Exposição da fé ortodoxa 1, PG 95, 417-419
Foste Tu, Senhor que me fizeste nascer de meu pai e me formaste no seio de minha mãe (Sl 138,13); foste Tu que me trouxeste à luz como uma criança totalmente nua, porque as leis da nossa natureza obedecem perpétuamente às Tuas ordens. A minha vida e a minha existência não se devem à vontade do homem nem a um impulso da carne (Jo 1,13), mas à bênção do Espírito Santo e à Tua graça inexprimível. Tu preparaste o meu nascimento com uma delicadeza que está para além das leis da nossa natureza. Fizeste-me nascer adoptando-me como Teu filho (Gl 4,5), e inscreveste-me entre os membros de Tua Igreja santa e imaculada.
Foste Tu que me alimentaste com o leite espiritual, isto é, o leite de Tuas palavras divinas. Foste Tu que me fortaleceste com um alimento sólido, o corpo de Jesus Cristo, nosso Deus, Teu único Filho, o santo, e me inebriaste com o cálice de Deus, quer dizer, a taça do Seu sangue que dá vida, e que Ele derramou para a salvação do mundo.
Tu amaste-nos, Senhor e deste o Teu Filho por nós, para nossa redenção, que Ele assumiu voluntariamente e sem resistência. [...] Assim, ó Cristo, meu Deus, abaixaste-Te para me carregares nos Teus ombros, a mim, a ovelha perdida (Lc 15,5), e levaste-me a pastar em verdes prados (Sl 22,2); refrescaste-me nas fontes da verdadeira doutrina (ibid.) por intermédio dos Teus pastores, de quem Tu próprio foste pastor antes de lhes confiares o Teu rebanho.
(Fonte: Evangelho Quotidiano)
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