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quinta-feira, 22 de abril de 2010
Um Frade bombeiro na Feira do Livro de Paris
Acaba de ser publicado "Também os indignos têm alma". Do que fala este livro?
“Desejei este livro para recordar um encontro que ocorreu com um jovem de 12 anos, chamado Gabriel, que conheci numa noite na Esplanada dos Inválidos, em Paris. Era um mendigo e vivia com sua mãe em meio aos moradores de rua, e creio que este livro seja um pouco um hino ao ministério do padrinho, porque o encontro com este rapaz deu-me sobretudo a oportunidade de fazer com que ele descobrisse Deus. Tentei não me deixar levar simplesmente, por assim dizer, pela miséria social deste jovem, mas ver, discernir a miséria espiritual. E foi muito importante. Porque este rapaz disse-me que uma vez tentou realizar um gesto desesperado, suicidar-se. E este livro narra, portanto, um pouco o itinerário espiritual de um jovem e o seu elo com um padrinho de baptismo, como eu me tornei com o passar dos meses”.
No livro, portanto, se fala de uma ressurreição, de um hino à vida. Que aconteceu?
“O hino à vida está em descobrir que os adolescentes podem estar desesperados. Este rapaz era assim, e eu creio que a Misericórdia consista em aliviar alguém da sua miséria para acompanhá-lo rumo ao coração de Deus. Este hino à vida consiste em dizer: 'testemunhei realmente a presença do Espírito Santo na vida deste rapaz, que o conduziu da morte à vida, das trevas à sua admirável luz”.
O senhor está muito ligado aos jovens, às crianças em dificuldade. É uma idade que O comove em especial?
“É uma idade à qual Deus me conduziu. É verdade que o período da adolescência seja um pouco a graça, o carisma dos salesianos, e que Dom Bosco sempre foi um modelo na minha vida. Mas é verdade também que eu fui impulsionado por diversos ministérios, pelos ministérios educativos que me ocupavam muito das crianças nessa faixa de idade”.
O senhor é chamado de "frade bombeiro". Porquê?
“Tive a sorte, na época do meu serviço militar, em 1990, de ser bombeiro de Paris e fundar uma tropa de bombeiros cristãos, para adolescentes. Além disso, pelo facto de ter refundado a pastoral militar da diocese, no dia da minha ordenação, o ordinário militar me pediu que me tornasse capelão dos bombeiros de Paris. Portanto, tive a sorte de ser bombeiro e padre por seis anos e estar ao lado dos bombeiros de Paris. Isso também me deu a oportunidade de contar o meu testemunho em um livro”.
Ser capelão dos bombeiros requer uma missão especial?
“É uma missão muito ligada ao livro porque nos dias de hoje os bombeiros tendem a esquecer o termo de vigilantes do fogo e a pensar mais que são vigilantes da vida. Sem contar que amo muito esta definição, porque não é preciso somente salvar a vida, mas também preservá-la em todas as suas dimensões. Não somente ajudando os adolescentes no caminho, mas também fazendo aquilo que fazem os bombeiros. Acredito que nos dias de hoje, o mundo cristão seja marcado também pelo espírito de Madre Teresa e de João Paulo II (o Evangelho da Vida), que chama a magnificar a vida para fazer de modo que o homem vivente se torne a glória de Deus. E isso é um aspecto que não deve ser esquecido”.
(Fonte: H2O News)
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