Mais dois bispos portugueses vieram ontem a público desferir fortes ataques contra o casamento homossexual. O bispo de Viseu, Ilídio Leandro, classificou a aprovação do projecto de lei do Governo relativo ao casamento entre pessoas do mesmo sexo como " atentado à família", enquanto o bispo emérito de Setúbal, Manuel Martins, declarou que o Governo quer provocar a consciência cristã dos portugueses e que esta proposta veio dividir a a sociedade.
As críticas dos bispos juntam-se às do arcebispo de Braga, D. Jorge Ortiga, que já tinha afirmado que a sociedade está alheia ao problema e insistido na realização do referendo. O bispo de Viseu lembrou agora que "o casamento é uma união que respeita a natureza e que tem outros objectivos, entre os quais a procriação".
No dia 17 de Dezembro, o Governo aprovou alterações ao Código Civil que permitem o casamento entre pessoas do mesmo sexo, mas que excluem a possibilidade de adopção. Para D. Ilídio Leandro, o Governo "deve ser um órgão que procura defender e acautelar os valores fundamentais do seu povo". Por isso, "em Portugal, os valores do casamento e da família devem ser preservados", argumentou.
O bispo de Viseu criticou a decisão do Governo "no seu conteúdo, na forma e no tempo", por ser "um atentado à instituição fundamental, de sustento e referência do Natal. Todas as épocas seriam más e desaconselhadoras de tão anómala decisão. Esta parece ter sido escolhida para realçar o quanto se pretende machucar a família e desestabilizar a única verdadeira base de uma sociedade".
Ainda na semana passada D. Ilídio Leandro visitou todas as parturientes internadas na Obstetrícia do Hospital de Viseu, com quem fez questão de falar pessoalmente e a quem "encorajou na sua missão de mães".
Com esta visita, melhor se compreende a acusação feita ao Governo de que "atribuir o instituto do matrimónio a outro tipo de uniões que não respeitem a natureza é um desrespeito à família!". Mais lapidar ainda, o bispo de Viseu afirmou que a aprovação do casamento homossexual "é um atentado à família, que tem como fundamento o matrimónio entre pessoas de sexos diferentes".
Aproveitando o mote lançado pelo casamento gay, o bispo emérito de Setúbal acrescentou ainda que "a alma de Portugal está a ser agredida" pelos responsáveis políticos do País que "uma campanha, generalizada, para arrumar a Igreja do curso da vida de Portugal", referindo-se especialmente à questão da educação sexual nas escolas. Por fim, em relação ao Governo afirmou que "não está a governar nada bem"
(Fonte: ‘Infovitae’)
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