A visita do Papa a Portugal motivou uma forte campanha publicitária em Lisboa, com pendões, 200 "billboards" e 2000 "mupis" na capital e nos concelhos limítrofes que anuncia uma mudança na comunicação da Igreja em Portugal.
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A única imagem do Papa na campanha mostra-o com um fundo de multidão, sorridente e com um gesto de saudação. A fotografia patenteia movimento. Ilustrando "Lisboa com o Papa", a imagem sugere assim o que se pretendeu para a visita: multidões e eventos movimentados e identificados com festa. Em resumo, os cartazes com a foto do Papa sugerem a dimensão festiva da visita.
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A Igreja assume a religião como aquilo que eu penso que em boa medida é - comunicação - e comunica com as mesmas ferramentas, exactamente as mesmas do mundo contemporâneo em concorrência (acrescentando-lhe a dimensão transcendental). Consegue, alem disso, uma comunicação que é eficaz enquanto religião (é boa publicidade religiosa), o que constitui uma novidade importante na sua acção evangelizadora.
Em conjunto, estas duas dimensões da campanha - forma e conteúdo dos materiais publicitários e recurso à forma "comercialmente" "poluída" da comunicação do mundo contemporâneo, a publicidade - revelam uma mudança muito significativa da estratégia de acção da Igreja portuguesa: usar as "armas" da comunicação actuais para lutar, taco a taco, pela atenção e sedução dos receptores.
Eduardo Cintra Torres
(Fonte: ‘Jornal de Negócios’ online AQUI)
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