Obrigado, Perdão Ajuda-me

Obrigado, Perdão Ajuda-me
As minhas capacidades estão fortemente diminuídas com lapsos de memória e confusão mental. Esta é certamente a vontade do Senhor a Quem eu tudo ofereço. A vós que me leiam rogo orações por todos e por tudo o que eu amo. Bem-haja!

sábado, 23 de novembro de 2013

Educar sem falar de Deus

Numa reunião de um colégio, o director falou da violência na escola. «Que podemos fazer para acabar com esta “praga” que nos persegue há algum tempo?» perguntava-se, convidando à reflexão os pais que estavam presentes. Seguidamente, fez referência a alguns recentes acontecimentos dolorosos que tinham sido o motivo daquele encontro. Por fim exclamou: «Como pode Deus permitir coisas assim no nosso colégio?».

Um pai resolveu responder à pergunta que em princípio era só um desabafo: «Creio que Deus também está profundamente triste com tudo o que aconteceu». Fez-se silêncio na sala. Então continuou: «Há uns anos para cá, nós pedimos a Deus que Se fosse embora desta escola. E Ele, respeitando a nossa liberdade, obedeceu.

Tudo começou quando alguém pediu que não se rezasse no começo das aulas. E nós achámos bem. Depois pediu-se para acabar com as aulas de religião. E nós achámos bem. Depois um psicólogo revelou-nos que dizer “não” aos nossos filhos gerava neles traumas profundos. E nós achámos bem. Depois alguém disse que seria contra a dignidade humana proibir os filhos de verem tudo o que quisessem na televisão. E nós achámos bem.

Posteriormente alguém sugeriu pôr uma máquina de preservativos na escola para evitar a sida. E nós achámos bem. Então alguém nos explicou que a lei já não proibia que as nossas filhas interrompessem voluntariamente a gravidez. E nós achámos bem. Afinal, trata-se de um direito que elas têm como seres livres que são. Agora, perguntamo-nos porque é que os nossos filhos não sabem distinguir entre o bem e o mal. Se pensarmos com calma, encontraremos a resposta. Aquilo que semeámos é aquilo que estamos a recolher».

Nunca foi fácil educar moralmente uma pessoa. As tendências desordenadas, que todos levamos dentro, tornam essa tarefa árdua e delicada. Quando a estas dificuldades habituais, acrescentamos a falta de referência a Deus, tudo se torna muito mais complexo. Prescindir de Deus é não admitir que haja alguém superior que julgue as nossas acções. Isto torna-nos muito mais vulneráveis. É fácil cair na tentação de sermos os únicos a decidir o que é bom ou mau, de acordo com os nossos interesses.

Porquê ajudar uma pessoa que dificilmente poderá retribuir-me? Porquê perdoar os outros? Porquê dizer a verdade em vez de deixar que seja outro a pagar as consequências dos meus erros? Porquê não aceitar esse dinheiro fácil que possui o “pormenor” de não ser honesto? Porquê ser fiel ao marido ou à mulher quando é tão fácil não sê-lo? Porquê fazer algo que não me apetece?

Sem Deus é mais espontâneo duvidar se vale a pena fazer o bem. Sem formação religiosa é mais fácil não manter condutas que requerem esforço. Isto não significa que aquele que acredita em Deus actue sempre correctamente. No entanto, tem a vantagem de não se sentir nunca sozinho. Está menos exposto a enganar-se a si mesmo, dizendo que é bom o que lhe apetece e mau o que não lhe agrada. Sabe que tem dentro de si uma voz que em determinados momentos lhe dirá: «Basta! Não vás por aí!». É uma voz que não tira a liberdade, mas protege-a da degradação.

Pe. Rodrigo Lynce de Faria

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