Celebra-se neste domingo, pela 81ª vez, o Dia Mundial das Missões. Num passado não muito distante considerava-se missionário aquele que deixava a pátria e ia para lugares longínquos anunciar a Palavra de Deus. Com o Concílio Vaticano II, esse conceito foi ampliado e passaram a ser considerados missionários também aqueles cristãos que, vivendo nas cidades em que nasceram, num ambiente em que se conhece o Cristianismo, testemunham com fidelidade e até mesmo audácia, a sua fé em Jesus Cristo e a sua adesão à Igreja como local privilegiado de encontro com Deus e de conhecimento dos ensinamentos cristãos.
De modo algum se deseja ignorar ou minimizar aqueles que anunciam a boa nova em lugares pagãos e inóspitos, sofrendo muitas vezes perseguição como temos noticiado nos últimos tempos. Ainda nestes dias ouvimos de um bispo africano, na sala do Sínodo, o relato de sequestro e crucifixão de alguns cristãos.
Diz-nos São Paulo na Carta aos Romanos 10, 14–15: “Mas como poderiam invocar aquele em quem não creram? E como poderiam crer naquele que não ouviram? E como poderiam ouvir sem pregador? E como podem pregar se não forem enviados? Conforme está escrito: Quão maravilhosos os pés dos que anunciam boas notícias.” Portanto Jesus Cristo quis precisar de contribuição dos cristãos para que seus próximos conheçam o Amor do Pai.
Os baptizados são enviados por Deus a anunciar a todos o Evangelho de Jesus, não necessariamente através da pregação da palavra, mas certamente através da pregação do bom exemplo, da conduta amigável, das atitudes ricas em misericórdia e perdão. Será nesses gestos discretos e sem grandes arroubos, mas com autenticidade cristã, que ganharão pessoas para Cristo.
O mundo, a natureza agradecem a acção missionária deles porque um legítimo cristão respeita tudo que vive e todo local é visto e amado como local de encontro com Deus e com o irmão.
Editorial do Programa Brasileiro da Radio Vaticana
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