A única, a verdadeira apologia do cristianismo pode reduzir-se a dois argumentos: os santos que a Igreja produziu e a arte que germinou no seu seio. O Senhor torna-se crível pela magnificência da santidade e da arte, que explodem dentro da comunidade crente, mais que pelas astutas escapatórias que a apologética elaborou para justificar os lados obscuros que abundam, infelizmente, nos acontecimentos humanos da Igreja. Se a Igreja, portanto, deve continuar a converter, a humanizar o mundo, como pode, na sua liturgia, renunciar à beleza, que está unida de modo inseparável ao amor e, ao mesmo tempo, ao esplendor da Ressurreição? Não, os cristãos não devem contentar-se facilmente, devem continuar a fazer da sua Igreja o lar do belo, portanto do verdadeiro, sem o que o mundo se torna o primeiro círculo do inferno. [...]
Um teólogo que não ame a arte, a poesia, a música, a natureza, pode ser perigoso. Essa cegueira e surdez para o belo não são secundárias, reflete-se necessariamente também na sua teologia.
(Cardeal Joseph Ratzinger in ‘A fé em crise?’ pag.32)
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