
“A história das missões católicas compreende figuras de grande estatura pelo zelo e pela coragem de levar Cristo a terras novas, distantes, mas o P. Ricci é um caso singular de síntese feliz entre o anúncio do Evangelho e o diálogo com a cultura do povo ao qual o levava, um exemplo de equilíbrio entre clareza doutrinal e prudente acção pastoral”.
Bento XVI observou que a obra deste missionário apresenta “duas vertentes a não separar: a inculturação chinesa do anúncio evangélico e a apresentação à China da cultura e da ciência ocidentais”. Embora frequentemente tenham sido os aspectos científicos a suscitar mais interesse – reconheceu o Papa, contudo "há que não esquecer a perspectiva com a qual Padre Ricci entrou em relação com o mundo e a cultura da China: um humanismo que considera a pessoa inserida no seu contexto, cultivando os respectivos valores morais e espirituais, captando tudo o que de positivo se encontra na tradição chinesa e oferecendo a ocasião de a enriquecer com o contributo da cultura ocidental, mas sobretudo com a sapiência e a verdade de Cristo”.
O Padre Ricci – insistiu Bento XVI – não se desloca à China para ali levar a ciência e a cultura do Ocidente, mas sim para levar o Evangelho e para dar a conhecer Deus. “É precisamente ao mesmo tempo que leva o Evangelho que o P. Ricci encontra nos seus interlocutores o pedido de um confronto mais amplo, de tal modo que o encontro motivado pela fé, torna-se também diálogo entre culturas; um diálogo desinteressado, livre de intentos de poder económico ou político, vivido na amizade, que faz da obra do P. Ricci e dos seus discípulos um dos pontos mais altos e felizes na relação entre a China e o Ocidente”.
(Fonte: site Radio Vaticana)
Sem comentários:
Enviar um comentário