Mansidão de Jesus
Jesus Cristo disse de Si
mesmo que era: «manso» (Cfr.
Mt 11, 29)
Eu, pergunto: Mas o que é
ser “manso”?
Pode dizer-se que, “ser
manso” é ter brandura de génio, não ser nem intempestivo nem precipitado nas
reacções às diferentes contrariedades que vamos encontrando pela vida.
Sinto-me muito longe de tal
porque o meu orgulho - contra o qual luto permanentemente sem grande sucesso –
me impele para um espírito crítico, muitas vezes exacerbado pelos defeitos que
julgo ver nos outros. E, o pior, é muitíssimas vezes, o que vejo é um reflexo
dos meus próprios defeitos e limitações. Refiro
“o meu orgulho” porque o Senhor acrescentou: «e humilde» (Cfr. Mt 11, 29)
Chego, portanto, a uma
primeira conclusão: - Para ter mansidão é necessária a humildade pessoal.
No episódio narrado por São
Mateus, [1] parece-me – pobre de mim – que o Senhor “contraria” essa
mansidão que Se outorga. Então… a mansidão pode aceitar uma reacção “violenta”?
Penso melhor e concluo que ser manso não é ser abúlico, indiferente, não reagir
quando se deve reagir, mesmo que tal implique uma atitude, talvez,
intransigente.
Visto assim, chego a uma
segunda conclusão: Não reajo como devo a situações que exigem uma atitude clara
e firme. Não quero incomodar-me.
Talvez pense - certamente
que sim -, que o assunto não é comigo, não me diz respeito não possuo nem
“autoridade” nem “estatuto” para tal.
De facto, talvez não tenha,
melhor dizendo: não tenho! - nem “autoridade” nem “estatuto”, porque, para os
ter, preciso de ter dado exemplo disso mesmo que se impõe que faça.
Não posso nem devo recomendar
o que não pratiquei! Não seria honesto comigo - intelectualmente – nem,
principalmente, para com os outros que, nesse caso, teriam toda a razão para afirmar:
Este, diz para fazermos o que, ele próprio não faz!
Que crédito nos merece?
E, eu tenho de concluir: -
Absolutamente nenhum!
(AMA,
2019)
[1] Cfr. Mt 21, 12-13 «12 Jesus entrou no templo e expulsou
dali os que nele vendiam e compravam. Derrubou as mesas dos cambistas e as
bancas dos vendedores de pombas…»
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