Conta-se que Mons. Fulton Sheen, que pastoreou a populosa diocese de Nova York, era amigo de um rapaz, católico, que namorava uma colega sua, de confissão protestante. Estabeleceram entre si grande amizade. Um dia, a rapariga fez-lhe mais ou menos esta observação: "Os católicos são muito pouco originais na forma como rezam. Por exemplo: o terço. Que sensaboria! Dizem sempre as mesmas palavras durante tempos infindos. Isso é rezar?"
O arcebispo nada lhe respondeu na altura. Alguns dias mais tarde, encontrou-a e perguntou-lhe se tinha estado com o seu namorado. Respondeu-lhe afirmativamente. "E ele – inquiriu – disse que gostava de ti, que te amava?". "Claro, era o que faltava que não dissesse! Sempre me diz isso quando estamos juntos". Monsenhor Fulton Sheen observou: "Como? Ontem, quando esteve contigo, disse-te que te amava?" "É óbvio!" "E anteontem?" "Já lhe disse. Sempre que estamos um com o outro, ele diz-me que me ama". "Mas isso deve ser uma sensaboria! Diz-te sempre a mesma coisa..."
A rapariga entendeu o recado. Quando se ama alguém, não é necessário encontrar palavras complicadas ou ideias sublimes para exprimir o amor. É preciso, sim, ser fiel nos sentimentos e nas obrigações que se contrai com a pessoa amada. É o que fazemos quando rezamos o terço. Manifestamos a Maria o nosso amor com a simplicidade com que uma criança oferece à sua mãe uma flor que tira do jardim. Provavelmente, não será a mais bonita, nem aquela de que a mãe gosta mais. Não é o que importa. O gesto é bem mais significativo do que todo o resto. Por sinal, a namorada acabou por se converter ao catolicismo...
Rezemos devotamente o Terço e metamos mais a nossa Mãe na nossa vida pessoal e familiar.
Pe. Rui Rosas da Silva
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