Tema: Frutos da vida interior
A vida interior do cristão, se é verdadeira, vai acompanhada de frutos: obras externas que aproveitam aos outros. (...) É questão de viver de fé e de pôr os meios que estejam ao nosso alcance em cada circunstância; não esperar com os braços cruzados situações ideais, que é possível que nunca se apresentem, para fazer apostolado; não aguardar ter todos os meios humanos para pôr-se em actuação, voltados para Deus, mas manifestar com factos o amor que levamos no coração. Veremos com agradecimento e com admiração como o Senhor faz frutificar as nossas sempre escassas forças em relação ao que Ele nos pede.
Se é autêntica, a nossa vida interior - o trato com Deus na oração e nos Sacramentos - traduzir-se-á necessariamente em realidades concretas: apostolado através da amizade e dos vínculos familiares; obras de misericórdia espirituais, ou materiais, segundo as circunstâncias: ensinar ao que não sabe (dar palestras de formação, colaborar numa catequese, dar um conselho oportuno ao que vacila ou está desorientado...), colaborar em empresas de educação que consideram uma visão cristã da vida, fazer companhia e dar consolo a esses enfermos e anciãos que se encontram praticamente abandonados.
Sempre, em todas as circunstâncias, de formas muito variadas, a vida interior deve expressar-se - de modo contínuo - em obras de misericórdia, em realidades de apostolado. A vida interior que não se manifesta em obras concretas, fica-se na mera aparência, e necessariamente deforma-se e morre. Se cresce a nossa intimidade com Cristo é lógico que melhorem o nosso trabalho, o carácter, a disponibilidade para a mortificação, o modo de tratar aqueles que temos perto de nós no viver diário, as virtudes da convivência: a Compreensão, a cordialidade, o optimismo, a ordem, a afabilidade... são frutos que o Senhor espera encontrar quando se acerca cada dia à nossa vida corrente. O amor, para crescer, para sobreviver, necessita expressar-se em realidades. (Francisco Fernández CARVAJAL, Falar com Deus, Tempo Comum, 8ª Sem., 6ª Fª.)
Doutrina: Vida humana (Evangelium Vitae 8)
É aquilo que realmente acontece, mesmo no âmbito mais especificamente político e estatal: o primordial e inalienável direito à vida é posto em discussão ou negado com base num voto parlamentar ou na vontade de uma parte — mesmo que seja maioritária — da população. É o resultado nefasto de um relativismo que reina incontestado: o próprio « direito » deixa de o ser, porque já não está solidamente fundado sobre a inviolável dignidade da pessoa, mas fica sujeito à vontade do mais forte. Deste modo e para descrédito das suas regras, a democracia caminha pela estrada de um substancial totalitarismo. O Estado deixa de ser a «casa comum», onde todos podem viver segundo princípios de substancial igualdade, e transforma-se num Estado tirano, que presume de poder dispor da vida dos mais débeis e indefesos, desde a criança ainda não nascida até ao idoso, em nome de uma utilidade pública que, na realidade, não é senão o interesse de alguns. (JOÃO PAULO II, Evangelium vitae, 20 b)
Agradecimento: António Mexia Alves
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