Na Missa celebrada esta Quarta-feira na Catedral de Armagh, Irlanda, o Cardeal Primaz do país recordou que esta semana foi confrontado com um “episódio doloroso” do seu passado.
“Escutei a reacção de pessoas acerca da minha actuação em acontecimentos ocorridos há 35 anos. Quero dizer a todos aqueles que foram prejudicados por alguma falha da minha parte que lhes peço desculpa de todo o meu coração”, afirmou D. Seán Brady na homilia.
“Olhando para trás, estou envergonhado por nem sempre ter conservado os valores que professo e em que acredito”, acrescentou o prelado.
O Primaz prevê que os próximos dois anos “estarão entre os mais críticos para nós desde o tempo de São Patrício”.
“Acredito profundamente que Deus nos chama a um novo começo”, declarou D. Seán Brady, para quem a “Carta Pastoral do Papa Bento XVI aos Fiéis da Irlanda” será uma importante fonte de renovação.
Para o prelado, a transformação da Igreja local passa por uma escuta “sincera” e “orante” da Palavra de Deus, pela atenção aos sinais do Espírito e por continuar “humildemente” a encarar a “enorme dor causada pelo abuso de crianças por parte de alguns padres e religiosos e a resposta irremediavelmente inadequada a esse abuso no passado”.
Até 2012, ano em que Dublin, capital da República da Irlanda, recebe o 50.º Congresso Eucarístico Internacional, deve haver um “reconhecimento sincero e verdadeiro do nosso pecado”.
Na análise do Cardeal Primaz, a “integridade” do testemunho do Evangelho desafia o episcopado a “assumir a responsabilidade” pelo “encobrimento” dos abusos em crianças.
O bem das vítimas da pedofilia, leigos, religiosos e padres exige que a Igreja detenha a revelação sucessiva destes casos, referiu D. Seán Brady.
Depois de assinalar que ninguém sabe até onde levará o “novo princípio” da Igreja irlandesa, o prelado assegurou que vai “reflectir cuidadosamente” sobre a situação durante a Semana Santa, Páscoa e Pentecostes.
O Cardeal Primaz concluiu a homilia dizendo que aproveitará esse tempo “para rezar, para reflectir na Palavra de Deus e para discernir a vontade do Espírito Santo. Reflectirei no que ouvi daqueles que foram feridos pelos abusos. Vou também falar com pessoas, padres, religiosos e com aqueles que conheço e amo”.
(Fonte: excerto notícia retirada do site da Agência Ecclesia)
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