Obrigado, Perdão Ajuda-me

Obrigado, Perdão Ajuda-me
As minhas capacidades estão fortemente diminuídas com lapsos de memória e confusão mental. Esta é certamente a vontade do Senhor a Quem eu tudo ofereço. A vós que me leiam rogo orações por todos e por tudo o que eu amo. Bem-haja!

sexta-feira, 2 de julho de 2010

A CENTRALIDADE DA PALAVRA

Continuando o seu caminho, Jesus entrou numa aldeia. E uma mulher, de nome Marta, recebeu-o em sua casa. Tinha ela uma irmã, chamada Maria, a qual, sentada aos pés do Senhor, escutava a sua palavra. Marta, porém, andava atarefada com muitos serviços; e, aproximando-se, disse: «Senhor, não te preocupa que a minha irmã me deixe sozinha a servir? Diz-lhe, pois, que me venha ajudar.»
O Senhor respondeu-lhe: «Marta, Marta, andas inquieta e perturbada com muitas coisas; mas uma só é necessária. Maria escolheu a melhor parte, que não lhe será tirada.»
Lc 10,38-42


«Maria escolheu a melhor parte, que não lhe será tirada.»

Maria escolheu a Palavra!
A Palavra é o próprio Deus.
Sem a Palavra nada mais tem sentido.
Por isso a Palavra é central à vida de todo o cristão e toda a sua vida tem de ser orientada e vivida pela Palavra.
E a centralidade da Palavra é perfeitamente compreendida nesta passagem da Bíblia.

Reparemos que antes deste encontro com Marta e Maria, o evangelista Lucas nos narra a Parábola do Bom Samaritano, contada por Jesus para bem fazer entender o mandamento do amor. Lc 10, 25-37
Esta parábola leva-nos à vivência do amor, a Deus e aos outros, leva-nos a entender que a nossa vida cristã tem de ser também acção, obra, testemunho permanente do amor de Deus em nós, e para os outros.
Ora este amor de Deus a cada um e de cada um para os outros, é-nos transmitido na Revelação do próprio Deus, é-nos transmitido portanto, na Palavra e pela Palavra.
Mas a seguir, Lucas conta-nos como Jesus ensinou os seus discípulos a orarem, prosseguindo com vários ensinamentos sobre a oração. Lc 11,1-4ss
A oração, alimento do cristão, é-nos então dada na Palavra, sai da Palavra e é suscitada pela Palavra.
Maria, sentada aos pés de Jesus, tem não só uma atitude de escuta, mas também uma atitude orante, que leva à intimidade com o Senhor.
E não é a oração individual, (e até a colectiva), um diálogo íntimo e pessoal com Jesus Cristo?
Não é na oração que amamos a Deus, que Lhe prestamos o nosso louvor e até intercedemos pelos outros?
Não é na oração que nos unimos a Cristo, e que com o mesmo Cristo, nos unimos aos outros?

Então é a escuta da Palavra que nos leva á oração, pela oração à comunhão com Cristo e com os outros, e nessa comunhão à acção vivida do mandamento do amor.

Então a Palavra, que se faz e nos leva à oração, faz também da acção uma oração na vivência da Palavra!

Então acolher a Palavra e vivê-la, é fazer da vida uma oração, no diálogo e na acção, nas obras, tudo em comunhão com Deus, que se faz tudo em nós, servindo-se de nós na nossa entrega ao seu amor.

A oração de hoje podemos esquecê-la amanhã, a acção de hoje sairá da nossa memória passado um tempo, mas a Palavra fica, e é semente permanente que dá fruto na oração e na acção.

Por isso:
«Maria escolheu a melhor parte, que não lhe será tirada.»

Monte Real, 1 de Julho de 2010

Joaquim Mexia Alves
http://queeaverdade.blogspot.com/2010/07/centralidade-da-palavra.html

1 comentário:

António Mexia Alves disse...

Talvez me fique "mal" comentar este escrito - meditação - do Joaquim porque é meu irmão, mas não posso deixar de admirar a forma brilhantemente esquemática como comenta a passagem evangélica.
Já li duas vezes e vou guardá-la para a ler - e meditar - muitas mais.
E isto, além dos encómios, deve agradecer-se porque é um bem de grande valor.