Obrigado, Perdão Ajuda-me
domingo, 31 de agosto de 2008
Bento XVI – no Angelus de hoje manifestou a sua preocupação com o destino dos emigrantes clandestinos oriundos de África
A imigração irregular proveniente da África com destino à Europa e que se transforma muitas vezes em tragédia na travessia do Mediterrâneo foi abordada hoje pelo Papa. Ao recordar que a travessia de há poucos dias parece ter ultrapassado os precedentes em número de vítimas, Bento XVI frisou que a migração é um fenómeno que remonta aos inícios da história humana e que sempre caracterizou a relação entre os povos, mas hoje transformou-se numa emergência que nos interpela: “Todavia, a emergência em que se transformou nos nossos tempos, interpela-nos, e, enquanto solicita a nossa solidariedade, impõe, ao mesmo tempo, eficazes respostas políticas”. Declarando-se informado das muitas acções que instâncias regionais, nacionais e internacionais estão a levar a cabo no sentido de enfrentar a questão das migrações irregulares, o Papa encorajou estas iniciativas….“A elas vão os meus aplausos e o meu encorajamento a fim de que continuem as suas meritórias acções com sentido de responsabilidade e espírito humanitário”. Sentido de responsabilidade da parte dos países de origem não só porque – disse o Papa – se trata dos seus cidadãos, mas também no sentido de remover as causas da emigração irregular, e de eliminar, pela raiz, todas as formas de criminalidade ligadas às migrações. Aos países europeus como também a outros países meta da imigração, Bento XVI recorda que devem desenvolver de comum acordo iniciativas e estruturas cada vez mais adequadas às necessidades dos migrantes irregulares. Estes últimos – prosseguiu o Papa – devem ser sensibilizados quanto ao valor da própria vida, que representa um bem único, sempre precioso, a deve ser sempre tutelado perante os gravíssimos perigos a que se expõem na procura dum melhoramento das suas condições de vida. Devem ser também sensibilizados quanto ao dever de legalidade que se impõe a todos”.
Enfim, um apelo a todos… o lançado hoje pelo Papa em matéria de imigração irregular…. “Como pai comum sinto o profundo dever de chamar a atenção de todos sobre o problema, e pedir a generosa colaboração de cada um e das instituições para enfrentar a questão e encontrar vias de solução. O Senhor nos acompanhe e torne fecundo os nossos esforços”.
Na alocução antes da oração mariana do Angelus, Bento XVI deteve-se, como dizíamos, na figura do Apóstolo Pedro, recordando que, contrariamente ao Evangelho de Domingo passado em que Pedro via em Jesus o Messias e Filho de Deus, desta vez Pedro parece ter uma fé ainda imatura. Com efeito, quando Jesus declara abertamente o destino que O espera – a morte na Cruz – Pedro protesta dizendo “Deus te livre disto Senhor… isto não há-de acontecer”. Dois modos opostos de pensar – sublinhou o Papa: Pedro na sua lógica humana acha que o Deus não permitirá que o seu Filho morra na Cruz, enquanto que Jesus sabe que deve morrer nessas condições para salvar a humanidade; mas sabe também que ressuscitará. É que a gravidade do mal humano exige este sacrifício para restabelecer o reino de Deus na Terra… “É de facto com a sua morte e Ressurreição que Jesus derrubou o pecado e a morte restabelecendo a senhoria de Deus”. Mas a luta não terminou ainda. O mal existe e resiste em todas as gerações, mesmo nos nossos dias – frisou Bento XVI - esclarecendo em tom interrogativo: “O que são os horrores da guerra, as violências sobre os inocentes, a miséria e a injustiça que afecta os fracos, senão a oposição do mal ao Reino de Deus? E como responder a tanta malvadez senão com a força desarmada do amor que vence o ódio, com a força da vida que não teme a morte? É a mesma misteriosa força de que Jesus se serviu, a custo de não ser compreendido e de ser abandonado por muitos dos seus”.
O Papa concluiu a sua alocução recordando a todos que para levar a cabo a obra da salvação, o Redentor continua a associar a Si à Sua missão homens e mulheres dispostos a tomar a sua cruz e a segui-Lo. Não se trata de uma opção facultativa, mas duma missão que deve ser abraçada por amor. Cristo continua a convidar-nos, também no mundo de hoje, marcado por forças que dividem e destroem, a renegarmos o nosso próprio egoísmo e a segui-Lo, Bento XVI pediu ainda a Nossa Senhora que nos ajude nesta caminhada. Como habitualmente, o Papa saudou os peregrinos presentes e os que o seguem através da rádio e da televisão em diversas línguas.
Falando em espanhol dirigiu uma palavra particular a Cuba… “Saúdo cordialmente os fieis de língua espanhola, em particular os Pastores da querida Nação Cubana, que ontem inauguraram solenemente o triénio preparatório da celebração dos quatrocentos anos da descoberta e da presença da venerada imagem de Nossa Senhora da Caridade do Cobre…” O Papa disse recordar nas suas orações todos os amados filhos e filhas daquela Nobre Nação, recomendando-os que sigam o exemplo de Maria Santíssima, que acolham a Palavra de Deus na sua vida quotidiana, que a imitem, que a ponham em prática quotidianamente e que sejam missionários do Evangelho em qualquer circunstância da vida. Nesta interessante caminhada, acompanho-vos com afecto e proximidade espiritual – concluiu o Papa invocando a bênção de Deus para Cuba e os cubanos. “Que Deus bendiga Cuba e todos os cubanos”.
(Fonte: Radio Vaticana)
Recomeçar…
(Cristo que passa, 40 – S. Josemaría Escrivá de Balaguer)
Muitos de vós, neste lado do Atlântico ou se preferirem no hemisfério norte, recomeçarão amanhã os seus afazeres profissionais após o gozo de um merecido período de férias, pessoalmente, imprevistos não me permitirão iniciar umas programadas férias de duas semanas, mas ofereço este contratempo ao Senhor, pois tenho a absoluta confiança que Ele me ajudará a prosseguir o meu trabalho e que nova oportunidade surgirá.
No fundo, trata-se de uma pequeníssima contrariedade que com a Sua ajuda suplantarei com amor e paixão por Ele. Aos que recomeçam amanhã, desejo um bom regresso cheio de energia para o exercício com brio das vossas actividades profissionais, sejam elas quais forem, pois perante o Senhor todas têm a mesma dignidade.
Aos Pais com filhos em idade escolar, sei que é período complicado do ponto de vista económico, mas a o vosso equilíbrio na selecção do material escolar, o vosso bom senso e uma “ajudinha” com a intercessão da Virgem Santíssima, Nossa Mãe, far-vos-á felizes de verem os vossos filhos reiniciarem ou começarem pela primeira vez o ano escolar.
A todos desejo um óptimo mês de Setembro e que o Senhor por intercessão de Nossa Senhora nos proteja e ajude.
Votos de Bom Domingo!
(JPR)
sábado, 30 de agosto de 2008
Artigo interessante sobre o Google que merece a nossa reflexão
O motor de pesquisa mais popular do planeta revolucionou a forma como acedemos à informação. Mas parece também ter ajudado a mudar a forma como a lemos e processamos.
Nelson Marques
Está o Google a estupidificar-nos?" A inquietação, explorada pelo ensaísta Nicholas Carr na última edição da revista americana 'The Atlantic', fez soar o alarme. Como pode ser isso possível se, graças à extraordinária invenção de Larry Page e Sergey Brin, até mesmo os menos cultos têm à distância de um clique as respostas para se sentirem capazes de ganhar o 'Quem Quer Ser Milionário?'. Como se, graças ao mais famoso motor de pesquisa do mundo, deixou hoje de fazer sentido saber menos que uma criança de 10 anos desde que haja um computador à mão? Como, se pesquisas que antes poderiam levar dias numa qualquer biblioteca pública podem ser agora realizadas em apenas minutos. Como?
O Expresso foi ouvir alguns especialistas sobre a forma como a Internet tem afectado os nossos cérebros e as conclusões são preocupantes: quanto mais tempo passamos na Internet, maior dificuldade temos em nos concentrar numa leitura mais vasta e profunda, como a de um livro. Da sociedade da informação nasceu um novo tipo de leitores: mais contemplativos e menos interpretativos. Onde é que já ouvimos isto?
