Obrigado, Perdão Ajuda-me

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As minhas capacidades estão fortemente diminuídas com lapsos de memória e confusão mental. Esta é certamente a vontade do Senhor a Quem eu tudo ofereço. A vós que me leiam rogo orações por todos e por tudo o que eu amo. Bem-haja!

quinta-feira, 18 de junho de 2009

O objectivo de fundo do Ano Sacerdotal na Carta de Bento XVI aos Padres

Um ano para “promover o empenho de renovamento interior de todos os sacerdotes, para um seu testemunho evangélico mais forte e incisivo no mundo de hoje”: é nestes termos que, numa Carta agora enviada aos seus “irmãos no sacerdócio”, Bento XVI aponta o objectivo de fundo do Ano Sacerdotal, que terá início amanhã, 19 de Junho, solenidade do Sacratíssimo Coração de Jesus e desde há anos Jornada de Oração pela santificação do clero. Este Ano Sacerdotal tem lugar em coincidência com os 150 anos do “dies natalis” de São João Maria Vianney, patrono dos párocos, falecido a 4 de Agosto de 1859.

A Carta propõe aos padres de todo o mundo um percurso simples e concreto, a exemplo do Cura d’Ars. O Papa sublinha antes de mais “o imenso dom que os sacerdotes constituem não só para a Igreja, mas também para toda a humanidade”. Recorda as “fadigas apostólicas”, o “serviço infatigável e escondido” e a caridade de tantos padres, dedicados sem reservas ao serviço de Deus e do próximo, “não obstante dificuldades e incompreensões”, por vezes até mesmo perseguições “até ao supremo testemunho do sangue”. Regista com profundo pesar “também situações – nunca suficientemente deploradas – em que é a própria Igreja a sofrer pela infidelidade de alguns seus ministros. Daí advém então para o mundo motivo de escândalo e de repulsa”.

Aponta então com simplicidade os elementos que têm feito do Cura d’Ars “um pastor segundo o coração de Deus”: antes de mais, era um homem “humilíssimo”, mas ao mesmo tempo “consciente, enquanto padre”, de ser para a sua gente “um dos mais preciosos dons da misericórdia divina”. “Parecia esmagado por um desmedido sentido de responsabilidade”: “Se compreendêssemos bem que coisa é um padre na terra – dizia – morreríamos; não de susto, mas de amor”. Sabia que era chamado a “incarnar a presença de Cristo, testemunhando a sua ternura salvífica”: “O que antes de mais temos que aprender” – escreve Bento XVI – é a “total identificação” do Cura d’Ars com o seu ministério. “Não se trata, está claro, de esquecer que a eficácia substancial do ministério permanece independentemente da santidade do ministro; mas também não se pode deixar de ter em conta a extraordinária frutificação gerada do encontro entre a santidade objectiva do ministério e a subjectiva do ministro”. Assim, o padre Vianney “visitava sistematicamente os doentes e as famílias; organizava missões populares e festas patronais; recolhia e administrava dinheiro para as suas obras caritativas e missionárias”; embelezava a sua igreja… ocupava-se das meninas órfãs… interessava-se pela instrução das crianças; fundava confrarias e chamava os leigos a colaborarem consigo”. “O seu exemplo – afirma o Papa, na esteira do Concílio – leva-me a sublinhar os espaços de colaboração que se impõe estender cada vez mais aos leigos, com os quais os presbíteros formam o único povo sacerdotal”.

Bento XVI recorda depois o testemunho quotidiano do Cura de Ars: a oração diante do Tabernáculo, a missa, a Confissão. “Ele tinha a convicção de que era da Missa que dependia todo o fervor da vida de um padre”. “A causa do relaxamento do sacerdote – dizia - é o facto de não prestar atenção à Missa! Meu Deus – exclamava – como há que deplorar um padre que celebra a Missa como se fizesse uma coisa qualquer!” A exemplo do santo de Ars, o Papa exorta então os sacerdotes a terem “uma confiança inesgotável no sacramento da penitência” e a “colocá-lo de novo no centro das… preocupações pastorais”. O Cura de Ars chegava a passar dezasseis horas seguidas no confessionário: encorajava os aflitos, reanimava os tíbios, conseguindo “transformar o coração e a vida de tantas pessoas”, porque sabia dar a perceber “o amor misericordioso do Senhor”. Ars tinha-se tornado “o grande hospital das almas”.

“Para nós, párocos – dizia - a grande desgraça é que se entorpeça a alma”, habituando-se “ao estado de pecado ou de indiferença” de tantos fiéis. Por isso, praticava uma severa ascese com vigílias e jejuns. A um confrade sacerdote deu um dia esta explicação. “Digo-lhe qual é a minha receita: dou aos pecadores uma penitência pequena e o resto faço-o eu na vez dele”. “As almas – anota o Pontífice – custam o sangue de Jesus e o sacerdote não se pode dedicar à salvação delas se recusa a sua quota-parte pessoal no elevado preço da redenção”.

Bento XVI exorta os sacerdotes, na esteira deste santo, a viverem como ele o “novo estilo de vida” inaugurado por Cristo, seguindo os três conselhos evangélicos de pobreza, castidade e obediência, como “o caminho regular da santificação cristã”, a ser praticado por cada um segundo o próprio estado de vida. Como pobre, o Cura de Ars poderia dizer: “O meu segredo é simples: dar tudo e não ficar com nada”. No que diz respeito à castidade, ela “brilhava no seu olhar”, quando o dirigia ao Tabernáculo “com os olhos de um enamorado”. E, totalmente obediente, afirmava: “Não há duas maneiras boas para servir a Deus, mas sim uma só: servi-Lo como Ele quer ser servido”.

A concluir a sua Carta, o Papa dirige aos Padres um convite a acolherem a nova primavera que o Espírito vai suscitando nos nossos dias na Igreja, nomeadamente através dos Movimentos eclesiais e das novas Comunidades”. Sublinha, por outro lado, a necessidade da “comunhão entre os sacerdotes e com o respectivo bispo”, numa “fraternidade sacerdotal efectiva e afectiva. Só assim – explica Bento XVI – os padres poderão viver em plenitude o dom do celibato e ser capazes de fazer florescer comunidades cristãs em que se renovem os prodígios da primeira pregação”. Com Paulo VI, o Papa recorda que “o homem contemporâneo escuta mais facilmente as testemunhas do que os mestres, ou se escuta os mestres é porque são testemunhas”. Confiando o Ano Sacerdotal à Virgem Maria, Bento XVI conclui a Carta com estas palavras:

“Caros sacerdotes, Cristo conta convosco. A exemplo do Santo Cura d’Ars, deixai-vos conquistar por Ele e sereis também vós no mundo de hoje, mensageiros de esperança, de reconciliação, de paz”.


(Fonte: site Radio Vaticana)

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