o negócio, o governo evita que os investidores ganhem dinheiro, que entrem capitais no país, em nome de um suposto interesse nacional.
Mas não é disso que se trata. É antes o interesse em manter um sector empresarial do Estado colossal, opaco, onde o poder dos partidos é absoluto e permite todo o tipo de negócios.
Paulo Morais
(Fonte: site Rádio Renascença)
1 comentário:
Não concordo. O tempo dirá quem tem razão. Não podemos criticar um governo por clubismo, mas utilizando a razão. E não faz parte da razão imaginar cenários que não pertencem, pelo menos por agora, à realidade.
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