A pergunta de Carr é, naturalmente, provocatória. O autor não pretende demonizar o Google, antes usá-lo como exemplo da forma como, apesar das suas vantagens inequívocas, a afirmação da Web como o "media" universal representa um elevado preço a pagar pelos nossos mecanismos cognitivos. "Não me consigo concentrar se não houver gratificação instantânea", admite Edson Medina, programador informático há 10 anos, o que, nas suas próprias palavras, o coloca "no grupo dos mais expostos" ao problema. "Tenho de reler inúmeras vezes as páginas porque me distraio constantemente e perco-me. Muitas vezes, talvez a maioria, acabo por desistir antes de terminar o livro. A minha capacidade de concentração ruiu nos últimos anos e quer-me parecer que não estou sozinho nisto".
Não está, de facto. Celso Martinho, co-criador do Sapo, o primeiro motor de busca português, admite que a Internet também alterou a forma como encara a leitura, bem como outras actividades que requerem "concentração, atenção e dedicação". "Leio hoje de forma completamente diferente do que fazia há cinco ou 10 anos. Faço-o em busca da satisfação imediata, pulo capítulos ou partes desinteressantes, leio-o na diagonal, adultero o livro".
Este tipo de comportamento foi identificado num dos poucos estudos que relacionam o uso intensivo da Internet com alterações ao nível da cognição. Investigadores do University College de Londres apontaram algumas pistas sobre as mudanças que estão a ocorrer na forma como lemos e pensamos. Os cientistas analisaram o comportamento dos visitantes de dois sítios populares que permitem o acesso a livros electrónicos, artigos e outras formas de informação escrita e concluíram que os internautas efectuavam uma leitura superficial da informação, saltando entre uma fonte e outra. Em média, não liam mais de uma ou duas páginas de um livro ou artigo e raramente regressavam a alguma fonte que já tivessem consultado.
"A consulta na Internet é geralmente feita de uma forma acelerada. Muitas vezes, a leitura é feita na diagonal. O próprio modelo de escrita é mais curto e, muitas vezes, menos cuidado. Está a ler-se mais, mais rápido e em períodos mais curtos. A frase longa, tal como o texto longo, não sobrevive", reconhece o neurologista António Freire. O especialista admite também que as novas gerações, "com uma exposição mais precoce e prolongada à Internet", possam estar a desenvolver "novos modelos de formatação da leitura", rejeitando os hábitos de leitura das gerações mais antigas, "que exigem uma enorme disponibilidade, uma concentração mais prolongada e dirigida, e uma reflexão mais profunda".
Apesar de não existirem ainda estudos aprofundados que explorem as implicações cognitivas da nova sociedade da informação, parece inegável que a Internet e invenções como o Google vieram alterar as formas tradicionais de leitura. Os jovens de hoje não lêem necessariamente menos que a geração anterior. Com o "instant messaging" e o SMS dos telemóveis, lêem até provavelmente mais, mas fazem-no de forma diferente, mais contemplativa e menos interpretativa, uma revolução semelhante à que o advento da televisão provocou. "O problema", alerta Celso Martinho, "é o tipo de informação que a Internet dá, e que os motores de busca privilegiam, que é em grande parte desinformação, efémera, sensacional, barata. É o "fast-food" dos conteúdos".
Para o professor universitário José Manuel N. Azevedo, o desenvolvimento da sociedade da informação teve, pelo menos, uma vantagem óbvia, ainda que esta tenha também um lado menos positivo. "Sou um viciado em livros e se alguma coisa o Google e a Amazon, por exemplo, fizeram foi facilitar a localização de livros interessantes e, consequentemente, diminuir a minha conta bancária. Leio, por isso, tanto ou mais do que lia há 10 anos".
Em particular no caso dos mais jovens, explica Azevedo, o reverso da medalha está na dispersão, provocada por dois excessos: um de informação e outro de solicitações. O primeiro faz com que os estudantes tenham dificuldade "em separar o trigo do joio, isto é, ajuizar a informação que encontram". O segundo, torna a concentração muito mais difícil. "O computador junta muitos ambientes que antigamente estavam separados. Estudávamos na biblioteca, trabalhávamos nas salas de aula, conversávamos na cantina, ouvíamos música em casa ou nos bares e discotecas. Agora está tudo reunido num único local. E há tanta coisa interessante à distância de um clique..."
(Fonte: Expresso online em http://clix.expresso.pt/gen.pl?p=stories&op=view&fokey=ex.stories/397363 )
Pessoalmente entendo que se deverá aplicar a máxima anglo-saxónica “if you can’t beat them, join them”, ou seja, devemos utilizar estas novas formas de comunicação para divulgarmos os nossos valores e a nossa fé.
Ninguém é bom juiz em causa própria, mas a iniciativa de lançar o “Spe Deus” foi em resposta ao repto de um Sacerdote, que sem me apontar o caminho, me alertou que os meus “talentos” estavam enterrados (Mt 25, 24-30) e que havia que fazer a tentativa da sua multiplicação. Mais tarde, um outro Sacerdote sugeriu-me um maior contributo personalizado e a não me limitar a citações, o resultado submeto com humildade ao juízo do Senhor.
A título de curiosidade, poderei acrescentar e no contexto do artigo transcrito anteriormente, que a maior percentagem dos leitores deste blogue, 56,82%, chegam a ele através de motores de busca e entre eles esmagadoramente através do Google, 56,43%, o que permite que hoje o número de leitores Brasileiros represente 54% do total.
(JPR)
«(…): o episódio do fariseu e do publicano que rezam no templo de modo muito diferente (Lc 18, 9-14)»
(“Jesus de Nazaré” – Joseph Ratzinger / Bento XVI)
sexta-feira, 29 de agosto de 2008
“Pobreza em espírito”
«Bem-aventurados os pobres em espírito» (Mt 5, 3). As bem-aventuranças revelam uma ordem de felicidade e de graça, de beleza e de paz. Jesus celebra a alegria dos pobres, aos quais o Reino pertence desde já:
«O Verbo chama "pobreza em espírito" à humildade voluntária do espírito humano e à sua renúncia; e o Apóstolo dá-nos como exemplo a pobreza de Deus, quando diz: «Ele fez-Se pobre por nós (2 Cor 8, 9)».
(Catecismo da Igreja Católica § 2.546)
Que melhor lição de humildade nos poderia dar o Senhor ao fazer nascer o Seu Filho num estábulo e pôr a Virgem Maria e S. José a deitá-Lo numa manjedoura, quando O podia ter feito nascer num Palácio em berço de ouro.
Sigamos o Seu exemplo e não olhemos «para as coisas visíveis, senão para as invisíveis; é que as visíveis são passageiras, ao passo que as invisíveis são eternas» (2 Cor 4,18), ou seja, cultivemos de coração contrito e humilde a nossa fé na Santíssima Trindade, na Imaculada Conceição e na Santa Madre Igreja, que é a nossa maior riqueza.
(JPR)
Humildade
(S. Lucas 14,11)
«Abaixar-se à força não é humildade. Há humildade quando uma pessoa se abaixa voluntariamente e sem estar obrigado»
(Homilia sobre Phil, ad loc – São João Crisóstomo)
quinta-feira, 28 de agosto de 2008
Violência gratuita
Não vou teorizar sobre as razões do mesmo, mas entre outros factores sócio-económicos a total desagregação do núcleo fundamental da sociedade que é a família, é certamente um dos principais factores que se encontram na génese do problema.
Acabo de ler, que na passada terça-feira em Itália, mais concretamente no Mosteiro de São Columbano Belmonte próximo de Turim, um grupo de Franciscanos, 49, 76, 81 e 86 anos respectivamente, foi violentamente atacado havendo um que se encontra em estado de coma após uma intervenção cirúrgica à cabeça de urgência, tendo os assaltantes como móbil o roubo.
Todas as vítimas de violência são credoras da nossa compaixão e oração, mas admitamos que sabermos da violência exercida sobre estes Franciscanos nos desperta ainda mais para o grave problema da violência gratuita, sobretudo sabendo do seu voto de pobreza e de vida austera.
Que o Senhor na sua infinita bondade proteja todas as vítimas de violência e peçamos-Lhe que ilumine os praticantes destes actos, de forma a que os não repitam e deles se arrependam.
Termino, citando S. Tomás Moro “Nada pode acontecer-me que Deus não queira. E tudo o que Ele quer, por muito mau que nos pareça, é, na verdade, muito bom”, na nossa simplicidade muitas vezes não descortinamos os desígnios do Senhor, mas que a nossa fé nos conduza à aceitação e a amá-Lo cada vez mais.
