Surpreendente e deplorável. Foi assim que o Papa definiu o modo como a justiça belga desencadeou, na semana passada, as investigações sobre os casos de pedofilia na Igreja.
A polícia interrompeu a reunião da conferência episcopal. Os bispos belgas ficaram fechados numa sala durante 9 horas. Confiscaram-lhes os telemóveis e todos os computadores e documentação, fizeram buscas às suas residências privadas. Todos os bispos foram interrogados pela polícia, que também revistou a catedral de Malines. Chegaram mesmo a revistar os túmulos dos cardeais Suenans e Van Roey à procura de documentos escondidos. E nada encontraram.
Uma atitude “inverosímil e sem precedentes, nem mesmo no tempo dos antigos regimes comunistas”, comentou o actual secretário de Estado do Vaticano, cardeal Bertone.
Teoricamente, a justiça pode fazer o que fez. Mas serão adequados os meios que utilizou?
Este é o procedimento que a justiça costuma aplicar para as associações de malfeitores, para traficantes de droga ou de armas, para pessoas sem escrúpulos.
Este tipo de métodos é utilizado quando se trata de criminosos que – à partida - já se sabe que não vão colaborar com a justiça.
É um sinal dos tempos que, para a Bélgica, a Igreja faz parte deste grupo.
Aura Miguel
(Fonte: site Rádio Renascença)
Nota de JPR: Que me desculpe a autora a quem muito respeito e admiro, mas acrescentaria ao título ‘…um triste e vergonhoso…’
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