Obrigado, Perdão Ajuda-me

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As minhas capacidades estão fortemente diminuídas com lapsos de memória e confusão mental. Esta é certamente a vontade do Senhor a Quem eu tudo ofereço. A vós que me leiam rogo orações por todos e por tudo o que eu amo. Bem-haja!

terça-feira, 27 de janeiro de 2009

Excerto do editorial do último número de “L’Osservatore Romano”

“A revogação das excomunhões aos bispos ordenados em 1988 tornou-se em mais um caso mediático cheio de tons emotivos. Não faltou quem se precipitasse a atribuir apressadamente a Bento XVI não só a culpa de ter cedido a posições anti-conciliares, mas até mesmo, se não a conivência, pelo menos a imprudência perante teses negacionistas da Shoah (“Holocausto” dos judeus). As palavras do Papa nas Vésperas conclusivas da Semana de Oração pela Unidades dos Cristãos e a sua reflexão na oração do Angelus foram um desmentido a estes receios difusos.

Bento XVI disse palavras importantes garantindo que ‘os mais velhos entre nós não esquecem certamente” o primeiro anúncio do Concílio feito por João XXIII ‘ a 25 de Janeiro, faz agora precisamente 50 anos”. Um gesto que hoje Papa Ratzinger define como ‘providencial decisão’ sugerida pelo Espírito Santo…

É à luz desta convicção de que o Concílio foi um acontecimento inspirado pelo Alto que se deve ler o gesto de revogação das excomunhões. A reforma do Concílio ainda não está completamente aplicada, mas encontra-se já tão consolidada na Igreja Católica que não pode ser posta em dúvida por um magnânimo gesto de misericórdia. Inspirado aliás pelo novo estilo de Igreja preconizado pelo Concílio, que em vez da condenação prefere o remédio da misericórdia…

O diálogo é parte constitutiva da Igreja conciliar e Bento XVI tem repetido diversas vezes, e de novo o fez agora, que o ecumenismo requer a conversão de todos – mesmo da Igreja Católica – a Cristo…

O percurso de reconciliação com os tradicionalistas é uma opção colegial e já bem conhecida da Igreja de Roma e não um gesto repentino e improvisado de Bento XVI. Da aceitação do Concílio deriva necessariamente um posição límpida na questão do negacionismo. A Declaração Nostra Aetate que assinala a mais autorizada mudança de posição católica em relação ao hebraísmo, deplora ‘os ódios, as perseguições e todas as manifestações de anti-semitismo, dirigidas contra os judeus em qualquer época e da parte de quem quer que seja’. Trata-se de um ensinamento indiscutível para um católico. Os últimos Papas, incluindo Bento XVI, têm explicitado este ensinamento. Em dezenas de documentos, gestos e discursos. As recentes declarações negacionistas (de um dos quatro bispos lefebvrianos) – conclui o editorial de “L’Osservatore Romano” – contradizem este ensinamento e são portanto gravíssimas e inadmissíveis. Prestadas antes do documento de revogação da excomunhão, permanecem inaceitáveis”.

Carlo Di Cicco

(Fonte: site Radio Vaticana)

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