(JPR)
Santo Agostinho – Doutor da Igreja
O mais profundo filósofo da era patrística e um dos maiores génios teológicos de todos os tempos foi Santo Agostinho (354-430), cuja influência plasmou a Idade Média.
Nasceu em Tagaste (Numídia), filho de um funcionário municipal, Patrício, e de Mónica, fervorosa cristã, que a Igreja venera como Santa.
Como estudante, vivia desregradamente. Contraiu uma ligação – que iria durar até 384, e da qual teve um filho, Adeodato. Em 374, lendo o Hortensius, de Cícero, sentiu-se atraído por uma vida menos sensual e mais dedicada à busca da verdade. Passou a frequentar as lições dos maniqueus, que lhe pareciam propor a autêntica forma de cristianismo, em oposição à doutrina da Igreja, “uma história de velhas”.
De 375 a 383 estabeleceu-se em Cartago, como professor de oratória, e daí por diante obteve exercer a mesma função do outro lado do mar, em Milão. Já o inquietavam nessa altura fortes dúvidas sobre a verdade do maniqueísmo.
Em Milão, travou conhecimento com o neoplatonismo. Ao mesmo tempo ouvia regularmente os sermões de Santo Ambrósio, onde percebia um catolicismo mais sublime do que o imaginado, e lia São Paulo. Um dia, julgando ouvir a voz de uma criança: “Tolle, lege”, abriu ao acaso as Epístolas de São Paulo, que tinha ao lado e passou a sentir que “todas as trevas da dúvida se dissipavam”. Fez-se baptizar no Sábado Santo de 387, com seu filho e com seu amigo Alípio. Pouco depois morria a mãe, que muito havia orado pela sua conversão. Voltando à África, viveu vários anos em retiro de oração e estudos. Em 390, perdeu o filho. Tanta era a fama que granjeara, de ciência e virtudes, que o povo o escolheu para o Sacerdócio. Em 395 foi sagrado Bispo no pequeno porto de Hipona. Ali então desenvolveu a intensa actividade teológica e pastoral, dando máxima expressão a seus dotes extraordinários no plano da especulação, da exegese e da penetração psicológica da alma humana. Lutou contra as heresias da época, o maniqueísmo, o donatismo, o arianismo e o pelagianismo. Morreu em Hipona a 28 de Agosto de 430.
Principais obras: Confissões, autobiografia escrita entre 397 e 400, uma das obras-primas da literatura universal; A Cidade de Deus, apologia da antiguidade cristã e ensaio de filosofia da História; De Trinitate; Enchiridion, compêndio de doutrina cristã; várias obras polémicas contra as heresias mencionadas, entre as quais Contra Faustum, De spiritu et littera, De natura er gratia, De gratia et libero arbitrio, De correptione et gratia, De praedestinatione sanctorum; obras exegéticas, como Enarrationes in Psalmos, De genesi ad litteram, Tratado sobre o Evangelho de São João; obras pastorais, como De catechizandis rudibus; cerca de 400 sermões e muitas cartas.
Sermos exemplo
(Sermo 47, 14 – Santo Agostinho)
quarta-feira, 27 de agosto de 2008
Santa Mónica – as lágrimas e o sonho
E do alto lançaste a mão e desta profunda escuridão arrancaste a minha alma, chorando por mim minha mãe, Tua fiel, diante de Ti, mais do que choram as mães nas exéquias do corpo. Ela via a minha morte na fé e no espírito que recebera de Ti, e Tu ouviste-a, Senhor, ouviste-a e não desprezaste as suas lágrimas, quando irrigavam profusamente a terra debaixo dos seus olhos em todo o lugar da sua oração: ouviste-a. Pois donde veio aquele sonho com que a consolaste, para que acedesse a viver comigo e a ter comigo a mesma mesa em casa? O que começara por não querer, repudiando e detestando as blasfémias do meu erro. Viu, com efeito, de pé, numa espécie de régua de madeira, um jovem que vinha em direcção a ela, resplandecente, alegre e sorrindo-lhe, estando ela acabrunhada e consumida pela tristeza e das suas lágrimas diárias, para informar, como é costume, não para saber, e como ela respondesse que chorava a minha perdição, ele ordenou e advertiu, para que ficasse tranquila, que reparasse e visse onde ela estava estava também eu. Quando ela reparou, viu-me a seu lado de pé na mesma régua. Porquê isto, senão porque os Teus ouvidos estavam junto do seu coração, ó Tu, bom e omnipotente, que cuidas de cada um de nós como se cuidasses de um só, e de todos como de cada um?
(Confissões – Livro III – XI, 19 - Santo Agostinho)
Arrependimento
«Digo-vos que assim haverá maior júbilo no céu por um só pecador que fizer penitência do que por noventa e nove justos que não necessitam de arrependimento»
(S. Lucas, 15, 7)
«Digo-vos que haverá júbilo entre os anjos de Deus por um só pecador que se arrependa»
(S. Lucas, 15,10)
«Explicou-lhe o pai: Filho, tu estás sempre comigo, e tudo o que é meu é teu. Convinha, porém, fazermos festa, pois este teu irmão estava morto, e reviveu; tinha se perdido, e foi achado».
(S. Lucas, 15, 31-32)
segunda-feira, 25 de agosto de 2008
A paz
(“Jesus de Nazaré” – Joseph Ratzinger / Bento XVI)
domingo, 24 de agosto de 2008
Bento XVI - Angelus de hoje, manifestou a sua preocupação com a situação internacional
Na alocução antes das Ave Marias, Bento XVI evocou o Evangelho deste domingo, em que Jesus pergunta aos seus discípulos quem dizem as pessoas que ele é, e – depois – o que é que eles próprios dizem a esse propósito. “Em nome de todos, impetuosa e decididamente, Pedro toma a palavra para dizer: “Tu és o Cristo, o Filho do Deus vivo”.
“Solene profissão de fé que desde então a Igreja continua a repetir. Também nós hoje queremos proclamar com íntima convicção: Sim, Jesus, Tu és o Cristo, o Filho do Deus vivo! Façamo-lo com a consciência de que é Cristo o verdadeiro tesouro pelo qual vale a pena sacrificar tudo:
"é Ele o amigo que nunca nos abandona, porque conhece as mais íntimas expectativas do nosso coração. Jesus é o Filho do Deus vivo, o Messias prometido, que veio à terra para oferecer à humanidade a salvação e para satisfazer a sede de vida e de amor. Como seria vantajoso para a humanidade acolher este anúncio que traz consigo a alegria e a paz!”
O Papa comentou ainda as conhecidas palavras de Jesus e constantes do Evangelho de S. Mateus celebrado na Santa Missa de hoje, em resposta à profissão de fé do primeiro dos Apóstolos: “Tu és Pedro e sobre esta pedra edificarei a minha Igreja e as portas dos infernos não prevalecerão contra ela. A ti darei as chaves do reino dos céus”. “É a primeira vez que Jesus fala da Igreja, cuja missão corresponde ao grandioso projecto de Deus de reunir em Cristo, numa só família, toda a humanidade”.
“A missão de Pedro, e dos seus sucessores, é precisamente servir esta unidade da única Igreja de Deus formada por judeus e pagãos; o seu indispensável ministério é fazer com que a Igreja nunca se identifique com uma só nação, uma só cultura, mas que seja a Igreja de todos os povos, para tornar presente entre os homens, marcados por múltiplas divisões e contrastes, a paz de Deus, a unidade de todos os que em Cristo se tornaram irmãs e irmãs: esta a missão particular do Papa, Bispo de Roma e sucessor de Pedro.”
“Perante a enorme responsabilidade desta tarefa”, advertindo “o empenho e importância do serviço à Igreja e ao mundo” que lhe foi confiado, o Papa pede aos fiéis que o apoiem com a oração.
Foi depois da recitação do Angelus, que o Papa evocou o crescendo de tensão na situação internacional:
“Temos que constatar amargamente o risco de uma deterioração progressiva daquele clima de confiança e de colaboração entre as Nações que deveriam precisamente caracterizar as suas relações”.
Adverte-se bem a grande fadiga que a humanidade revela em “formar aquela consciência comum de ser família das Nações” (na expressão de João Paulo II, dirigindo-se à Assembleia geral da ONU).
“Há que aprofundar a consciência de estarmos irmanados num mesmo destino – que em última análise é um destino transcendente – para esconjurar o regresso a contraposições nacionalistas que noutras épocas históricas produziram consequências tão trágicas”.
