Santa Gertrudes d'Helfta (1256-1301), monja beneditina
Exercícios, 7, Prémio (a partir da trad. SC 127, p. 265 rev.)
«Ele convocou os servos»
Ó Verdade querida, ó justa Rectidão de Deus, como comparecerei perante ti, levando a minha iniquidade [...], o fardo da minha tão grande negligência? O tesouro da fé cristã e da vida espiritual, infelizmente, não o entreguei ao tesouro dos banqueiros da caridade, de onde o poderias ter retirado em seguida, segundo a tua vontade, aumentado com os juros de toda a perfeição. O talento que me foi confiado, o meu tempo, não só o gastei em vão, como o deixei fugir, desbaratado e totalmente perdido. Onde irei? Para que lado me voltarei? «Como poderei ausentar-me do Vosso espírito e como fugirei à Vossa presença?» (Sl 138, 7).
Ò Verdade, tu tens por assessores inseparáveis a justiça e a rectidão [...]. Mal de mim se comparecer perante o teu tribunal sem ter advogado que responda por mim. Ó Caridade, vem resgatar-me. Responde tu por mim. Solicita tu o meu perdão. Defende tu a minha causa a fim de que, graças a ti, eu viva.
Já sei o que farei: «Elevarei o cálice da salvação» (Sl 115, 13). Colocarei o cálice de Jesus sobre a bandeja vazia da Verdade. Assim suprirei tudo o que me falta. Assim cobrirei todos os meus pecados. Por esse cálice reconstruirei todas as minhas ruínas. Por esse cálice suprirei, dignamente e muito para além do necessário, tudo o que há em mim de imperfeito. [...]
Ó Verdade querida, vir a ti sem o meu Jesus ser-me-ia intolerável; mas com o meu Jesus, comparecer perante ti será para mim coisa bem agradável e aprazível. Ó Verdade, senta-te agora no teu tribunal. [...]. «Nenhum mal temerei» (Sl 22, 4).
(Fonte: Evangelho Quotidiano)
Sem comentários:
Enviar um comentário