Obrigado, Perdão Ajuda-me

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As minhas capacidades estão fortemente diminuídas com lapsos de memória e confusão mental. Esta é certamente a vontade do Senhor a Quem eu tudo ofereço. A vós que me leiam rogo orações por todos e por tudo o que eu amo. Bem-haja!

sábado, 13 de abril de 2013

O povo e o bispo juntos (Editorial)

A relação entre o bispo e o povo esteve no centro da simples e solene tomada de posse da cátedra romana do Latrão pelo sucessor de Pedro. Um rito importante e mantido ao longo dos séculos que, mesmo com o mudar dos tempos e não obstante fases de eclipses, desde sempre quis expressar a dimensão mais autêntica do papado: aquela pastoral, indissoluvelmente ligada à diocese de Roma e radicada na tríplice palavra de Cristo dirigida ao primeiro dos apóstolos.

Uma dimensão que o Papa Francisco, em continuidade com os predecessores, com gestos e palavras simples soube expressar e comunicar com eficácia imediata e nova desde os primeiros momentos do seu pontificado, suscitando interesse e simpatia entre crentes e não-crentes. Gestos e palavras que são na história pessoal do jesuíta Jorge Mario Bergoglio e no seu episcopado, como ele mesmo mencionou várias vezes e como sobressai do mote, não habitual, miserando et eligendo.

Tiradas do comentário de Beda ao episódio da escolha e da chamada do publicano Mateus, depois apóstolo e evangelista, as palavras latinas pretendem expressar a atitude de Jesus: a sua misericórdia e o convite a segui-lo. Por outras palavras, a essência da fé cristã, como explicou o bispo ao seu povo de Roma falando da paciência de Deus. Em coerência e em continuidade com uma pregação diária que o Papa Francisco faz durante as missas matutinas.

O olhar de ternura misericordiosa (miserando) que é próprio de Jesus mostra esta paciência de Deus que - segundo uma intuição antiga expressa em tempos modernos por Romano Guardini e recordada pelo Pontífice - responde à debilidade humana. Assim como faz o pai misericordioso que espera o filho, também Cristo ressuscitado dá uma semana de tempo ao apóstolo Tomé para mudar de opinião em relação à sua incredulidade, precisamente como tinha esperado as lágrimas de Pedro e a sua tríplice resposta que equilibra a tríplice negação.

Trata-se por conseguinte de uma expectativa, mas ao mesmo tempo de uma chamada (et eligendo), a paciência do Pai que espera o regresso do filho. "Quantas propostas mundanas ouvimos à nossa volta" constatou o Papa Francisco, convidando com doçura a deixar-se agarrar pela proposta de Deus porque "a sua é uma carícia de amor". Amor expresso com a vida e com o sacrifício de Jesus, e por conseguinte com as suas chagas, invocadas no ritmo medieval Anima Christi que se repete várias vezes nos Exercícios espirituais de Inácio de Loyola e que foi difundido de novo graças a uma lindíssima melodia de Taizé.

Vividamente, a experiência pessoal foi evocada pelo bispo de Roma para recordar ao seu povo "a coragem de entrar nas chagas de Cristo". Assim, encontrando a sua misericórdia nos sacramentos "sentiremos o seu abraço e seremos também nós mais capazes de misericórdia".

GIOVANNI MARIA VIAN - Diretor

(© L'Osservatore Romano - 14 de Abril de 2013)

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