Bento XVI observou que “os recentes acontecimentos enfraqueceram em muitos a confiança em que tais experiências ficassem definitivamente relegadas no passado”. Em todo o caso, logo acrescentou: “É preciso não ceder ao pessimismo!”
“É preciso antes empenhar-se activamente para que se rejeite a tentação de enfrentar situações novas com velhos sistemas. Há que repudiar a violência! A força moral do direito, negociações em igualdade paritária e transparentes para dirimir as controvérsias, a partir daquelas ligadas à relação entre integridade territorial e autodeterminação dos povos, fidelidade à palavra dada, busca do bem comum:
"eis alguns dos caminhos a percorrer, com tenacidade e criatividade, para construir relações fecundas e sinceras e para assegurar às gerações presentes e futuras tempos de concórdia e de progresso moral e civil!”
(Fonte: Radio Vaticana com pequenas adaptações de JPR)
Na amizade de Cristo
(Homília da Missa Inaugural do Pontificado – 24/IV/2005 – Bento XVI)
Infelizmente, sucede que muitos entre nós num acto de arrogância extrema, que até admito, jamais lhes tenha ocorrido que o praticam, se sentem tão seguros de si próprios, que Jesus Cristo para eles é um “mito” que colocam ao mesmo nível de um Che Guevara e de um qualquer herói desportivo e quem lhes fala d'Ele são considerados uns “anormais fundamentalistas”.
Aqui permito-me recordar a perseverança de S. Paulo e dizer que jamais falar de Cristo, da Santíssima Trindade, da Virgem Maria, da Santa Madre Igreja, sejam quais forem os obstáculos, será um acto inócuo, muitas vezes, se calhar a maior parte delas, quando nos dirigimos aos “progressistas” renitentes em nos escutar, os resultados são aparentemente frustrantes, mas não nos esqueçamos, que se assim for, sê-lo-ão por vontade de Deus Nosso Senhor, cujos caminhos na nossa humilde condição terrena não temos capacidade de entender, mas, e aqui vem a parte mais gratificante, Ele ficará honrado e glorificado, além da semente ter sido lançada, ainda que a não venhamos a ver frutificar de imediato.
Saibamos pois, imitar S. Paulo e todos os Santos que jamais desistiram de anunciar o Senhor e proclamar a Sua Santíssima Mãe.
Votos de um Bom Domingo do Senhor!
(JPR)
sábado, 23 de agosto de 2008
O Opus Dei na Igreja
«O mês de Agosto traz consigo outras festas. No dia 23 faz anos que João Paulo II deu a conhecer a sua decisão de erigir o Opus Dei em prelatura pessoal».
(Carta de Agosto de 2008 do Prelado do Opus Dei - D. Javier Echevarría)
Fátima – Via Gloriosa* – XIV Estação – A vinda do Espírito Santo
Viram então aparecer umas línguas, à maneira de fogo, que se iam dividindo, e poisou uma sobre cada um deles. Todos ficaram cheios do Espírito Santo e começaram a falar outras línguas, conforme o Espírito lhes inspirava que se exprimissem.
(Actos 2, 1-4)
*vide explicação nome adoptado em: http://spedeus.blogspot.com/2008/08/ftima-via-lucis-via-gloriosa-vide.html
Verdade
(Forja 129 – S. Josemaría Escrivá de Balaguer)
sexta-feira, 22 de agosto de 2008
Bento XVI - Em homenagem ao seu irmão, Mons. Georg
Agradecendo pessoalmente por este gesto em relação ao seu irmão, observou o Santo Padre:
“Desde o início da minha vida que meu irmão sempre foi para mim não só companheiro, mas também um guia digno de confiança. Foi para mim ponto de orientação e de referência pela clareza e determinação das suas decisões. Mostrou-me sempre o caminho a seguir, mesmo em situações difíceis”.
Comentando a referência que o presidente da Câmara de Castelgandolfo fizera aos anos passados em Ratisbona, Bento XVI confirmou que “realmente a bela música escutada na catedral, em cada domingo, foi para mim (disse) um conforto, uma consolação, uma alegria íntima, reflexo da beleza de Deus”.
O Papa Ratzinger concordou com as palavras do irmão, que se referira à “última etapa da vida”, à velhice. É verdade, reconheceu:
“Os dias a viver reduzem-se progressivamente. Mas também nesta etapa o meu irmão me ajuda a aceitar com serenidade, com humildade e com coragem o peso de cada dia. Estou-lhe grato.”
(Fonte: Radio Vaticana)
Fátima – Via Gloriosa* – XIII Estação – Com Maria à espera do Espírito Santo
Estavam lá: Pedro, João, Tiago, André, Filipe, Tomé, Bartolomeu, Mateus, Tiago, filho de Alfeu, Simão, o Zelota, e Judas, filho de Tiago.
E todos unidos pelo mesmo sentimento, entregavam-se assiduamente à oração, com algumas mulheres, entre as quais Maria, mãe de Jesus, e com os irmãos de Jesus.
(Actos 1, 13-14)
*vide explicação nome adoptado em: http://spedeus.blogspot.com/2008/08/ftima-via-lucis-via-gloriosa-vide.html
Tornar-se desejo de Deus
«Os Padres da Igreja dizem que orar não é senão tornar-se desejo de Deus. Em Maria cumpriu-se esta oração: ela é, por assim dizer, a concha aberta do desejo, na qual a vida se torna oração e a oração, vida».
(Joseph Ratzinger in ‘Maria primeira Igreja’ – Joseph Ratzinger e Hans Urs von Balthasar)
quinta-feira, 21 de agosto de 2008
Medalha de Ouro
Ora, Jesus Cristo Nosso Senhor ao anunciar-nos o Reino dos Céus ofereceu-nos a possibilidade de alcançarmos a maior e melhor Medalha de Ouro a que podemos aspirar, é certo, que para a alcançarmos e sermos credores da Sua extraordinária misericórdia, teremos de nos aplicar nas Olimpíadas da Vida sendo fiéis e apaixonados cumpridores dos Seus ensinamentos e mandamentos.
No entanto, em relação aos desportistas olímpicos temos uma enorme vantagem, é que Ele não nos desqualifica, não nos elimina, dá-nos sempre mais uma oportunidade para recomeçarmos, mesmo aos que abandonam, mas se arrependem e regressam, Ele faz como o pai da parábola do Filho Pródigo recebe-os de braços e coração aberto.
Sejamos ambiciosos e lutemos pela nossa Medalha de Ouro, nunca é tarde!
(JPR)
Formação na fé
(Sapientiae christianae, nº 17 – Leão XIII)
São Pio X (1835-1914) - "restaurar as coisas em Cristo"
Desde cedo, José demonstrava ser muito inteligente e, por causa disso, seus pais fizeram grande esforço para que ele estudasse. Todos os dias, durante quatro anos, ainda criança muito jovem caminhava com os pés descalços por quilómetros a fio, tendo no bolso apenas um pedaço de pão para o almoço. E desde criança manifestou sua vontade de ser Padre.
Tal meta traduziu-se em vigilante atenção à vida interna da Igreja.
Realizou algumas renovações dentro da Igreja, criando bibliotecas eclesiásticas e efectuando reformas nos seminários, tendo reformado também, o breviário.
A 29 de Maio de 1954 ele foi oficialmente canonizado pelo Papa Pio XII.
(Diversas fontes com adaptação de JPR)
Fátima – Via Gloriosa* – XII Estação – A Ascensão do Senhor
Enquanto os abençoava, separou-se deles e elevava-se ao Céu.
E eles, depois de se terem prostrado diante dele, voltaram para Jerusalém com grande alegria.
E estavam continuamente no templo a bendizer a Deus.
(Lucas 25, 50-53)
*vide explicação nome adoptado em: http://spedeus.blogspot.com/2008/08/ftima-via-lucis-via-gloriosa-vide.html
quarta-feira, 20 de agosto de 2008
O Mestre chama-nos...
(Forja 13 - S. Josemaría Escrivá de Balaguer)
Bento XVI - A santidade não é um luxo para poucos, mas sim a vocação de todos os cristãos
Bento XVI dedicou de facto uma breve catequese, nesta ocasião, aos santos que a Igreja coloca à nossa consideração dia após dia, com o convite a os invocar e imitar. O Papa passou mesmo em rápida revista as memórias litúrgicas que ocorrem esta semana. Nomeadamente São Bernardo de Claraval, celebrado precisamente neste dia 20:
“Este místico, desejoso de viver imerso no vale luminoso da contemplação, foi levado pelos acontecimentos a viajar através da Europa, para servir a Igreja, nas necessidades do seu tempo e defender a fé cristã.
