Obrigado, Perdão Ajuda-me

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As minhas capacidades estão fortemente diminuídas com lapsos de memória e confusão mental. Esta é certamente a vontade do Senhor a Quem eu tudo ofereço. A vós que me leiam rogo orações por todos e por tudo o que eu amo. Bem-haja!

quinta-feira, 25 de outubro de 2012

Mais generosos, mais satisfeitos com o seu casamento

Servir com pequenos gestos, mostrar afeto de forma habitual e perdoar, chave para enriquecer a convivência num casal
Um casal generoso tem mais possibilidades de ser feliz. Foi a esta conclusão que chegaram dois investigadores dos Estados Unidos num ensaio (1) publicado por The Family Watch. As suas conclusões permitem compreender como é que pequenos atos de serviço, frequentes demonstrações de afeto e de perdão tendem a melhorar a convivência entre os esposos.
Nalgumas colunas dedicadas a relações de casais é frequente que, por um lado, se exaltem as emoções intensas e, por outro, se faça um elogio dos vínculos frágeis. Cada um deles teria direito a viver romances apaixonados, sempre que se reserve ao mesmo tempo a possibilidade de os desfazer e evitar assim a sensação de estar submetido a compromissos demasiado asfixiantes.
Tal e como é descrita pelo sociólogo Zygmunt Bauman no seu livro Amor líquido, a nova norma que estes conselheiros recomendam aos seus leitores é "que prestem mais atenção à sua capacidade interior para a satisfação e prazer, e estejam menos ‘dependentes' dos outros, e menos atentos às exigências dos outros, com maior distanciamento e frieza na altura de avaliar perdas e ganhos".
Esta norma liga-se ao modelo individualista de casamento que, segundo os autores do estudo (1), parece estar a introduzir-se entre muitos norte-americanos. Foi a partir dos anos setenta do século passado que "o casamento começou a ver-se como um instrumento para satisfazer necessidades pessoais, mais do que ser uma oportunidade para servir o outro cônjuge na vida quotidiana, o que é bom para ambos", explica W. Bradford Wilcox, professor de sociologia da Universidade da Virginia, autor da investigação conjunta com Jeffrey Dew.
Uma contrapartida desta visão é constituída pelos hábitos de generosidade e sacrifício, que requerem que ambos os cônjuges ponham as necessidades do outro à frente das próprias. Sem essa renúncia de ambas as partes, quebra-se o equilíbrio e desmorona-se a estabilidade matrimonial.
Para estudar o modo como estes hábitos influem na satisfação dos esposos no seu casamento, os autores basearam-se na Survey of Marital Generosity. Trata-se de um inquérito feito com uma amostra nacional representativa de indivíduos casados (1705 homens e 1745 mulheres; dos quais, 1630 estavam casados entre si) que foram entrevistados entre 2010 e 2011. Os inquiridos tinham entre 18 e 45 anos, embora os cônjuges do participante principal pudessem ter até 55 anos.
Três formas de generosidade
No estudo em questão a generosidade é definida como a virtude que leva a dar coisas boas ao outro cônjuge, livremente, e em abundância". Valorizam-se três comportamentos concretos: os pequenos atos de serviço (por exemplo, fazer o pequeno almoço); as frequentes demonstrações de afeto; e o perdão. Nenhum destes três atos é uma obrigação estritas do casamento, como são a fidelidade, a ajuda mútua e o apoio económico.
Segundo os autores, o comportamento generoso é tão decisivo na vida conjugal porque "envia ao outro a mensagem de que se quer manter a relação". No caso dos atos de serviço, por exemplo, pressupõe conhecer as preferências do cônjuge; além disso, são ocasião para fazer novas surpresas e "tendem a provocar um sentido de gratidão no cônjuge que os recebe; gratidão que, por sua vez, está vinculada a emoções positivas" como a felicidade.
Por seu lado, as frequentes demonstrações de afeto favorecem a empatia e a comunicação. Pode parecer evidente, mas geralmente estas manifestações passam-se por alto quando as pessoas andam muito ocupadas com outros assuntos. Às vezes acontece que, ao chegarem a casa, os esposos se entretêm com as redes sociais ou com a televisão. Ou então entregam-se aos filhos com tal dedicação que ficam com pouco tempo para cultivar o seu casamento.
Perdoar é um ato especial de generosidade porque, sem que possa ser exigido, absolve a culpa do cônjuge pela ofensa recebida ou por não ter estado à altura das circunstâncias.
Cuidar o que é pequeno
O estudo destaca, como primeira conclusão, que a generosidade de um dos cônjuges favorece que ambos os esposos - tanto o que dá como o que recebe - se sintam melhor no casamento, o que por sua vez afasta a probabilidade de divórcio.
Um casal generoso dá lugar a um "círculo virtuoso", de modo que a entrega de um dos cônjuges acaba por atrair a entrega do outro. O estudo destaca como pequenos sacrifícios podem aumentar os sentimentos de auto-estima do membro do casal que deles beneficia, assim como avivar o seu sentido de gratidão e apreço pelo que os realiza.
Ora bem, como os próprios autores realçam na discussão das conclusões, o comportamento generoso não deve ser visto como um anzol para conquistar o favor do marido ou da mulher. De fato, "a generosidade costuma estar motivada pelo desejo de beneficiar o outro, e não pelo facto de receber algo em troca. Uma conduta baseada no esquema ‘dou para que me dês' não parece compatível com a ideia da generosidade".
Outra conclusão interessante é que para melhorar a convivência entre os esposos não é preciso recorrer a grandes gestos de generosidade, mas frequentemente bastarão pequenas ações positivas que geram mais novidade no casamento.
Juan Meseguer


Notas
(1) Jeffrey Dew e W. Bradford Wilcox. "¿Da y recibirás? Generosidad, sacrificio y calidad conyugal". 1 septiembre 2012. IFFD PAPERS nº 12. Produzido por The Family Watch.
Aceprensa

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