um jovem de esquerda
Eu não partilho nada do entusiasmo acerca da candidatura do Paulo Rangel à liderança do PSD, muito menos a ideia de que ele é um federador da Direita.
A razão para o meu cepticismo é a de que ele é um jovem de esquerda. A primeira característica de um homem de Direita é subscrever os Dogmas da Igreja Católica. Ora, o Paulo Rangel ainda não compreendeu porque é que as mulheres não podem ser ordenadas, porque é que os padres não se podem casar, porque é que não se podem limitar os nascimentos e porque é que a união entre homossexuais não pode ser institucionalizada (cf. aqui), sem que isso contribua inevitavelmente para piorar a vida de todos e, no limite, tornar impossível a vida em sociedade. Por outras palavras, ele não compreendeu ainda as verdades básicas da nossa cultura.
O Paulo Rangel pretende, portanto, transformar a Igreja Católica num seita protestante. Ele é a figura acabada do intelectual catante, ao qual dediquei vários posts neste blogue. Este é o intelectual de cultura católica que pretende imitar as instituições do protestantismo. Trata-se da figura mais corrosiva da cultura portuguesa. Não surpreendentemente, é jurista. No seu discurso de candidatura, ele falou em "romper". Ele propõe-se romper um tecido social já rompido. Ele vai, portanto, co-romper a sociedade portuguesa, não no sentido financeiro ou económico, mas no sentido da sua cultura e das suas tradições. Como se já não bastasse. Desiludam-se os que esperam que possa sair daqui alguma coisa. Vai ser mais do mesmo, na realidade, pode ser bem pior.
Publicada por Pedro Arroja em ‘Portugal Contemporâneo’ AQUI
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