Foi classificado como doutor mariano, não por ter escrito muitíssimo sobre Nossa Senhora, mas porque soube captar o seu papel essencial na Igreja, apresentando-a como modelo perfeito da vida monástica e de qualquer outra forma de vida cristã”.
Evocado também o Papa São Pio X, cuja memória ocorre nesta quinta-feira e que, como afirmou um dia João Paulo II, “lutou e sofreu pela liberdade da Igreja, e por essa liberdade se mostrou pronto a sacrificar privilégios e honras, a enfrentar incompreensões e escárnios, pois considerava esta liberdade como a derradeira garantia para a integridade e a coerência da fé”.
Recordada também a memória de Nossa Senhora Rainha, instituída pelo Papa Pio XII em 1955 e fixada depois do Concílio Vaticano II a oito dias da solenidade da Assunção, como seu complemento, pois “os dois privilégios constituem um único mistério”.
Mencionada finalmente Santa Rosa de Lima, evocada neste Sábado. Primeira santa canonizada do continente latino-americano, é a sua padroeira principal, menção naturalmente sublinhada por um grande aplauso da parte dos numerosos peregrinos latino-americanos presentes em Castelgandolfo.
Bento XVI convidou pois cada um a “empenhar-se no conhecimento e na devoção dos santos, juntamente com a meditação quotidiana da Palavra de Deus e um amor filial para com Maria”. O escritor francês Jean Guitton, recordou o Papa, descrevia os santos “como as cores do espectro em relação à luz”, porque com tonalidade e acentuações próprias cada um deles reflecte a luz da santidade de Deus”.
Encorajando a que se aproveitem as férias para ler alguma biografia ou os escritos de algum santo ou santa, Bento XVI observou que “cada dia do ano nos oferece a oportunidade para nos familiarizarmos com os nossos padroeiros celestes”.
“A sua experiência humana e espiritual mostra que a santidade não é um luxo, não é um privilégio para poucos, mas o destino comum de todos os homens chamados a serem filhos de Deus, a vocação universal de todos os baptizados.”
A todos é oferecida a santidade, embora não sejam todos iguais. Aliás – sublinhou – muitíssimos são os santos cujos nomes só Deus conhece e que conduziram uma existência na aparência perfeitamente normal…
“O seu exemplo testemunha que só quando se está em contacto com o Senhor é que uma pessoa se enche da sua paz e da sua alegria, podendo assim difundir por toda a parte serenidade e optimismo”.
Como notava o romancista francês Bernanos, a propósito da variedade dos carismas, “cada vida de santo é como que um novo florescimento de primavera”. Que assim seja também para nós, concluiu Bento XVI.
(Fonte: Radio Vaticana)
Bem-haja, Sr. Presidente da República
Senhor Presidente da Assembleia da República
Excelência,
Tendo recebido, para ser promulgado como lei, o Decreto nº 232/X, da Assembleia da República, que aprova o Regime Jurídico do Divórcio, decidi, nos termos do nº 1 do artigo 136º da Constituição da República Portuguesa, não promulgar o referido diploma e solicitar que o mesmo seja novamente apreciado, pelos seguintes fundamentos:
1. O Decreto nº 232/X introduz uma alteração muito profunda no regime jurídico do divórcio actualmente vigente em Portugal e contém um conjunto de disposições que poderão ter, no plano prático, consequências que, pela sua gravidade, justificam uma nova ponderação por parte dos Senhores Deputados à Assembleia da República.
2. Assim, tenho como altamente aconselhável, a todos os títulos, que sejam levados em linha de conta alguns dos efeitos a que o novo regime jurídico do divórcio pode conduzir, designadamente as suas implicações para uma indesejável desprotecção do cônjuge ou do ex-cônjuge que se encontre numa situação mais fraca - geralmente, a mulher -, bem como, indirectamente, dos filhos menores.
3. Partindo a lei do pressuposto de que existe actualmente uma tendência para uma maior igualdade entre cônjuges aos mais diversos níveis, importa, todavia, não abstrair por completo da consideração da realidade da vida matrimonial no Portugal contemporâneo, onde subsistem múltiplas situações em que um dos cônjuges - em regra, a mulher - se encontra numa posição mais débil, não devendo a lei, por acção ou por omissão, agravar essa fragilidade, bem como, por arrastamento, adensar a desprotecção que indirectamente atingirá os filhos menores.
4. Possuindo inteira liberdade para dispor sobre o regime do casamento, do divórcio e para modular os seus respectivos efeitos, considero que, para não agravar a desprotecção da parte mais fraca, o legislador deveria ponderar em que medida não seria preferível manter-se, ainda que como alternativa residual, o regime do divórcio culposo, a que agora se põe termo de forma absoluta e definitiva.
5. Essa ponderação quanto à manutenção do divórcio por causas subjectivas, fundado na culpa de um dos cônjuges, parece tanto mais necessária quanto o legislador, como é natural e desejável, mantém o conjunto dos deveres conjugais previsto no artigo 1672º do Código Civil, embora não associando, estranhamente, qualquer sanção, no quadro do processo de divórcio, ao seu incumprimento intencional.
6. Na verdade, é no mínimo singular que um cônjuge que viole sistematicamente os deveres conjugais previstos na lei possa de forma unilateral e sem mais obter o divórcio e, sobretudo, possa retirar daí vantagens aos mais diversos níveis, incluindo patrimonial. Assim, por exemplo, numa situação de violência doméstica, em que o marido agride a mulher ao longo dos anos - uma realidade que não é rara em Portugal -, é possível aquele obter o divórcio independentemente da vontade da vítima de maus tratos. Mais ainda: por força do crédito atribuído pela nova redacção do nº 2 do artigo 1676º, o marido, apesar de ter praticado reiteradamente actos de violência conjugal, pode exigir do outro o pagamento de montantes financeiros. Se, por comum acordo do casal, apenas o marido contribuiu financeiramente para as despesas familiares, é possível que, após anos de faltas reiteradas aos deveres de respeito, de fidelidade ou de assistência, ele possua ainda direitos de crédito sobre a sua ex-mulher e que esta, dada a sua opção de vida, terá grandes dificuldades em satisfazer. O novo regime do divórcio não só é completamente alheio ao modelo matrimonial e familiar que escolheram como as contribuições em espécie que a mulher deu para a economia comum são de muito mais difícil contabilização e prova. A este propósito, sempre se coloca o problema de saber à luz de que critérios contabilizarão os nossos tribunais o valor monetário do trabalho desenvolvido por uma mulher no seio do lar. Este conjunto de efeitos a que, na prática, o novo regime poderá conduzir, não deixará, decerto, de suscitar a devida ponderação dos Senhores Deputados.
7. Noutro plano, são retiradas à parte mais frágil ou alvo da violação dos deveres conjugais algumas possibilidades que actualmente detém para salvaguardar o seu «poder negocial», designadamente a alegação da culpa do outro cônjuge ou a recusa no divórcio por mútuo consentimento. Doravante, à mulher vítima de maus-tratos, por exemplo, só restará a via de, após o divórcio, intentar uma acção de responsabilidade contra o seu ex-marido, com todos os custos financeiros e até psicológicos daí inerentes. E, como é óbvio, nessa acção ter-se-á de provar a culpa do ex-cônjuge pelo que, em bom rigor, a culpa não desaparece de todo da vida conjugal: deixa de existir para efeitos de subsistência do vínculo matrimonial mas reemerge no momento do apuramento das responsabilidades, nos termos do disposto no novo artigo 1792º, mas sempre de um modo claramente desfavorável à parte mais frágil, à parte não culpada pela violação de deveres conjugais ou, enfim, à parte lesada pelo ex-cônjuge.
8. Por outro lado, o novo regime jurídico do divórcio poderá vir a projectar-se sobre a própria vivência conjugal na constância do matrimónio. Assim, por exemplo, um cônjuge economicamente mais débil poderá sujeitar-se a uma violação reiterada de deveres conjugais sob a ameaça de, se assim não proceder, o outro cônjuge requerer o divórcio unilateralmente. Em casos-limite, o novo regime, ao invés de promover a igualdade entre cônjuges, pode perpetuar situações de dependência pessoal e de submissão às mais graves violações aos deveres de respeito, de solidariedade, de coabitação, entre outros.
