Director da Faculdade de Teologia da UCP lembra que as Escrituras são um best-seller
Não há nada na literatura pré-cristã que se compare à capacidade do Antigo Testamento em “perceber a psicologia humana, os seus claros e escuros”, afirmou o vice-reitor da Universidade Católica Portuguesa e director da Faculdade de Teologia, P. Peter Stilwell na abertura do colóquio "As Artes da Bíblia", que decorreu esta semana em Lisboa.
“A Bíblia é um espantoso arquivo de observação da condição humana nas suas riquezas e nas suas fraquezas, nos seus talentos e na sua espessura”, defendeu.
Para este responsável, a Sagrada Escritura é “tão legível” que é um best-seller há vários séculos, “uma obra que tem motivado o desenvolvimento da literatura ao longo dos tempos”.
O professor de Teologia admite que “os grandes heróis da Bíblia” poderiam ter sido “colocados no topo de um pináculo, escondendo as fraquezas às gerações futuras”, mas, pelo contrário, “aparecem com todas as suas fraquezas, tão humanos como nós”.
“Por isso é tão fácil aproximarmo-nos de Abraão, muito mais fácil do que de Aquiles”, assinala, sublinhando a “transparência espantosa” destes textos.
Nos Salmos, por exemplo, é possível encontrar “desejos de vingança, ao mesmo tempo que falam do amor e da contemplação de Deus”.
É nessa transparência que, segundo o Pe. Stilwell, a Bíblia “se aproxima de uma compreensão do que é o divino”, que não se vê face a face.
“A atitude de fé profunda que está presente na Bíblia é de que o Criador de tudo é um Deus justo, mas também misericordioso. Nada do que existe está fora das suas mãos”, apontou.
Esse é, segundo o director da Faculdade de Teologia, “o grande fascínio” que o texto exerce, levando mesmo “aqueles que são adversos” à Bíblia a “sentirem-se estimulados a desenvolver as suas próprias reflexões, ao longo dos séculos”.
(Fonte: site Rádio Renascença)
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