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As minhas capacidades estão fortemente diminuídas com lapsos de memória e confusão mental. Esta é certamente a vontade do Senhor a Quem eu tudo ofereço. A vós que me leiam rogo orações por todos e por tudo o que eu amo. Bem-haja!

quarta-feira, 23 de dezembro de 2009

D. José Policarpo nega «pacto» com José Sócrates

Cardeal-Patriarca escreve aos católicos de Lisboa a respeito da aprovação do Projecto de Lei sobre o casamento entre pessoas do mesmo sexo

O Cardeal-Patriarca de Lisboa, D. José Policarpo, negou qualquer “pacto” com o Primeiro-Ministro a respeito do Projecto de Lei sobre o casamento entre pessoas do mesmo sexo apresentado pelo Governo.

Numa carta enviada aos católicos de Lisboa, assegura-se que “nem o Senhor Primeiro-Ministro sugeriu nenhum «pacto» nem o Patriarca de Lisboa podia assumir qualquer compromisso que significasse, ainda que indirectamente, o condicionamento da liberdade da Igreja”.

A missiva, enviada à Agência ECCLESIA, desmente o "pacto" noticiado por "um jornal diário da capital" que, segundo o Cardeal, deixava entender “uma certa condescendência da Igreja com o referido Projecto-Lei”.

D. José Policarpo assinala que “dada a gravidade da insinuação, que deixou perplexos muitos católicos, dirijo-vos esta carta para esclarecer o que realmente se passou”.

Nesse contexto, admite que se encontrou com José Sócrates no passado dia 20 de Outubro, “a pedido deste”, considerando normal que “haja momentos de diálogo entre os Órgãos de Soberania e a Hierarquia da Igreja”.

“Ficou assente entre ambos que não haveria declarações para o público sobre os assuntos nele abordados. O Patriarca de Lisboa foi fiel a este compromisso de discrição”, indica a carta, negando assim qualquer declaração aos jornais sobre esta matéria.

Segundo o Cardeal, ali decorreu “uma troca de impressões sobre diversos aspectos da nossa sociedade actual, da qual a Igreja faz parte enquanto comunidade particularmente significativa”.

“Acerca de nenhum dos pontos abordados nesse encontro houve «pactos» ou «compromissos»”, assinala D. José Policarpo.

A carta confirma que no encontro com José Sócrates foi abordada “a possível legalização do casamento entre pessoas do mesmo sexo”, num “intercâmbio de perspectivas sereno e franco”.

“O Senhor Primeiro-Ministro afirmou a sua determinação em avançar com o Projecto, o Patriarca de Lisboa reafirmou a posição da Igreja e a disposição de a afirmar publicamente quando achasse oportuno e pelos meios próprios da sua intervenção pastoral, direito da Igreja que o Senhor Primeiro-Ministro claramente reconheceu”, assinala o texto.

D. José Policarpo deixa claro que “a Hierarquia da Igreja mantém, assim, toda a liberdade de anunciar a sua doutrina acerca desta questão e fá-lo-á quando achar oportuno e pelos meios consentâneos com a sua missão”.

“A Igreja reconhece a legitimidade legislativa do Estado, mas não deixará de interpelar a consciência dos decisores e de elucidar a consciência dos cristãos sobre a maneira de se comportarem acerca de leis que ferem gravemente a compreensão cristã do homem e da sociedade”, acrescenta.

O Cardeal-Patriarca assegura ainda que “a Hierarquia da Igreja não quer imiscuir-se na esfera política e na área de competência do Estado e dos seus Órgãos de Soberania”.

Nesse sentido, manifesta-se a disponibilidade da Igreja para “o diálogo com pessoas e instituições”, excluindo que a Hierarquia venha a assumir “formas públicas de pressão política que os cristãos, no exercício dos seus direitos de cidadania, são livres de promover ou de nelas participar”.

Em conclusão, a missiva indica que “a doutrina da Igreja acerca do casamento entre pessoas do mesmo sexo é conhecida”, afirmando que a proposta governamental promove “uma alteração grave da compreensão antropológica do casamento, da sua dimensão institucional baseada num acordo celebrado entre um homem e uma mulher, constituindo, assim, uma família, célula base da sociedade”.

“Não se trata, nesta circunstância, de tomar posição sobre as pessoas homossexuais; a doutrina da Igreja, marcada pela verdade e pela caridade, está claramente expressa. Trata-se, isso sim, de salvaguardar a verdade acerca do casamento e da família”, escreve o Patriarca de Lisboa.


(Fonte: site Agência Ecclesia)

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