9. Como é do conhecimento dos Senhores Deputados, no regime actualmente vigente - mais precisamente, nos termos do artigo 1676º, nº 2 do Código Civil - existe a presunção de que cada um dos cônjuges renuncia ao direito de exigir do outro qualquer compensação por todas as contribuições dadas no quadro da comunhão de vida que o casamento consagra. O novo regime do divórcio, introduzindo uma alteração de paradigma de grande alcance, vem pôr termo a essa presunção, o que implica que as contribuições dadas para os encargos da vida conjugal e familiar são susceptíveis de gerar direitos de crédito sobre o outro cônjuge - ficando todavia em aberto inúmeras questões, nomeadamente a de saber se o crédito de compensação agora criado é renunciável. Além de a vivência conjugal e familiar não estar suficientemente adaptada a uma realidade tão nova e distinta, podendo mesmo gerar-se situações de autêntica «imprevisão» ou absoluta «surpresa» no momento da extinção do casamento, o novo modelo de divórcio corresponde também, até certo ponto, a um novo modelo de casamento, no seio do qual são ou podem ser contabilizadas todas e quaisquer contribuições dadas para a vida em comum.
10. Mesmo a admitir-se a adopção deste novo modelo de casamento, não pode deixar de se salientar o paradoxo que emerge desta visão «contabilística» do matrimónio, uma vez que a filosofia global do casamento gizada pelo novo regime do divórcio corresponde a uma concepção do casamento como espaço de afecto. Sempre que um dos cônjuges entenda que desapareceu esse afecto, permite-se agora que unilateralmente ponha termo à relação conjugal, sem qualquer avaliação da culpa ou de eventuais violações de deveres conjugais. Ora, a par desta visão «afectiva» do casamento, pretende-se que a seu lado conviva uma outra, dir-se-ia «contabilística», em que cada um dos cônjuges é estimulado a manter uma «conta-corrente» das suas contribuições, e apenas a prática poderá dizer qual delas irá prevalecer. Existe uma forte probabilidade de aquela «visão contabilística» ser interiorizada pelos cônjuges, gerando-se situações de desconfiança algo desconformes à comunhão de vida que o casamento idealmente deve projectar.
11. É ainda possível afirmar, com algum grau de certeza, que o desaparecimento da culpa como causa de divórcio não fará diminuir a litigiosidade conjugal e pós-conjugal, existindo boas razões para crer que se irá processar exactamente o inverso, até pelo aumento dos focos de conflito que o legislador proporcionou, quer no que se refere aos aspectos patrimoniais, quer no que se refere às responsabilidades parentais e aos inúmeros conceitos indeterminados que as fundamentam (v.g., «orientações educativas mais relevantes»). Não é de excluir uma diminuição do número de divórcios por mútuo consentimento e um correlativo aumento dos divórcios não consensuais. O aumento da litigância em tribunal poderá levar a grandes demoras no ressarcimento dos danos, de novo em claro prejuízo da parte mais débil.
12. Por último, é também extremamente controverso, por aquilo que implica de restrição à autonomia privada e à liberdade contratual, o disposto no artigo 1790º, segundo o qual «em caso de divórcio nenhum dos cônjuges pode, na partilha, receber mais do que receberia se o casamento tivesse sido celebrado segundo o regime da comunhão de adquiridos». A circunstância de, mesmo contra a vontade manifestada por ambos os nubentes no momento do casamento, se impor agora na partilha um regime diverso daquele que foi escolhido (a saber, o da comunhão geral de bens), consubstancia, por assim dizer, uma «revogação retroactiva» de uma opção livre. E, mais do que isso, consubstancia uma limitação que sempre virá beneficiar um dos cônjuges em detrimento do outro, impondo no momento da partilha de bens um regime distinto daquele que foi estabelecido de comum acordo. Por exemplo, o cônjuge violador dos deveres conjugais que deu causa ao divórcio pode prevalecer-se desta disposição, requerendo unilateralmente o divórcio e conseguindo que na partilha o outro receba menos do que aquilo a que teria direito nos termos do regime de bens em que ambos escolheram casar.
Nestes termos, decidi, de acordo com o nº 1 do artigo 136º da Constituição da República Portuguesa, solicitar nova apreciação do Decreto nº 232/X, devolvendo-o para esse efeito à Assembleia da República.
Com elevada consideração,
O Presidente da República
Aníbal Cavaco Silva
20.08.2008
(Fonte: http://www.presidencia.pt/?idc=10&idi=19017 )
Fátima – Via Gloriosa* – XI Estação – Jesus confia aos discípulos o Mandato Apostólico
Quando o viram, adoraram-no; alguns, no entanto, ainda duvidavam.
Aproximando-se deles, Jesus disse-lhes:«Foi-me dado todo o poder no Céu e na Terra. Ide, pois, fazei discípulos de todos os povos, baptizando-os em nome do Pai, do Filho e do Espírito Santo, ensinando-os a cumprir tudo quanto vos tenho mandado.
«E sabei que Eu estarei sempre convosco até ao fim dos tempos.»
(Mateus 28, 16-20)
*vide explicação nome adoptado em: http://spedeus.blogspot.com/2008/08/ftima-via-lucis-via-gloriosa-vide.html
Paciência
(Homília da Missa Inaugural do Pontificado – 24/IV/2005 – Bento XVI)
São Bernardo de Claraval (1090-1153) – Doutor da Igreja
Em 1115, Estêvão Harding envia o jovem à frente de um grupo de monges para fundar uma nova casa cisterciense no vale de Langres. A fundação é chamada “Vale Claro”, ou Clairvaux – Claraval. Bernardo é nomeado Abade desta nova Abadia, e confirmado por Guilherme de Champeux, Bispo de Châlons e célebre teólogo.
Os primórdios de Claraval são difíceis: a disciplina imposta por São Bernardo é bastante severa. Bernardo busca formação nas Sagradas Escrituras e nos Padres da Igreja. Tem uma predilecção quase exclusiva pelo Cântico dos Cânticos e por Santo Agostinho. O livro e o autor correspondem às tendências da época.
O seu amor à Virgem Santíssima ficou inequivocamente espelhado nas suas obras e são de uma extraordinária beleza:
“Se se levantam as tempestades das tuas paixões olha a Estrela, invoca Maria.
Se a sensualidade dos teus sentidos querem afundar a barca do teu espírito, levanta os olhos da fé, olha para a Estrela, invoca Maria.
Se a memória dos teus muitos pecados quiser lançar-te no abismo do desespero, lança uma olhadela à Estrela do céu e reza à Mãe de Deus.
Seguindo-a não te perderás no caminho; invocando-a não te desesperarás, e guiado por Ela chegarás seguramente ao Porto Celestial”
Muitas pessoas atraídas pelos seus dotes oratórios, chamavam-lhe “O Doutor boca de mel”, afluem à nova Abadia e Bernardo acaba de converter toda sua família: seu pai, Tescelin, e seus cinco irmãos tornam-se monges em Claraval. Sua irmã, Umbelina, a quem carinhosamente chamava de “olhos grandes”, toma igualmente o hábito no priorado de Jully-les-Nonnains. À partir de 1118, novas casas são fundadas para evitar a superlotação de Claraval (por exemplo a Abadia Nossa Senhora de Fontenay). Em 1119, Bernardo faz parte do Capítulo Geral dos Cistercienses convocado por Estêvão Harding, que dá sua forma definitiva à Ordem. A Carta da Caridade que é então redigida é confirmada pouco depois pelo Papa Calisto II.
É nesta época que Bernardo escreve suas primeiras obras, tratados e homilias e, sobretudo, uma Apologia, escrita a pedido de Guilherme de Saint-Thierry, que defende os beneditinos brancos (os cistercienses segundo a cor de seu hábito) contra os beneditinos negros (clunisienses). Pedro, o Venerável, abade de Cluny, lhe responde amigavelmente, e apesar de suas diferenças ideológicas, os dois homens tornam-se amigos. Envia igualmente numerosas cartas para incentivar à reforma o resto do clero, em particular os bispos. Sua carta ao Arcebispo de Sens, Henrique de Boisrogues, chamada mais tarde de De Officiis Episcoporum (Da conduta dos Bispos) é reveladora do importante papel dos monges no XII século, e das tensões entre o clero regular e secular.
