Obrigado, Perdão Ajuda-me

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As minhas capacidades estão fortemente diminuídas com lapsos de memória e confusão mental. Esta é certamente a vontade do Senhor a Quem eu tudo ofereço. A vós que me leiam rogo orações por todos e por tudo o que eu amo. Bem-haja!

quarta-feira, 20 de agosto de 2008

São Bernardo de Claraval (1090-1153) – Doutor da Igreja

Nascido numa grande família nobre da Borgonha, no Castelo de Fantaine-les-Dijon em Dijon, Bernardo foi o terceiro de sete filhos de Tescelin o Vermelho (Tescelin Sorrel) e de Aleth de Montbard. Com a a idade de nove anos, é enviado para a Escola Canónica de Châtillo-sur-Seine, onde mostra um gosto particular pela literatura. Em 1112, decide entrar na Abadia de Cister, fundada em 1098 por São Roberto de Molesme, e na qual Santo Estêvão Harding havia acabado de ser eleito Abade. Era possuidor de uma extraordinária capacidade de atrair pessoas e convenceu vários amigos, irmãos e parentes a ingressarem com ele na vida monástica e chega assim com outros 30 candidatos para entrar na Abadia.

Em 1115, Estêvão Harding envia o jovem à frente de um grupo de monges para fundar uma nova casa cisterciense no vale de Langres. A fundação é chamada “Vale Claro”, ou Clairvaux – Claraval. Bernardo é nomeado Abade desta nova Abadia, e confirmado por Guilherme de Champeux, Bispo de Châlons e célebre teólogo.

Os primórdios de Claraval são difíceis: a disciplina imposta por São Bernardo é bastante severa. Bernardo busca formação nas Sagradas Escrituras e nos Padres da Igreja. Tem uma predilecção quase exclusiva pelo Cântico dos Cânticos e por Santo Agostinho. O livro e o autor correspondem às tendências da época.

O seu amor à Virgem Santíssima ficou inequivocamente espelhado nas suas obras e são de uma extraordinária beleza:

“Se se levantam as tempestades das tuas paixões olha a Estrela, invoca Maria.
Se a sensualidade dos teus sentidos querem afundar a barca do teu espírito, levanta os olhos da fé, olha para a Estrela, invoca Maria.
Se a memória dos teus muitos pecados quiser lançar-te no abismo do desespero, lança uma olhadela à Estrela do céu e reza à Mãe de Deus.
Seguindo-a não te perderás no caminho; invocando-a não te desesperarás, e guiado por Ela chegarás seguramente ao Porto Celestial”

Muitas pessoas atraídas pelos seus dotes oratórios, chamavam-lhe “O Doutor boca de mel”, afluem à nova Abadia e Bernardo acaba de converter toda sua família: seu pai, Tescelin, e seus cinco irmãos tornam-se monges em Claraval. Sua irmã, Umbelina, a quem carinhosamente chamava de “olhos grandes”, toma igualmente o hábito no priorado de Jully-les-Nonnains. À partir de 1118, novas casas são fundadas para evitar a superlotação de Claraval (por exemplo a Abadia Nossa Senhora de Fontenay). Em 1119, Bernardo faz parte do Capítulo Geral dos Cistercienses convocado por Estêvão Harding, que dá sua forma definitiva à Ordem. A Carta da Caridade que é então redigida é confirmada pouco depois pelo Papa Calisto II.

É nesta época que Bernardo escreve suas primeiras obras, tratados e homilias e, sobretudo, uma Apologia, escrita a pedido de Guilherme de Saint-Thierry, que defende os beneditinos brancos (os cistercienses segundo a cor de seu hábito) contra os beneditinos negros (clunisienses). Pedro, o Venerável, abade de Cluny, lhe responde amigavelmente, e apesar de suas diferenças ideológicas, os dois homens tornam-se amigos. Envia igualmente numerosas cartas para incentivar à reforma o resto do clero, em particular os bispos. Sua carta ao Arcebispo de Sens, Henrique de Boisrogues, chamada mais tarde de De Officiis Episcoporum (Da conduta dos Bispos) é reveladora do importante papel dos monges no XII século, e das tensões entre o clero regular e secular.

Em 1128, Bernardo participa do Concílio de Troyes, convocado pelo Papa Honório II e presidido por Matthieu d’Albano, delegado do Papa. Bernardo é nomeado secretário do Concílio, mas ao mesmo tempo é contestado por uma parte do clero, que pensa que Bernardo, simples monge, se intromete em coisas que não são lhe concernem. Acaba por se desculpar, mas o Concílio é fortemente influenciado pela sua actuação. É durante o Concílio que Bernardo consegue o reconhecimento para a Ordem do Templo, os Templários, cujos estatutos são escritos por ele mesmo.

Torna-se uma personalidade importante e respeitada na Cristandade; intervém em assuntos públicos, defende os direitos da Igreja contra os príncipes seculares e aconselha Papas e Reis. Em 1130, depois da morte de Honório II, durante o cisma de Anacleto II, é a sua voz que faz com que Inocêncio II seja aceite. Em 1132, consegue do Papa a independência de Claraval em relação à Cluny.

Nesse período de desenvolvimento das escolas urbanas, no qual os novos problemas são discutidos na forma de questões (quaestio), de argumentação e busca de uma conclusão (disputatio), São Bernardo é defensor de uma linha tradicionalista. Combate as posições de Abelardo, e fá-las ser condenadas no Concílio de Sens em 1140.

Em 1145, Claraval dá um Papa à Igreja, Eugénio III. Quando o reino de Jerusalém é ameaçado, Eugénio III, ele mesmo um cisterciense, pede a Bernardo que pregue a segunda cruzada em Vézelay em 31 de Março de 1146 e mais tarde em Spire. Fá-lo com tanto sucesso que o Rei Luís VII, o Jovem e o Imperador Conrado III tomam eles próprios a cruz.


São Bernardo fundou 72 Mosteiros, espalhados por toda Europa: 35 na França, 14 na Espanha, 10 na Inglaterra e Irlanda, 6 em Flandres, 4 na Itália, 4 na Dinamarca, 2 na Suécia e 1 na Hungria. Fora muitos outros que se filiaram na Ordem.

Em 1151, dois anos antes de sua morte, existem 500 abadias cistercienses. Há 700 monges ligados à Claraval.

“O meu grande desejo é partir para ver Deus e estar junto d’Ele, mas o meu amor para com os meus discípulos me impele a querer continuar a ajudá-los. Que o Senhor Deus faça o que melhor Lhe pareça”


Bernardo morre em 1153 com 63 anos.

Foi canonizado em 18 de Junho de 1174 por Alexandre III e declarado Doutor da Igreja por Pio VIII em 1830. É celebrado pela Igreja no dia 20 de Agosto.


(Fonte: diversas com adaptação e tradução a partir do espanhol de JPR)

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