Associação Espaço Jacobeus destaca tendência positiva «apesar da contínua
indiferença do Estado português»
O número de peregrinos que passaram por Portugal rumo
a Santiago de Compostela quase duplicou entre 2009 e 2011, consagrando o
itinerário português como aquele que atualmente “regista o maior aumento” de
procura.
Em comunicado enviado (...) à Agência ECCLESIA, a
Associação Espaço Jacobeus (AEJ) adianta que “foram 22062 os peregrinos que
seguiram este itinerário”, durante o último ano, entre os quais 6048
portugueses, 8196 espanhóis e 2557 alemães.
A peregrinação anual àquela cidade da Galiza, onde
segundo a tradição cristã está sepultado o apóstolo São Tiago maior, contou no
ano transato com um total de 183366 peregrinos, vindos de 126 países.
No que diz respeito aos Caminhos Portugueses, o ponto
de partida “mais escolhido” foi a região do Porto, com perto de sete mil
peregrinos, entre os quais cerca de dois mil representantes lusos.
“Ponte de Lima, Lisboa, Braga e Chaves são as demais
cidades preferidas para se iniciar a peregrinação a Compostela”, salienta a
AEJ.
A esmagadora maioria das pessoas (153065) continua a
fazer o percurso até Santiago a pé, mas no que diz respeito aos portugueses,
eles “estão divididos” entre a marcha (4618) e a bicicleta (4026).
Quanto às causas que estão na origem desta
experiência, os dados estatísticos analisados mostram que os “motivos
religiosos” continuam a ter um peso significativo, à semelhança dos anos
anteriores, abrangendo mais de 90 por cento das romarias.
A AEJ saúda o “claro aumento do número de peregrinos
nos Caminhos Portugueses de peregrinação a Santiago de Compostela, bem como do
número de peregrinos lusos, apesar da contínua indiferença do Estado português
para com este Grande Itinerário Cultural Europeu”.
O organismo critica a falta de uma “estrutura de
gestão global” que aproveite as “iniciativas de promoção local” dos itinerários
portugueses e a ausência de uma “regulamentação” que oriente “a abertura,
sinalização e manutenção dos itinerários e albergues”.
Tendo em conta a “grave crise financeira” que o país
atravessa, a AEJ considera que se trata de “uma oportunidade perdida” para
assegurar “o desenvolvimento sustentável, contrariar a debilidade do sistema
demográfico e a escassa densidade populacional” e procurar o “reequilíbrio do
sistema rural-urbano”.
Estas reivindicações, adianta o comunicado, são
apoiadas por um estudo do Conselho da Europa e da Comissão Europeia, que em 2011
reconheceu “a importância destes itinerários para o desenvolvimento,
competitividade e inovação” das pequenas e médias empresas.
Para aproveitar a atratividade gerada pelas rotas
portuguesas de Santiago, a nível económico, cultural e religioso, a AEJ propõe
a “criação urgente de um Conselho Jacobeu que possa reunir ministérios,
entidades regionais (CCDR e Turismo, entre outras), universidade e centros de
investigação, câmaras municipais, associações empresariais e associações
jacobeias”.
A Associação Espaço Jacobeus,
fundada em 26 de Fevereiro de 2005, é uma associação católica de âmbito
nacional, sem fins lucrativos, que se destina à promoção da peregrinação
jacobeia e de gestão do Caminho Português de Santiago, com sede em Braga
JCP
Agência Ecclesia
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