Em 1128, Bernardo participa do Concílio de Troyes, convocado pelo Papa Honório II e presidido por Matthieu d’Albano, delegado do Papa. Bernardo é nomeado secretário do Concílio, mas ao mesmo tempo é contestado por uma parte do clero, que pensa que Bernardo, simples monge, se intromete em coisas que não são lhe concernem. Acaba por se desculpar, mas o Concílio é fortemente influenciado pela sua actuação. É durante o Concílio que Bernardo consegue o reconhecimento para a Ordem do Templo, os Templários, cujos estatutos são escritos por ele mesmo.
Torna-se uma personalidade importante e respeitada na Cristandade; intervém em assuntos públicos, defende os direitos da Igreja contra os príncipes seculares e aconselha Papas e Reis. Em 1130, depois da morte de Honório II, durante o cisma de Anacleto II, é a sua voz que faz com que Inocêncio II seja aceite. Em 1132, consegue do Papa a independência de Claraval em relação à Cluny.
Nesse período de desenvolvimento das escolas urbanas, no qual os novos problemas são discutidos na forma de questões (quaestio), de argumentação e busca de uma conclusão (disputatio), São Bernardo é defensor de uma linha tradicionalista. Combate as posições de Abelardo, e fá-las ser condenadas no Concílio de Sens em 1140.
Em 1145, Claraval dá um Papa à Igreja, Eugénio III. Quando o reino de Jerusalém é ameaçado, Eugénio III, ele mesmo um cisterciense, pede a Bernardo que pregue a segunda cruzada em Vézelay em 31 de Março de 1146 e mais tarde em Spire. Fá-lo com tanto sucesso que o Rei Luís VII, o Jovem e o Imperador Conrado III tomam eles próprios a cruz.
São Bernardo fundou 72 Mosteiros, espalhados por toda Europa: 35 na França, 14 na Espanha, 10 na Inglaterra e Irlanda, 6 em Flandres, 4 na Itália, 4 na Dinamarca, 2 na Suécia e 1 na Hungria. Fora muitos outros que se filiaram na Ordem.
Em 1151, dois anos antes de sua morte, existem 500 abadias cistercienses. Há 700 monges ligados à Claraval.
“O meu grande desejo é partir para ver Deus e estar junto d’Ele, mas o meu amor para com os meus discípulos me impele a querer continuar a ajudá-los. Que o Senhor Deus faça o que melhor Lhe pareça”
Bernardo morre em 1153 com 63 anos.
Foi canonizado em 18 de Junho de 1174 por Alexandre III e declarado Doutor da Igreja por Pio VIII em 1830. É celebrado pela Igreja no dia 20 de Agosto.
(Fonte: diversas com adaptação e tradução a partir do espanhol de JPR)
terça-feira, 19 de agosto de 2008
Os Jogos Olímpicos da vida
Não nos cause estranheza o facto de sermos derrotados com relativa frequência, habitualmente ou até talvez sempre, em matérias de pouca importância ,que nos ferem como se tivessem muita. Se há amor de Deus, se há humildade, se há perseverança e tenacidade na nossa milícia, essas derrotas não terão demasiada importância, porque virão as vitórias a seu tempo, que serão glórias aos olhos de Deus. Não existem os fracassos, se agimos com rectidão de intenção e queremos cumprir a vontade de Deus, contando sempre com a sua graça e com o nosso nada».
(Cristo que passa, 76 - S. Josemaría Escrivá de Balaguer)
Fátima – Via Gloriosa* – X Estação – Jesus confere o primado a Pedro
Jesus disse-lhe: «Apascenta os meus cordeiros.»
Voltou a perguntar-lhe uma segunda vez: «Simão, filho de João, tu amas-me?» Ele respondeu: «Sim, Senhor, Tu sabes que eu sou deveras teu amigo.»
Jesus disse-lhe: «Apascenta as minhas ovelhas.»
E perguntou-lhe, pela terceira vez: «Simão, filho de João, tu és deveras meu amigo?»
Pedro ficou triste por Jesus lhe ter perguntado, à terceira vez: 'Tu és deveras meu amigo?' Mas respondeu-lhe: «Senhor, Tu sabes tudo; Tu bem sabes que eu sou deveras teu amigo!»
E Jesus disse-lhe: «Apascenta as minhas ovelhas.
Em verdade, em verdade te digo: quando eras mais novo, tu mesmo atavas o cinto e ias para onde querias; mas, quando fores velho, estenderás as mãos e outro te há-de atar o cinto e levar para onde não queres.»
E disse isto para indicar o género de morte com que ele havia de dar glória a Deus. Depois destas palavras, acrescentou:
«Segue-me!»
(João 21, 15-19)
*vide explicação nome adoptado em: http://spedeus.blogspot.com/2008/08/ftima-via-lucis-via-gloriosa-vide.html
Pregar, converter…
(Tiago 5,20)
«Incumbe a todos os leigos a preclara empresa de colaborar para que o dom divino da salvação alcance mais e mais todos os homens de todos os tempos e em todas as partes da terra»
(Concílio Vaticano II – Lumen gentium, nº 33)
segunda-feira, 18 de agosto de 2008
Padre Carmelita assassinado na Índia
A Igreja na Índia conta com um novo mártir do nosso tempo: ao fim da tarde de sábado 16 de Agosto foi barbaramente assassinado no estado de Andhra Pradsh o padre Thomas Pandippallyl, carmelita de 38 anos, quando se deslocava de motorizada para celebrar a Missa dominical.
Como justamente declarou à Agência Ásia News o arcebispo de Hyderabad, Secretário da conferência episcopal de Andhra Pradsh: “Padre Thomas é um mártir. Sacrificou a sua vida pelos pobres e marginalizados. Não morreu em vão, porque o seu corpo e o seu sangue hão-de fecundar a Igreja indiana e em particular a desta nossa região”…Palavras de fé e de esperança, num momento trágico que abalou profundamente a comunidade dos fiéis indianos. Aquele prelado, D. Marampudi Joji, considera que este bárbaro homicídio é “consequência do crescente clima de intolerância e de violências para com os cristãos do país”. Uma morte horrível: ao sacerdote foram-lhe amputados os olhos e quebrados as mãos e os pés. O corpo foi encontrado não longe da aldeia de Balampilly, a uns 90 Km da capital do distrito.
Entrevistado pela nossa emissora, o referido arcebispo de Hyderabad, Mons. Marampudi Joji, exprime a sua dor e pede às autoridades que garantam os direitos da minoria cristã:
- We are very shocked…“Estamos profundamente chocados com a notícia. Como arcebispo, viajei com um grupo dos meus padres e irmãs nesta área remota onde foi assassinado o padre Thomas. Ali os católicos são muito poucos. O nosso trabalho é muito apreciado por todos. É uma zona aonde não vai ninguém, só a Igreja Católica se tem prodigalizado a favor das pessoas, coisa que alguns não vêem com bons olhos. Fazemos apelo ao governo indiano para que venha em ajuda e garanta a segurança da minoria católica, dos fiéis cristãos. A Constituição dá-nos o direito de praticar e de testemunhar a religião por toda a parte no país. O governo tem que enfrentar seriamente a questão e ajudar-nos mesmo”:
As exéquias do padre Thomas terão lugar nesta quarta-feira na Casa Provincial dos Carmelitas, em Balampilly, onde será sepultado. Entrado em 1987 na missão dos Carmelitas de Maria Imaculada, em Chanda, tinha emitido votos solenes em 2002. Empenhado no sector da instrução, foi durante muitos anos director do Instituto provincial e trabalhou como administrador no hospital, na escola e no centro missionário local.
(Fonte: Radio Vaticana)
Aos meus irmãos Carmelitas de Portugal, aonde a Ordem tem uma história de mais de VIII séculos, e em que tenho o privilégio de conhecer alguns, mas também aos do Brasil, aonde a Ordem tem uma forte implantação e donde provêm a maioria dos leitores deste blogue, permitam-me, que deixe aqui expresso o meu sentimento profundo de solidariedade neste momento difícil para todos os cristãos e para vós Carmelitas em particular.
Que o Senhor na Sua infinita misericórdia receba o Padre Thomas na Casa do Pai e proteja todos os Sacerdotes que exercem o seu ministério em condições particularmente difíceis.
