Desde sempre que as visitas papais são temidas... ou aproveitadas pelo poder político.
As manipulações das visitas do Papa são uma constante. Não há Chefe de Estado (talvez com a excepção da China) que não queira receber o Papa em sua casa… porque – quer queiramos ou não - a sua presença traz sempre consequências políticas.
Seria até interessante fazer um estudo sobre isso. Salazar ficou furioso com a visita de Paulo VI à Índia e ainda mais por ele ter vindo a Fátima sem aterrar em Lisboa; ficaram famosas as visitas de João Paulo II à Polónia, bem como os seus braços de ferro contra homens tão diferentes como Pinochet e Fidel Castro…
Mais recentemente correram mundo as palavras de Bento XVI a Sarkozy e a coragem com que se dirigiu a José Eduardo dos Santos ou a Shimon Peres… Enfim, consequências políticas do que o Papa diz sempre as houve e haverá.
Mas, para que não restem dúvidas de que a sua deslocação serve em primeiro lugar os interesses dos fiéis e do povo em geral, o Papa só visita um país se for convidado simultaneamente pelos bispos locais e pelas autoridades. E o respectivo anúncio costuma ser feito de comum acordo.
Ora, a precipitação de ontem da Presidência da Republica em anunciar a visita de Bento XVI, antecipando-se aos bispos portugueses fala por si.
Resta-nos a alegria de saber que – mesmo assim, ou talvez por isso - Bento XVI tenha decidido vir para o ano a Portugal falar aos portugueses.
Aura Miguel
(Fonte: site Rádio Renascença)
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