Ontem, após largos meses de ausência, fui com a minha mulher jantar a um conhecido restaurante japonês de Lisboa e a nosso pedido ficámos sentados ao balcão diante do “sushi man” brasileiro, Paulista se não estou em erro, de nome Aron.
Acontece que o proprietário do restaurante, de nacionalidade japonesa e também “sushi man”, faleceu repentinamente há já uns meses e Aron era visivelmente o seu discípulo de eleição. Sem que tivéssemos puxado pela conversa, Aron espontaneamente começou a falar, sem lamechice, do quanto devia ao seu mentor profissional e mestre e a recordar a dificuldade que tivera inicialmente em encaixar a sua cultura habituada a uma grande abertura com a reservada, tipicamente oriental, do mestre e como nos últimos anos se havia criado em enorme empatia entre eles, a tal ponto que um olhar, um sorriso eram suficientes para se entenderem.
A enorme humildade, sentido de gratidão e brio profissional de Aron impressionaram-nos vivamente, tendo a minha mulher comentado, “que pena não sermos todos assim”. Embora compartilhando a expressão usada, pessoalmente ocorreram-me dois pensamentos, o primeiro foram os Apóstolos, que souberam amar e honrar o seu Mestre galharda e apaixonadamente, o segundo foi S. Josemaría Escrivá que ao ouvir aquela conversa terá certamente pensado, “aqui está um ser humano que tem tudo para se santificar através do trabalho”, espero vir a ter oportunidade de dar seguimento a esta conversa com Aron.
O meu maior desejo, é poder pessoalmente ser também intérprete dos dois pensamentos que me ocorreram, que o Senhor nunca me deixe esquecê-los.
JPR
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