Vigília mundial decorre a 27 de Novembro e chama católicos a mobilizar-se contra o aborto
Por iniciativa de Bento XVI, a Igreja Católica vai celebrar, em todo o mundo, uma vigília de oração pela “vida nascente”, no próximo dia 27 de Novembro.
O próprio Papa vai assinalar a data, na Basílica de São Pedro, com a celebração das I vésperas do início do Advento, tempo litúrgico que antecede o Natal. A intenção é “promover o compromisso e o testemunho eclesial por uma cultura da vida e do amor”.
“O tempo de preparação para o Santo Natal é um momento propício para invocar a protecção divina sobre cada ser humano chamado à existência, também como acção de graças a Deus pelo dom da vida recebido dos nossos pais”, disse o Papa, no Vaticano, a 14 de Novembro.
O prefeito da Congregação para o Culto Divino e a Disciplina dos Sacramentos, cardeal Antonio Cañizares Llovera, e o presidente do Conselho Pontifício para a Família, cardeal Ennio Antonelli, enviaram uma carta aos presidentes das Conferências Episcopais de todo o mundo, convidando os bispos a promoverem celebrações e iniciativas de oração análogas na suas Igrejas.
A missiva dos responsáveis do Vaticano propõe a adoração eucarística para “dar graças ao Senhor que, com a doação total de si mesmo, deu sentido e valor a toda a vida humana, e para invocar a protecção de todo ser humano chamado à existência”.
O semanário Agência ECCLESIA apresenta um conjunto de textos que ajudam a enquadrar esta iniciativa e, ao mesmo tempo, ilustrar o empenho da Igreja Católica em defesa da vida, nas suas mais diversas fases e nas mais diversas circunstâncias.
Para o padre Duarte da Cunha, secretário-geral do Conselho das Conferências Episcopais da Europa (CCCE), “a necessidade de defender a vida humana desde a concepção é sentida hoje em todos os países da Europa e do mundo”.
“A legislação que tende a ser cada vez mais permissiva e a deixar as crianças desprotegidas e as mães abandonadas a si mesmas é algo que, infelizmente, ainda está em fase de expansão. É estranho que na Europa se gaste mais dinheiro a fazer abortos do que a ajudar quem quer ter filhos e as instituições de apoio à vida”, indica este responsável, no texto que assina, apelando a “políticas justas que defendam a vida, sobretudo a mais vulnerável”.
Walter Osswald, conselheiro do Instituto de Bioética da Universidade Católica Portuguesa, considera que a “teoria do plano inclinado, segundo a qual o que se permite excepcionalmente rapidamente se torna usual, aplica-se claramente ao abortamento: inicialmente tolerado em situações especiais, tornou-se acessível a qualquer mulher nas primeiras dez semanas”. No outro extremo da vida humana, na velhice, “há sinais que levam a admitir como provável a proposta de leis que legalizem a eutanásia e o suicídio assistido”.
“Assim, a vida, supremo valor, como tal reconhecida por todos, começa a ser ofendida, desprestigiada, negada. É indispensável, é necessário que todas as pessoas de boa vontade examinem estes problemas e se proclamem defensoras da vida, independentemente das suas convicções políticas ou da presença ou ausência de um credo religioso”, alerta o especialista.
Para o padre João Gonçalves, da diocese de Aveiro, “uma vida humana é sempre uma vida, seja ela entregue a um sábio, seja dada a um indigente de todas as pobrezas, limitações ou fracassos”.
“Conheço pessoas na Prisão e na Rua. Algumas parecendo ter perdido tudo, desde o emprego, a saúde, a família, os amigos e até o nome. E há quem seja tentado a perguntar se também esta gente ‘merece’ viver, e se a sociedade ainda tem tempo e dinheiro a perder com pessoas que nada fazem de útil, para si ou para os outros”, assinala o coordenador nacional da Pastoral dos reclusos e presidente da direcção das «Florinhas do Vouga».
Esta edição destaca ainda a corrente «Oração pela Vida» (www.oracaopelavida.org). “Desejamos que este projecto seja verdadeiramente factor de união, pois a oração não é política, não é polémica, não pode trazer divisões, e com a flexibilidade de forma que propomos, pode sem dúvida fazer parte da vida de todas as paróquias, movimentos e grupos dentro da Igreja”, escreve Thereza Ameal.
(Fonte: site Agência Ecclesia)
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