Um forte abraço de amizade,
JPR
Fátima – Via Gloriosa* – IX Estação – Jesus aparece junto ao lago
*vide explicação nome adoptado em: http://spedeus.blogspot.com/2008/08/ftima-via-lucis-via-gloriosa-vide.html
Ajuda Divina
(“Jesus de Nazaré” – Joseph Ratzinger / Bento XVI)
domingo, 17 de agosto de 2008
Bento XVI – no Angelus deste Domingo convida-nos a rezar contra todos os actos de racismo
Bento XVI convidou também a rezar para que os cristãos considerem a condução de automóveis um campo no qual defender a vida e exercer concretamente o amor ao próximo. Um convite que aflorou ao Santo Padre devido aos numerosos e graves acidentes de viação que se verificam, particularmente na Itália, sobretudo neste período de férias. Não devemos habituar-nos a esta triste realidade – disse o Papa – pois que a vida humana é preciosa, e, é indigno do ser humano morrer de acidente de viação ou ficar inválido por toda a vida por razões que se poderiam evitar. É necessário um maior sentido de responsabilidade, antes de mais de quem conduz, o qual deve evitar excesso de velocidade e comportamentos imprudentes, muitas vezes na origem dos acidentes. É preciso sentido moral e cívico quando se conduz – frisou o Pontífice. No que toca ao sentido cívico, Bento XVI pôs a tónica sobretudo na prevenção e na repressão da parte das autoridades. A Igreja, quanto a ela, sente-se interpelada pelo aspecto moral. E aqui o Papa convida os cristãos a fazer um exame de consciência pessoal sobre a forma de conduzir o carro, e convida as comunidades a educarem todos a considerar o acto de conduzir um campo no qual defender a vida e exercer o amor ao próximo.
Ainda antes de saudar os peregrinos presentes em francês, inglês, alemão, polaco e italiano, o Papa falou da situação na Geórgia que disse continuar a seguir com atenção e preocupação, sentindo-se particularmente próximo das vítimas do conflito. Bento XVI lançou um apelo a aliviar, com generosidade, as graves dificuldades por que passam os refugiados, sobretudo mulheres e crianças, e pediu a abertura imediata de corredores humanitários entre a Ossetia do Sul e o resto da Geórgia, por forma a garantir uma digna sepultura aos mortos ainda abandonados, curas adequadas aos feridos e a reunião familiar daqueles que o desejam. O Papa não se esqueceu de recomendar que sejam garantidos a incolumidade e os direitos fundamentais também às minorias étnicas envolvidas no conflito. Por fim, Bento XVI exprimiu o desejo de que a trégua em curso, obtida graças ao contributo da União Europeia, possa consolidar-se e transformar-se numa paz estável. A concluir a sua referência à Geórgia, o Papa convidou a comunidade internacional a continuar a dar o seu apoio com vista na obtenção duma solução duradoura para aquela região, mediante o dialogo e a boa vontade comum.
No Angelus deste domingo, o Papa improvisou algumas palavras de condolências pela morte repentina do bispo de Bolzano-Bressanone, localidade, onde Bento XVI passou duas semanas de férias depois de regressar da sua viagem à Austrália.
Com profunda emoção tive a notícia da morte de Mons. Wilhelm Egger – disse – acrescentando que o tinha deixado há poucos dias aparentemente de boa saúde e que nada deixavam pensar numa sua partida tão rápida deste mundo. O Papa uniu-se depois à dor dos familiares e de toda a diocese de Bolzano-Bressanone, onde Mons. Egger era apreciado e amado pelo seu empenho e a sua dedicação. Elevando fervidas orações de sufrágio por este servo bom e fiel da Igreja, o Papa dirigiu uma bênção apostólica aos parentes, aos sacerdotes, religiosos, religiosas e fiéis da diocese de Bolzano-Bressanone.
Mons. Egger faleceu a noite passada, na sequência de um repentino mal-estar quando se encontrava no bispado. Ele era frade capuchinho e biblista.
(Fonte: Radio Vaticana)
Fátima – Via Gloriosa* – VIII Estação – A incredulidade de Tomé
*vide explicação nome adoptado em: http://spedeus.blogspot.com/2008/08/ftima-via-lucis-via-gloriosa-vide.html
Deus e a dignidade humana
«O reconhecimento de Deus não se opõe de modo algum à dignidade humana, já que esta dignidade tem no próprio Deus o seu fundamento e perfeição. É Deus criador que constitui o homem inteligente e livre na sociedade. E, sobretudo, o homem é chamado como filho à união com Deus e à participação na sua felicidade»
(Gaudium et spes, nº 21)
sábado, 16 de agosto de 2008
Fátima – Via Gloriosa* – VII Estação – O Senhor e o poder de perdoar
(João 20, 19-23)
*vide explicação nome adoptado em: http://spedeus.blogspot.com/2008/08/ftima-via-lucis-via-gloriosa-vide.html
Fé, esperança e amor
«Jesus trouxe Deus e, com Ele, a verdade sobre o nosso destino e a nossa origem; a fé, a esperança e o amor. Só a dureza do nosso coração nos leva a pensar que isto seja pouco».
(“Jesus de Nazaré” – Joseph Ratzinger / Bento XVI)
sexta-feira, 15 de agosto de 2008
Bento XVI - "O céu é Deus”
Na Missa celebrada neste dia 15 de manhã, na Igreja paroquial de Castelgandolfo, o Papa observou que a solenidade da Assunção de Maria é uma ocasião para com ela “ascender às alturas do espírito, onde se respira o ar puro da vida sobrenatural e se contempla a beleza mais autêntica, que é a santidade”.
Sublinhando que “o clima” desta celebração se encontra todo “impregnado de alegria pascal”, afirmou Bento XVI: “A festa de hoje leva-nos a elevar o olhar para o céu. Não um céu feito de ideias abstractas, nem sequer um céu imaginário criado pela arte, mas o céu da verdadeira realidade, que é o próprio Deus: Deus é o céu. É Ele a nossa meta, a meta e a morada eterna de onde provimos e para a qual tendemos”.Quando Maria adormeceu para este mundo para despertar no céu (observou o Papa), na verdade “seguiu simplesmente, pela última vez, o Filho Jesus na viagem mais longa e decisiva – a sua passagem deste mundo ao Pai”.
“Como Ele, juntamente com Ele, partiu deste mundo para tornar à casa do Pai. Nada disto está longe de nós, como poderia parecer num primeiro momento, porque todos nós somos filhos de Deus Pai, todos nós somos irmãos de Jesus e todos nós somos filhos de Maria, nossa Mãe. E todos estamos voltados para a felicidade. E a felicidade a que tendemos é Deus, e assim todos nós nos encontramos a caminho desta felicidade que chamamos céu, que é Deus”.
Na homilia da Missa desta solenidade da Assunção, na Igreja paroquial de Castelgandolfo, Bento XVI fez votos de “que Maria nos ajude a fazer com que cada momento da nossa existência seja um passo neste caminho para Deus”, de tal modo “que se torne presente também a realidade do céu, a grandeza de Deus, na vida do nosso mundo”. É este “o dinamismo pascal do homem, de cada homem, que se quer tornar celeste, felicíssimo, por força da Ressurreição de Cristo”.
“Aquela da qual Deus tinha tomado a sua carne e cuja alma tinha sida trespassada por uma espada no Calvário foi a primeira a encontrar-se associada, e de modo singular, no mistério desta transformação para a qual todos nós tendemos, também nós muitas vezes trespassados pelas espadas dos sofrimentos deste mundo”.
Estas “realidades tão sublimes” – reconheceu o Papa – não são de certo os raciocínios que as fazem compreender, mas sim “a fé simples, franca, directa” e “o silêncio da oração”…
“Contemplando no céu nossa Senhora da Assunção compreendemos melhor que a nossa vida de cada dia, embora marcada por provas e dificuldades, desliza como um rio em direcção ao oceano divino, em direcção à plenitude da alegria e da paz. Compreendamos que o nosso morrer não é um fim, mas o ingresso na vida que não conhece a morte. O nosso entardecer no horizonte deste mundo é um ressurgir na aurora do mundo novo, do dia eterno”.
A concluir a sua homilia, nesta Missa da Assunção, Bento XVI dirigiu-se em oração a Maria, pedindo-lhe que nos mantenha constantemente orientados para a verdadeira pátria da bem-aventurança. “Perante o triste espectáculo de tantas falsas alegrias e ao mesmo tempo de tantas angústias e sofrimentos tão difusos no mundo, precisamos de aprender com Maria a tornarmo-nos sinais de esperança e de consolação. Temos que anunciar com a nossa vida a ressurreição de Cristo”.
(Fonte: Radio Vaticana - destaque da responsabilidade do autor do blogue)